Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago - por José do Vale Pinheiro Feitosa

José Saramago,

Sabe aquela escuridão, mofada, entremeada de teias de aranha, que entupia os tubos pelos quais se respira, foi ela que te transportou para as paredes vulcânicas das Ilhas Canárias. Tu, carregado pelo braço leve de Pilar del Rio, fostes além daquele adro católico que enterra a alma portuguesa como um manto a sufocar o broto de novas flores. Sal amargo, salamargo, salamandra das pedras das Canárias.

Membro do partido comunista em solo português, como este da terra brasilis, senha para ser perseguido, acusado, demitido, culpado de tudo, até da fúria dos poderosos que, violenta, lanha tua pele em chagas. Pois quisestes muito,“participar em acções reivindicativas da dignificação dos seres humanos e do cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos pela consecução de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade absoluta, e não o comércio ou as lutas por um poder hegemónico, sempre destrutivas.”

Aquela hierarquia das cinzas, tumular dos espíritos obrigados a nascer. Tão pálida de luz e de olhos fundos, refestelada nas adegas de conventos, nos anéis cardinalícios, junto ao coração da piedosa esposa do Sr. Ministro. Ali, ao pé do ouvido, no silêncio de corredores, na ausência de testemunhas, todo um povo pobre e sofrido perdeu o progresso do século, sofreu o abandono da nova jornada interrompida num lamaçal que atolou a todos por quase um século.

E quando tua família sai pelas brechas incontidas do regime de contenção, tornaste-se, tu, Saramago, hoje reverenciado pelos cínicos que te atraiçoaram, pelo mesmo Cavaco Silva do teu exílio nas Canárias quando ousastes ser um evangelista com as marcas do tempo de agora. E teu relato autobiográfico revela a falência do ensino técnico dos tempos “americanhalhados” da indigência pedagógica do Brasil. Do ensino, tornado aborto do espírito humano, de porcas, parafusos e arruelas.

Como dizes: “meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura.”

Sabe Zé, quando falastes da morte sem medo, falavas da vida. Ficou uma sensação de que o contrário da vida não é a morte, esta instituição lendária. O contrário da vida é o medo, o apego ao inseguro como se rocha fosse e tal apego não passa de um bem material em processo de liquefação. Como todos os bens e riquezas, que servem mais para causar dor no outro, do que dar coragem a quem os possui. E tudo, Zé, para demonstrar a burrice de alcaides, prefeitos e vereadores, bibliotecas para a juventude não existem. Como tu, no teu atrasado e espezinhado Portugal ainda pudeste freqüentar: “frequentar, nos períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.”

Zé, o mundo é outro mesmo! Os livros se tornaram produtos comerciais. Os escritores meros anéis de ligação na máquina de produção, distribuição e consumo. Bem sabes que teu mundo se tornou universal pelo Prêmio Nobel, sem o qual, talvez, ninguém te escutasse tanto quanto se escutou e hoje, condoídos, repetem o quanto tinhas para dizer. Se não fosse o prêmio, bem menos.

Outro dia, Zé, olhando o calendário das tuas publicações outro sentimento me roubou da mortalidade. Não eras aquele tipinho de mídia, precoce, veloz, que se torna personalidade como Lady Gaga, assim como uma espuma de shampoo. Escorre pela pele e se vai pelo ralo da próxima atração. Tuas publicações é a senha para que todo escritor, todo poeta, todo artista vá muito além dos limites de si mesmo e daqueles externos que existem para te confundir.

Se tinhas 24 anos quando de tua primeira publicação, tanto tempo não viram letras impressas dos teus poemas. Somente aos 43 anos retornastes às publicações com teus poemas. O primeiro romance aos 55, outro aos 57, levaste uma década escrevendo mesmo romance. Eis a marca de que não é no sucesso, na idade e nem no produto que “todo artista tem ir onde o povo estar”.

José Saramago, um humano como nós. Um ateu que escreveu um evangelho. Um comunista que viveu a perseguição de sê-lo.

Dando uma passadinha ...

Hoje foi um dia meio atravessado. Recebi notícias de uma morte , que graças a Deus não aconteceu. Fui esperar Claude no Aeroporto, e o voo estava sem previsão de chegada. Agora estou aqui , esperando a campainha tocar ...
Tenho acompanhado os jogos da copa.  Torci contra a Alemanha, Itália, Espanha,  e embora  reconheça  o talento da equipe da Argentina, espero   que ela não ganhe do seu próximo adversário.
Na realidade , a gente acaba torcendo pelos mais fracos ... Brasil faça a sua parte !l
A festa do Cariricaturas , se depender de venda de ingressos , eu digo  que  está bombando !
Faltam  49 mesas, em 18.06.2010.
Quem desejar um lugar especial faça a  sua reserva !

Por Saramago



"Não sou pessimista, o mundo que é péssimo."
"O tempo é uma superfície oblíqua e ondulante que só a memória é capaz de fazer mover e aproximar."
"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."
"Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória."
"Os lugares-comuns, as frases feitas, os bordões, os narizes-de-cera, as sentenças de almanaque, os rifões e provébios, tudo pode aparecer como novidade, a questão está só em saber manejar adequadamente as palavras que estejam antes e depois."
"É preciso variar, se não tivermos cuidado a vida torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca."
"Há situações na vida em que já tanto nos dá perder por dez como perder por cem, o que queremos é conhecer rapidamente a última soma do desastre, para depois, se tal for possível não voltarmos a pensar mais no assunto."
"Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos."
"De que adianta falar de motivos, às vezes basta um só, às vezes nem juntando todos.
"Berlusconi é uma coisa perigosamente parecida com um ser humano, uma coisa que dá festas, organiza orgias e manda em um país chamado Itália".

E para finalizar o vídeo emocionante. Lindo demais. Viva Saramago!

http://www.youtube.com/watch?v=Y1hzDzAvJOY


 

O calor do sol




1. O calor do sol

Os patos marcham na água do riacho.
O peru grita, protesta, contra o sol
E a solidão de ser um bicho entre os bichos.

Os bezerros pastam à sombra das jabuticabeiras.
Um mais afoito deita-se e espera, enquanto
Os outros mugem e se coçam, inquietos.

A lenha verde queima no fogão.
As labaredas sobem pelas paredes,
Estralam, estouram e caem por terra.

A água cai do alto da caixa d’água
Para o pequeno lago das carpas douradas.
A água canta e valsa entre a folhagem.

Contemplo as rosas vermelhas no galho.
A laranja explode com o calor do sol.



2. Alguns bichos

O peru caminha no pasto
Perto do lago onde a pata
Navega com os seus patinhos.

A ovelhinha malhada
Mama com desespero amoroso
Na tetas da mãe.

O porco me olha com olhos humanos
E fuça e rola e extasia-se
Com a lama do chiqueiro.

O cavalo olha para trás
Antes de beber a água do rio.
Tem as costelas da dor à mostra.

As vacas penetram no mato
Seguidas da imponência das garças.




3. A nudez e a sede

A corruíra na raiz da velha figueira.
A maritaca no alto do telhado.
O leque da pomba abana o tempo.

O homem se encontra, como num espelho,
Ruga a ruga, no tronco da figueira.
O sol estrala refletido nas folhas verdes.

À frente a paineira despida, seca, nua
Como se fosse morrer. A maior nudez
É a nudez da morte.

A estrada esburacada perde-se ao longe.
Ninguém vai, ninguém vem. Solitária,
Conversa com seus próprios buracos.

Os cactos partem-se ao sol, com sede.
Um cão chega, cheira e urina num cacto.

__________

O BARULHO DAS VUVUZELAS - Por Edilma Rocha



Não temos como fugir, estamos em
meio a copa do mundo com o seu barulho ensurdecedor. As cores verde e amarelo estão por toda a parte, numa simples bandeirinha na mesa do escritório até a decoração caprichada nos bairros humildes fazendo viver a alegria gratuita e igual para todos.
Nunca se vendeu tantas buzinas numa copa do mundo. Se saímos de casa, a cada semáforo no trânsito os vendedores nos abordam com as malditas buzinas dos africanos. Até aqui temos que aguentar isso! A tradição dos africanos contagiou a todos com o barulho infernal das vuvuzelas. Imagino como será isso ao vivo dentro de um estádio lotado, impossível de conversar, reclamar e até de ouvir o apito do juiz na partida. Mesmo distante e na televisão o barulho nos incomoda, não ouvimos os pitacos dos técnicos e nem os gritos dos jogadores. Para o time deve ser insuportável estar exatamente no meio da poluição sonora tirando a concentração no jogo. O juiz precisa chegar bem perto dos jogadores para se fazer ouvir nas suas penalidades. Ao mesmo tempo que se vendem as vuvuzelas também são vendidos os fones de ouvido. É comum ver as imagens de adultos e crianças com um par de fones enormes tentando escapar com a audição preservada. A poluição pinta e borda na África do Sul sem direito a proibições. A escala de um decibelímetro para ver a grau da poluição sonora varia de 0 à 180 graus. A poluição sonora pode causar surdez, stress, insónia, gastrites, prisão de ventre, pressão alta, enfarto, derrame e até impotência sexual. Os decibéis que ultrapassem 55 graus já são considerados nocivos à saúde e as consequências aparecem com o passar do tempo. Acho que na África do Sul não funcionam os órgãos competentes que façam funcionar as leis da OMS, Organização Mundial de Saúde, pois com isso iria prejudicar a diversão dos africanos.
Não temos escolha , quem gosta de futebol tem que aguentar o som irritante durante os noventa minutos de cada partida. Nosso time quer o hexa mais corre devagar e molenga na partida esperando não sei o que nos passos demorados. Atrasam a bola como se já estivessem ganho o jogo, enquanto isso não escutam os gritos de incentivo da torcida pedindo agilidade em busca do tão aguardado gol. Temos que mudar a tática do jogo enquanto é tempo, Vamos lá Dunga!
Será que esses africanos não cansam as bochechas... não ficam de garganta seca... preferem buzinar a se deixar levar pelas emoções da partida de futebol...
Vá entender a tradição e a cultura de um povo. São animados e dançam sem parar e isso já seria bonito o suficiente dentro do estádio. As vuvuzelas deviam ser proibidas, mas como isso não acontece, vamos ter que assistir uma copa do mundo barulhenta e com atletas stressados pela maior poluição sonora do planeta.


Edilma Rocha

Pensamento para o Dia 18/06/2010


“Todo ser vivo anseia por felicidade. Ele não deseja miséria. Alguns desejam obtenção de riquezas, alguns acreditam que ouro pode fazê-los felizes. Alguns acumulam artigos de luxo, alguns colecionam veículos, mas todos são compelidos a obter coisas que acreditam lhes dar alegria. Mas aqueles que sabem onde conseguir a verdadeira felicidade são muito poucos. Felicidade sátvica é de natureza tal que parece ser tóxica no começo, mas depois se transforma em néctar. Essa felicidade é conseguida através da consciência do Eu Superior usando práticas espirituais (Sadhana) preliminares como controle da mente (Sama), controle dos sentidos (Dama) etc., pelos quais é necessário passar inicialmente e que parecem difíceis e desagradáveis. Trata-se de luta e esforço. Assim, a reação pode ser amarga. Mas a bem-aventurança que se conquista depois é o mais elevado tipo de felicidade.”
SATHYA SAI BABA

José Saramago

Página oficial: http://www.josesaramago.org
José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago é considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.

Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, é membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Estrada do Côco- por Ana Cecília S.Bastos

Um coqueiro é bicho esquisito,
árvore mística;
caule retorcido em quase desespero,
mão espalmadas ao céu.

Os coqueiros parecem rezar,
esquisita procissão que se recorta,
e parecem conter o mar,
e parecem conter a areia,
e parece que me esvaio,
e nada somos,
e nada é.

Voo- por Everado Norões

entre dois azuis
a cor já não importa
dois horizontes se deslocam lentos
tudo abaixo de nós
parece morto
como se fora o inverso
do sol-posto

não decifro a paisagem
sigo
pássaro brilhante
de asas cegas
entre dois céus
o Sul
um mar suspenso
nem onda
nem rumor
 só Teu silêncio

Nota de falecimento

Registramos com muito pesar, o falecimento de Humberto Cordeiro Lima, irmão do nosso colaborador Edmar Cordeiro, meu primo querido.

Estamos sentindo contigo esta perda, Edmar.

Grande abraço !

Feliz Aniversário, Hamilton Abreu !

Um cratense , sempre saudoso, nas terras do Paraná !

Grande abraço !

Pesquisas eleitorais – Por: José Nilton Mariano Saraiva

Em qualquer curso de nível superior, normalmente existe uma determinada disciplina que é o “terror” da maioria dos alunos, o “bicho-papão” que põe muitos a duvidarem ou questionarem a escolha feita, a adiarem o mais que puder aquele encontro indesejável; e no entanto, como em toda regra há as famosas exceções, evidentemente que aqui e acolá surge algum “gênio” no assunto, aquele “cobra” com imensa facilidade de abordá-lo, o “bamba” que com ela se identifica ao primeiro contato, daí a paparicagem, a bajulação, a tietagem a partir de então, por parte dos colegas e até do próprio professor. Alguém desconhece que a “matemática” constitui-se, desde o maternal, um verdadeiro martírio para os que não têm habilidade ou intimidade com os números ??? Alguém cometeria a desmesurada insensatez de tentar cursar Medicina se tem dificuldade em absorver ou até certa aversão às disciplinas Biologia e Química ??? Pois bem, no curso de Ciências Econômicas a “tragédia”, o potencial “inimigo” a ser evitado sine dia, até não mais puder, responde pelo nome de “estatística” (e o pior é que a “bicha” normalmente se desdobra em três semestres: Estatística I, II e III e ainda constitui-se “pré-requisito” para a “Econometria”, outra coisa horrorosa). É mole ??? E quando você tem a desventura de pegar um "mestre" (professor ???) gozador, pernóstico ou extremamente sarcástico que anuncia em alto e bom som do alto da sua cátedra, logo no primeiro dia de aula, que a “probabilidade” é de que não mais de 10% (dez por cento) dos seus alunos conseguirão aprovação ao final do semestre ??? Pois é, vivenciamos isso no curso de “Economia”, da Universidade Federal do Ceará. O concluímos, é certo, mas a “Estatística” e o “querido mestre” (hoje aposentado, para o bem de todos e felicidade geral da nação) para sempre ficaram guardados em nosso coração. Mas, inquirirão os que se aventurarem a uma rápida passada d’olhos nas mal-traçadas acima: o que tem a ver a nossa experiência pessoal com o título do artigo – “pesquisas eleitorais” ??? E a resposta, contundente, é: só tudo.
Você já ouviu, por exemplo, algo a respeito de probabilidade, técnica de amostragem, coleta de dados, universos pesquisado, seleção de amostra, checagem, grau de precisão, homogeneidade, intervalo de confiança, margem de erro amostral, aleatoriedade, heterogeneidade, e por aí vai. Pois eles são banais e corriqueiros “instrumentos” usados na nossa “querida” estatística e fazem parte de qualquer pesquisa, sobre qualquer coisa. Vamos a eles ???
Primeiramente, o que vem a ser uma “pesquisa eleitoral” ??? Literalmente, a pesquisa eleitoral da intenção de voto nada mais é que a “auscultação” de um determinado segmento populacional, no tocante à sua preferência na escolha dos candidatos a serem sufragados nas urnas. Há que se ter a definição do seu foco, prazos, conteúdo, abrangência, identificação da amostra; depois, são estabelecidos os instrumentos de pesquisa (se através de questionário, cartões, planilhas), o treinamento dos pesquisadores, a coleta dos dados, checagem, processamento e análise dos dados; por último, a divulgação dos resultados e acompanhamento de seus desdobramentos. Como é definida a amostra de uma pesquisa? Num primeiro estágio, para definição da amostra de uma pesquisa, são sorteados ou escolhidos os municípios que farão parte do levantamento; depois, os bairros e pontos onde serão aplicadas as entrevistas; por fim, os entrevistados são selecionados aleatoriamente de acordo com o sexo, faixa etária e grau de instrução. Os dados utilizados para composição da amostra são obtidos junto ao IBGE, TSE e TREs.
Mas - perguntará você - por que eu nunca respondi a uma pesquisa ??? Acontece que as pesquisas têm amostras médias de 2.500 entrevistas e no país há 126 milhões de eleitores, segundo o TSE. Assim, em um levantamento nacional, apenas "um eleitor" em cada grupo de aproximadamente 50.000 é entrevistado, ou seja, seriam necessários 50.000 levantamentos com essa amostra para atingir o total do eleitorado, sem que nenhum indivíduo seja pesquisado mais de uma vez. Normalmente, as amostras nacionais têm entre 2.000 e 2.500 entrevistas, mas não há tamanho mínimo ou ideal para uma amostra eleitoral. O mais importante é a sua representatividade, ou seja, como são selecionados os entrevistados. Da mesma forma, é o grau de similaridade da pesquisa com o universo pesquisado. O tamanho é calculado com base no grau de precisão que se deseja, no nível de detalhamento, na análise dos resultados e dependendo do tempo e recursos disponíveis. Costuma-se utilizar amostras entre 2.000 e 3.000 entrevistados.
Todas as pesquisas, por elas utilizarem “amostra probabilística”, têm margem de erro amostral. Esse erro é calculado em função do tamanho e da heterogeneidade da amostra e dos resultados obtidos. A “margem de erro” normalmente divulgada refere-se a uma estimativa de erro máxima para uma “amostra aleatória simples”. Assim, considerando o “erro amostral”, fica estabelecido um “intervalo de confiança” - limites para mais e para menos em relação ao valor obtido.
Qual tipo de intenção de voto é mais importante numa reta final de eleição: a espontânea ou a estimulada? O ideal é observar conjuntamente os resultados. As taxas obtidas na intenção de voto espontânea podem indicar o grau de consolidação do voto em um candidato, mas os resultados da pergunta estimulada são mais utilizados pelos analistas, pois apresenta menor taxa de indecisão e quanto mais próxima a eleição, maior é a tendência de que se aproximem dos resultados apurados. Os dois tipos de respostas são importantes: a espontânea mostra quem já está "firme com cada candidato" e a estimulada mostra como o eleitor se comportaria se tivesse de decidir naquele momento da entrevista. Que fatores garantem a credibilidade de uma pesquisa? Pesquisas dependem das técnicas utilizadas e da eficácia com que são aplicadas, questionários e amostras bem elaborados, entrevistadores treinados e análises isentas dos resultados e identificação do contratante. Também asseguram a qualidade da pesquisa o modo de apresentação e divulgação dos resultados. E no caso de eleições, há regras importantes, como o registro no Tribunal Regional Eleitoral ou no Tribunal Superior Eleitoral.
Que fatores podem comprometer a credibilidade de uma pesquisa? Amostras e questionários não muito claros, divulgação parcial dos resultados, divulgação dos resultados muito tempo depois do levantamento, divulgações mal feitas dos resultados pelos veículos de comunicação e a falta de registro no TSE ou TRE.
E aí, deu pra sacar ou você vai continuar estranhando por não ser sido um dos entrevistados ???

Obstáculos da Vida!!! Tenha Fé!!

(É bem pequenininho... Vale a pena ler)

Um rapaz pediu a Jesus um emprego, e uma mulher que o amasse muito.
No dia seguinte, abriu o jornal e tinha um anúncio de emprego.
Ele foi, viu a fila muito grande e disse: eles são melhores do que eu, e foi embora.
No caminho, um garoto lhe deu uma rosa... no ônibus ele, chateado, jogou a rosa fora.
Ao chegar em casa, o rapaz briga com Jesus:
...É assim que me tratas?
...É assim que me amas?
E vai dormir. Em sonho Jesus lhe diz: O emprego era seu, mas você não confiou e desistiu antes mesmo de lutar; aquela rosa fui eu que te dei... inspirei aquela criança a lhe dar!!! O amor da sua vida, estava sentada ao seu lado... em vez de você dar a rosa a ela, você a jogou fora.
Você entendeu como Jesus age na sua vida?
Ele abre as portas e te mostra o caminho, mas a tua fé é tão pouca que
desiste no primeiro obstáculo. Não desista... confie que Jesus pode agir na sua vida.
Os obstáculos existem para ver até onde vai a tua fé. Passe adiante... isso já será um sinal que Jesus está agindo em sua vida!!!

Recebido por e-mail

Aquarelas II

Quando as nuvens passarem
- Claude Bloc -





Muitas vezes é o silêncio
É a tarde que declina
É o sol que delira
entre os movimentos
do dia.

Muitas vezes é essa ausência
É a saudade que nos chega
A coragem que nos leva
aos confins da nossa força
e nos testa, e nos toca
e nos move, e nos mói.
São tantos os caminhos
São tantos os instantes
os afetos
os desafetos...
São como os cios da terra
ressurgindo
desses arcos de quietude e solidão
distante ou perto,
não se sabe de onde
Mas...
quando o vento estiver forte
quando as nuvens passarem
ainda estaremos aqui
dentro das quatro paredes
sem mais tristeza
ao abrigo dos vendavais.

Claude Bloc