Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 21 de julho de 2011

100 ANOS:Juazeiro do Padre Cícero do Crato...Um Poema Fotográfico-Wilson Bernardo.

As mão  rachadas pelo cabo da lida a enxada
Os lamentos e a graça desejada,na espera que se alcança
ao pé da estátua imóvel concretude na fé
O mundo tem a distancia das penitencias, a língua da mesma
palavra que se faz da fé parábolas
O milagre tem a sabedoria das andanças
de quem espera não se alcança
fronteiras do imaginário,a trilha que os pés ferida
Embalagens de plástico de viagens e longas
distancias
o inverno determina o cumprimento das promessas
a fome
a sede
bulachas de goma mascada
o sacramento do organismo em lágrimas.
O Cícero de todas as imagens e penitencias!
Wilson Bernardo(Poemas & Fotografia)

Coisas nossas, Por Zé Nilton

Só lembranças...

Se com a idade a gente dá para repetir casos antigos, palavra por palavra, não é por cansaço da alma, é por esmero”.(Chico Buarque de Hollanda).

Prazeroso seria puxar pela reminiscência dos amigos, principalmente de uma legião afeita a desafiar, quase que diariamente, as nossas retinas fadigadas para olhar pessoas, paisagens e acontecimentos, como faz o nosso confrade, o Blog do Sanharol, e indagar “quem são os da foto”? Sem dúvida muitos acabariam “descobrindo” quem é quem no quadro.

Mas não se trata disto. Quero falar de lembranças e de propósito.

Corria o ano de 1962. Um dia qualquer do mês de dezembro, com 12 anos completos, descia Lameiro abaixo, tangendo um jumento, levando água lá da “fonte de Dona Zulmira da Franca Alencar” para a minha casa.

De repente, ao passar em frente à residência das irmãs filhas de Santa Tereza, um homem de óculos de fundo de garrafa, do lado de dentro da cerca de arame, com gestos firmes, diz:

-Êi, Zezinho, - (todos os garotos, como fazia também o Mons. Montenegro, eram chamados assim)-, você quer aprender música e ajudar a missa?

Eu, meio abobalhado, nem disse que sim nem que não. Em casa, falei à minha mãe, que foi comigo, no outro dia, “saber dessa história”.

Padre Ágio foi em férias para o Sul, e eu fiquei aprendendo latim com uma irmã, muito linda e de voz rouca, que acabou sendo a minha primeira paixão e meu primeiro pecado, por pensamento.

Em janeiro de 1963, o Padre inicia o curso de teoria musical com 12 garotos. No mesmo ano estava formado o “Quarteto Villa-Lobos”. Olhem aí na foto: eu ao violão, PITUCHA (Alexandre Reinaldo dos Santos), de saudosa memória, ao contrabaixo, Augusto MOREIRA, de Figueiredo (de saudosa memória) no acordeón e o Padre Ágio no violino.
No natal daquele ano fizemos a nossa primeira apresentação pública no Hospital São Francisco, dirigido pelo saudoso Mons. Pedro Rocha de Oliveira.

Monsenhor Rochinha acostumado a assistir a Orquestra S. José, do Seminário, com cerca de 53 músicos, criada pelo sacerdote maestro, quando da nossa apresentação, abriu a cortina do auditório, dizendo:

- Em com as senhora e senhores, a orquestra do Pe. Ágio!

Muitos aplausos. Eu deveras envergonhado. Como quatro músicos formariam uma orquestra? Mas tudo perdoado por conta do entusiasmo do inquieto Monsenhor.

Outra decepção (talvez), esta do público, no mesmo auditório, no natal de 1966, agora com a formação de sete músicos. Explicando: desde 1965 a música “Olê, Olá”, de Chico Buarque, tocava nas rádios, na interpretação de Nara Leão. Chico gravou no ano de 1966. Pois bem, quando anunciamos a música “Oilê, Oilá”, vieram calorosos aplausos. Eu, já todo me “chiquetando”, senti o porquê da ovação. Que nada, a música era outra, e o título também. Mas no calor do momento, e a música do Chico fazendo sucesso, claro que o público esperava ser aquela obra prima da “unanimidade nacional”. No entanto tratava-se de uma toada do paulista Mário Pinto da Motta, também chamada “Deixa o Pinho Soluçar”, interpretada pela dupla paulistana Cascatinha e Inhana.

“Oilá, oilê
Deixa meu pinho gemê
Oilê, oilá
Deixa o pinho soluçá.
Minha viola
É puro sangue brasileiro
Pois foi feita de um pinheiro
Que veio do Paraná
Quando ela geme
Desabafa minha mágoa
Os meus olhos enchem d'agua
Com vontade de chorar.”

Em 1967, o hoje Mons Ágio cria a Sociedade Lírica do Belmonte, onde ainda hoje funciona, e cujo embrião resultou da formação dos músicos da Vila Santa Terezinha.

E é aqui que eu quero chamar a atenção. Não podemos nunca deixar desfalecer um projeto como o da SOLIBEL. As atividades desenvolvidas pelo complexo educativo-musical contribuíram para mudar a fácies do Belmonte e adjacências. Não é de hoje que a Sociedade Lírica passa por problemas de toda ordem. Um dia critiquei, mas conversei depois com pessoas ligadas às atividades, que têm dando o seu sangue pela continuidade do “sonho realizado”. Não me resta outra coisa a não ser também ajudar a que ela cumpra a sua tão singela missão.
(Foto reproduzida do livro “Um Sonho Realizado”, de Padre Ágio Augusto Moreira, edição do autor, s/d, Crato-Ce., p. 32)


E para quem gosta, no nosso programa Compositores do Brasil de hoje, às 14 horas, na Rádio Educadora do Cariri (www.radioeducadora1020.com.br), o singular Zé Rodrix e suas músicas ritmistas e pra cima.


Bom fim de semana.




Memória Paternas (postado por Armando Rafael)




Eliane Macedo Picanço, editora do Diário do Nordeste Infantil lança na livraria Cultura: Pela estrada do sonho e da poesia

Editora do caderno Infantil, do Diário do Nordeste, a jornalista e escritora Eliane Macedo Picanço lança hoje, 19h, na Livraria Cultura, "Pela estrada do sonho e da poesia"

O livro "Pela estrada do sonho e da poesia", da jornalista Eliane Macedo Picanço, que já havia lançado "A princesinha Luciana", "A aventura" e "Lívia", voltados ao público infantil, é dedicado ao seu pai Geraldo Macedo Lobo. Para ela, "um exemplo de vida para todos". "É uma experiência nova resgatar a história dele. O desafio foi fazer um livro com um linguajar acessível e simples e com a voz do coração", declarou.
90 anos
O mais recente exemplar que enriquece a literatura cearense celebra nove décadas de vida de Geraldo Macedo Lobo, que nasceu em 3 de dezembro de 1920 no Crato. No entanto, não foi possível, no ano passado, e somente agora vai ser disponibilizado para o público. Eliane Macedo Picanço revela que, para fazer esse livro-reportagem, realizou uma pesquisa que durou dois anos em jornais, livros e revistas que retratavam a vida dele. "Entrevistei, ainda, pessoas que tiveram contato com o meu pai, para poder contextualizar também fatos que não foram escritos como depoimentos e opiniões de pessoas sobre a seca de 32 e o Padre Cícero, que meu pai conheceu".
Tragédia
Um fator preponderante na vida de Geraldo Macedo Lobo, então com 12 anos de idade, foi a tragédia que abalou a sociedade cearense: o falecimento do seu pai, Eloi Lobo. Já no primeiro capítulo do livro "Pela estrada do sonho e da poesia", "A infância interrompida", Eliane Macedo Picanço relata o fato, quando da inauguração da primeira pista de pouso do Aeroporto Santa Teresinha, no Palmeiral, Crato.
"Era 16 fevereiro de 1933. Uma multidão acotovelava-se para ver o avião do Exército chegar. Eloi, tendo chegado atrasado ao evento, não percebeu que os observadores estavam sendo afastados para longe do avião. Eufórico e querendo parabenizar o primo aviador, passou pela multidão e se dirigiu à aeronave que acabara de aterrissar. Continuou andando e, ao virar-se para a direita ao invés da esquerda, não podia imaginar que naquele instante, acabara de dar novo rumo à vida de toda a família. A hélice, que ainda girava velozmente, mesmo após a aterrissagem, pegou em cheio o rosto de Eloi. A morte foi quase instantânea", escreveu ela.
O acontecimento entristeceu a família e, no dia seguinte ao enterro, a matriarca Maria Lobo retirou os filhos do colégio, por contenção de despesas. Ainda no mesmo capítulo, Eliane Macedo Picanço publica: "Dr. Manoel do Nascimento Fernandes Távora, o padrinho de Geraldo, o primogênito de Eloi, foi à casa da viúva e, comovido com a situação em que aquela família se encontrava, prometeu uma bolsa de estudos para o afilhado: um internato em Ouro Fino, Minas Gerais. A lógica da vida, que funciona de forma aleatória, trouxe a tristeza pela perda de Eloi a chance ímpar para seu primogênito se formar".
Geraldo foi o único da família a se graduar e sempre gostou de escrever poemas, brindando os amigos e familiares com seus escritos, os quais, alguns deles estão gravados por ele mesmo num CD encartado no livro tem a professora Elzenir Colares interpretando outros. Até hoje Geraldo ainda recita suas obras.
MAIS INFORMAÇÕES
"Pela estrada do sonho e da poesia", de Eliane Picanço, será lançado dia 3 de agosto de 2011, às 19h no Instituto Cultural do Cariri
NELSON AUGUSTO
REPÓRTER
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Exposição apresenta fotos íntimas da Família Imperial Brasileira

(Transcito do jornal “Folha de S.Paulo”, 21-07-2011)
T
eve início nesta quarta-feira (20), no Instituto Moreira Salles (centro de São Paulo), a exposição "Retratos do Império e do Exílio: Imagens da Família Imperial no Acervo de Dom João de Orleans e Bragança". A mostra exibe 170 fotografias pertencentes ao acervo do príncipe dom João de Orleans e Bragança, com curadoria do mesmo, ao lado de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto. Há retratos inéditos (em especial do período do exílio, após a proclamação da República) e fotos comemorativas, como na ocasião do fim da Guerra do Paraguai e da Abolição da Escravatura.









Imperador Dom Pedro II, em visita a Nova York, em foto de 1876 (à esquerda) e a Princesa Isabel em Paris, em 1910 (foto à direita)


(Postado por Armando Lopes Rafael)