Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Moonlight Serenade com Carly Simon



Uma música que sempre emociona.

Versos Baianos Sem a Letra "O" por Corujinha Baiana


A minha terra natal
Tem reza, festa e magia.
Quem nasce na minha terra,
Canta e dança de alegria.
E sempre deseja exaltar
A sua querida Bahia.
*
A Bahia tem mandinga
Tem prece pra quem quiser.
E jamais nega a alguém
A certeza que vem da Fé.
*
Gal, Gil e Bethania
Têm uma alma musical.
Yvete, Daniela e Chiclete
Representam seu carnaval.
E "Caê" sempre será
Um representante sem rival.
*
Caruru, cuscus, abará,
Vatapá, acarajé,
Munguzá ... Mas que delícia !
E a canjica também é.
*
Mãe África sempre presente
Nessa terra de alegria.
Alegria dessa gente
Que esbanja simpatia.
*
Venha " my friend",
Aceite !
Venha viver na Bahia !
*
( Corujinha Baiana - 08/12/2009 )
Desafio - Versos sem a Letra "O"

Mil vezes - Por Claude Bloc


Minha vida
Vida minha
Idas e vindas
Idas e voltas
Vindas infindas
Horas vagas
Minutos tortos
E no vai e vem dos dias
Algumas vezes te encontro
Outras te perco
mil vezes te espero...


Mas confesso que um dia
no vai e vem da vida
Se eu pudesse trocaria
esse “de vez em quando”
pelo sempre, a cada dia…

***


Texto por Claude Bloc
Imagem: ilustração de Mateu Velasco

Poesia com um único "a" - por José do Vale Pinherio Feitosa

Socorro fez outro desafio, mas retorno ao original. Este texto publicado em que não aparece a letra "a" já o tinha lido em 2005. Na ocasião aceitei a dica e fui adiante como segue:

Sim, eu creio.
Que represento menos que sou.
Que sou muito menos que penso ser.
Que penso ser menos do que represento.

Sim, eu creio.
Em tudo que vejo, em tudo que foi visto.
Visto que ver tudo no mesmo tempo,
é como ver tudo sendo somente um.

Sim, eu creio.
Que os ventos têm pteróforos que nos conduzem.
Feito o sol que em círculo sobe e desce horizontes,
como recipientes que recebem os pingos de choros.

Sim, eu creio.
Em cordões que nos envolvem prisioneiros do mundo.
Os pés sobre o relevo, presos pelo repuxo do núcleo,
depósito de tempo que consomem e depois nos diluem.

Sim, eu creio.
Em muito, mesmo como pouco medido menos.
Pois menos de muito é pouco do que foi medido.
Sendo medido menos o muito é, pois, pouco.

Sim, eu creio.
Em vozes de músicos, em doce jiló de pingos intensos.
Nos toques que necessito, em beijos úmidos e intensos.
Creio que é possível ir muito e sem dizer "a".
Alma noturna - por Claude Bloc
(para Camila Arrais)


Noite passada remexi novamente nos meus cadernos e agendas. Encontrei guardado numa delas um lírio ressecado pelo tempo, marcando uma página, com nomes escritos ainda legíveis. O lírio marcava um momento, uma tarde roubada do cotidiano, quem sabe uma tarde de versos sussurrados, de sorrisos, de segredos...

Fiquei recostada ao travesseiro buscando esses registros da minha memória, pois o que é eterno sobrevive. Os sentimentos a gente guarda em algum espaço, não os joga fora simplesmente.

Sempre digo que minhas noites são eternidades. Nessas horas tardias o tempo me leva em suas asas. Viajo sem medo, sem vontade de recusar nada, nem de me arrepender pela ausência de mim nessa alegria latente, ou pela presença em mim de um silêncio emergente. Sinto nessas horas que viver tornou-se simples e urgente! Passo a viver nesses momentos de corpo inteiro. Assim, posso sentir a vida pulsar, o pulso marcando o instante em vibrações por segundo, fazendo o sangue jorrar o tempo presente nas veias, mar abrindo caminhos para o infinito do espírito.

Aguardei, então, segundos decisivos. No meu quarto, o som de violinos me envolvia como se anunciassem um encontro... Encontro com o que mesmo? Com meus fantasmas? Mesmo que fosse, teria que arriscar... Uma lembrança me atendeu: era ele, eu tinha certeza, sua voz estava impregnada em meus sentidos. Primeiro nos comunicamos pela respiração, foram uns alguns segundos assim de um silêncio ofegante... Para minha surpresa, ele pronunciou meu nome como antes, no mesmo tom, no momento exato em que o música vibrava em sustenidos em fás, em sóis, em sons agudos como esse instante do reencontro!

Convidei-o para um café ali no meio da noite. Ele era insone como eu, gostava de mergulhar em devaneios em torno de uma xícara fumegante, alterando em musicalidade as vibrações mais antigas! Isso era tudo que eu desejava. Precisava gastar aquele resto de noite, precisava inventar segundos de puro delírio...

A noite se escoava. Eu estava vestida de azul e perfumada de estrelas por acumulados verões hibernados. Ouvia noturnos, eu era noturna. Dancei com a noite, envolta em seus véus. Deixei-me envolver pela sede e pelo calor. Depois me pus à mesa, xícaras dispostas sobre a toalha natalina, cheiro de café no ar. O tempo parecia não ter passado, parecíamos ser os mesmos, o mesmo cheiro, o mesmo beijo. Mas, a noite era densa e os sonhos foram despertados...

Depois dessa noite, a vida, que andava meio sem sentido, pereceu-me mais leve, descomplicada, sem a angústia que todo futuro contém. Senti-me livre! Minha alma gótica se acalmou. Consegui ver a luz e enxotei as sombras que em mim habitavam e me impediam de senti-la... Senti que ao mínimo contato com essa energia cósmica, a minha própria luz seria revelada. Foi o momento mais luminoso que já tive, êxtase total! Senti-me protegida nesse meu novo mundo interior e que essa descoberta mudaria todos os meus planos...

O dia seguinte se dissolveu, o encontro marcado com o destino é sempre muito tenso, mas saí ganhando. Minha alma passou a vibrar mais do que antes. O café esfriou na xícara, o destino beijou-me a fronte e a noite se diluiu nos vapores dessa espera.
Descobri o eterno, a vida .


Texto (reformulado): Claude Bloc

Diversidade - Edmar Cordeiro Lima


São as pedras que calçam os caminhos

São os espinhos que guardam as flores

São as injustiças que fazem a fé

São os sonhos que movem os humanos

São os pecados que salvam os homens

São as guerras que fortalecem as nações

São as paixões que aproximam os amantes

É o amor que implode a mesmice.

É no Natal que Jesus renasce

É no renascer que se vive

Para eternidade.



Edcor

Vestido Verde - por Socorro Moreira


Perfume infiltrado no cetim

Digitais na cintura

Pespingos de vinho , dos beijos

Prata da lua , no verde encantada


-Foi doado ...

Depois de vê-lo em mim,

fora de mim, e longe de ti !

Solo Incerto

Desconhecia o medo dos amores incertos
Hoje conheço o medo das percas
E os arranhões das saudades que marcaram minha face
Os medos ainda constrangem meus olhares
Que já não é uma lança que apunhalava
Teu coração

É por precaução, que hoje quero do amor
Só o amor sem aventuras, quero o solo
O passo certo dentro do teu coração.

Imagem: Victor Melo

Jorge Veiga - por Norma Hauer


Quem ficou conhecido como "Caricaturista do Samba"?
Foi aquele que nasceu em 6 de dezembro de 1910, recebeu o nome de Jorge Veiga e com o apelido que recebeu ao se iniciar no samba, viu seu primeiro sucesso com "Iracema", de Raul Marques e Otolino Lopes.

"Oh Iracema, logo vamos ao cinema...
.....................................
Vamos nos encontrar
"Naquele ponto de bonde
Da Praça Mauá..."

Vê-se aí mais um samba que fala no bonde, verdadeiro transporte de massa e muito usado em nosas composições.

A linha melódica dfe Jorge Veiga era a mesma de Moreira da Silva no qual ele nunca negou ter-se inspirado.

Depois de "Iracema", vieram "Rosalina","Cabo Laurindo";"Estatuto da Gafieira";"Bigorrilho"...

Quando estavam em moda os colunistas sociais, como Jacinto de Thormes e Ibraim Sued, Jorge Veiga gravou o samba "Café Soçaite"( "gozação" de Miguel Gustavo com as crônicas sociais.)

Uma melodia gravada por Jorge Veiga conheceu a censura de sua época: "Eu Quero é Rosetá". Os "senhores" censores cismaram com a palavra "rosetá" e sem saber o que queria dizer,simplesmente proibiram a execução da música, depois liberada.

Como todos quie venceram em sua época, Jorge Veiga pertenceu ao "cast" da Rádio Nacional.

E Jorge Veiga continuou acumulando sucesos até seu falecimento em 29 de julho de 1979, aqui no Rio de Janeiro, aos 69 anos.
Norma Hauer

Um comentário de Zé Nilton sobre Tom Jobim

Ao nosso maestro soberano, pela passagem de sua morte.

Muitos pensam que Tom viveu em berço de ouro. Claro que foi ajudado muito pelo padrasto, que o encaminhou para o mundo das artes - e ele albergou na música. Fez dela a arte brasileira mais conhecida no mundo.
O homem era de uma fortaleza incomensurável. Tudo nele era demais, menos no falar e, daí, no tocar. Faz uma economia de notas nas harmonias como nenhum outro. Acho que por respeito aos outros instrumentos. Mas quando pontua uma nota, ela prenche de uma forma tão suave e ao mesmo tempo tão vibrante que a gente viaja no som... Talvez sua força tenha vindo de seu bisavô, nascido em Aracati, tendo vivido ali por muito tempo com a sua avó, Emília Henriqueta. O nordestino não é antes de tudo um forte ?


por Zé NIlton

Família divulga carta deixada por Leila Lopes

(http://br.noticias.yahoo.com/s/08122009/48/entretenimento-familia-divulga-carta-deixada-leila.html)
1 hora, 44 minutos atrás
Por Redação Yahoo! Brasil

Na noite desta segunda-feira (7), a família de Leila Lopes, encontrada morta em seu apartamento no último dia 3, divulgou a carta deixada pela atriz. Nela, Leila diz que não queria mais viver e que estava cansada. "Não chorem, não sofram, eu estou absolutamente feliz! Era tudo o que eu queria: ter paz eterna com meu Deus e, se possível, com minha mãe."

Na noite em a atriz foi encontrada, a polícia afirmou que havia embalagens vazias de antidepressivos no apartamento. Leia abaixo, na íntegra, a carta deixada pela atriz:

"Não chorem, não sofram, eu estou ABSOLUTAMENTE FELIZ! Era tudo o que eu queria: ter paz eterna com meu Deus e, se possível, com minha mãe. Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui ludibriada por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei. É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, cansada de cabeça! Não agüento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui.

Aos meus fãs verdadeiros; aos jornalistas imparciais; ao Walter Negrão e sua esposa Orphilia; a LBV; ao Eduardo Gomes; ao prefeito de Itu, Herculano Neto e toda a sua equipe e ao meu amigo Zé meu muito obrigado. Às emissoras que trabalhei, obrigada. E aos colegas maravilhosos, muita luz! A todos os sites dignos que acompanharam a minha vida, SUCESSO! Ego, Esther Rocha, Thiago, Odair Del Pozzo, Felipe Campos, não se sintam esquecidos. Não posso citar nomes de amigas, pois aí seria um livro, mas Sueli você é a irmã que eu não tive. Márcia, seja sempre feliz amiga. Magrid, obrigada por tudo! Andréia, do TV Fama, beijo amiga. Tadeu (di Pietro) cadê você??? Desculpe a quem eu esqueci, a vida foi muito mais maravilhosa do que sofrida para mim. Obrigado Jesus, Nossa Senhora e meu Deus, perdoem-me e recebem-me como a filha honesta e bondosa que sempre procurei ser! Fiquem com Deus, todos! Leila Lopes.
Se existe sentimento maior que o amor, eu desconheço!"

Carreira

Após um longo período de ostracismo na carreira, Leila Lopes, 40 anos, retomou a fama em 2008, quando entrou para o elenco da produtora de filmes pornográficos Brasileirinhas. Ela estrelou o filme "Pecados e Tentações", lançado em junho daquele ano, ao lado do ator pornô Carlos Bazuka. Leila interpreta uma mulher que seduz um seminarista.

A atriz, que nasceu em 1969 na cidade de São Leopoldo (RS), fez sua primeira novela de destaque em 1990: "Pantanal", da rede Manchete. Mas tornou-se conhecida do público na pela da professorinha Lu no folhetim "Renascer", da Globo, em 1993. Leila também integrou o elenco de "O Rei do Gado", da mesma emissora, em 1996, e fez um ensaio fotográfico para a edição de março de 1997 da Revista Playboy.

"Acredito que vou pro Céu"
Antes de retomar a carreira na produtora Brasileirinhas, Leila voltou a ser notícia em 2007, quando um vídeo de uma entrevista dela para um canal evangélico virou hit na internet, com o título "O Limite da Morte".

Na conversa, a atriz descreve, de maneira confusa, um grave acidente de carro no qual se envolveu em dezembro de 1999, quando viajava com sua empresária. Disse ainda acreditar que, se morresse, iria para o Céu. O vídeo "lançou" os bordões "Berenice, segura. Nós vamos bater" e "nada mais me lembro".

Para Maria Amélia -do seu amigo secreto




É Natal!
Tempo de reflexão, confraternização e amor. Tempo de agradecer por tudo o que somos, por tudo o que já recebemos, pelas amizades que conquistamos e pela família que possuímos.
Um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

É possível escrever um bom texto sem usar a letra A- Colaboração de João Nicodemos


É possível sim!

Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

Autor: Desconhecido


O Desafio é o seguinte : escrever versos sem usar a letra O !

O Rosto e a Manta - Maria Eduarda


Quedo-me este momento, onde penso os gestos e o olhar fixo nas palavras inflexionadas, que por vezes revejo na manta que me cobre o corpo. Dobro a alma em redor e aperto-a contornando o rosto, indiferente a um qualquer discurso indirecto, obliquo ao meu passar.
Extraio de cada pensamento uma qualquer raiz que não me verga, obra de um qualquer recanto onde por instantes paro, e remeto ao silêncio um paradigma de exclusão. Leio todas as certidões sem semânticas anexas e desfolho os logaritmos de um qualquer desenho geométrico. Enquanto escrevo o que penso, ato bem forte a manta que me recolhe, e o rosto se me afigura a um qualquer teorema deitado no sub-solo. Mas num repente que desconheço, senta-se a meu lado o xis que me desata as pontas das palavras.
.
Eduarda

O pensamento de Florbela Espanca- Aniversário :116 anos



- " A vida é sempre a mesma para todos, rede de ilusões e desenganos.

O quadro é único, a moldura é que é diferente"

." Se penetrásemos o sentido da vida seríamos menos miseráveis"

- "Tão pobres somos que as mesmas palavras nos servem para exprimir a mentira e a verdade"

- " É pensando nos homens que eu perdoo aos tigres as garras que dilaceram"

Florbela Espanca

O Anti-Jô


Mário Bortolotto


Tô doente e meu humor não anda bom. Então, insone e rabugento, resolvo assistir o Programa do Jô. É claro que meu humor não vai melhorar.
Então vejamos. O Jô Soares entrevistou a Mel Lisboa. Pelo pouco que conheço, gosto dela. É uma garota tranqüila. Participou da montagem de um texto meu no Rio de Janeiro. Uma montagem feita na base da brodagem, sem grana, etc. Mas na entrevista ela não falou muita coisa. A Fernanda D'Umbra escreveu um post no blog dela (com link aqui) falando sobre o fato das atrizes não serem exatamente levadas a sério em uma entrevista.
Vendo a entrevista da Mel, tenho que concordar com a Fernanda. O Jô só ficava falando o quanto ela era bonita e querendo saber sobre as fotos da Playboy. Na real, não conheço intimamente a garota e não sei se ela tinha algo realmente importante a dizer, mas o que eu sei é que o entrevistador não ajudou em nada. Assim fica difícil. Quero ver a hora que uma atriz tiver a manha de dizer algo do tipo: "Ok, você já falou como eu sou bonita. Agora que tal me fazer alguma pergunta decente?"
Mas isso é típico do Jô. Quando vai um rockeiro lá, ele só fica querendo saber das tatuagens do cara ou do corte de cabelo excêntrico. Acho que o cara também tinha que ter a manha de dizer: "Tá legal, cara. Agora que tal a gente falar um pouco da minha música?" Desse jeito fica difícil.
Mas voltando a entrevista da Mel, ela disse que suas fotos na Playboy foram inspiradas na interpretação que Ornella Mutti fez da personagem Cass no filme Crônica do Amor Louco baseado na literatura de Charles Bukowski. Ela não disse exatamente tudo isso. Eu que tô dizendo.
Mas, enfim, não é isso que eu quero falar. O que acontece é que aí o Jô colocou uma cena do filme no telão e demorou pra reconhecer o filme. Sei lá, acho que o ponto dele tava dormindo. O que eu acredito é que quanto mais o sujeito ganha dinheiro, menos tempo ele vai tendo pra procurar se informar. Porra, o filme é um clássico. Pra mim, é a mesma coisa que passar uma cena de Gene Kelly dançando com o Guarda-Chuva e o figura não reconhecer de que filme se trata. Desculpa aí.
E aí ele entrevistou o Celso Frateschi (nosso secretário de Cultura). Eu não sou exatamente o mó entusiasta do trabalho que o Celso vem fazendo na Secretaria, mas o Jô podia ter deixado o cara falar um pouco. Parece que o Jô tava perturbado com um patrocínio que ele perdeu, sei lá. E aí chamou o Secretário e ficou monologando. Chato pra caralho.
E não esquecer que antes o Jô fez questão de dizer que a Maria Adelaide Amaral tinha dito que o Celso era um excelente ator. Na boa, o Jô devia ir mais ao teatro. O Celso é realmente um excelente ator, mas já tá há um tempão na estrada. Como é que um cara que se diz tão informado quanto o Jô nunca viu um trampo do Celso? E olha que o cara ainda faz TV de vez em quando. Será que o Frateschi tem que mandar um video book com o trabalho dele pro programa do Jô?
E aí ele entrevistou um cara que escreveu um livro sobre o Elvis Presley. No final, Mr. Jô fez questão de fazer sua análise sobre o trabalho de ator de Elvis deixando claro que o Rei do Rock como ator era muito ruim. Mas não conseguia falar nenhum nome de filme que o Elvis fez. E na hora que passou o trechinho de um no infalível telão, era justamente um filminho bobo (Girls, Girls, Girls), com Elvis dançando com uma garota, me parece que mais numas de mostrar o quanto o apresentador estava certo. Porra, sabe que eu não acho o Elvis realmente um grande ator.
Mas o cara tinha carisma. Com um pouco mais de trabalho e fazendo os filmes certos eu acho que o Elvis levava jeito. Os primeiros filmes são bem legais. Jô não conseguia lembrar de nenhum. Acho que ele só viu a fase do Hawaii que é tudo a mesma merda. Bem, então lá vai, vou fazer o trabalho que o ponto do Jô devia ter feito: Love Me Tender, Loving You, Jailhouse Rock e o ótimo King Creole, com direção de Michael "Casablanca" Curtiz. Ainda teve o bom Flaming Star, citado pelo escritor no programa do Jô e logo repudiado pelo apresentador.
E o mais engraçado é ver que essa análise é feita justamente por um cara que apresenta um programa de entrevistas mas fala mais que o entrevistado. É comediante, mas não tem a menor graça. Alguém ri daquelas piadas que ele conta no começo do programa? Diz que é artista plástico (caramba). Escreve uns livros ruins pra cacete. E aí, Mirisola, quando é que você vai falar da literatura do Jô? Esquece o Chico Buarque um pouco e redireciona sua artilharia. O cara tá merecendo. Daqui há pouco ele também ganha algum premio que devia ser seu. Toca trompete, mas convenhamos, toca mal pra caralho. Só mesmo contratando uma banda pra tocar com ele.
Lembro de uma entrevista com o João Donato e o Jô insistindo que o João tocava um determinado instrumento (não me lembro se era sax). O João, grande músico que é e em sua simplicidade retrucou: "Não, Jô. Eu não toco, não. Quer dizer, toco assim, como você toca trompete. Nada sério". O clima de constrangimento foi um show à parte. Não é por nada não, mas tá difícil assistir o programa do cara.


Nota do Editor

Mário Bortolotto é dramaturgo. Este texto, reproduzido aqui com sua autorização, foi originalmente publicado em seu blog Atire no Dramaturgo. Os bandidos , ironicamente, seguiram o conselho o blog e o feriram gravemente no último sábado.

São Paulo(08/12/09)

O dramaturgo Mário Bortolotto, de 47 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na região central da cidade. Segundo boletim divulgado nesta manhã, ele está consciente e com quadro clínico estável. A sedação já foi retirada. O dramaturgo permanece sob efeito de analgésicos, respirando com a ajuda de aparelhos.
Bortolotto foi baleado durante uma tentativa de assalto, sábado, ao bar do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, no centro da cidade. Por volta das 14 horas de ontem, o desenhista e músico Henrique de Macedo Figueroa, conhecido como Carcarah, de 30 anos, também baleado durante o assalto, recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

"Vaidade" - Florbela Espanca

Vaidade
( A um grande poeta de Portugal )
...
Sonho que sou a poetisa eleita
Aquela que diz tudo e tudo sabe
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade.
x
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo.E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade !
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita.
x
Sonho que sou alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada.
x
E quanto mais no céu eu vou sonhando,
E quanto mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada.
x
Livro de Mágoas ( 1919 )

Florbela Espanca - 8 de dezembro de 1894,Vila Formosa - Portugal - 8 de dezembro de 1930 -Matosinhos - Portugal

A Rua Dom Quintino é a minha rua - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Que bom relembrar as ruas do Crato, principalmente daquelas que marcaram a nossa infância! Para mim a rua mais importante do Crato é a Rua Dom Quintino. Certa vez, uma amiga me disse que todos os cratenses passam pela Rua Dom Quintino. Peço desculpas aos que por lá moram ou passam quase todos os dias, mas a Rua Dom Quintino é a minha rua! Foi lá que eu nasci num velho casarão de número 18, onde residiam meus avós paternos. Precisa de um motivo maior do que esse para eu ser o dono da Rua Dom Quintino? Acredito que eu fui o último cratense com mais de sessenta anos, que nasceu na Rua Dom Quintino. Sim, porque os mais jovens nasceram numa maternidade. Em compensação não tiveram a assistência da famosa parteira dona Ceiçinha. Existirá maior orgulho? Foi numa tarde morna de um quinze de setembro, que minha mãe precisou sair da fila do confessionário na igreja da Catedral. Será que uma santa como a minha mãe poderia ter algum pecado? Ah sim, minha mãe é uma santa com toda certeza e, através dela, tenho conseguido as graças que guiaram a minha vida inteira. Ela teve de andar mais apressadamente os poucos mais de cem metros que separam a Catedral da casa da minha avó. Quinze minutos depois, eu via a Rua Dom Quintino pela primeira vez. Por isso eu considero a Rua Dom Quintino, a rua mais importante do Crato. Lembro-me que mamãe reclamava quando eu andava por lá somente de calção e pé no chão: “Não faça mais isso, meu filho, a Rua Dom Quintino é um pedaço de Copacabana no Crato”.

Poucos dias após meu nascimento, fui transferido para o Sítio São José, onde moravam meus pais. Por lá cresci entre os canaviais e, aprendi as primeiras letras com minha tia afim, Hélia Abath. Diferentemente dos meus outros nove irmãos, que iam estudar no Crato ao completarem seis anos, eu, por ser o filho caçula, fiquei mais tempo com meus pais. Assim bebi mais sabedoria com os conselhos de minha mãe e o testemunho de homem probo que foi o meu pai durante os seus sessenta e cinco anos de vida.

Aos oito anos fui morar na Rua Teófilo Siqueira, numa casa que meu pai acabara de construir. Essa casa tinha o muro do quintal fazendo fronteira com o quintal da casa da minha avó. E foi construído um portãozinho unindo os dois terrenos. Pronto, aí estava a minha salvação. Eu era muito preso em casa e proibido de sair à rua para brincar com os outros meninos. Por esse portãozinho maroto, com a desculpa de visitar a minha avó, eu ganhava a Rua Dom Quintino. Depressa fiz amizades com Orlando da Bicuda, conheci os primos Marcos Cartaxo Esmeraldo e José Esmeraldo Gonçalves, o menino mais danado daquela época. Anos depois, ele ganhou do Padre Gomes o apelido de Zé Lorota. Embora hoje ele afirme que o apelido faz algum sentido, pois virou jornalista, dou meu testemunho que ele não era mentiroso de forma alguma. Mas creio que esse apelido, anos mais tarde, fez com que ele perdesse alguma namorada.

A Rua Dom Quintino do Colégio Santa Tereza e suas internas tão apreciadas pelo Orlando, coroinha oficial da capela do colégio, a quem eu, todo trapalhão, ia ajudar na Bênção do Santíssimo Sacramento, para boas risadas das internas. Delas me lembro somente da Toinha Antero, que não vejo há anos. Ela ainda muito pequena sentava no banco da frente, na capela. Ao contrário do amigo Orlando, nunca passou pela minha cabeça de oito anos de idade namorar alguma interna. Estava mais para perturbar a irmã Pia, porteira do Colégio, tocando sucessivas vezes a campainha e me escondendo para que ela não me visse quando viesse abrir a porta. Para mim, já era altas horas, mas no máximo, oito e meia da noite. Um dia, ela se escondeu por trás da porta e me pegou, acabando dessa forma com meu brinquedo preferido.

A Rua Dom Quintino começava com a casa da minha bisavó torta, Mãe Zarena, embora ela fosse muito elegante e retinha e sua filha, a minha querida e inesquecível tia Lurdinha. Vizinho a elas existia a bodega de dona Joaninha e os famosos pirróis. Numa casa mais à frente, residia Maria Norões, a quem eu e o primo Zé Esmeraldo testávamos a paciência, fazendo muito barulho defronte da sua porta e agravando mais ainda suas freqüentes dores de cabeça. Na Rua Dom Quintino morava quase toda minha família: Tia Pia Cabral, irmã do meu avô e mãe do primo e cunhado Huberto Cabral, José Sarto, além de um monte de filhas: Irene, Cléa, Sarah, Lúcia, Divani, Lurdinha, Bernadete, Francinete e outras tantas, que até hoje não sei ao certo quantas são. Mais à frente, moravam; vovó e tia Cira, Dalvinisa, Stelina, Neném, e o casal Vicente Arnaud e Rosalva, donos de uma bodega com venda anotada na caderneta, onde eu me empanturrava com as chupetas de mel de abelha, deliciosas como é a Rua Dom Quintino. No meio do quarteirão estava o palácio do morador mais importante da rua, o bispo Dom Francisco, que sempre guardava alguns bombons no bolso da batina para nos presentear. Depois do Palácio do Bispo, uma coleção de casas iguais, onde numa delas residia um jovem casal com poucos dias de casados. Defronte dessa casa, encostados na parede do Colégio Santa Tereza, todas as manhãs, eu e o primo Marcos e mais um grupo de meninos fazíamos uma parada obrigatória no caminho da escola, para assistir a saída do marido e os beijos de despedidas desse casal. A maioria daqueles moradores ainda se encontra por lá: Edicio Abath e minha prima Bernadete, com quem morava seu irmão Marcos, o paraibano Zelo e seus filhos: Cicera Policarpo, Pombo Novo, Zelo Filho e tantos outros. Mas um pouquinho à frente, residia o grande Abdoral e suas cítaras, pai dos artistas famosos Abdoral e Pachelly. A Rua Dom Quintino terminava na casa da minha querida tia Rosinha, a pessoa da família que mais viveu; 101 anos.

Sempre que eu volto ao Crato, não dispenso um bate-papo à noitinha, na calçada da casa da minha irmã Maria Zélia, na Rua Dom Quintino, é claro, a rua da minha vida, a minha rua.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

As tias high-tech e as manchetes do dia - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Rosa, Maria e Raimunda viram o sol ligar o lume do dia como todo dia fazem. Tia Rosa olha para o sol vermelho nascendo por trás do Serrote do Cachimbo e pensa nas cores que predominaram na internet desde domingo. Um sol bem futebolístico, até uma bola é. Tia Maria franze o cenho de preocupação com o açude baixando o nível da água. Tia Raimunda chama as duas para lerem os jornais digitais no amanhecer desta terça feira.

E a manchete principal é: “Temporal provoca morte, interdita a Marginal Tietê e paralisa São Paulo”. Em ato quase automático, Maria volta a olhar para o seu açude minguando enquanto os paulistanos xingam a natureza cruel igual fazem aos governos do estado que não dão vazão às águas nas ruas. Rosa comenta: água não é mole não. Engana com aquela malemolência toda, mas carrega uma força por dentro capaz de mudar tudo no seu caminho.

A próxima manchete fez Raimunda puxar um riso irônico de canto de boca: “Obama recorre à saúde para controlar emissões.” Maria atenta, viu a crítica da irmã pela vírgula ferina nos lábios. Levantou a cabeça perguntando em silêncio à irmã o motivo para tal sorriso e Raimunda, fugindo ao seu habitual recato, expôs seu espírito gaiato de cearense, a maior parte das vezes escondido e explicou: por isso é que Buiu tinha razão quando dizia que era melhor um peido estrondando do que uma tripa dando nó. E Obama quer controlar as emissões com a saúde, nada mais na contramão da brincadeira de tia Raimunda.

Passaram com tédio na outra manchete que falava na morte de mais de 100 em ataques dentro de Bagdá. Tia Rosa explicou-se: esta manchete já é velha. Vem dando há mais de seis anos. E foram descendo, ou subindo, depende de quem descreve, a página do jornal até chegarem à manchete: “Madonna pensa em adotar mais uma criança”. As três empacaram na manchete. Não sabiam traduzir a frase.

Tia Raimunda diante da mudez das três expressa o sentimento coletivo: se ela pensa ninguém poderia estar sabendo. Como o jornal diz que ela pensa? O jornal já está adivinhando pensamento? Rosa balança a cabeça e estalando os lábios em desagrado diz: é que ela não pensa, ela disse ao jornalista. Mas então o jornalista está mentindo, se achando Deus, comentou tia Maria.

Mas meninas não é só isso não, continuou Raimunda. Esta Madona está virando uma mandona, parece uma creche. Aí tia Rosa pegando o espírito gozador agora para si, diz: e vai botar estes filhos adotados todinhos para morar naquele castelo lá da França onde aquele jogador de Futebol Ronaldo casou a uma modelo chamada Cacareli. Maria corrigiu o nome da modelo: não é Cacareli não, é Cigoreli! Errado as duas o certo é Cicarelli. – falou Tia Raimunda e acertou em cheio.

Nisto o café cheirou desde a cozinha em que ebulia e as três pararam a sessão de jornais na internet. O dia prometia muito calor no sertão do Potengi.

Recife em azul e branco - por Rosa Guerrera


Hoje 8 de dezembro , Recife se veste de azul e branco em comemoração ao dia de nossa Senhora da Conceição. Com muitos anos de tradição esse culto a padroeira do morro de Casa Amarela, é uma das maiores festas religiosas de Pernambuco,mobilizando milhares de fiéis que chegam a consagrá-la inclusive como a Padroeira da cidade. É a maior festa popular religiosa de Recife, reunindo milhares de fiéis. O santuário surgiu em 1904 quando o então bispo de Olinda e Recife, Dom Luis Raimundo da Silva Brito, mandou construir no alto de um dos morros que contornam a cidade um monumento em honra à Virgem da Conceição. A imagem de Nossa Senhora da Conceição (em ferro fundido, de 5,5 metros de altura e pesando 1.806 quilos) foi trazida da França. A devoção popular à Imaculada é tão forte que seu santuário, no período das comemorações, supera em fluxo as festas do padroeiro Santo Antônio e da co-padroeira Nossa Senhora do Carmo. São realizadas missas, procissão, pagas de promessas e romarias. Paralelamente, acontecem apresentações folclóricas, são montados parques de diversões, feira de artesanato e barracas com gastronomia típica. Em todos os dias “08 de dezembro” os rituais de fé e amor se repetem... Fiéis anônimos, descalços ou não, vestidos de azul e branco além de turistas , sobem os 800 metros de ladeira a pé, para rezar junto a imagem, que é avistada de longe, no seu pedestal tão significativo.No sentido de garantir a segurança dos frequentadores da Festa da Conceição ,diversas secretarias e serviços da Prefeitura do Recife estão envolvidas em trabalhos de garantia aos fiéis e visitantes..O SAMU, Corpo de Bombeiros e Vigilância Ambiental também marcam presença , além dos trabalhos desenvolvidos pela CTTU no acompanhamento as procissões , fazendo alterações no transito para melhor garantia aos presentes e fluidez no tráfego.Finalizando podemos afirmar que a Festa no Morro da Conceição se constitui na maior ROMARIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, um exemplo de fé e humildade cristã, que é o elemento necessário à sobrevivência material e espiritual do povo brasileiro.

rosa guerrera

O Livro do Cariricaturas - Edição e Lançamento

Caros amigos do Cariricaturas


O Cariricaturas precisa se eternizar, ser lembrado.

O lançamento em Julho (dia 23) de um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamonest - altura : 12) - Temática livre.
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento pode ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
• Cada colaborador ganhará 20 livros.
• o dinheiro que sobrar ( se sobrar) será aplicado na festa de lançamento, que poderá ser realizada no Crato Tênis Clube.
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- Ilustrações
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima e Ana Cecília)
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas 30 adesões:

01. Claude Bloc
02. Magali Figueirêdo
03. Carlos Esmeraldo
04. Maria Amélia de Castro
05. Ana Cecília Bastos
06. Assis Lima
07. Socorro Moreira
08. Stela Siebra de Brito
09. Wilton Dedê
10. João Marni
11. Rejane Gonçalves
12. Rosa Guerrera
13. Heladio Teles Duarte
14. Edilma Rocha
15. Emerson Monteiro
16. José Flávio Vieira
17. João Nicodemos
18. José do Vale Feitosa
19. Liduina Vilar
20. Elmano Rodrigues
21. Carlos Rafael
22. Armando Rafael
23. Bernardo Melgaço
24. Domingos Barroso
25. Roberto Jamacaru
26.Dimas de Castro
27.Joaquim Pinheiro

28.Luiz Carlos Salatiel
29.Ceci Monteiro
30.Edmar Lima Cordeiro

Lembrem-se:

O envio dos textos será até 21.01.2010.

Na sequência informaremos as condições de pagamento, e oportunamente faremos as prestações de conta.

Aguardamos pronunciamento dos demais colaboradores do Cariricaturas, bem como sugestões, até o dia 21.12.2009.

Nota :

Zé Flávio já deu o ponta pé inicial, enviando de primeira mão release, fotografia e textos. Agora é a nossa vez.

Abraços,

Claude e Socorro

Pensamento para o Dia 08/12/2009


“Valores morais e espirituais precisam ser honrados com a mesma intensidade, ou mesmo mais, que os valores econômicos e materiais. A vida deve ser uma mistura harmoniosa desses valores, com ênfase na força moral. A honra de uma nação depende de sua moralidade. Uma nação sem moralidade está predestinada ao desastre. A moralidade deve ser cultivada no coração nutrindo-o com amor. Somente então podemos ter segurança, justiça, lei e ordem. Se o amor entre as pessoas diminui, as nações se enfraquecerão e a humanidade perecerá.”
Sathya Sai Baba

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“A gratidão é uma virtude suprema. A ingratidão é um pecado grave. Não há perdão para a pessoa ingrata. Um homem sem essa virtude suprema de gratidão é pior que um animal cruel. Tendo recebido sua riqueza, educação e habilidades da sociedade, se ele não serve à causa da sociedade, sua riqueza, educação e habilidades são apenas puro desperdício. O homem é uma criatura da sociedade e deve tudo à sociedade. Se você deseja salvaguardar o seu futuro, você deve ser grato àqueles que o ajudaram em seus tempos difíceis e permitiram-lhe atender suas necessidades pessoais.”
Sathya Sai Baba

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“O segredo da paz está em servir e amar todos os seres. A melhor forma de serviço é o de promover o crescimento dos sábios e buscadores, que são os praticantes da vida superior. Não fale depreciativamente dos servos de Deus; não obstrua a caridade do generoso; não desencoraje o estudo das escrituras, mesmo que você não possa promover nenhum deles.”

Florbela Espanca

Oito de dezembro de 1894. Nasce em Vila Viçosa (Alentejo), na Rua do Angerino, Florbela d'Alma da Conceição Espanca, em casa de sua mãe, Antônica da Conceição Lobo. O pai, o republicano João Maria Espanca, que era casado com outra mulher, Mariana do Carmo Ingleza, curiosamente fará da esposa a madrinha de batismo da filha. Nos registros da Igreja Nossa Senhora da Conceição de vila Viçosa consta Florbela como "filha ilegítima de pai incógnito". O mesmo acontecendo com seu único irmão, Apeles, nascido em 10 de março de 1897. Em 1899 Florbela já freqüenta o curso primário. Data de 11 de novembro de 1903 o poema A vida e a morte – ao que tudo indica o primeiro de sua autoria. Ingressa, em 1908, no Liceu de Évora, onde permanecerá até 1912. No dia de seu aniversário no ano de 1913, Florbela casa-se, no Registro Civil de Vila Viçosa, com Alberto de Jesus Silva Moutinho que havia sido seu colega de classe desde o curso primário. Em abril de 1916, seleciona, dentre a sua produção poética, cerca de 30 peças produzidas a partir de maio de 1915, com as quais inaugura o projeto Trocando Olhares. Em outubro de 1916, desde setembro vivendo em Lisboa e financiada pelo pai, matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que abandonará em meados de 1920: dentre os 347 alunos inscritos, apenas 14 são mulheres. Em junho de 1919 faz publicar o Livro de Mágoas, com as dedicatórias: "A meu pai. Ao meu melhor amigo." e "À querida Alma irmã da minha. Ao meu irmão." Logo depois começa a trabalhar em novo projeto Livro de Soror Saudade, publicado em 1923. No dia 30 de abril de 1921 é assinado o divórcio de Florbela e Moutinho. Dois meses depois se casa com o alferes de artilharia da Guarda Republicana, Antônio José Marques Guimarães. Em 1925 divorcia-se de Antônio Guimarães. Ainda em 1925, em Matosinhos, Florbela casa-se com Mário Pereira Lage, médico. Em 1930, com poemas e contos, inicia a colaboração na recém-fundada revista Portugal Feminino, na Civilização e no Primeiro de Janeiro. Em seu Diário do Último Ano, Florbela expressa o estado de solidão em que se vê mergulhada: "O olhar dum bicho comove-me mais profundamente que um olhar humano... Num grande esforço de compreensão, debruço-me, mergulho os meus olhos nos olhos do meu cão... Ah, ter quatro patas e compreender a súplica humilde, a angustiosa ansiedade daquele olhar!..." E não há de ser por acaso que Florbela se faz acompanhar de tal imagem durante esse derradeiro percurso: não é o cão mitológico o guardião da morte?

Em 2 de dezembro de 1930, encerra-se o seu Diário com a seguinte frase: "e não haver gestos novos nem palavras novas!" Cinco dias depois, no dia de seu aniversário, Florbela d'Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo uma dose excessiva de Veronal.

Biografia tirada da "Coleção a Obra-prima de cada autor", Sonetos - Florbela Espanca (texto integral), Martin Claret editora.

Vagares vadios - Socorro Moreira



Pingos na calçada
Lama no caminho
E agora, destino?
Traça e transforma
a vida, em fados!


Um pingo de gente
Encharca meu coração
.

Nosso amor capotou na curva da incompreensão
Nosso caminho ainda terá chão?


Aquietei-me, numa ausência sem recados!

Tudo é incerto
O novo com cara de velho
O ar com cheiro de rosas!

Anos dourados

Piano abandonado - Por: Rosa Guerrera


Há um piano abandonado no fundo do meu coração !E


nele uma história que não foi contada.


Há um sorriso escondido nas suas teclas outrora brancas e


luzentes, e nos seus bemóis e sustenidos marcas de uma


ilusão.


E há também tatuagens de mãos que partiram para sempre


numa sinfonia que ficou inacabada.


Fantasias que o nosso coração vez por outra faz questão


de vesti-las !


De repente compreendemos que precisamos partir dessa


estação de lembranças.


Fechamos o piano e as múltiplas imagens vão


desaparecendo daquele mundo etéreo onde a saudade nos


transportou em forma hoje de estrela inatingível.


Outra melodia soa no ar, e a imagem do velho piano vai


ficando cada vez mais longe !


É quando compreendemos que igual a esse piano


imaginário, o passado mesmo que o tenhamos vivido com


toda intensidade do nosso ser, não consegue hoje no


presente soar a mesma melodia. Suas teclas não possuem


mais condições de serem afinadas !


(rosa guerrera)

Wave

Estrada Branca - Tom e Vinícius




Estrada branca, Lua branca, Noite alta, Tua falta
Cminhando, Caminhando, Caminhando, Ao lado meu
Uma saudade, Uma vontade, Tao doída, De uma vida,
Vida que morreu
Estrada passarada, Noite clara,
Meu caminho é tao sozinho, Tao sozinho, A percorrer
Que mesmo andando para a frente,
Olhando a lua tristemente
Quanto mais ando, Mais estou perto de você
Se em vez de noite fosse dia,
e o sol brilhasse e a poesia
Em vez de triste fosse alegre de partir
Se em vez de eu ver só minha sombra, Nessa estrada
Eu visse aolongo Dessa estrada, uma outra sombra A me seguir
Mas a verdade, É que a cidade,
Ficou longe, ficou longe
Na cidade, Se deixou meu bem-querer
Eu vou sozinho sem carinho,
Vou caminhando meu caminho
Vou caminhando com vontade de morrer

Tenham medo dos contos de Luiz Arraes - por Everardo Norões




Luiz Arraes é um escritor pernambucano que conseguiu se desvencilhar do demônio do regionalismo. Sem despedir-se de nosso universo diário – pois é dele que desenraíza a matéria-prima de seus contos –, sua narrativa pode mover-se em qualquer espaço onde houver uma fresta para a travessia da luz. Luz que tem o vigor e a precisão de um laser, pois corta como bisturi e escolhe o lugar certo da ferida.
Ele também se livrou da influência de mestres, cuja obra, a cada passo e a cada estação, costuma arrebanhar discípulos entre os escritores mais jovens. Sua admiração por Augusto Monterosso, o contista guatemalteco, nada tem a ver com o tamanho de seus contos, nem com a estratégia de sua narrativa. Nos contos que escreve, Luiz Arraes adota dois elementos que o circunscrevem no rol dos contistas mais modernos: a brevidade de uma leitura que não expurga a forma e “aquela intensidade como acontecimento puro”, de que trata Julio Cortázar no ensaio sobre Poe. Uma intensidade em que cada palavra deve concorrer, segundo o escritor argentino, para fazer do conto “uma verdadeira máquina literária de criar interesse”.
Ao desviar-se daquelas limitações – a infecção regionalista e o estigma de algum antecessor –, Luiz Arraes não receou desbrenhar o caminho solitário da criação e soube permanecer arredio a essa espécie de mímesis tão pouco aristotélica.
Qual a chave do enigma? A decifração pode estar contida numa das frases do conto O tudo e o nada, publicado no livro O remetente (7Letras: Rio de Janeiro, 2003): “Eu, vocês notaram, não tenho medo das grandes palavras nem de lugar-comum”.
Pouco importa se o narrador é, ou não, o alter ego do autor. A linguagem objetiva, quase coloquial, não carece de floreios. As grandes palavras residem, primeiro, nas epígrafes, recorrentes em muitos de seus contos e saídas da pena do filósofo alemão Friedrich Nietzsche ou do escritor anglo-indiano Salman Rushdie, de um dito popular ou do filósofo brasileiro Gustavo Corção. Pouco importa. A grande palavra que serve de mote conduz à tessitura da fábula, à ilustração do preceito. No final de um texto em que o coloquial predomina, o leitor é duplamente surpreendido: tanto pela chave que fecha as portas da narrativa como pelo arremate sentencioso, que se nos afigura como uma frase de Montaigne ou o fecho de uma fábula. Porém, fábula que rompe com todos os cânones. Primeiro, a concepção aristotélica de nela só admitir os animais. Em seguida, a de La Fontaine, que as escrevia para “agradar e instruir”. Talvez seja melhor falar de apólogo, que pode ser definido como uma narrativa curta susceptível de ilustrar uma verdade moral.
Ocorre que nos contos de Luiz Arraes há uma subversão que nos dificulta defini-los de acordo com os preceitos de praxe. A “moral” ou a “verdade” que deles irrompe transtorna e incomoda. Revela a feiúra de nosso cotidiano. A feiúra se inscreve na soleira do que se costuma chamar a “modernidade”. “Pois o importante para a arte não é mais mostrar o que é apenas ‘belo’, escreveu Baudelaire – o poeta francês reconhecido como fundador da “modernidade” –, que não conseguia conceber um tipo de Beleza em que não existisse Infelicidade. E no conhecido ensaio A desumanização da arte, de 1924, Ortega y Gasset já observava, com propriedade, que a arte “obriga o bom burguês a sentir-se tal como ele é: bom burguês, ente incapaz de sacramentos artísticos, cego e surdo a toda beleza pura”.
O conto O remetente, que empresta o título ao livro, pode ser lido como uma alegoria sobre a própria condição do autor: o personagem envia cartas anônimas às pessoas de seu conhecimento, com o objetivo de criar situações incômodas, transtornar aqueles para quem a vida é “mais vazio do que plenitude”. Até que desiste do intento e resolve escrever para si mesmo, ao reconhecer que é melhor recebê-las do que se dar ao trabalho de enviá-las.
Os contos de Luiz Arraes são como essas cartas, incômodas, que gritam dentro de nós. Incômodo e emoção, como no conto O sonho da criança pobre: aquela que sonha com a mãe sem roxo na cara, com o pai sem bafo de álcool, com alguém capaz de lhe passar a mão na cabeça. Aquela que, finalmente, apenas aprendeu a sonhar cheirando cola e, desde então, “sonha acordada e, quando dorme, tem pesadelos”.
Tenham medo das narrativas de Luiz Arraes.
Não são amenas como as narrativas edulcoradas, que tratam de algum passado épico, ou de amores bem-sucedidos.
Tenham medo dos contos de Luiz Arraes.
Sobretudo se quiserem esquecer, no aconchego de vossos quartos congelados de um último andar, que existe uma outra cidade: a que sonha em assaltar nossos sonhos.
Como os colonizados de Frantz Fanon.
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Ilustração de Francisco Toledo, pintor mexicano
por Everardo Norões

Receita de Panetone




Ingredientes:

- 1 Kg de farinha de trigo

- 100 g de fermento biológico

- 200 g de manteiga

- 200 g de açúcar

- 15 g de mel

- 8 gemas

- 10 g de sal

- 250 g de frutas cristalizadas

- 150 g de uvas passas embebidas no rum

- 1 pitada de vanilina ou aroma de baunilha

- raspas e suco de laranja

- água até dar o ponto

Modo de Preparo

1. Numa vasilha, misture 100 g de farinha, o fermento e um pouco de água

2. Fica com aparência de esponja

3. Deixe descansar por 15 minutos e depois adicione o restante dos ingredientes, colocando as frutas cristalizadas e as uvas sempre por último e faça uma massa bem macia

4. Deixe descansar, coberta por um pano, durante 20 minutos e em seguida, faça os modelos, coloque nas formas e deixe descansar novamente até quase atingir o dobro

5. Leve para assar numa assadeira ou em forma de papel, colocando num forno aquecido a uma temperatura média de 180 graus

sempre tops

Desafinado - João Gilberto interpreta Tom Jobim

Hoje, 8 de Dezembro, 29 anos da morte de Jonh Lennon







John Winston Ono Lennon, MBE (batizado John Winston Lennon; Liverpool, 9 de Outubro de 1940 — Nova Iorque, 8 de Dezembro de 1980), foi um músico, compositor, escritor e ativista em favor da paz britânico. É considerado um dos maiores ícones do século XX.

John Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos integrantes do grupo de rock britânico The Beatles. Na época da existência dos Beatles, John Lennon formou com Paul McCartney o que seria uma das mais famosas duplas de compositores de todos os tempos, a dupla Lennon/McCartney. Em 1968, John Lennon apaixonou-se pela artista plástica Yoko Ono e depois disto ela se tornou a pessoa mais importante na vida e carreira do músico inglês. Em 1970, os Beatles chegaram ao fim e a partir de então John dedicou-se a carreira solo.

Afastado da música desde 1975, por se dedicar mais a família desde o nascimento de seu filho com Yoko Ono, Sean Lennon, John voltou aos estúdios em 1980 para gravar um novo álbum. Era como um recomeço. Porém em 8 de dezembro do mesmo ano, John foi assassinado em Nova York por Mark David Chapman quando retornava do estúdio de gravação junto com a mulher.

Dentre as composições de destaque de John Lennon estão "Help!", "Strawberry Fields Forever" e "All You Need Is Love" enquanto fazia parte dos Beatles e "Imagine", "instant Karma!", "Happy Xmas (War Is Over)", "Woman", "(Just Like) Starting Over" e "Watching the Wheels" em carreira solo.

Em 2002, John Lennon entrou em oitavo lugar em uma pesquisa feita pela BBC como os 100 mais importantes britânicos de todos os tempos.

wikipédia

Insensatez de Tom Jobim, interpretada por Alaíde Costa-