Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Craterdã

Que tal, esta noite, ouvir uma jam session,
Com Normando e Nico, no Batente, sob o luar?
Antes, porém, vamos tomar uns tragos
Na Praça da Sé, no Silvanir Bar.
Lupeu, com certeza, estará lá,
Vindo de uma cansativa semana de trabalho,
Depois de cumprir exemplarmente
O seu digno ofício de carteiro.

Quem sabe, ele trará Catarina!
E eu darei a ela um bottom de Elvis Presley,
Feito por Jerry, aquele que tem um pai
dono de uma deliciosa aguardente envelhecida
numa ancoreta de pau-vermelho.

Iremos direto para o Xá-de-Flor
Encontrar toda a rapaziada,
Celebrando a noite ao som de um repertório
Quase tão antigo quanto o velho casarão
Que abriga uma antiga rapaziada.

Amanhecendo, na minha Yamaha TT amarela,
Vamos amenizar a ressaca, com um terapêutico banho
Na fonte da Pedra da Batateira,
Reviver um ritual de ancestralidade cariri
Para recuperar as forças e o sono perdido.
Dormiremos um pouco, ainda, aturdidos,
Equilibrando-nos nas ruínas do Tancão,
lugar sagrado para os guerreiros da tribo.

Vamos tomar um sonrisal
No Bar do Wilson, no sítio Rosto.
E não tendo mais para onde ir, sempre resta um lugar:
A casa de Luís Cláudio e Ana Rosa,
Jogar umas partidas de xadrez, com cerveja e tira-gosto.
Eles estarão sempre lá, hospitaleiros,
Esperando os comensais costumeiros .

Mas não há tempo para cochilos. A tarde avança.
Estamos novamente ébrios e um compromisso nos chama:
Ensaio da banda Lerfa Mu,
No fim-da-tarde, na Oca de sala e banheiro,
Praça da Sé, Altos, defronte a praça
decorada com uma bandeira verde com o v no meio.

Tragos iniciais, riffs de guitarras,
Tambores incessantes marcando
O ritmo de Lupeu escrachando:
cassetetes elétricos, quebrando
lombras, ossos e sonhos!

(Intervalo).

Descem todos para o Silvanir Bar. Molhar a garganta.
Espiar a paisagem urbana e ouvir outras músicas urbanas.

Mais uma noite mergulha no vale.
Mais uma noite tranqüila de sábado.
O melhor, talvez, é ir
Descansar.  De preferência em braços
Companheiros que nos abraçam
Sorrateiros.

(Lerfa Mu)

Nesses dias tortos, frios ou mornos
Quando a cama vira uma nave
E o olho abre sonolento
Sem o bote daqueles dias decisivos
Numa praia da Normandia
No cume do Tibete
Ou no telhado da vizinha

Lembro daquelas noites quentes
Em teto de concreto
Um saxofone solitário ou em duelo
Dos solitários homens do norte

Não existe mais o Bar de Silvanir nem o Xá-de-Flor
Onde molhávamos goelas com goles homéricos.
Mas a praça bicentenária
Com seus oitizeiros decanos
Permanece impávida que nem Ali
Fazendo sombra para os profanos
Casais namorando em frente à Igreja da Sé

Sim todos aqueles anos se foram
Escoaram pelo ralo e entraram no cano
No túnel no liquidificador
Do tempo que tritura a nossa dor

Lupeu escarra e não lamenta
Tão pouco pede licença
Mas canta a violência
das telas de tv

PAPO ENTRE DOIS AMIGOS Por Olival Honor

CRÔNICA DE OLIVAL HONOR - PAPO ENTRE DOIS AMIGOS
Quase todos os cronistas da Rádio Educadora têm curso superior. Quando se encontram para bate-papo, têm por diretriz um pensamento clássico de Berthold Brecth, meio pernóstico ou gabola, mas a rigor verdadeiro, que define as pessoas em três categorias, quando conversando: as inteligentes, que falam de idéias; as pessoas comuns, que falam de coisas; e as pessoas medíocres, que falam de pessoas. As medíocres por falta de assunto, comentam a vida alheia, mentem, caluniam, detratam, - são as conhecidas e famosas faladeiras ou fuxiqueiras, categorias na qual o Ceará é campeão brasileiro e tem o Crato como vencedor “hors-concours” de todos os certames estaduais.

Pois foi em um desses bate-papos que pedi ao meu grande amigo, Dr. João Marni de Figueiredo, conhecido pediatra de nossa cidade, o qual é também formado em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco, que me dissesse de onde vem a paixão,- por que as pessoas se apaixonam, algumas por um ideal, outras por objetos, tantas outras por animais e outras ainda, misteriosa e irracionalmente, por outras pessoas. Ele não respondeu imediatamente, mas entregou-me sua resposta seriamente escrita e de forma tão elegante e rica, que resolvi publicá-la hoje, enriquecendo esta crônica com seus conceitos.

Define assim o Dr. João Marni a origem da paixão:

“ A paixão vem de regiões escondidas da nossa alma, dos mares bravios de lá, surge de forma súbita arrebatadora feito uma doença incontrolável: sem limites, sem regras, sem remédio. É capaz de invadir, prender e matar, como um tirano. Para em seguida desatar os nós dos laços, saindo em busca de outros chamados, de onde rouba o sono e a fome. O amor...ah! , o amor é brando, paciente, contemplativo e capaz de sofrer em silêncio, querer bem sem ser correspondido; é fiel, gosta de prender-se a um aconchego, a um cafuné. Tem juízo e vem do coração do Mar da Tranqüilidade. A paixão aproxima, é chama ardente, é verão. O amor une, gruda, é fogo brando em permanente primavera.

A paixão é o hoje, é terra de ninguém, “non sense”. Alimenta-se de cartas românticas.O amor é o hoje e o amanhã e alimenta-se da verdade.

A paixão prende e procria, o amor liberta e perpetua.

Mas acredite: - quem criou um, criou o outro”!

Qual a melhor riqueza? Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

No mundo de hoje, as pessoas se preocupam em acumular riquezas. Às vezes até exploram o ser humano contanto que obtenham lucro. O capitalismo é o responsável pela acumulação exagerada de bens que gera a pobreza e a exclusão social. São graves as conseqüências que a riqueza pode produzir. A fortuna de uns a custa da miséria da maioria, gera fome e violência, causando morte e até o caos social. A sociedade em que vivemos é, portanto uma sociedade individualista, onde o Ter, o Poder e o Prazer são idolatrados. Engana-se aquele que pensa que dinheiro em excesso traz felicidade. Observamos que pessoas muito ricas, às vezes não são felizes.

As palavras de Jesus proferidas há mais de dois mil anos, estão atualizadas ainda hoje: “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6, 19-21). Já pensamos qual desses valores gostaríamos de seguir? O ser humano de modo consciente ou inconsciente tem na vida um valor fundamental, uma meta para orientar sua ação no mundo. O homem necessita ter fé, acreditar em Deus e, só vai se sentir bem buscando a proteção e a confiança Nele, para solucionar os seus problemas. O que é mais importante? Deus ou as riquezas? Deus é o tesouro que as pessoas buscam, a fim de se entregar completamente a Ele. É Deus que leva o homem à liberdade e à vida. Essa liberdade é conseqüência da justiça que gera a partilha e a fraternidade. Havendo justiça conseqüentemente teremos a paz. Se cada pessoa conhecesse a mensagem de Jesus e aplicasse na sua vida, o mundo poderia se transformar. Imaginem vivermos numa sociedade justa e fraterna, onde todos tivessem direitos iguais. Jesus com a sua mensagem veio implantar o Reino de Deus que é um reino de paz, justiça e amor.

Como podemos ajudar na construção de um mundo melhor? Fazendo a nossa pequena parte começando na nossa família, transmitindo aos nossos filhos os valores “que nem a traça nem a ferrugem corroem”. Essa é a melhor herança que os pais devem deixar para os filhos. E os filhos tomando posse desses bens, transformariam o mundo através do amor, implantando a justiça, a paz e a fraternidade e assim estariam colaborando com o projeto de Deus. Será utopia? Não, se cada pessoa no mundo tivesse oportunidade de conhecer a mensagem de Jesus Cristo que é transformadora. Mas teríamos que deixar o nosso coração aberto para absorver tudo o que Deus quer de nós. E a vontade de Dele é que “Amemo-nos uns aos outros”. Se Deus nos amou ao ponto de enviar o seu Filho para nos libertar, devemos fazer a Sua vontade (1 Jo 4,9-11).

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

SHOW: “O QUE VIRÁ” - com APARECIDA SILVINO & MARCOS LESSA

LOCAL: Teatro Municipal Salviano Arraes (antigo Cine Moderno – Crato)
DATA: 29/08/10 - domingo
HORA: 20 horas
MÚSICOS CONVIDADOS: Ibertson Nobre e Lifanco
INGRESSO: R$ 7,00


APARECIDA SILVINO
Com 16 anos de carreira como cantora, compositora, pianista, regente, arranjadora e preparadora vocal, a cearense Apá Silvino apresenta-se com um aval de muito peso. “Trata-se de uma das melhores vozes nacionais”, atesta o cantor e compositor Milton Nascimento, que fez questão de ter Apá como convidada especial no show “Crooner”, apresentado em Fortaleza.

Conhecida e com público cativo no Ceará, ela tem sido requisitada a abrir shows para grandes nomes da nossa música, tendo se apresentado ao lado de Fagner, Nana Caymmi, Suely Costa e Belchior, seu convidado no LP (vinil) “Vidro e Aço”, em 1992. Uma performance que lhe garantiu o prestigiado Prêmio Nelsons da Música Cearense em 2003 e 2004, como Melhor Intérprete Cearense e Melhor Intérprete Feminina. Além disso, ela já participou como convidada em 16 CDs de cantores cearenses.

Tal prestígio já havia sido comprovado em 2002, quando, acompanhada pelo violonista Nonato Luiz, Apá interpretou o Hino Nacional Brasileiro no primeiro jogo realizado no País pela Seleção Brasileira pentacampeã mundial de futebol. A partida foi realizada no Estádio Castelão, em Fortaleza.

Ultimamente, Apá Silvino tem percorrido várias capitais com o show “Presente”, título do CD lançado em 2001, e como intérprete da compositora Cristina Saraiva, na divulgação do CD “Só Canção”. Com este último participou do I Encontro Bossa Nova in Argentina, realizado em abril de 2005, em Buenos Aires.

A voz e o talento de Apá já chegaram a locais como a Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, o Feitiço Mineiro, em Brasília (agosto, 2004), a Sala Sidney Muller, da Funarte-RJ, e a Expo 2000 Hannover, na Alemanha. Em abril de 2005, esteve no Teatro Crowne, em São Paulo, onde participou como convidada especial do show “Dois Em Umas”, de Sonekka e Zé Edu Camargo, espetáculo que deu origem ao CD do mesmo nome.

Esse seu lado ganhou força nos últimos anos, com conquista de novos parceiros, muitos deles conhecidos através da M-Música, uma comunidade virtual que faz canções e amizade pela Internet, e do Clube Caiubi de Compositores, de São Paulo. Entre esses parceiros estão Sonekka, Zé Edu Camargo, Gilvandro Filho, Luhli, Sérgio Veleiro, Ferreira e Nilton Bustamente. No momento, Apá prepara o seu segundo CD, “Sinal de Cais” (título de uma parceria com Gilvandro Filho), onde boa parte dessas novas canções e parcerias será mostrada ao público.

MARCOS LESSA
Marcos Lessa iniciou sua carreira musical em 2007,quando lançou o cd “Olhares da Vida”, com musicas e letras de sua autoria e de sua parceira musical ,na época, a cantora e compositora :Clarissa Araripe, que também assina em algumas composições e cantou junto de Marcos no cd. O cd teve a produção de Gabrielle Guimarães e forte apoio do Banco do Nordeste. Foram prensadas e vendidas 500 unidades. O show de lançamento do Cd aconteceu no dia 28 de Novembro desse mesmo ano, no teatro do SESC Emiliano Queiroz. Teve a produção visual do artista plástico Marcelo Santiago e contou com a participação de Tailandia Montenegro e Daniel Cortez.

No período de 2007 a 2010, dedicou-se no aprimoramento da sua voz, através do estudo de técnica vocal, participando de cursos, durante 3 anos, no festival Musica na Ibiapaba.

Em 2010, no Festival de Jazz e Blues, Marcos Lessa conhece o compositor e instrumentista Manassés Souza com quem, em Abril desse mesmo ano, realiza em Guaramiranga, um show de homenagem ao Pessoal do Ceará (Fagner, Ednardo, Belchior, etc.). Até agora foram feitas três apresentações desse projeto.

Em Maio de 2010, lança o seu segundo cd, em parceria com o letrista Ricardo Alcântara. O cd “luzazul”, que teve nos arranjos o pianista Sávio Dieb, foi lançado nos dias 21 e 22 de Maio, no teatro Dragão do Mar e contou com a participação do cantor cearense, Lucio Ricardo e de Manassés.

No ano de 2010, Marcos Lessa participou junto do saxofonista Marcio Rezende e do violonista Padua Pires, de shows de homenagem a Dorival Caymmi. Os shows aconteceram no Café Pagliuca e no Passeio Publico. Desse projeto também faziam parte os instrumentistas cearenses, Cainã Cavalcante (violão), Thiago Almeida (teclado), Igor Caracas (percussão) e Luciano Franco (baixo).

Essas LOURAS maravilhosas... José Nilton Mariano Saraiva

Uma loira encontra uma amiga que não via há muito tempo e vai logo dizendo:
- Menina, como você está diferente! Cortou o cabelo... Ta moderna...
- É...
- Ta mais magra... Bonita...
- É...
- Então, me conta o que você anda fazendo da vida?
- Eu to fazendo quimioterapia.
- É mesmo???!!! Aonde, NA PUC OU NA FEDERAL ???
*****************************

O psiquiatra pergunta pra loira:
Costuma escutar vozes sem saber quem está falando ou de onde vêm?
Sim... Costumo!
E quando isso acontece?
Quando atendo o telefone!
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A loira estava tentando tirar a tampa da Coca-Cola e não conseguia.
-'Que inferno!', esbraveja.
O dono do bar explicou:
-'Você tem que torcer'.
E a loira, batendo palmas:
-'Tam-pi-nha!!! Tam-pi-nha!!! Tam-pi-nha !!!
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Duas loiras peruas se encontram.
- Menina, que blusa linda você está usando!
- Você gostou? É de uma lã especial! Foram necessárias oito ovelhas para
confeccioná-la!
- Nooossa, que chique! Eu nem sabia que já tinham ensinado ovelhas a costurar!
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Domingo pela manhã, o homem cortava sua grama calmamente quando sua vizinha loira e gostosa caminhou até a caixa de correio, abriu a caixa e fechou com força e voltou furiosa para casa. O homem continuou lá, aparando a grama quando, de repente, a loira voltou. Ela caminhou bufando até a caixa de correio, abriu e socou a caixa e voltou pra casa batendo o pé. Poucos minutos se passam quando a loira aparece novamente. Com o andar impaciente, abre a caixa de correio, xinga, bate a caixa e volta queixosa.
O homem, já bastante curioso com a situação, pergunta:
- Algo errado, vizinha?
Ao que ela responde:
- Tudo errado! Aquele meu computador estúpido não pára de dizer que minha
caixa de correio está cheia!
************************************

A loira passeava pelo shopping, quando de repente, encontra uma velha conhecida:
- Nossa, maravilhosa! Como você emagreceu!
- Pois é, perdi quinze quilos! Eu tive de extrair um rim!
- Credo! Eu não sabia que um rim pesava tanto!
*****************************

Em um avião indo para Nova York , a comissária se dirige a uma loira, sentada na divisão reservada para a primeira classe, e pede para que se mude para a classe econômica, pois ela não tinha a passagem para a primeira classe.
A loira replicou dizendo:
- Eu sou loira, eu sou bonita, estou indo para Nova York e eu não vou sair.
Não querendo argumentar com a passageira, a comissária pede ao co-piloto para falar com ela. Ele foi e solicitou que ela fizesse a gentileza de sair da primeira classe.
Novamente e, a loira respondeu:
- Eu sou loira, eu sou bonita, estou indo para Nova York e eu não vou sair.
O co-piloto voltou para a cabine de comando e perguntou ao piloto o que
deveria fazer.
- Eu sou casado com uma loira e eu sei como lidar com isso, responde o Piloto.
Foi para a primeira classe e sussurrou no ouvido da loira...
Ela imediatamente pulou da cadeira correu para o setor econômico
resmungando para si:
-'Porque ninguém me disse antes?'...
Surpresos, a comissária e o co-piloto perguntaram o que ele havia dito para a loira que a convenceu a sair tão rapidamente.
- Eu apenas disse que a primeira classe não estava indo para Nova York !

COMPOSITORES DO BRASIL


“Quaisquer que sejam as novas
Direções de nossa música nova,
Não nos esqueçamos da lição de João’
(Augusto de Campos, em 1966)

JOÃO GILBERTO

Por Zé Nilton

Outro dia feito aluno aplicado grudei os olhos e ouvidos na entrevista de Gilberto Gil ao programa de Bia Correia do Lago, na TV. Futura. O antigo/novo compositor baiano nos ensinava sobre as profundezas dos interiores das músicas, dos ritmos, das músicas e de suas histórias nas festas do Sertão. É isso mesmo: ensinava. Gil quando fala ensina tão didática é sua explanação. Tão coerente é seu pensamento e sua metodologia no trato da questão. Ou das questões.

Quando discorreu sobre ritmo (acho eu que é o único diferencial do conjunto da arte musical, embora hoje não nos atentemos pra isso), disse que a batida do baião vem de bem longe. Lá das arábias? De tão longe assim? Bem, do Nordeste parece não ser, assegurou o professor.

Mas, sustentou o mestre, o Nordeste recebeu, torneou, dilapidou e embalou pelos quatro cantos do mundo a “nova dança” como se fora gerada em suas entranhas. Dizendo mais sobre, jogou a prova invocando o grandessíssimo nordestino João Gilberto para clarificar sua tese. Assegurou que o criador da batida bossanovista influenciadora e influenciada pelo jazz muito bebeu no compasso do velho baião. E reveladoramente nos mostra a prova, citando a música de autoria de João Gilberto, Bim-Bom, e eu digo, também, a gravadísima O-ba-la-lá, e até a interminável Indiú, como carregada de citações do famoso ritmo universalizado por Luiz Gonzaga.

Gil, sempre com boca de picolé, falou, falou, falou do que sabe, e sabe tudo...

Em seguida retorno uma chamada do professor/poeta/músico Carlos Rafael. Dizia-se mergulhado naquela letárgica tarde de domingo nos embalos sussurrantes das músicas de João Gilberto. Rafael adora as excentricidades de João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nascido no sertão baiano de Juazeiro, aos de 10 de junho de 1931.

- Você devia falar das músicas do João no Compositores do Brasil.

- Claro, mas o homem, como compositor, produziu pouco.

Aí fomos lembrando. Chegamos a sete músicas compostas pelo gênio.

João Gilberto é talento na música. Gostar da sua musicalidade é gostar de viver o silêncio do que poderia ter sido dito e que não foi. Na sua música tudo é silencio. Música é silencio. E silencio se ouve com a frouxidão de todos os sentidos.
Nesta quinta-feira no Compositores do Brasil vamos ouvir o silêncio musical de João Gilberto, como compositor. Desta feita o descobridor de tesouros da Música Popular Brasileira nos deliciará em sete músicas de suas criações, por obra e graça de indiretas e diretas provocações de Gil e de Rafael. Não sustento que João Gilberto teria ficado somente em sete composições. Com o João tudo é meio estrambótico, coisas de gênio.

Na sequencia, com João Gilberto, de sua autoria:

ACAPULCO;
HO-BA-LÁLÁ;
JOÂO MARCELO;
COMO SÃO LINDOS OS YOUGUIS (Bebel)
BIM-BOM;
INDIÚ,
UM ABRAÇO NO BONFÁ.

Quem ouvir verá!

Programa compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Na web: www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Todas às quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Produção, pesquisa e apresentação de Zé Nilton





Jasmim...


Jasmim
- Claude Bloc -

Sinto seu silêncio
em meu olhar-jasmim

Sinto essa contínua
transformação.

O jasmim, então,se abre ao céu
ao sol, à luz
mostra a trama da sua flor
e se basta
assim como me basta
seu silêncio
e seu perpétuo
desabrochar.
Claude Bloc

Auto-Retrato Falado - Manoel de Barros

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.

Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.

Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,

aves, pessoas humildes, árvores e rios.

Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar

entre pedras e lagartos.

Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto

meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou

abençoado a garças.

Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que

fui salvo.

Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.

Os bois me recriam.

Agora eu sou tão ocaso!

Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço

coisas inúteis.

No meu morrer tem uma dor de árvore.



© Projeto Releituras

Casa de Sapé- por Socorro Moreira


Essa casinha , parece que acabou de sair do cabelereiro. Foi pregada na terra sem quebrar a beleza do céu , nem a bizarrice da flora. 
Ainda não sei se nasci pros lugares ermos ... Entre escadas e terreiros , o que mais declino são as possibilidades de descansar o corpo , pros pensamentos circundarem , em torno daquilo , que de belo existe !
Ando pensando no Eremita, no seu jeitão de ser conduzido por uma simples lanterna , ao longo do caminho.Como ele, estou acendendo e apagando meu fogo; varrendo as cinzas , e lavando o pano que enxugou suores e dores.

Ah , se o dia não mancasse
se o dia não tivesse esse aleijo no sonho ,
que cochicharam pra mim. 

Ser eremita é dispensar de vez , 
os insetos que rodearam a nossa vida

Controlo a poeira do que sobra ...
nem velha , nem nobre!
Janelas abertas , e lanternas acesas
pra receber e ler , a poesia que chega !
.
Por Socorro Moreira
Foto  de Lúcio G.Lôbo Jr.

Despedida - por Everardo Norôes

o poeta se despede
pede visto
no passaporte outorgado
por deus
madrugada soa fera
e arde sem pudor
máquinas aceleram verbos constelados
tudo desperta no tardio
da página em branco
abre-se em lírio
vazio a repetir silêncios
soa cinzenta a hora do café
não sabe com que camisa
combinará esperas
e apenas este longe
muito longe

Por Everardo Norões
Foto de Sérgio Guerra

ESTRONDOSA DECEPÇÃO

Pedro Esmeraldo


Mais uma vez trazemos à tona o descaso político do Crato. Não podemos esquecer dos sérios acontecimentos negativos que só causam mal à sociedade e à cidade como um todo.

O bom cratense entende que isto é proveniente das artimanhas motivadas pelos inimigos desta cidade.

Somos de opinião de que o progresso desta cidade deve ser estimulado de uma maneira igualitária, já que temos como desejo desenvolver o nosso município com o trabalho e equilíbrio.

Infelizmente, isto não acontece, porque o governador não quer ver o Crato crescer, mas considera-o uma cidade desprezada e o tachamos como péssimo político, vingativo e cruel.

Aqui estamos para debater e orientar os cratenses que se afastem das confusões políticas, pedindo para que tenham conhecimentos das espertezas desses políticos mal-cheirosos. Desviam o Crato do caminho do progresso.

Seria conveniente saber manejar o barco e mostrar aos inimigos que também somos filhos de Deus. Não entreguem facilmente o Crato aos falsários que militam no campo contrário e que por sua, vez vem aqui aprontar com o objetivo de levar o que temos.

Os maiores inimigos do Crato são os cratenses arredios, que querem aparecer mesmo levando topada em seu traseiro.

Ainda, apesar de todo grito que damos nestes políticos entrevistas, pois acham pouco o que eles levam do Crato e com boas vontades, a fim de nos desmoralizar somente para prejudicar a nossa terra.

Quem não está lembrado do campus da UFC que seria o embrião da nossa universidade? Pois bem, eles sorrateiramente, em reuniões na calada da noite, com egoísmo, arrebataram tudo para lá, deixando a cidade ao léu, sem eira nem beira, entregue às baratas. E o pior é que os políticos se calaram, sem reação, empregando palavras monossilábicas como: é, é, é... e o Crato que caia na bancarrota.

Agora, fazemos uma pergunta capciosa: por que esses políticos que são eleitos para defender o Crato, não reagem com medidas provocativas como: passeatas, comícios, etc., a fim de forçar ao governador do estado que faça alguma coisa pelo Crato e não deixe a cidade esquecida?

Mostre, que o Crato merece respeito.

Por que, meu Deus, ficam calados e têm medo de enfrentar o movimento em prol da cidade? Afinal, para que foram eleitos? Se não foi para defender o Crato, ou apenas para defender sua causa própria? Se virem que não têm competência, renunciem, pois é melhor para todos os cratenses.

Lembramos dos políticos do passado, trabalhavam com amor à cidade e defendiam ardorosamente com coragem, diferente de alguns políticos de hoje que só defendem o vil metal.

Causa-nos nojo em observar um senhor metido à besta, semelhante aos outros, farinha do mesmo saco, que são mafiosos e entregam o Crato a troco não sabemos de que. Apóiam com certeza os seus inimigos e desprezam os filhos da terra. Que vergonha meu Deus...!

Lembramos que o chefe do estado teve um número estrondoso de votos, aqui no Crato. Quando acaba ,só oferece ao Crato migalhas? Por que senhor governador, esqueceu o Crato?

Com muita atenção pedimos ao cratense, tome cuidado. Não vote nos inimigos do Crato que não nos oferecem nada e na hora de votar dê um chute com força nestes carcarás que só visam o desprezo desta cidade.

É preciso ter cuidado. Que saibamos escolher com dignidade os nossos representantes. Por último, dêem o fora nos mandões e seus comparsas.

Boatam na cidade que vão fechar o SEBRAE. Por que razão só o Crato entra nessa cota do sacrifício? Por que a outra cidade não participa desse sacrifício?

Afinal, não pertencemos à zona metropolitana do cariri?

Crato não merece isto.

Crato, 25 de agosto de 2010.

"De onde vens"- uma pérola da MPB !


De Onde Vens
Composição: Nelson Motta / Dori Caymmi

Ah, quanta dor vejo em teus olhos
Tanto pranto em teu sorriso
Tão vazias as tuas mãos
De onde vens assim cansada
De que dor, de qual distância
De que terras,de que mar
Só quem partiu pode voltar
E eu voltei prá te contar
Dos caminhos onde andei
Fiz do riso amargo pranto
No olhar sempre teus olhos
No peito aberto uma canção
Se eu pudesse de repente te mostrar meu coração
Saberias num momento quanta dor há dentro dele
Dor de amor quando não passa
É porque o amor valeu

Dori Caymmi


Dorival Tostes Caymmi, mais conhecido como Dori Caymmi, (Rio de Janeiro, 26 de agosto de 1943) é um músico brasileiro, filho dos também músicos Dorival Caymmi e Stella Maris. Irmão da cantora Nana Caymmi e do flautista, cantor e compositor Danilo Caymmi. O músico reside em Los Angeles, nos EUA, desde o final dos anos 1980.

Dori Caymmi é cantor, compositor e arranjador. Além do pai, sua principal influência é o movimento da bossa nova, tendo iniciado sua carreira nos anos 1960. Tem Paulo César Pinheiro como uma de seus principais parceiros. A empresa de Quincy Jones, a Quest Records, produziu alguns dos CDs do artista.

Dori Caymmi teve dois de seus CDs nomeados para o Grammy, Influências e Contemporâneos além de ter conquistado dois Grammy Latino, de melhor CD de samba Para Caymmi 90 Anos e de melhor canção brasileira "Saudade de Amar", em parceria com Paulo César Pinheiro.

Dori Caymmi é torcedor do Fluminense Football Club.
wikipédia


Nonato Buzar


Raimundo Nonato Buzar (Itapecuru Mirim, 26 de agosto de 1932) é um cantor, compositor e produtor musical brasileiro.

Descendentes de libaneses, Nonato iniciou sua carreira em 1953, quando tranfeiu-se para o Rio de Janeiro.

Teve composições gravadas por Adriana, Elis Regina, Alcione, Elizeth Cardoso, João Nogueira, Nana Caymmi, Rosinha de Valença, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, MPB-4, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Sílvio César, Nélson Gonçalves, Ivan Lins e Milton Nascimento, entre outros.

Como produtor musical, trabalhou nas gravadoras PolyGram (de 1969 a 1971) e RCA Victor. Nessa função, foi responsável por discos de Jair Rodrigues, Regininha, A Turma da Pilantragem, Jimmy Cliff, Festival Internacional da Canção e Wilson Simonal, entre outros.

Pegando carona, na deixa de Zé Nilton Mariano


LUA NOVA
Roberto Carlos/Erasmo

Lua nova quando fores e voltares
Traz de volta o meu amor
Que partiu não sei pra onde
E se esconde do outro lado
Dessa dor
De saber que ela comigo
Aqui não está
E por não saber agora onde andará
Eu preciso crer que o amor que ela
Me deu
Ainda é meu
Pelas ruas dos subúrbios mais distantes
Tenho andado a procurar
Nos arranha-céus do centro da cidade
Mas quem sabe se ela está
Desfilando agora pela zona sul
Tão bonita
Dentro de um vestido azul
Eu preciso crer que o amor
Que ela me deu
Ainda é meu
Lua
Ilumina a rua
Toda noite
Em cada fase sua
E diz a ela
Não posso mais
Ficar assim
Lua
Traz ela pra mim
Traz ela pra mim


Lua Nova
Torquato Neto
Composição: Edu Lobo / Torquato Neto



É lua nova
é noite derradeira
vou passar a vida inteira
esperando por você (BIS)

Andei perdido nas veredas da saudade
veio o dia, veio a tarde
veio a noite e me cobriu
é lua nova
nessa noite derradeira
vou me embora dentro dela
perguntar por quem te viu.


É lua nova
é noite derradeira
vou passar a vida inteira
esperando por você (BIS)


Essa noite é que é meu guia
essa lua é quem me guia
e você é o meu amor
meu amor...

Vou pela Estrada tão comprida
quem me diz não ser perdida
essa viagem que eu vou

É lua nova
é noite derradeira
vou passar a vida inteira
esperando por você (BIS)

Je suis moi - Françoise Hardy

Madrugada com Françoise Hardy



Je suis moi

Françoise Hardy
Composição: Paroles et Musique: Michel Berger 1974


Et la rue m'habitue à n'être plus personne
presque plus personne
et la ville me force à suivre son rhythme fébrile
son rhythme fébrile
mais quand on se retrouve
quand il rentre le soiril suffit d'un regard
et je suis moi
j'ai le ciel au bout des doigts
le monde au-dessous de moi
comme pour la première fois
je suis moi
j'entends, je sens et je vois
je suis moi
comme pour la première fois
je suis moi
et la rue me ramène à sa vie monotone
sa vie monotone
dans la ville je me perds,
je m'oublie, je m'abondonne
oui je m'abondonne
mais quand on se retrouve
quand le ciel devient noir
il suffit d'un regardet
je suis moi
j'ai le ciel au bout des doigts
le monde au-dessous de moi
comme pour la première fois
je suis moi
j'entends, je sens et je vois
je suis moi
comme pour la première fois
je suis moi
je suis moi
j'ai le ciel au bout des doigts
le monde au-dessous de moi
comme pour la première fois
je suis moi
j'entends, je sens et je vois
je suis moi
comme pour la première fois
je suis moi
je suis moi...

Françoise Hardy - Message Personnel...



Françoise Hardy - Message Personnel...

Au bout du téléphone, il y a votre voix
Et il y a des mots que je ne dirai pas
Tous ces mots qui font peur quand ils ne font pas rire
Qui sont dans trop de films, de chansons et de livres
Je voudrais vous les dire
Et je voudrais les vivre
Je ne le ferai pas,
Je veux, je ne peux pas
Je suis seule à crever, et je sais où vous êtes
J'arrive, attendez-moi, nous allons nous connaître
Préparez votre temps, pour vous j'ai tout le mien
Je voudrais arriver, je reste, je me déteste
Je n'arriverai pas,Je veux, je ne peux pas
Je devrais vous parler,
Je devrais arriver
Ou je devrais dormir
J'ai peur que tu sois sourd
J'ai peur que tu sois lâche
J'ai peur d'être indiscrète
Je ne peux pas vous dire que je t'aime peut-être


{chanté:}
Mais si tu crois un jour que tu m'aimes
Ne crois pas que tes souvenirs me gênent
Et cours, cours jusqu'à perdre haleine
Viens me retrouver
Si tu crois un jour que tu m'aimes
Et si ce jour-là tu as de la peine
A trouver où tous ces chemins te mènent
Viens me retrouver
Si le dégoût de la vie vient en toi
Si la paresse de la vie
S'installe en toi
Pense à moi
Pense à moi


Mais si tu crois un jour que tu m'aimes
Ne le considère pas comme un problème
Et cours, cours jusqu'à perdre haleine
Viens me retrouver
Si tu crois un jour que tu m'aimes
N'attends pas un jour, pas une semaine
Car tu ne sais pas où la vie t'emmène
Viens me retrouver
Si le dégoût de la vie vient en toi
Si la paresse de la vie
S'installe en toi
Pense à moi
Pense à moi.


Mais si tu...