Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Curtas - V - Por Aloísio

De dia,
Dialogo.
À noite,
Espero o dia logo.

Cidadania de resultado - Emerson Monteiro

Aqui vamos nós a colar os pensamentos no ato da escrita. Querer agora falar nos direitos da cidadania. Lembrar que houve tempo, de um Brasil recente, quando quase ninguém sabia disso. Apenas longos tapetes voadores circulavam o céu, caturando lugar nas praças, reclamando pista de pouso. Numa enxurrada só, em menos de um século, vieram morar no chão nacional os direitos da cidadania. Direitos civis, políticos e sociais.
Ao cidadão completo, os direitos civis significam os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei. A garantia de ir e vir, de escolher trabalho, manifestar o pensamento, de se organizar, ter respeitada a inviolabilidade do lar e da correspondência, de só ser preso pela autoridade competente e de acordo com as leis, de só ser condenando mediante o devido processo legal. São civis os direitos que têm por base uma justiça independente, eficiente, barata e a todos acessível.
Os direitos políticos, ao seu modo, representam a participação do cidadão no governo da sociedade. A base dos direitos políticos são os partidos e um parlamento livre e representativo.
E os direitos sociais, que garantem a participação do cidadão na riqueza coletiva por meio da educação, do trabalho, do salário justo, da saúde e da aposentadoria. Permitem às sociedades politicamente organizadas reduzir os excessos de desigualdade produzidos pelo capitalismo e garantir bem-estar mínimo. A ideia central que estrutura os direitos sociais é a justiça social.
Assim, mediante tão belas concepções filosóficas, as sociedades ocidentais letradas desenvolveram e praticaram os postulados estabelecidos no Iluminismo, e trouxeram ao poder dos estados modernos o ânimo forte das recentes constituições nacionais.
Contudo há os beneficiários da tanta luz da cidadania que, na contramão dos movimentos, estendem os braços e abrem as bocas quase só visualizando o egoísmo. Se há direitos, lhes pertencem por esperteza e dominação. Melhores estradas, melhores colégios, melhores manicômios judiciários, pistas pintadas, sinais funcionando, máquinas azeitadas e sofisticadas, repartições a todo vapor, no entanto para si e para os seus, totalitarismo de ocasião de causar náuseas e dó naqueles que ocupem a rabada nas filas, contrariedade pela ausência de cerimônia com que esses barriga cheia invadem a passarela, na intenção de comer a rifa da primeira garfada, esquecidos que sem direitos coletivos não existiria cidadania.
Isso assusta a ponto de aventarem até o pretexto de existir cidadãos de primeiras e segundas classes, absurdo de não ter tamanho. Mediante todas as conquistas da cidadania, cada cidadão preenche patamar único diante da soberania das leis. Esta grandeza representa, pois, os direitos que pertencem ao povo, livre de sobras ou contrapesos, primado de lutas e conquistas obtidas no decorrer de longos séculos.

COMPOSITORES DO BRASIL


SAMBA CANÇÃO – Parte I

Por Zé Nilton

Não faz muito tempo os músicos e compositores brasileiros chegavam a engalfinharem-se quando o assunto era ritmo. Consenso total sobre os ritmos de carnaval. Apesar de que houve um tremendo esforço para se chegar a uma conclusão quando da passagem do maxixe para as novas batidas sob o mesmo compasso. Acontecia de uma música ser escrita dentro de um ritmo e logo em seguida ser registrada e até gravada sob outro gênero. É o caso de “Pelo Telefone”, “ Aí, ioiô” etc.

O samba canção surgiu assim meio sem querer no interior do mundo da música no Brasil. Precisava-se de músicas para preencher a vaga deixada pelo tempo do carnaval e eis que, - “olha só o que é que eu fiz”... - Mas isto é parecido com bolero, não ? - Não, é um sambinha. – Eu acho que parece com canção. – Bota aí para as músicas de meio de ano e estamos conversados.

No meio do ano cabiam todos os ritmos, menos os de carnaval.

Diz-se do samba-canção muito adequado à dolência e a malemolência do momento social das classes médias urbanas. Arre égua, também somos um povo sentimental, que chora quando ouve certas melodias, assim como italiano.

Na historiografia da Música Popular Brasileira, que adora uma periodização adorada pela História, o samba canção tem dia, hora e ano de seu nascimento. Exagero meu, mas consta que surgiu no ano de 1928 quando Henrique Vogeler, um pianista carioca, compôs a música que passou para a posteridade com três nomes: “Linda Flor”, “Meiga Flor” e “Ai, ioiô”, e ainda começa com um “ Ai, Iaiá”. Consta igualmente a sua consagração pelo povo como “Ai, Ioiô”.

Na verdade, a letra desse samba casa com a idéia de romantismo na música, quando vai buscar elementos da linguagem do mundo rural, afirmando seus aspectos bucólicos. E haja “sofrê”, “oiá”, “oinho”, ‘inté’ e vai por ai...

Mas o samba canção tem um grande mérito. Deu a cancha para a bossa nova. Nos anos 50 o ritmo se encaixou perfeitamente no novo projeto musical. Uma beleza, que o diga João Gilberto!

Disse das encrencas pela afirmação do ritmo. Passei por uma dessas experiências. Menino, lá pelos fins de 1950, assisti, involuntariamente, um pega entre o famoso cantor cratense, Célio Silva, e um violonista que mais tarde vim saber tratar-se de Pedro Vinte e Um, habitué e tocador dos diversos cabarés da cidade. Não esqueço a fisionomia fechada e palavrões de toda magnitude de Célio Silva em cima de seu acompanhante. – Isto não é bolero, Pedro, isto é samba canção! Sabe o que é samba canção, porra? Vozeirão na música, vozeirão agudizado pela cachaça na direção do cada vez mais encolhido mestre Pedro Vinte e Um.

O samba canção no COMPOSITORES DO BRASIL desta quinta. Vamos aproveitar, na primeira e segunda parte, a sequencia levantada pelo eminente crítico e músico Tárik de Sousa, com 24 dos melhores samba-canções de todos os tempos.

AI, IOIÔ, de Henrique Vogeler, Marques Porto e Luis Peixoto com Araci Cortes
SAIA DO CAMINHO, de Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy com Aracy de Almeida
SEGREDO, de Herivelto Martins e Marino Pinto com Dalva de Oliveira
NERVOSS DE AÇO, de Lupicínio Rodrigues com Paulinho da Viola
CANÇÃO DE AMOR, de Chocolate e Elano de Paula com Elizeth Cardoso
FOLHA MORTA, de Ary Barroso com Jamelão
DUAS CONTAS, de Garoto com Maria Creusa
NÃO DIGA NÃO de Tito Madi com Tito Madi
MARINA, de Dorival Caymmi com Dick Farney
NINGUEM ME AMA, de Antonio Maria e Fernando Lobo com Nora Ney
SE VOCÊ SE IMPORTASSE, de Fernando Cesar com Doris Monteiro
MOLAMBO, de Jaime Florence e Augusto Mesquita com Rosa Passos

Quem ouvir verá!
Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
www. radioeducadoradocariri.com
Acesse: www.blogdocrato.com
Quintas-feiras, de 14 às 15 h.
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Direção Geral, Dr. Geraldo Correia Braga

Saudades de Joaquim e Darcy - José do Vale Pinheiro Feitosa

Eu gostava muito de Joaquim Barbosa. Homem simples, camponês agregado, morando em casa de taipa coberta com telhas: sem luz elétrica, água encanada ou vaso sanitário. Joaquim quase não se sentara nos bancos de escola, mas era leitor feroz das revistas de então e dos jornais que chegavam até suas mãos. E chegavam, ele sabia quem os lia e os aproveitava, já amassados, após os donos terem vasculhando as páginas. Lia matérias defasadas em relação ao proprietário, mas no final sabia mais do que ele. Joaquim sabia decifrar aqueles fragmentos dos dias e torná-los uma narrativa do tempo e do espaço.

Joaquim foi-se com a curvatura do tempo que dizia Einstein existir, me deixou saudades, este sentimento de solidão. Hoje me vejo na companhia de gente que lê e não interpreta, que vê e não traduz, que ouve e tudo flui como a água num cano que irriga outras paragens.

Outro dia li a alegria de alguém por que o presidente Pinera do Chile subiu de popularidade com o resgate dos mineiros. Joaquim não veria qualquer ânimo numa coisa de morte como a exploração dos mineiros no Chile. Logo o presidente da cúpula dos endinheirados do Chile? Cujo irmão é sócio no principal produto do país: a mineração? E os mais de 30 mineiros que morrem a cada ano por descaso? E a inexistência de equipamentos de escape, nem uma escada havia? E os trezentos mineiros que não foram soterrados e estão na miséria por que os donos faliram a mina, mas não suas vidas particulares.

Ah! Joaquim, como os bancos escolares que não fizeram falta alguma a ti, influência alguma fez no caráter desta gente? Que não aprendeu nada a não ser que eras a escória da história e eles os letradas herdeiros do mundo. A gente que acha que São Paulo é quem deve mandar até no porquinho que tu, a custa da “lavagem” da casa de alguns, criavas para um dia de fartura com a família. Esta gente que nasceu para obedecer, rosnar como cão de guarda e comer os ossos descarnados pelo prazer de quem os dar.

Quando vejo tua dignidade não quero dizer que a pobreza de tua vida foi a causa da riqueza que a expressou. Não é isso, é apenas me assustar com o fato de que o progresso material de quem muitas vezes veio de baixo e ao invés de se dignificar com o progresso de todos, se amofina no reconhecimento puro e simples do progresso concedido por outros. É assistir, sem nada poder, ao suicídio da honra destes sujeitos concedidos na varanda apenas para se admirar do brilho dos salões.

Pois bem, hoje eu tive raiva de você. De me mostrar a altivez do indivíduo, a grandeza da unidade entre eles, o caminho que é de todos o é de cada um. Não é isso o que vejo nalguns que a escola deveria ter salvo. É este desencanto com o único caminho para salvação que via como sendo a educação. E, eles, tão educados, tão plenos de referência, apenas se sentem como arautos do desfile majestoso dos ricos e poderosos. Eles que consciência alguma têm da história.

Estou triste com eles. Não pela humanidade e me perdoe pelas palavras de raiva de balbuciei acima. Apoiar as palavras de Darcy Ribeiro: “Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.

Onde você guarda os seus olhos ? - Por Rubens Alves

Numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou- se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam  a presença  de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava- se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.


Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls
3.

Lula


Luiz Inácio Lula da Silva (Garanhuns, 27 de outubro de 1945, mais conhecido como Lula, é um político e ex-sindicalista brasileiro. Ele é o trigésimo quinto e atual presidente da República Federativa do Brasil, cargo que exerce desde o dia 1º de janeiro de 2003.

Lula, forma hipocorística de "Luís", é sua alcunha desde os tempos em que era representante sindical. Posteriormente, este apelido foi oficialmente adicionado ao seu nome legal para poder representá-lo eleitoralmente. É co-fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1990, foi um dos fundadores e organizadores, junto com Fidel Castro, do Foro de São Paulo, que congrega parte dos movimentos políticos de esquerda da América Latina e do Caribe.

Lula é o brasileiro que mais vezes se candidatou à presidência da República do Brasil, sendo candidato a presidente cinco vezes.

Em 2006 ultrapassou Rui Barbosa, que se candidatou quatro vezes.

Com carreira política feita no estado de São Paulo, Lula é o único presidente do Brasil nascido em Pernambuco. Seu patrimônio pessoal, conforme declarado à justiça eleitoral por ocasião das eleições de 2006, foi avaliado em cerca de 840 mil reais

Segundo a revista norte-americana Newsweek, Lula se encontrava em final de 2008 no 18° lugar das pessoas mais poderosas do mundo, ocupando a liderança do ranking na América Latina. Em lista divulgada pela revista Forbes em novembro de 2009, Lula foi considerado a 33ª pessoa mais poderosa do mundo. Em ambas as listas, primeira colocação mundial é ocupada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Em 2009 foi considerado o 'homem do ano' pelos jornais Le Monde e El País. De acordo com o jornal britânico Financial Times foi uma das 50 pessoas que moldaram a década pelo seu "charme e habilidade política" e também por ser "o líder mais popular da história do país."[9] Para o Instituto Datafolha, Lula era a personalidade mais confiável dentre uma lista de 27, em pesquisa publicada no primeiro dia do ano de 2010.No Fórum Econômico Mundial de 2010 realizado em Davos na Suíça recebeu a premiação inédita de Estadista Global, pela sua atuação no meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e ações em outros setores com a finalidade de melhorar a condição mundial Lula não foi pessoalmente receber o prêmio pois estava com pressão alta No seu lugar foi escalado o chanceler Celso Amorim que leu o discurso de Lula, quebrando o protocolo de Davos, que diz que uma terceira pessoa não pode ler o discurso de outra

Uma publicação do jornal Haaretz, com sede em Israel, feita em 12 de março de 2010, afirmou que Lula é o profeta do diálogo, por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio.A revista Time figurou Lula como um dos 25 líderes mais influentes do mundo em abril de 2010.

Também foi condecorado pela Organização das Nações Unidas como o Campeão Mundial na Luta Contra à Fome e à Desnutrição Infantil Premiação que já foi entregue a Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial e Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.

Luiz Inácio Lula da Silva será um candidato ao Prêmio Nobel da Paz para o Brasil em 2011 Lula é conhecido internacionalmente por combater a fome, a pobreza e o analfabetismo de forma democrática assegurando qualidade de vida para as populações mais miseráveis de seu país sul-americano

wikipédia

Maurício de Sousa


Maurício de Sousa (Santa Isabel, 27 de outubro de 1935) é um dos mais famosos cartunistas do Brasil, criador da "Turma da Mônica".

Graciliano Ramos


Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1953) foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX,autor de Vidas Secas.

De coração para coração - Colaboração de Socorro Montoril

(Leticia Thompson)
"O que separa corações não é a distância, é a indiferença.
Há pessoas juntas estando separadas por milhares de quilômetros e outras separadas vivendo lado a lado.
Muitas vezes nos importamos com o que  acontece no mundo, nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado, na nossa casa, na nossa família e mesmo na vizinhança.
Colocamos sem querer, barreiras entre os corações que nos cercam.
A indiferença mata lentamente, anula qualquer sentimento; e assim criamos distâncias qduando estamos tão próximos"

Chuva na Tarde - Foto de Heládio Teles Duarte

O Crato vestiu-se de brumas . A natureza ao invés de encolher-se  borbotou suas águas, alagou suas calçadas, e deixou  que a flora seca, tórrida, exuberasse o cheiro do cio da terra. Estou feliz.  A chuva nos traz  esperança , e cede lugar ao pensamentos reprodutor, primaveril. Melhor, estraga.
Teremos o caju e a manga, a seriguela, o cajá ,  cajarana,  umbú, e até pitomba e pequi, no tempo certo. Mais tarde, preparem os tachos para as pratadas de canjica, caneladas , com leite puro de vaca, e aquela colherzinha de manteiga pra finalizar o gosto.
Acho que a cidade devia ficar acorrentada como em Parati. Todos devíamos morar no pé da serra e trocar manjericão por capim santo. Sonho com meu Crato verde, respirando, florindo, e panfletando a poesia da sua energia.
Linda foto, Dr.Heládio. Fica até adequado, abrir uma garrafa de vinho e petiscar um queijinho.


Grande abraço.

Eleição- recebido por e-mail

Andréia Sadi, enviada a Fortaleza | 26/10/2010 17:38


A candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, realizou na tarde desta terça-feira carreata pela cidade de Fortaleza, no Ceará. O deputado Ciro Gomes (PSB), que acompanhou a presidenciável no trajeto, cantou o refrão entoado pelos militantes: “Serra não, mamãe”. O irmão de Ciro e governador do Estado reeleito pelo PSB, Cid Gomes, afirmou que Dilma não cantou a música e apenas “deu risada”.

Foto: Agência Estado

Dilma Rousseff faz carreata em Fortaleza

A petista tentou caminhar por Fortaleza, mas foi impossível percorrer as ruas a pé por causa da multidão que tentava ver a candidata. Assim, a postulante recorreu ao jipe para fazer carreata pela capital cearense. Além de Cid e Ciro Gomes, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), acompanhou Dilma na carreata.

A postulante não concedeu entrevistas em Fortaleza e foi direto ao aeroporto. Ela ainda faz campanha em mais dois Estados nordestinos nesta terça-feira: Pernambuco e Bahia.



Veja as imagens da carreata e ouça a música "Serrra não, mamãe"


As manchetes escolhidas - José do Vale Pinheiro Feitosa

Reconheço que a escolha de outro seria diferente. De qualquer modo, a quem interessar possa aqui algumas das manchetes colhidas na rede mundial de computadores (para um cabra da Batateira é chique não é, falar em rede mundial?):

Hugo Chávez nacionaliza fábrica de garrafas: o presidente da Venezuela nacionalizou e compensou a matriz americana pelo ato. Se foi justo não sei, mas o homem diz que vai apurar o quanto ela levou de recursos básicos da Venezuela nos anos em que operou no país. Nacionalização de garrafa não é uma piada, mas é impossível segurar o canto da boca.

Em votação, Assembléia Geral, pede o fim do embargo a Cuba: só quem votou contra foram o embargador mor, EUA e o sub-embargador, Israel. Algumas ilhas de deus-me-livre, com medo de perder o comércio de chapéus e bonés para turistas se abstiveram. Algo mudará? Difícil a intolerância não é movida a consciência e nem por respeito ao outro.

A vergonha do EUA exposta: o grande jornalista Robert Fisk, destes de fazer vergonha aos leões marinhos que se insolam às costas dos patrões, revela o segredo do mais escandaloso site: o Wikeleaks. O site virou a sensação do ano ao expor as entranhas sangrentas das guerras do Iraque e Afeganistão. Vazou documentos oficiais do Pentágono. Não tem escapatória, simulação ou negativas. São os próprios documentos originais. Para Fisk o site é mantido pelo alto escalão das forças armadas americanas em vingança pelo enxovalhamento de seus atos com a covardia dos comandantes “republicanos” da guerra.

Serra é a melhor escolha para presidente, diz FT: reproduz a BBC Brasil. FT quer dizer Financial Times. Para o jornal os candidatos são iguais, mas a dubiedade substantiva e verbal da palavra serra é melhor, pois afasta a influência de Lula. Isso em editorial, portanto se até os banqueiros ingleses reconhecem, chega ser uma covardia estranhar os editoriais do Estadão, Folha e Globo.
Comparato: Revista do Brasil é órgão de imprensa e deve ter plena liberdade. Publica o blog da Rede Brasil Atual sobre a sua revista que foi impedida de circular e nem veiculada pela internet por ordem do TSE. Os “democratas” que choram a dor das raposas nem uma linha pelas galinhas. Nem podiam: foi o PSDB quem pediu através de uma ação com segredo de justiça. Por isso a liberdade de expressão e à informação precisa ganhar as ruas.

Serra atribui irregularidades no metrô de SP a construtoras, foi a manchete que resultou da reportagem denúncia da Folha de São Paulo. E defendo o candidato, o ex-governador não tem nada com isso, a culpa é mesma das construtoras que têm o vício de querer usar o dinheiro público como lhes convém, em substituição ao poder institucional criado pela sociedade. Mesmo que alguém no governo Serra tenha se corrompido, as construtoras têm de ser denunciadas. Desse modo o candidato talvez compreenda a diferença entre um evento localizado e a universalidade com que brinda a adversária.

Ou estou enganado?

Cala-te, Fernando – Por José Nilton Mariano Saraiva

Por conveniência, leniência ou incompetência (sem trocadilho), a mídia brasileira jamais contestou ou questionou seriamente as declarações do ex-presidente FHC, o sociólogo fajutão que não entende nada de gente, de pessoas ou do ser humano. Tido e havido como o “rei do gogó”, capaz de levar os menos avisados no “papo” ou “conversa fiada” até com certa facilidade (ele mesmo se vangloriou disso em uma dessas revistas semanais, ao comentar sobre suas palestras internacionais), referida figura sempre deitou e rolou absoluto em seus pronunciamentos à mídia tupiniquim, como se fora o dono da verdade absoluta, sem que fosse confrontado pra valer.
Eis que agora, depois de anos condenado ao ostracismo e evitado até pelos próprios companheiros de partido, que o esconderam durante a recente campanha eleitoral em razão do legado desastroso ou verdadeiro caos que foi o seu governo, FHC ainda encontrou quem se dispusesse a lhe conceder valioso espaço para verbalizar suas basbaquices e asneiras, via divulgação de uma “carta aberta ao Presidente Lula” (onde mostra profunda inveja do metalúrgico que lhe mostrou como se administra um país, independentemente de currículo acadêmico).
Foi seu erro maior.
Contemporâneo de FHC lá no Chile, quando do exílio por motivos políticos, o professor emérito da Universidade Federal Fluminense, Theotônio dos Santos, dirigiu-lhe uma assertiva e “contundente” carta aberta, onde dinamita e põe por terra, um a um, as fanfarronices por ele elencadas na carta ao presidente Lula da Silva.
Aos fatos.
1) Que o plano real acabou com a inflação: na verdade, segundo Theotônio, os dados mostram que até 1993 a economia mundial, “in totum”, vivia uma hiperinflação, a ponto de todas as economias apresentarem inflações superiores a 10%. A partir de 1994todas as economias do mundo apresentaram uma sistemática e consistente queda da inflação – ou deflação - para menos de 10% e não só o Brasil (portanto, vamos acabar com a blasfêmia que o governo Lula estaria apoiado nessa premissa para alcançar resultados positivos); na verdade, a inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o governo FHC e o real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada e não o foi; 2) Que o real era uma moeda forte: como explicar então que essa mesma moeda, que no início do governo FHC valia 0,85 do dólar, no decorrer de oito anos haja se desvalorizado quatro vezes, com a moeda americana chegando a atingir quatro reais (a verdade verdadeira, e quem entende um pouco de economia sabe disso, é que, de maneira irresponsável e suicida, por questões eleitoreiras o “real” foi mantido artificialmente com um alto valor, levando-nos à crise mundial de 1999); 3) Sobre o rigor fiscal: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal ??? Nem aqui, nem na China; 4) Quanto à evasão de divisas: em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS e teve que se ajoelhar ante o FMI, Banco Mundial e BID, a fim de arranjar “money” pra saldar seus mais urgentes compromissos (só pra ilustrar, hoje nossa reserva monetária atinge 270 bilhões de dólares; 5) Mídia subserviente: por mais que tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo (que o diga o Serra na atual campanha, que mesmo contando com o apoio de boa parte da mídia, falta-lhe o essencial: apoio popular).
Alfim, a conclusão fulminante do professor Theotonio é antológica: “Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil, teórica e politicamente, de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população”.
Xeque-mate. Ou que mais ???
Portanto: cala-te, Fernando !!!

A IMPORTÂNCIA DO AGRADECER E DO SE ENCANTAR


Hoje bem cedinho deitado no sofá da sala iniciei um processo de reflexão a respeito dos meus estados de consciência. Relembrei o ano de 1988 onde passei por momentos espetaculares num estado de inconsciência incomum. Tentei recapitular como consegui entrar nesses estados incomuns da consciência. E nessa reflexão cheguei a conclusão que eu havia descoberto um caminho novo de encantamento e agradecimento.

E por circunstâncias da obrigação de ter de ganhar dinheiro para sobreviver e pagar minhas contas fui forçado a trilhar o outro caminho da razão, do cálculo, do progresso material e materialismo do consumo. E com isso me afastei dos exercícios essenciais para a evolução da sensibilidade humana.

Hoje ainda sinto o poder encantador que se processou, em 1988, em minha própria alma quando consegui me concentrar mais no processo de sentir do que de pensar. Cheguei a passar dias em êxtase de forma incondicional equilibrando as duas forças humanas que criam o destino, o desenvolvimento e o mérito pessoal.

Existem vários níveis de encantamento e contentamento. O maior de todos, sem dúvida, é o espiritual. Infelizmente a humanidade em que vivemos esqueceu esse método de autoencantamento, por isso ela sofre e adoece: uma pandemia!
Encantar, encantar, encantar....encantar-se consigo mesmo, com o Eu superior que habita mundos paralelos na multidimensionalidade da consciência humana. O AMOR UNIVERSAL tão falado e recomendado por CRISTO nada mais é do que a unidade (entre as polaridades ontológicas) gerada num processo de autoencantamento.

Daí a necessidade do “orai e vigiai”, “amar uns aos outros” e ser feliz incondicionalmente.

São Francisco de Assis descobriu esse caminho que não tem palavras para se explicar ou descrever – somente podemos senti-lo! São Francisco agradecia e se encantava com tudo a sua volta: pássaros, humanos, animais, árvores, o céu, o mar, as estrelas etc.

E por não seguirmos esse caminho de sensibilidade fina e profunda criamos um mundo desencantado com tudo (o famoso sociólogo MAX WEBER nos alertou sobre suas conseqüências racionais) e consigo mesmo.

"Pais, educadores, sociedade, tradições
Cada um descarregou seu passado em ti
Vestes cada um desses modelos
Quando te comportas como eles te ensinaram
Mensagens de pureza branca
Mensagens negras de morte e suicídio
Mensagens cor-de-rosa, ingênuas,
Que só esperam Papai Noel
Vermelhas de raiva, esverdeadas de ódio
Amarelas de melancolia e tristeza
Cinzentas e apagadas com a depressão
Mensagens de angústia na competição
Portadoras de ansiedade na insegurança
Mensagens, mensagens, mensagens
Mil cores, mil estímulos, mil setas
Penetrando em tua mente nova
Não existas, Não penses, Não sintas" (VECCHIO, Egidio, Fiel a Ti Mesmo, 1977,p.30-31).
Obs: dia 30 de outubro as 8:00 hs estarei realizando uma cirurgia no Hospital do Amparo - RJ.

CHUVA. Liduina Belchior.


Chuvas caindo no chão
Chão molhado de outubro
Outubro não é do caju
Caju que é de novembro
Amor no coração de mulher
Privilégio de seres sãos.
Vida
- Claude Bloc -


 
Tu me olhas distante
És fonte
és ponte
és rio,
És minha estrela da sorte
Meu eterno desafio


Claude Bloc
(UNI) versos (IN)versos
- Claude Bloc -


Hoje a noite me afaga
Hoje o tempo me afoga
Deito na teia da noite
Deito na seda do dia.
Entre cores sonolentas
Pesco as tardes febris
Fecho as portas da lua
Faço o que sempre quis...
Quero mimar as estrelas
Soltar pedrinhas na rua
Quando me deito na rede
Minha vida compactua.


Claude Bloc
Me permita
- Claude Bloc -


Me permita ser teu silêncio
E fluir no teu peito transparente
Me permita ser tua sombra
E seguir os teus passos lentamente

Me permita ser a quietude
Que invocas quando esmoreço
Me permita ser o teu sonho
E varrer os dias sombrios

Me permita ser tua palavra
Teu abraço
Tua voragem
Teu abrigo.
Claude Bloc