Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ANTONIO CARLOS GOMES




Antonio Carlos Gomes, nasceu na atual cidade de Campinas, estado de São Paulo, na época chamada Vila São Carlos, aos 11 de junho de 1836. Seu pai, Manoel José Gomes, reputado professor de piano, canto, órgão e violino na vila, era conhecido pelo apelido de Maneco Músico. Carlos Gomes (depois também apelidado Tonico de Campinas) cedo revelou sua vocação musical. Logo entrou para a Banda Marcial cujo regente era seu pai e onde também tocava seu irmão de sangue José Pedro de Sant´Anna Gomes. Aos onze anos começa seus estudos regulares de música logo após terminar o curso básico. Inicia pela clarineta, logo mudando para o piano e o violino. Quanto ao piano, logo em 1848, deu récitas nas quais figuravam suas primeiras produções musicais, incluindo músicas solo para o instrumento e modinhas.


Três anos mais tarde, formando conjunto com o irmão, violinista já conhecido na região, apresentam-se com regularidade e tem a oportunidade de apresentar suas obras que, embora ainda comprometidas como o lazer de salão da época (modinhas, valsas, mazurcas) já apontam decididamente na direção da influência decisiva de sua feitura posterior: a italiana. Em 1856 escreve uma obra mais séria, a ¨Missa de São Sebastião¨, dedicada ao Maestro Henrique Luiz Levy. Em 1859, num concerto organizado juntamente com o músico Ernest Maneille no teatro São Carlos de Campinas apresenta nova obra sua, as ¨Variaç:ões para clarineta¨ sobre o motivo do romance ¨Alta Noite¨. Nesse mesmo ano, acompanhado pelo mesmo músico, abre em Campinas, um curso de piano, canto e música. Mudando-se para São Paulo com seu irmão, passa a viver em repúblicas de estudantes e a tocar em concertos particulares, juntamente com Henrique Luiz Levy. São dessa época de boemia e atribuições (1859) o ¨Hino Acadêmico¨ em homenagem aos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco de São Paulo, e a famosa modinha ¨Quem Sabe¨, em homenagem a Ambrosina Corrêa do Lago, seu primeiro amor.Nesse mesmo ano, ainda, muda-se para a cidade do Rio de Janeiro a fim de matricular-se no Conservatório de Música para prosseguimento dos estudos musicais, na classe de contraponto de Gioacchino Gianinni.
.
Francisco Manuel da Silva, àquela época diretor do Conservatório, entusiasma-se com os rápidos avanços do talento musical de Carlos Gomes. Encomenda-lhe então, uma cantata (¨Salve dia de ventura¨) para execução perante o Imperador Pedro II, a qual é apresentada a 15 de março de 1860, com o próprio compositor na regência. Por essa obra e seu sucesso, o Imperador lhe ofereceu uma medalha de ouro. Pela composição de uma nova cantata (¨A última hora do Calvário¨), estreada em 15 de agosto de 1860, na Igreja Santa Cruz dos Militares, foi nomeado ensaiador e regente da orquestra da Imperia Academia de Música e Ópera Nacional. Em 4 de setembro de 1861 vai à cena a primeira ópera de Carlos Gomes, ¨A Noite do Castelo¨, sob a regência do próprio compositor, com versos de Antonio José Fernandes dos Reis, baseados no poema homônimo de Antonio Feliciano de Castilho, no Teatro Lírico Fluminense.
.
Em 15 de setembro de 1863 estréia sua segunda ópera, ¨Joana de Flandres¨, no Teatro Lírico Nacional, sobre libreto original de Salvador de Mendonça. Já agraciado pelo Imperador com a Ordem da Rosa, e após grande êxito, Carlos Gomes recebe uma pensão para ir estudar na Europa. Em 8 de dezembro de 1863 partia para a Itália, com o objetivo de cursar o Conservatório de Milão. Entrou para a classe do Maestro e compositor operístico Lauro Rossi. Três anos depois, Carlos Gomes recebia o diploma de Maestro e Compositor. Em 1867/68 escreve as músicas das revistas ¨Se as minga¨, e ¨Nella Luna¨, a primeira com versos de Antonio Scalvini e a segunda com versos de Emilio Torelli-Viollier, encerradas com muito êxito nos Teatros Fossati Carcano, respectivamente. Algumas de suas melodias chegaram a ficar muito populares a ponto de serem executadas pelos tradicionais realejos.
.

Em 19 de março de 1870 estréia no Teatro Alla Sacla sua terceira ópera, a primeira escrita na Itália: ¨Il Guarany¨, baseada no romance homônimo de José de Alencar, com libreto inicial de Antonio Scalvini, terminando por Carlo d´Omerville, grande sucesso de crítica e público. Logo após sua estréia, foi encenada em todas as principais capitais européias. Por esse sucesso, recebe o título de Cavaleiro da Ordem da Coroa. Em agosto desse ano retorna ao Brasil. No Rio de Janeiro é recebido como herói, ovacionado publicamente. Organiza então, a estréia nacional do ¨Il Guarany¨, levada a efeito no Teatro Lírico Fluminense a 02 de dezembro de 1870.
.
Em 1871, já tendo retornado à Milão, casa-se com Adelina Peri, uma ex-colega do Conservatório. Em 16 de fevereiro de 1873, no Teatro Alla Scala de Milão, estréia a ópera ¨Fosca¨, com libreto de Antonio Ghislanzoni, tendo obtido um sucesso menor. Em 1878 Carlos Gomes deu início à construção de uma grande mansão em Maggianico-Lecco, nos arredores de Milão, local importante intelectualmente naquela época, cuja casa colossal, no futuro, só lhe trará preocupações e, certamente, a ruína financeira. Em 21 de março de 1874 estréia no Teatro Carlo Felice de Gênova sua ópera Salvator Rosa e em 27 de março de 1879, no Teatreo Alla Scala de Milão sua ópera Maria Tudor. Em 1880, de volta ao Brasil, dirige na Bahia, as encenações de ¨Il Guarany¨ e ¨Salvator Rosa¨, logo em seguida tendo ido ao Rio de Janeiro com os mesmo propósitos e realizações. Nesse ano, ainda na Bahia,faz apresentar a estréia de seu ¨Hino à Camões¨, realizada no Teatro São José. Em novembro desse mesmo ano retorna à Itália e lá permanece por dois anos, trabalhando febrilmente em vários libretto, os quais jamis serão terminados.
.
Volta novamente ao Brasil em 1882 e, a partir de então, passa a viver parte do tempo em seu país natal e parte no seu país de adoção e glórias. Nesse ano realiza uma execução pelo norte do país com muito sucesso. A 7 de setembro nasce sua filha Ítala Maria, que irá escrever sua biografia. Em 1883 inicia a composição da ópera ¨Lo Schiavo¨, com libreto de Rodolfo Paravicini, a qual estréia no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Princesa Isabel (a quem é dedicada) a 27 de setembro de 1889. Com a proclamação da República, a 15 de novembro desse ano, Antonio Carlos Gomes perde o apoio oficial que sempre obteve do Imperador Pedro II e, também a esperança de tornar-se diretor do Conservatório de Música do Rio de Janeiro, devendo, por isso, Ter de retornar a Milão a fim de, conseguindo novas encomendas, tentar acertar as suas já inúmeras dificuldades financeiras. É obrigado a desfazer-se de sua mansão e vai morar no apartamento da Condessa Cavallini, onde se põe a musicar um libreto, o ¨Cântico dos Cânticos¨ de Felice Cavallotti, que também permanece inconcluso. Em outubro de 1890 o Teatro Alla Scala lhe dá o encargo de musicar um libreto de Mario Canti. Em 21 de fevereiro de 1891 estréia a Odaléia¨.






Doente e em situação financeira muito delicada, escreve seu último trabalho completo, o que ele próprio chamou Poema Vocal Sinfônico denominado ¨Colombo¨, um oratório em quatro partes para coro, solistas e orquestra, escrito para comemorar em 1892, o quarto centenário do descobrimento da América, sobre o poema de Albino Falanca. É estreado no teatro Lírico do Rio de Janeiro a 12 de outubro de 1892, representando um grande fiasco. Visita os EUA no ano seguinte na qualidade de membro da delegação brasileira à Exposição Universal Colombiana de Chicago. Na ocasião dirige um concerto lírico com trechos do ¨Il Guarany¨, ¨Salvator Rosa¨ e ¨Odaléia¨, com sucesso. Em 1894 recebe uma proposta de trabalhar pelo novo governo brasileiro republicano que concorda em lhe pagar 20000 libras, pela composição do Hino da Republica. Dizendo-se fiel ao Imperador deposto, e sobretudo, monarquista, recusa e não recebe o dinheiro. Em março de 1895 dirigiu em Lisboa, a encenação de ¨Il Guanary¨ no Teatro São Carlos. Foi nessa idade que recebeu sua derradeira homenagem: a condecoração, pelo rei Carlos , com a Ordem de São Tiago da Espada. Carlos Gomes recusa a direção da Escola de Música de Veneza, que lhe é oferecida e prepara-se para volta ao Brasil.
.
A incurável doença na língua e garganta já bastante avançada, quando chega ao Pará. Toma a posse da direção do Conservatório em 1º de junho de 1896, vindo a falecer três meses depois aos 60 anos, vitimado pelo tumor maligno. A data: 16 de setembro de 1896. Os funerais foram grandiosos.
.
A incurável doença na língua e garganta já bastante avançada, quando chega ao Pará. Toma a posse da direção do Conservatório em 1º de junho de 1896, vindo a falecer três meses depois aos 60 anos, vitimado pelo tumor maligno. A data: 16 de setembro de 1896. Os funerais foram grandiosos.
.
.
OPERAS
.
COLOMBO
.
Poema vocal sinfônico em quatro partes, dedicado ao povo americano. Libreto de Albino Falanca. Estréia 12 de outubro de 1892 no Teatro Lírico
.
CONDOR
.
Ópera lírica em três atos, dedicada ao comendador Theodoro Teixeira Gomes. Libreto de Mario Canti. Estréia no Teatro Alla Scala de Milão, Itália
.
FOSCA
.
Ópera em 4 atos, dedicada a José Pedro de Sant'Anna Gomes. Libreto de Antônio Ghislanzoni, baseado no romance La Feste delle Marie, de Luis Capranica. Estréia a 18 de fevereiro de 1873, no Teatro Alla Scala de Milão, Itália.
.
O GUARANI
.
Opera-balé em quatro atos. Libreto de Antônio Scalvini, baseado no romance do mesmo título de José de Alencar. Estréia a 19 de março de 1870 no Teatro Alla Scala de Milão, Itália.
.
JOANNA DE FLANDRES
.
Ópera em quatro atos. Libreto de Salvador de Mendonça, baseado num argumento do próprio libretista e dedicado à S. M. Imperial D. Pedro II. Estréia a 15 de setembro de 1863 no Teatro Lírico Fluminense do Rio de Janeiro.
.
MARIA TUDOR
.
Ópera em quatro atos. Libreto de Emilio Praga extraído do drama de mesmo título de Victor Hugo. Estréia a 27 de março de 1879 no Teatro Alla Scala de Milão, Itália.
.
A NOITE DO CASTELO
.
Ópera em três atos. Libreto de José Fernandes dos Reis, calcado na novela homônima de Antônio Feliciano de Castilho. Estréia a 4 de setembro de 1861 no Teatro Lírico Fluminense (provisório) do Rio de Janeiro. Dedicada à Francisco Manuel da Silva.
.
SALVADOR ROSA
.
Ópera em quatro atos, dedicada a André Rebouças. Libreto de Antônio Ghislanzoni extraído do romance Mansaniello de E. de Mericourt. Estréia a 21 de março de 1874 no Teatro Carlo Fenice de Gênova, Itália
.
O ESCRAVO
.
Ópera em quatro atos. Libreto de Rodolfo Paravicini, baseado num entrecho de Visconde de Taunay. Estréia a 27 de setembro de 1889 no Teatro Imperial D. Pedro II (Teatro Lírico) do Rio de Janeiro.
.
O GUARANI - OVERTURE
.
http://www.youtube.com/watch?v=PTomUb3r1m0
.
Fontes: internet, youtube
.

.

Sigmund Freud - O pai da Psicanálise



Sigmund Freud (Příbor, 6 de maio de 1856 — Londres, 23 de setembro de 1939) foi um médico neurologista judeu-austríaco, fundador da psicanálise. Nasceu em Freiberg, Morávia (hoje Příbor), quando esta pertencia ao Império Austríaco.

Interessou-se inicialmente pela histeria e, tendo como método a hipnose, estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, com interesses pelo inconsciente e pulsões, entre outros, foi influenciado por Charcot e Leibniz, abandonando a hipnose em favor da associação livre e da interpretação dos sonhos. Estes elementos tornaram-se as bases da psicanálise. Freud, além de ter sido um grande cientista e escritor (Prémio Goethe, 1930), possui o título, assim como Darwin e Copérnico, de ter realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia de que somos movidos pelo inconsciente.

Freud, suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. Suas idéias são freqüentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.

Freud inovou em dois campos. Simultaneamente, desenvolveu uma teoria da mente e da conduta humana, e uma técnica terapêutica para ajudar pessoas afetadas psiquicamente. Alguns de seus seguidores afirmam estar influenciados por um, mas não pelo outro campo.

Provavelmente a contribuição mais significativa que Freud fez ao pensamento moderno é a de tentar dar ao conceito de inconsciente um status científico (não compartilhado por várias áreas da ciência e da psicologia). Seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão foram revolucionários; propõem uma mente dividida em camadas ou níveis, dominada em certa medida por vontades primitivas que estão escondidas sob a consciência e que se manifestam nos lapsos e nos sonhos.


Seu divã, hoje no Museu Freud em Londres.Em sua obra mais conhecida, A Interpretação dos Sonhos, Freud explica o argumento para postular o novo modelo do inconsciente e desenvolve um método para conseguir o acesso ao mesmo, tomando elementos de suas experiências prévias com as técnicas de hipnose.

Como parte de sua teoria, Freud postula também a existência de um pré-consciente, que descreve como a camada entre o consciente e o inconsciente (o termo subconsciente é utilizado popularmente, mas não é parte da terminologia psicanalítica). A repressão em si tem grande importância no conhecimento do inconsciente. De acordo com Freud, as pessoas experimentam repetidamente pensamentos e sentimentos que são tão dolorosos que não podem suportá-los. Tais pensamentos e sentimentos (assim como as recordações associadas a eles) não podem ser expulsos da mente, mas, em troca, são expulsos do consciente para formar parte do inconsciente.

Embora ao longo de sua carreira Freud tenha tentado encontrar padrões de repressão entre seus pacientes que derivassem em um modelo geral para a mente, ele observou que pacientes diferentes reprimiam fatos diferentes. Observou ainda que o processo da repressão é em si mesmo um ato não-consciente (isto é, não ocorreria através da intenção dos pensamentos ou sentimentos conscientes). Em outras palavras, o inconsciente era tanto causa como efeito da repressão.

Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo uma estrutura particular. No primeiro tópico de sua teoria ele estava preocupado em estudar o que levava à formação dos sintomas psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os conceitos de inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficientes). Quando sua preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão, passou a adotar os conceitos de id, ego e superego.

O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria advinda do id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem sexual, ou que atuariam no sentido de auto-preservação. Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação da vida.O id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.
O ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda para o id e o superego.
O superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos internalizados.
Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por factores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tanatos, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingerí-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.


O primeiro investimento objetal da libido, segundo ele, ocorreria no progenitor do sexo oposto, esta fase caracterizada pelo investimento libidinal em um dos progenitores se chama (complexo de Édipo.Freud também acreditava que a libido amadurecia nos indivíduos por meio da troca de seu objeto (ou objetivo). Argumentava que os humanos nascem "polimorficamente perversos", no sentido de que uma grande variedade de objetos possam ser uma fonte de prazer, sem ter a pretensão de se chegar à finalidade última, ou seja, o ato sexual. O desenvolvimento psicosexual ocorreria em etapas, de acordo com a área na qual a libido está mais concentrada: a etapa oral (exemplificada pelo prazer dos bebês ao chupar a chupeta, que não tem nenhuma função vital, mas apenas de proporcionar prazer); a etapa anal (exemplificada pelo prazer das crianças ao controlar sua defecação); e logo a etapa fálica (que é demonstrada pela manipulação dos órgãos genitais).Até então percebe-se que a libido é voltada para o próprio ego, ou seja, a criança sente prazer consigo mesma. O primeiro investimento objetal da libido, segundo Freud, ocorreria no progenitor do sexo oposto, esta fase caracterizada pelo investimento libidinal em um dos progenitores se chama (complexo de Édipo). A criança percebe então que entre ela e a mãe (no caso de um menino) existe o pai, impedindo a comunhão por ele desejada. A criança passa então a amar a mãe e a experienciar um sentimento antagônico de amor e ódio com relação ao pai. Ela percebe então que tanto o amor vivido com a mãe como o ódio vivido com o pai são proibidos e o complexo de Édipo é então finalizado com o surgimento do superego, com a desistência da criança com relação à mãe e com a identificação do menino com o pai.


O modelo psicossexual que desenvolveu tem sido criticado por diferentes frentes. Alguns têm atacado a afirmação de Freud sobre a existência de uma sexualidade infantil (e, implicitamente, a expansão que se fez na noção de sexualidade). Outros autores, porém, consideram que Freud não ampliou os conhecimentos sobre sexualidade (que tinham antecedentes na psiquiatria e na filosofia, em autores como Schopenhauer); senão que Freud "neurotizou" a sexualidade ao relacioná-la com conceitos como incesto, perversão e transtornos mentais. Ciências como a antropologia e a sociologia argumentam que o padrão de desenvolvimento proposto por Freud não é universal nem necessário no desenvolvimento da saúde mental, qualificando-o de etnocêntrico por omitir determinantes sócio-culturais.

Freud esperava provar que seu modelo, baseado em observações da classe média austríaca, fosse universalmente válido. Utilizou a mitologia grega e a etnografia contemporânea como modelos comparativos. Recorreu ao "Édipo Rei" de Sófocles para indicar que o ser humano deseja o incesto de forma natural e como é reprimido este desejo. O complexo de Édipo foi descrito como uma fase do desenvolvimento psicossexual e de amadurecimento. Também fixou-se nos estudos antropológicos de totemismo, argumentando que reflete um costume ritualizado do complexo de Édipo (Totem e Tabu). Incorporou também em sua teoria conceitos da religião católica e da judaica; assim como principios da Sociedade Vitoriana sobre repressão, sexualidade e moral; e outros da biologia e da hidráulica.

Esperava que sua investigação proporcionasse uma sólida base científica para seu método terapêutico. O objetivo da terapia freudiana ou psicanálise é, relacionando conceitos da mente cartesiana e da hidráulica, mover (mediante a associação livre e da interpretação dos sonhos) os pensamentos e sentimentos reprimidos (explicados como uma forma de energia) através do consciente para permitir ao sujeito a catarse que provocaria a cura automática.

Outro elemento importante da psicanálise é a pouca intervenção do psicanalista para que o paciente possa projetar seus pensamentos e sentimentos no psicanalista. Através deste processo, chamado de transferência, o paciente pode reconstruir e resolver conflitos reprimidos (causadores de sua doença), especialmente conflitos da infância com seus pais.

É menos conhecido o interesse de Freud pela neurologia. No início de sua carreira investigou a paralisia cerebral. Publicou numerosos artigos médicos neste campo. Também mostrou que a doença existia muito antes de que outros pesquisadores de seu tempo tiveram notícia dela e de a estudarem. Também sugeriu que era errado que esta doença, segundo descrito por William Little (cirugião ortopédico britânico), tivesse como causa uma falta de oxigênio durante o nascimento. Ao invés disso, Freud afirmou que as complicações no parto eram somente um sintoma do problema. Somente na década de 1980 suas especulações foram confirmadas por pesquisadores modernos.

Do ponto de vista da medicina, a teoria e prática freudiana têm sido substituídas pelas descobertas empíricas ao longo dos anos. A psiquiatria e a psicologia como ciências hoje apresentam questionamentos relevantes à maior parte do trabalho de Freud.[carece de fontes?] Sem dúvida, muitas pessoas continuam aprendendo e praticando a psicanálise freudiana tradicional. No âmbito da psicanálise moderna, a palavra de Freud continua ocupando um lugar determinante, embora suas teorias freqüentemente apareçam reinterpretadas por autores como Jacques Lacan e Melanie Klein.

Atualmente muitas críticas tem sido feitas ao método psicanalítico, porém, por mais que a ciência moderna avance, muitos dos conceitos estruturadores da psique humana e os resultados obtidos pela aplicação do método continuam melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas. Nota-se que a revolução promovida por Freud abriu caminhos para estudos que antigamente se encontravam em um plano imaginário. A criação de um método clínico a serviço do diagnóstico e tratamento de doenças da psique é um fato sem igual em toda a história da ciência. Porém é de se constatar certamente que em muitos escritos de Montaigne e de Pascal a idéia da auto-análise já era usada para explicar problemas subjetivos usando a lógica vigente, transformando os problemas do ser e de seu inconsciente em desafios universais, com os quais todos os homens se deparam.

Uma das mais severas críticas sofridas pelo método psicanalítico foi feita pelo filósofo da ciência Karl Popper. Segundo ele, a psicanálise é pseudociência, pois uma teoria seria científica apenas se pudesse ser falseável pelos fatos.

Um exemplo é a teoria freudiana do "Complexo de Édipo". Freud afirmava que esse complexo era universal, mas com que base de dados chegou a essa conclusão? Na época da formulação da psicanálise, a sua "amostra" era bastante limitada; parte dela vinha de sua experiência subjetiva (a sua "auto-análise" precedendo a publicação de A Interpretação dos Sonhos) e da sua prática clínica, feita na maioria das vezes com pacientes burgueses de uma Áustria vitoriana. Ou seja: uma amostra retirada de contextos bem específicos e que não podem fundamentar a universalidade pretendida pelo autor.


Wikipédia

caricatura de André de Mello

Poemas de Pablo Neruda




Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

Pablo Neruda

Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

Pablo Neruda

Netuno- O planeta mais distante do sol


Netuno (português brasileiro) é o oitavo planeta do Sistema Solar, e o último, em ordem de afastamento a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta-anão. Neptuno recebeu o nome do deus romano dos mares. É o quarto maior planeta em diâmetro, e o terceiro maior em massa. Neptuno tem 17 vezes a massa da Terra e é ligeiramente mais maciço do que Úrano, que tem cerca de 15 vezes a massa da Terra e é menos denso. O seu símbolo astronômico é , uma versão estilizada do tridente do deus Netuno.

Descoberto em 23 de Setembro de 1846 Neptuno foi o primeiro planeta encontrado por uma previsão matemática, em vez de uma observação empírica. Inesperadas mudanças na órbita de Úrano levaram os astrónomos a deduzir que sua órbita estava sujeita a perturbação gravitacional por um planeta desconhecido. Subsequentemente, Neptuno foi encontrado, a um grau da posição prevista. A sua maior lua, Tritão, foi descoberta pouco tempo depois, mas nenhuma das outras 12 luas do planeta foram descobertas antes do século XX. Neptuno foi visitado por uma única nave espacial, Voyager 2, que voou pelo planeta em 25 de Agosto de 1989.

A composição de Neptuno é semelhante à composição de Úrano, e ambos têm composições diferentes das dos maiores gigantes gasosos Júpiter e Saturno. A atmosfera de Neptuno, apesar de ser semelhante à de Júpiter e de Saturno por ser composta basicamente de hidrogênio e hélio, juntamente com os habituais vestígios de hidrocarbonetos e, possivelmente, nitrogênio, contém uma percentagem mais elevada de "gelos", tais como água, amónia e metano. Como tal, os astrónomos por vezes colocam-nos numa categoria separada, os "gigantes de gelo". Em contraste, o interior de Neptuno é composto principalmente de gelo e rochas, como o de Úrano. Existem traços de metano nas regiões ultraperiféricas que cotribuem, em parte, para a aparência azul do planeta
Em oposição à relativamente monótona atmosfera de Úrano, a atmosfera de Neptuno é notável pelos seus padrões climáticos ativos e visíveis. Neptuno tem os ventos mais fortes de qualquer planeta no sistema solar, que podem chegar a atingir os 2100 quilómetros por hora.Na altura do voo da Voyager 2, por exemplo, o seu hemisfério sul possuía uma Grande Mancha Escura, comparável à Grande Mancha Vermelha de Júpiter. A temperatura na alta atmosfera é geralmente próxima de -218 °C (55,1 K), um dos mais frios do sistema solar, devido à sua grande distância do sol. A temperatura no centro da Neptuno é de cerca de 7000 °C (7270 K), o que é comparável à da superfície do Sol e semelhante à encontrada no centro da maioria dos outros planetas do sistema solar. Neptuno tem um pequeno e fragmentado sistema de anéis, que pode ter sido detectado durante a década de 1960, mas só foi confirmado indiscutivelmente pela Voyager 2
.
Leia mais , na Wikipédia
.

ERNESTO NAZARETH

Desde menino, Ernesto Júlio Nazareth conviveu com a música nos saraus familiares. Com a mãe, Dona Carolina, aprendeu no piano os primeiros acordes de Chopin, Mozart e Beethoven, além das polcas, valsas e modinhas.
Após a morte da mãe, em 1873, ele passou a ser educado pelo pai, Vasco Lourenço da Silva Nazareth, que trabalhava como funcionário na Alfândega. Lourenço contratou Eduardo Madeira, um jovem pianista, para dar continuidade à educação musical do filho.

Aos 14 anos, Ernesto compôs sua primeira música, a polca "Você Bem Sabe", editada pela Casa Arthur Napoleão. Aos 17 anos, participou de um recital ao lado de vários músicos famosos, como o flautista Viriato Figueira da Silva. Compôs "Gentes! O imposto pegou?" e "Gracieta". Em 1878, compôs a valsa "O Nome Dela" e o tango "Cruz, Perigo!"

Participando das rodas de choro, respondeu à polca do chorão Viriato, compondo "Não Caio Noutra". Em 1886, Ernesto Nazareth fez sua primeira apresentação em público no Club Rossini, em São Cristóvão. Na época, a polca, pelo seu aspecto brejeiro e alegre, fazia sucesso. Ernesto Nazareth dava a seus tangos um andamento de polca ou maxixe, recebendo por isso a denominação de "tango brasileiro".

Nazareth trabalhou como pianista da sala de espera do cinema Odeon, para o qual compôs o tango "Odeon", uma de suas peças mais célebres, que ganhou uma transcrição para violão. Por volta de 1920, Nazareth foi trabalhar na Casa Carlos Gomes. A função do pianista era executar músicas para que fossem vendidas as partituras (entre elas, as próprias composições de Nazareth).

Segundo os biógrafos, ele era muito exigente com as pessoas que executavam suas músicas, e freqüentemente mandava parar a execução antes do final. Ernesto Nazareth se apresentou em diversas cidades do Brasil com êxito, mas no final da década de 1920 já começava a dar sinais da surdez que se intensificou no fim de sua vida.

Os abalos que sofreu com as mortes de sua filha e da esposa contribuíram para a deterioração de seu estado mental, sendo internado em 1933. No dia 1º de fevereiro de 1934, Nazareth se perdeu nas matas de Jacarepaguá. Três dias depois, foi encontrado morto próximo à Cachoeira dos Ciganos

Uma das primeiras composições que classifica como "choro" é a famosa "Apanhei-te Cavaquinho". Suas peças mais conhecidas são "Brejeiro", "Ameno Resedá", "Bambino", "Dengoso", "Travesso", "Fon Fon" e "Tenebroso".





Fonte: internet, youtube.




"A Primavera" de Botticelli

"A Primavera", Sandro Botticelli - 1478
Têmpera sobre painel de madeira, 2o5 x 315 cm
Galeria Uffizi - Florença - Itália
A Primavera é uma obra de temática mitológica clássica que nos apresenta a alegoria da chegada dessa estação. O jardim de Vênus, coberto de plantas e cheio de flores, perfumado de natureza, tão rico que nele foram identificadas mais de 500 plantas e flores diferentes. Delicioso lugar de devaneio.

Ao fundo, observando e controlando tudo, senhora do jardim, está Vênus. Na tradição clássica, Vênus e o Cupido surgem para avivar os campos, fustigados pelo inverno, iniciando a primavera ao semear flores, beleza e atração entre todos os seres. À direita da obra encontramos três figuras. O primeiro, um ser esverdeado, Zéfiro, personificação do vento oeste, abraça a bela ninfa Cloris. Botticelli a representa em sua metamorfose, quando se transformava em Flora, a figura com vestido florido que cumpre sua função de adornar o mundo com flores. Vêem-se flores a sair-lhe da boca... fez dela a Deusa Flora e deu-lhe domínio sobre a Primavera.Enquanto ela falava, os seus lábios exalavam rosas primaveris: "Eu fui Chloris, e agora chamam-me Flora.» (Ovídio)

Sobre a cabeça de Vênus está Cupido, seu filho, de olhos vendados, apontando a seta do amor em direção às três figuras que representam as Graças ou Carítides :(Aglaia ( a Luminosa )Tália ( a que traz flores ) e Eufrosina ( a Alegre ), símbolos da sensualidade, da beleza e da castidade. Fechando esse ciclo mitológico,mais à esquerda, encontra-se Hermes, mensageiro dos deuses. Reconhecêmo-lo pelas suas sandálias aladas, assim como pelo caduceu que tem na mão elevada, o bastão rodeado por duas serpentes, que é sua principal insígnea. Ele segura o caduceu ao alto, como se quisesse dissipar algumas nuvens negras que avançam em direção à Vênus.Seguem-se-lhe as três Graças, filhas de Júpiter, provindas da tradição grega, representando a alegria, o encanto e a beleza, na sua dança de celebração.

Para o séqüito de Vênus, tal como vemos no quadro, não foi encontrado qualquer texto exato que pudesse ter servido de fonte, nem na antiguidade, nem nos textos a ele contemporâneos. A representação segue muitas vezes várias fontes escritas, que serviam conjuntamente de modelo à execução de alguns personagens, ou que explicam a sua relação com a deusa. É certo que a principal fonte seja a poesia de Lucrécio, “De rerum natura”, na qual se encontram não só as Três Graças, mas também as outras personagens:

“A Primavera e Vênus chegaram : à frente delas avança o arauto de Vênus, e perto das pegadas de Zéfiro, à frente delas Flora, a mãe, recobre todo o caminho e enche-o de perfumes requintados... Divino, perante ti fogem os ventos e as nuvens do céu, perante ti e a tua chegada. Para ti, a Terra, artista feminina, envia flores perfumadas, a superfície dos mares dirige-te um claro sorriso, e o céu cobre-te suavemente com seus luminosos raios.”

Para a filosofia platônica, esse ciclo é a ligação ininterrupta entre o mundo e Deus, e vice-versa.
A Primavera vai entrando no jardim, lançando flores por onde passa, perfumando tudo, enchendo tudo de maravilha.Tema imposto, encomendado por Lorenzo di Pierfrancesco de Medici
para a Villa Medicea di Castello, Botticelli concebeu “A Primavera” sob orientação de Marsílio Ficino, principal representante da filosofia neoplatônica, na época, que via Vênus como um ser de dupla natureza: terrestre, ligada ao amor humano, e celestial, ligada ao amor universal, da qual, supõe-se, Botticelli traçou analogia com a Virgem Maria. Tal suposição está embasada nas vestimentas de extremo recato de Vênus, na posição de sua mão direita, que se encontra em um gesto de bênção, e, também, por ela estar circundada com um arco rendilhado de folhas com fundo claro, que sugerem a forma de auréola e prenunciam as grinaldas florais que, a partir do século seguinte, estiveram associadas à figura da Virgem.


A FÉ QUE ABANDONAMOS


Inicío esse texto pensando em K. Marx. Ele afirmou: “Não é a religião quem faz o homem, mas o homem quem faz a religião. A religião é a consciênci de si que o homem perdeu ou não adquiriu ainda...A falta da verdadeira religião é o ópio do povo”. Fé e religião estão associados. O que é mais difícil na interpretação de um texto é compreender o contexto que o autor está querendo se referir. O mais fácil é distorcê-lo e divulgar a distorção como se fosse a própria verdade do autor. Existem muitas interpretações e também muitas distorções. Sem dúvida, não existe verdade maior do que aquela que nasce das camadas profundas da fé intuitiva, e por isso mesmo é indizível e intransferível. O original é a própria essência criadora que se manifesta sutilmente na consciência de cada ser humano. Creio que foi o próprio Marx quem afirmou que a tarefa da ciência era distinguir a essência da aparência. E que sem esse trabalho de separação, a ciência perdia a sua função de ser.

Mas A . EINSTEIN, que foi considerado o maior cientista do século XX, afirmou: “Estudem a fé”. O problema da verdade da fé era um norte de Descarte na busca da compreensão das verdades das coisas. E foi nesse caminho que Descartes aperfeiçoou o método científico. Ele mesmo afirmou que no início de sua busca ele não tinha a intenção de descobrir método algum, mas apenas revelar para si o mistério da verdade da fé. No final de sua busca nos mostrou o caminho que fez sintetizado no famoso método científico e relatado no também famoso livro Discurso sobre o Método.

Nesse sentido, a fé também está presente na ciência e foi a convicção nela, que muitos cientistas fizeram as suas grandes descobertas. A questão básica é essa: “Em qual fé esses homens se apoiaram para nos mostrarem a beleza de uma realidade invisível para os nossos olhos leigos e despreparados”. Isacc Newton não era ateu. Ele era místico também. Certamente aprendeu a ouvir a sua fé-intuitiva. Assim, o que se pode perceber que todos os homens (religiosos, cientistas ou místicos) que ajudaram a humanidade a dar um salto de consciência dos fenômenos físicos e metafísicos, de alguma forma aprenderam a separar e distinguir a fé aparente da fé essencial.

A fé aparente é a crença doxológica, ou seja, a crença comum baseada na cultura e nos modelos psicológicos impostos pela sociedade. A fé essencial é uma convicção profunda numa consciência que surge milagrosamente e inesperadamente em cada um. O próprio Cristo nos alertou quando afirmou: “Eu retornarei como um ladrão”. É algo que apanha cada um de surpresa. É o inesperado e portanto iluminado e grande em nós. Raros são os homens que conseguem desenvolver a fé essencial. A maioria se agarra à fé aparente e por isso sofrem as conseqüências do mundo das sugestões e crenças infundadas. A fé essencial é algo nobre que se revela no caráter das pessoas.

Segundo ELLWOOD (1999): “A fé [essencial] não permite nenhuma discriminação ou injustiça, entre seus membros ou na sociedade, com base em credo, raça, sexo, orientação sexual, nível de escolariedade, riqueza ou pobreza relativas. Para cumprir esse ideal, todo cristão deveria ter um compromisso contínuo com o importante trabalho voluntário e não-remunerado, e deveria tentar ser um pacíficador sempre que possível” (p.32) .

Nenhum homem vive numa ilha pois é parte de um imenso continente humano. E a missão de cada um é revelar a beleza da fé essencial nas relações humanas. Infelizmente o mundo moderno deixou-a de praticar. A mística Alice Bayle afirmou: “O homem é um ponto de luz divina, envolto por numerosos envoltórios, como uma luz escondida numa lanterna. Esta lanterna pode ser fechada e escura, ou aberta e radiante. Tanto pode ser uma luz brilhante diante dos olhos dos homens, como uma coisa oculta, sem utilidade para os demais” (BAILEY, Alice A. Do Intelecto à Intuição. Niterói-RJ: Fundação Cultural Avatar, 1984).
-----------------------
ELWOOD, Robert. “A Ética Cristã”. Revista Planeta. Edição 324 – Ano 27 – No 9 – Set.99.

Pensamento para o Dia 22/09/2009


“A fé pode crescer somente pelo cultivo prolongado e pela atenção cuidadosa. Tenha fé; a fé concederá tudo o que você precisa. Não há tarefa que Eu não possa realizar. Você tem fé no Senhor Rama e Krishna, já que leu livros escritos sobre eles. Você não exigiu provas diretas da Divindade deles, exigiu? Primeiro tenha fé e então você vai adquirir provas suficientes. Inicie a disciplina da recitação do Nome Divino. Por que prolongar sua existência como um mero consumidor de comida? Coma, mas transforme a comida em bons atos, bons pensamentos, fala doce. Aja, mas não cause dor aos outros ou aumente a sua miséria.”
Sathya Sai Baba

Dorothy Lamour Por Ednardo




Dorothy l'amour
Com amor te matei
Sereia, n'areia do cinema
Dorothy l'amour
Com ardor de adorei
O drama da primeira fila
Adorei no drama
O teu sabor azul
Estranho como a primeira
A primeira coca-cola

Era miragem,
Fantasia de um mundo blues
E eu fui chorar
Na areia Dorothy l'amour
Por que sangrar
Meu nativo coração do sul
Ah eu fui naufragar
Em teus olhos de mar azul

A tua cor
O teu nome mentira azul
Tudo passou
Teu veneno teu sorriso blues
Ai, hoje eu sou
Água-viva dos mares do sul
Não quero mais chorar
Te rever Dorothy l'amour

Dorothy Lamour





Dorothy Lamour - pseudônimo de Mary Leta Dorothy Slaton - (Nova Orleans, 10 de dezembro de 1914 — Los Angeles 22 de setembro de 1996), foi uma actriz de cinema norte-americana.

A poesia de Geraldo Urano

alguém disse
que o computador
mudou a vida dele
é que o computador
é uma mulher
que satisfaz os nossos desejos

há uma diferença muito grande
entre ser computador
e em estar com uma puta dor
como as mulheres de pequim

fujam mulheres de pequim
não de mim
mais desse intelecto
que tomou conta de tudo
abram suas blusas
e deixem a brisa lamber

Dilermando Reis - Sua Majestade o Violão

Desde a minha infância/adolescência sou apaixonada por violão, pelas melodias que as cordas conseguem interpretar, pelos acordes e a cadência que conseguem ser extraídos de suas cordas. Quando, por acaso, via um violão, tocava com respeito e um certo receio aquelas cordas e sonhava algum dia conseguir interpretar algo que estivesse além daquele simples som desalinhado que se propagava com o meu toque... .
.
Ouvir violão sempre me faz levitar, voar, viajar, sentir o mundo mais bonito. Até tentei aprender a tocar esse instrumento. Tive por um tempo aulas com o nosso saudoso Nélio, lá numa salinha da rádio Educadora. Tive como colega, o já falecido, João Roberto de Pinho, excelente aluno! Tivemos uma apresentação no palco da Rádio Educadora, João Roberto dedilhando a música e os demais alunos acompanhando, e aí se encerrou minha prática, mas não meu amor a essa arte.
.
Na minha casa na Irineu Pinheiro, a música sempre teve uma presença marcante. Nada elitista, mas um acervo "universal" para cada gosto. Muitas e muitas vezes éramos visitados por Valdesley, Luciano Lira e Edilson Tavares para momentos de deleite musical. Mamãe recebia os "jovens mancebos" e a música passava de clássicos a outros gêneros musicais. .
..
.Duas coisas ficaram bem marcadas em minha mente: o Bolero de Ravel - que sempre me emociona a cada execução - e as músicas de Dilermando Reis que enchiam nossa casa de puro encanto. Eu navegava nesse mares, recolhida em meu quarto, apenas sentindo, sonhando e vivendo a música. A menina tímida que eu era não ousava fazer parte desse momento sublime lá na sala com pessoas que eu considerava ilustradas enquanto eu não passava de uma menina encabulada demais para opinar ou comentar o que quer que fosse. Apenas passava pela sala algumas vezes balbuciando algum surdo e quase inaudível cumprimento.
..
Mas, o que interessa aqui é Dilermando. Ele que encantou meus sentidos com seu dedilhar divino e majestoso. Não o esqueço, como também não esqueço como sua interpretação preenchia minha alma de emoção pura e intensa.
Ainda gosto de ouvi-lo - inesquecível Dilermando.
(Claude Bloc)

.
Um pouco de Dilermando Reis:

Houve Dino e Meira, há João Gilberto - em cada mão um estilo, uma época. Antes de todos, houve Dilermando Reis, morto aos 60 anos, vítima de colapso cardíaco. Durante quatro décadas seu nome foi quase um sinônimo de violão e ele cumpriu o ciclo possível no Brasil a um músico de seu tempo: fez o interior, a boemia e as serestas das grandes cidades, tocou nas lojas que vendiam partituras e instrumentos musicais, foi artista de rádio, atração nos cassinos, formou sua própria orquestra, compôs, gravou, ensinou.

Amigo do ex-presidente Juscelino Kubitschek, teve a alegria de poder considerar-se um dos pioneiros da construção de Brasília: "Ajudei a construir, com minhas próprias mãos, o Catetinho. Meu violão foi primeiro ouvido nos céus da nova Capital e fiz também a primeira música em homenagem à cidade que nascia".

Aprendeu a tocar violão ainda criança, com o pai, Francisco Reis. Na adolescência conheceu o concertista cego Levino da Conceição, com quem percorreu o interior do país, até chegar ao Rio já músico formado. Antes de ingressar nas rádios, lecionou e tocou nas casas de música da época, como Bandolim de Ouro e Guitarra de Prata. Num tempo em que a admiração do público convergia muito mais para os cantores do que para os instrumentistas, Dilermando conseguiu manter um programa semanal de meia hora, no qual a atração máxima e única era seu violão, e de 1936 a 1969, quando deixou a Rádio Nacional, esteve sempre entre os artistas mais populares e requisitados. Gravou cerca de 40 discos entre clássicos e populares, reunindo sucessos como 'Alma Nortista', 'Calanguinho', 'Penumbra' e 'Se ela perguntar', a preferida de Juscelino. As parcerias e as admirações musicais

Companheiro de seresta de Francisco Alves e João Petra de Barros, Dilermando era um instrumentalista brasileiríssimo, impecável na execução de valsas e chorinhos.

Admirava muitos dos músicos e autores mais jovens como Baden Powell ,Carlos Lira, Edu Lobo e Chico Buarque.

Mas não poupava críticas às músicas que considerava meramente comerciais: "Essas músicas de consumo, você a analisa, e não encontra nada, uma parecendo com a outra. Você a ouve porque está muito bem arranjada e muito bem interpretada. Mas ela não fica".

Dilermando ficará.

***************

Muitos interpretam Dilermando, mas raros conseguem superar ou sua maestria ao executar uma música ao violão.



Sua Majestade, o Violão (video sobra a vida de Dilermando Reis)

Se eu pudesse...- Rosa Guerrera

Se eu pudesse estacionaria o tempo no raiar da madrugada e adejaria livre nas cores de um arco íris. Se eu pudesse navegaria sem rumo e ressuscitaria todas as esperanças que ficaram no fundo do verde mar. .Esqueceria todos os problemas e ia reler o Pequeno Príncipe, passearia no deserto dos homens de Exupéry, visitaria o “ azul” do grande poeta Carlos Pena Filho , penetraria as entrelinhas do Soneto da Fidelidade do imortal Vinicius e sentiria na pele o erotismo doce das poesias de Araújo Jorge.Se eu pudesse não sonharia sonhos, mas viveria todos os meus sonhos sem importar o tempo ou o espaço das coisas e das pessoas....
Jogaria fora dogmas ,, ritos, preconceitos, cobranças e interrogações. Iria admirar as rugas do meu rosto refletidas numa poça d’água e me banharia com os pingos da chuva . Seria rio,
,mar, terra, flor, campos e montanhas e faria tudo que não fiz no trilhar da minha vida.Se eu pudesse ditaria uma Lei onde a Justiça fosse mais justa, os ricos mais humanos, e aqueceria os pobres com um grande cobertor de fraternidade. Se eu pudesse fecharia meus olhos e ouvidos para todas as notícias chocantes que o dia a dia nos oferece através os meios de comunicação e apagaria para sempre do dicionário da vida a palavra “impunidade’.
Ah ! Se eu pudesse por um dia, por minutos apenas enxergar o mundo com essa nova roupagem!
Mas a realidade a minha frente é bem diferente . As agressões ao meio ambiente, aos idosos, no esporte, nas escolas,na política, são as eternas problemáticas que assistimos a cada instante num panorama triste de ser aceito e vivido, embora saibamos que os meios alternativos para elimina-los existem , mas parecem não estar nos projetos daqueles que bem poderiam tentar erguer bem alto a bandeira da paz e da fraternidade. As pessoas se distanciam cada vez mais , a confiança sempre abalada vai deixando a humanidade receosa até de declarar o amor e o carinho , e as nuances dos nossos imaginários arco íris se projetam mais apagadas nas nossas esperanças .E a verdade é que a gente não pode mesmo parar nada, mas prosseguir os giros dos ponteiros do relógio do tempo , insistindo timidamente em acreditar num mundo quem sabe , um dia melhor !

rosa guerrera

Gonzaguinha - pelas suas maravilhosas composições.



Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, mais conhecido como Gonzaguinha, (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1945 — Renascença, 29 de abril de 1991) foi um cantor e compositor brasileiro.

Gonzaguinha era filho do também cantor e compositor Luiz Gonzaga do Nascimento e de Odaleia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil, que morreu de tuberculose ,aos 22 anos. Acabou sendo criado pelos padrinhos Dina e Xavier.

Compôs a primeira canção Metarmofose Ambulante aos catorze anos, e em 1961, com 16 anos foi morar em Cocotá com o pai para estudar. Voltou para o Rio de Janeiro para estudar Economia, pela Universidade Cândido Mendes Ari Fontera. Na casa do psiquiatra Aluízio Porto Carrero, conheceu e se tornou amigo de Ivan Lins. Conheceu também a primeira mulher, Ângela, com quem teve dois filhos: Daniel e Fernanda. Teve depois uma filha com a atriz Sandra Pêra: a atriz Amora Pêra.

Foi nessa convivência na casa do psiquiatra, que fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Tal movimento teve importante papel na música popular do Brasil nos anos 70 e em 1971 resultou no programa na TV Globo Som Livre Exportação.

Característico pela postura de crítica à ditadura, submeteu-se ao DOPS, assim, das 72 canções mostradas, 54 foram censuradas, entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos da mídia lhe valeram o apelido de "cantor rancor", com canções ásperas, como Piada infeliz e Erva. Com o começo da abertura política, na segunda metade da década de 1970, começou a modificar o discurso e a compor músicas de tom mais aprazível para o público da época, como Começaria tudo outra vez, Explode e Grito de alerta, e também temas de reggae, como O que é o que é' e Nem o pobre nem o rei.

As composições foram gravadas por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Simone, Elis Regina (Redescobrir ou Ciranda de Pedra), Fagner, e Joanna. Dentre estas, destaca-se Simone com os grandes sucessos de Sangrando, Mulher, e daí e Começaria tudo outra vez, Da maior liberdade, É, Petúnia Resedá.

Em 1975 dispensou os empresários e se tornou um artista independente, o que fez em 1986, fundar o selo Moleque, pelo qual chegou a gravar dois trabalhos.

Nos últimos doze anos de vida, Gonzaguinha viveu em Belo Horizonte com a segunda mulher Louise Margarete Martins -- Lelete e a filha deles, a caçula Mariana.

Após uma apresentação em Pato Branco, no Paraná, Gonzaguinha morreu aos 45 anos vítima de um acidente automobilístico às 07:30h do dia 29 de abril de 1991, entre as cidades de Renascença e Marmeleiro, enquanto dirigia o automóvel rumo a Francisco Beltrão, depois ia a Foz do iguaçú. Este trágico acidente encerrou de forma repentina a sua brilhante carreira.



Hoje é o dia dos amantes !

Uma música para aqueles que nunca deixaram de ser...
Para os casais que permanecem sendo,
como Carlos e Magali, por exemplo




Música na voz de Cartlos José.
Na década de 1960,Carlos José interpretou a música de "Queria", de Carlos Paraná.

Homenagem aos Salesianos pelos 150 anos da Congregação – por Magali de Figueiredo Esmeraldo.

O primeiro contato que tive com os padres Salesianos, foi em 1984, quando participei do Encontro de Casais com Cristo na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Juazeiro do Norte. O padre Pedro Lappo foi um incentivador para que os casais do Crato, entre os quais eu e Carlos estávamos incluídos, levassem o encontro para a nossa cidade. Foi dessa convivência, que aos poucos fui observando a dedicação do padre Pedro aos pobres. Na minha visão, ele fazia a evangelização com opção preferencial pelos pobres, portanto um seguidor de Jesus. Conheci também ainda em Juazeiro o padre César Cassete e o padre Elias, que juntamente com o Padre Pedro Lappo trabalhavam na educação dos jovens através do Colégio Salesiano, e cuidavam da Paróquia. Em Fortaleza, participo junto com Carlos da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, que por coincidência é uma paróquia salesiana. Aqui, da mesma forma, os padres se dedicam à paróquia e educação dos jovens. Quando chegamos em 1997 à Paróquia da Piedade, o pároco era o Padre Sebastião Alves da Silveira. Hoje quem está à frente da paróquia é o Padre Orsini Nuvens Linard, tendo como auxiliares o Padre Amadeu e Aristides. Admiro a atuação desses padres, porque eles fazem votos de pobreza, e dedicam suas vidas a evangelização dos jovens, seguindo o carisma do fundador da ordem que foi Padre João Melchior Bosco, mais conhecido por Dom Bosco. Por todo respeito que tenho a esses padres, é que resolvi fazer essa pequena homenagem à congregação que neste ano completa 150 anos de fundação.
Dom Bosco nasceu na Itália aos 16 de agosto de 1815, sendo seus pais Francesco Bosco e Margherita Occhiena, tendo ficado órfão de pai aos dois anos de idade. Atribui-se a Dom Bosco vários sonhos, muito dos quais seriam premonições. Quando tinha nove anos ele sonhou brigando com outros meninos, e um homem se aproximou dele e lhe disse para educar não com “pancadas”, mas com amor. De acordo com os símbolos do sonho, esse homem seria Jesus Cristo. Nesse sonho Dom Bosco sentiu-se chamado à missão de educar os jovens, especialmente os pobres.
Dom Bosco era pobre, filho de camponeses e foi ajudado pelo Padre José Cafasso, que colaborou no pagamento dos seus estudos. Para adquirir o enxoval que deveria levar para o seminário, os vizinhos, apesar de pobres, ajudaram como podiam através da venda dos produtos da terra. Graças a esse espírito de solidariedade dos camponeses e com a graça de Deus, Dom Bosco conseguiu concluir os estudos e se ordenar padre. Assim, esse homem de fé pôde educar os jovens com amor, através de uma educação integral, ajudando-os a se tornarem bons cristãos e cidadãos honestos, retirando-os da exclusão social em que viviam.
Os jovens dessa época vinham da zona rural, para arranjar trabalho, devido às dificuldades existentes no campo. Dom Bosco, esse homem de Deus, tinha sensibilidade para compreender a dureza e o abandono em que se encontravam esses menores e jovens de seu tempo. E o sonho profético foi realizado, pois D. Bosco se tornou o padre do povo, o amigo dos jovens, especialmente daqueles mais pobres e abandonados. Dom Bosco fez de tudo para impedir que esses meninos fossem obrigados a roubar para comer e terminar nas prisões. Ele reuniu todos num lugar onde pudessem morar, trabalhar e rezar. Foi aí que nasceu o primeiro Oratório. Sua mãe Margarida, uma mulher muito forte, abandonou sua casa no campo e veio cozinhar e lavar para os meninos no Oratório.
Atualmente o Oratório Salesiano é um local onde crianças e adolescentes se reúnem num clima de descontração e através do esporte, das oficinas e brincadeiras são preparadas para receberem uma formação religiosa e instrutiva. Os Oratórios podem funcionar diariamente ou nos fins de semana, como ocorre na Comunidade Salesiana da Piedade em Fortaleza.
A Congregação Salesiana da Igreja Católica Apostólica Romana foi fundada em 1859, por Dom Bosco e aprovada em 1874 pelo Papa Pio IX com o nome oficial de “Pia Sociedade de São Francisco de Sales” em homenagem a esse santo. O nome foi sugerido por esse Papa, pois naquela época as congregações religiosas estavam sofrendo uma grande perseguição na Itália durante o governo de Urbano Ratazzi. O próprio Ratazzi, que fechou as ordens religiosas existentes na Itália, se tornou amigo e admirador do trabalho de Dom Bosco, quando foi visitá-lo, para obter subsídios sobre a formação dos menores, para composição de um novo Código Civil.
Hoje a Pia Sociedade de São Francisco de Sales é conhecida popularmente por Salesianos de Dom Bosco – SDB.
A Congregação é composta por irmãos de vida consagrada que fazem votos de castidade, pobreza e obediência. Foi a primeira instituição a constituir a família salesiana. Existem padres e irmãos salesianos que são leigos de vida consagrada. As obras da Congregação Salesiana, compreendem os colégios, os oratórios e serviços beneficentes, espalhados por várias partes do mundo. O carisma dos salesianos é viver e seguir o exemplo de Dom Bosco, cuja espiritualidade é educar o jovem pelo exemplo. Ainda seguindo o exemplo de Dom Bosco, os salesianos têm uma grande devoção a Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos.
Parabéns aos Salesianos pelos 150 anos de evangelização.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Incursões na Alma

Eu, homem feito, condenado pela eternidade
A carregar esta carcaça “bigornocorpórea”
Sobre meu coração-libélula de criança

Ainda, pelas madrugadas insones
Gemo num uivo surreal
Debatendo-me sobre as correntes
Que me agrilhoam as pernas finas, falidas de músculos
Que atam os braços finos e cabeludos
Como os átomos que gravitam a valsar
Na camada mais externa do meu ser

Eu, homem feito, na força explosiva do meu peito
Em transmutações violentíssimas
Re(volto) grido a mais tenra infância
Onde, quando rei, libertava pelos ares meus súditos
A declamar poemas...homens, mulheres e crianças.

Foto: Lino Matos

Encontro de caririenses no Rio de janeiro - Por: Joaquim Pinheiro


(Dario , Joaquim e Ana Maria)
(Ana Arraes)

VIAGEM AO RIO DE JANEIRO.

No último final de semana estive no Rio de Janeiro para reunião da Executiva Nacional do Sindicato a que pertenço. Levando em conta os fatos fora da agenda sindical, o Saldo foi positivo, com placar alegrias 02 X Frustração 01.
Começo pela frustração: Não ter encontrado o “irmão” Zé do Vale Filho, sua família e não ter conhecido Sofia. A estadia foi curta e achei que ele estava fora do RJ. Pouco tempo antes ele havia me comunicado que entraria em licença prêmio e depois se aposentaria. Creio que fiz confusão e presumi que iria se ausentar da cidade maravilhosa.
Os gols pró:
O primeiro foi reencontrar, depois de longos anos, meu amigo do Crato e companheiro de Tiro de Guerra, Dário Lobo e sua esposa, Ana Maria Alencar, por sinal minha prima. Dois dias antes da viagem, minha mãe pediu para fazer chegar às mãos deles uma encomenda do Crato. Por coincidência, o hotel que o sindicato reservou era relativamente próximo do endereço do casal. Assim, em vez de despachar pelo correio, fiz a entrega pessoalmente. Valeu pela alegria e simpatia com que fui recebido e pelo excelente papo.

O segundo ponto a favor foi ouvir do Procurador da República, Dr. Aurélio Rios, Presidente da 3ª Câmara do Ministério Público Federal em Brasília, referências elogiosas a Deputada Pernambucana Ana Arraes, a quem dei meu voto na eleição de 2006.

Em conferência proferida para os funcionários do Banco Central, sobre o Código de defesa do consumidor, o Dr. Aurélio afirmou que o CDC foi sucesso na área comercial, mas enfrentou dificuldade no setor de serviços. As grandes corporações (eletricidade, telefonia, planos de saúde e, principalmente, bancos), praticamente ignoravam a legislação. A FEBRABRAN chegou a questionar na justiça a constitucionalidade da Lei. Segundo o Procurador, a situação começou a mudar depois que a Deputada Ana Arraes (PSB – PE) assumiu a presidência da Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara Federal. Segundo ele, a Deputada é diferenciada, inteligente, competente, habilidosa e entende que o consumidor precisa de proteção. Atribuiu a ela boa parte da responsabilidade pela mudança de postura do Banco Central e dos Bancos em relação ao consumidor bancário. Afirmou, ainda, que, graças à articulação dela com o Senador Renato Casagrande, brevemente virão medidas alcançando os cartões de crédito.

A deputada pernambucana, por ser filha do ex-governador Miguel Arraes, tem sangue caririense nas veias.

Joaquim Pinheiro

O Caviar - Do mar até chegar na mesa - Colaboração de Glória Pinheiro











A Rua das Laranjeiras- Anos 60- Por Socorro Moreira

(Informações pautadas na memória de uma menina, que apenas nasceu naquela rua, e passeou suas alpercatas nas calçadas. Imprecisão histórica... O resumo de uma verdade ilimitada!).

Antes da Pedra Lavrada, eu nasci nas Laranjeiras, hoje José Carvalho.
No mesmo pedaço, onde morava Zé Cirilo, Salvina, os Libório, os Parente, os Cardoso, e onde ficava o Círculo Operário (que virou Escola, Cinema, salão de eventos, acolhendo discussões de base política social).
A rua começava com a Padaria de Seu Cirilo. Lá a gente escolhia o pão sovado ou aguado. Comíamos com nata batida do mais puro leite de vaca. Encostada à padaria viviam os seus familiares: Zenira, Zenilda, Zildenir, Francisco José (que foi meu colega no Instituto S.Vicente Férrer). Naquele Instituto, Zenira deu uma das suas grandes contribuições educacional. Tinha uma energia linda, vibrante, artística! Gritava as nossas quadrilhas de S.João de uma forma inconfundível. Mudou tão pouco ao longo dos anos...
-É a mesma Zenira!
Numa das casas seguintes, Gilvanda, primeira esposa do Compadre Zé Cirilo (como o chamava meus pais), criava a sua prole. Tia Fantina (irmã da minha avó Donana) e Gilvanda reinava na organização da casa. Zé Sérvio, Grijalva, Eugenia, João Antonio e Jorge já haviam nascido. Gilvanda confeitava os nossos bolos de aniversário. Sua casa tinha gosto de festa: limão glacê! Zé Cirilo entendia tudo de eletrônica, e trabalhava na Rádio Educadora, desde a sua fundação.
Mais na frente, a casa de Mário Oliveira (o dono do Cine Cassino) casado com Mildred, filha de Tia Fausta. Casa glamurosa. Mildred trazia das telas de Hollyood o astral do cinema. Tia Fausta era apaixonada por perfumes franceses, e tinha uma bela coleção em miniaturas. Foi lá que Miriam Magda completou seus 15 anos. Uma festa de arromba, que eu não tive o prazer de comparecer, pela pouca idade (menos de 15 anos). Mas eu assisti do meu jeito...!
Na mesma calçada, os Libórios. Salete, a musa maior: atriz e bailarina!
Parede com parede, o salão de beleza de Dona Estela Parente. Freqüentei aquele espaço, pela primeira vez, quando contava quatro anos. Cismei de cortar os meus dóceis cachos, irrefletidamente... E ficou horrível! Minha mãe pegou-me pelo braço, e conduziu-me até lá. Frisaram meu cabelo para consertar o estrago. Sai de cara redonda, cabelos curtíssimos, apipocados e com cheiro de queimado. Perdi naquele dia qualquer possibilidade de beleza romana, até os nossos dias. Na extensão do salão, a residência dos Bragas. Que menina da época não namorou com um deles? Ésio, Helder, Élcio, Hélio... Nem eu, escapei à regra!
Em frente morava Marta de Salvina.
Salvina, a mãe de metade das crianças, que vinham ao mundo, no Crato. Foi enfermeira do Dr. Gesteira e muito com ele aprendera!
Atravessando a rua, tinha (e ainda hoje existe) a ourivesaria do Seu Teophisto Abah. Grande artesão, amigo do meu avô Alfredo Moreira Maia (primo de Emília Moreira - avó da minha amiga Magali) e do Sr. Júlio Saraiva. Dizem as boas línguas que não existiam homens tão íntegros e habilidosos, quantos aqueles três. Era um trio famoso!
Na seqüência, os fundos do Moderno, propriedade de Seu Macário, por onde escorria meio mundo de pessoas, depois das sessões de cinema. A casa de Tia Pigusta (modista famosa), os Brizenos, os Duartes, Seu Euclides Lima Barros e Dona Nenê. Ali, Hamilton se achava!
No mesmo cinturão, a casa de Dedé França, Zeba, Dona Zélia (mãe de Nilo Sérgio), e a Sub-Estação, que gerava energia elétrica para toda a cidade (antes da luz de Paulo Afonso).
No quarteirão seguinte, depois do Beco de PE. Lauro, a sanfona genial de Hildelito Parente e um monte de irmãos: mais novos mais velhos e da minha idade!
Uma pequena concentração do Honor e Brito...
O casarão de Seu Pergentino (Pai de Dr. Eldon Cariri, Dona Eunir (mãe da Bela Piinha))
Do outro lado da calçada, a casa de Salgado, que nos assustava com seus vôos acrobáticos... Um dia a morte o assustou... Mas, pra que lembrar coisas tristes?
E a minha doce Mãe Candinha?
Quem nunca provou da chupeta de umburana e mel de abelha, que naquela casa vendia? Pois aquelas mulheres eram minha bisavó e minhas tias: Amália e Rosália. Lá tinha um papagaio que falava e repetia tudo que dizíamos.
“Tem café, minha Rosa”? Era o verdinho, imitando a voz de Vicente Cordeiro, meu tio por afinidade... Cego na velhice, mas compensado por um ouvido privilegiado. Tocava acordeom, gaita, realejo... e disso, eu também gostava!
Depois, a rua assumia outro nome...
Com preguiça não chego nesta carreira, na casa de Edméia Arraes...

-É outra circunferência, como diria meu amigo Blandino!

Meus médicos, nossos médicos ! - Por Socorro Moreira

Se é pra homenagear médicos, cada um tem os seus. Eu procuro viver sem procurar a doença , mas a gente tem que viver é sem provocá-la. Do tempo que eu nasci até 1975 só conhecia um doutor : Eldon Cariri. Depois que voltei, ele estava aposentado, e fiquei aos cuidados do Dr. Zé Flávio. Mas o Crato sempre rendeu bem , na área da saúde, tendo em vista a qualidade dos seus profissionais.Hoje o médico de família foi substituído pelos diversos especialistas.
Não posso esquecer as corridas que a minha mãe deu para Dr.Tarcísio Pierre, Dr Humberto Macário, Dr.Luciano Brito, nas nossas crises de garganta, nas suas crises de vesícula , e nos pequenos dodóis dos meus filhos, quando eram crianças. O Victor( meu menino do meio) é tão estudioso, que na maioria das minhas indisposições , permito que me cuide. Guardo os males maiores para a perícia incontestável do meu amigo e médico Dr. Zé Flávio.
A saúde, bem tão precioso , sem dúvidas , depende mais dos nossos hábitos de vida do que do péssimo atendimento público . Saúde no Brasil , se você não pagar caro por ela , pode mesmo morrer à míngua , como dizia minha avó , que era cliente de dois médicos de antigamente : Dr. Macário e Dr. Gesteira.
Imagino que, se eu comer e beber com disciplina e parcimônia, praticar alguma atividade física , evitarei os males que nos pegam de surpresa, mas que vivem latentes, no nosso organismo. Mesmo quem é portador de doenças graves , mas controláveis, pode ter qualidade de vida, e longevidade.
Acho que esse arrodeio todo foi pra expressar o meu carinho especial por Dr. Eldon, a quem muito considero, que me fez falta, e de quem sinto uma grande e terna saudade. Felizmente continua vivo e ativo. Estudiosíssimo , e paciente, sempre resolvia os nossos casos com sabedoria. Preciso fazer-lhe uma visita qualquer dia. Uma amiga próxima me contou que, depois de aposentado ele começou a estudar grego, tocar piano, e navegar na internet. Às vezes nos encontramos , e é sempre um momento de emoção.Nem vale ficar falando...Abraços a quem está vivo, e mora no Crato, eu posso fazê-lo , pessoalmente.
Quando ele chegou no Crato ,depois de formado ,tinha como especialidade a Pediatria. Foi meu primeiro médico. Um dia chegou para visitar-me a chamado da minha mãe, que desconfiava que eu estava com crupe. Na realidade era um falso crupe. Eu tinha dois anos e lembro do fato, perfeitamente. Ele me examinou, e falou: Maria do Socorro , eu quero ouvir sua voz. Eu pedi a minha mãe que armasse uma rede. Comecei a empurrar o pé na parede pra impulsionar o balanço, e cantei em toda altura ( roucamente) uma canção que estava em voga : Índia. Ele achou muita graça, claro !
Depois especializou-se em obstetrícia , e ajudou a nascer todos os meus irmãos , os meus filhos e sobrinhos. Todo mundo da minha família tem um caso de amor com aquele doutor. Porisso , devemos-lhe tanto !
Que Deus proteja a sua lucidez , por muitos e muitos anos.
Que deus ilumine a administração pública do país , no sentido de priorizar a saúde , valendo-se da sua competência e sensibilidade. Nem todo cidadão comum, em tempo algum, tem condições de pagar um plano de saúde ,que lhe garanta atendimento integral.
Da minha parte sou feliz e segura , nas mãos do Dr. Zé Flávio.
.

O Jovem e o Internetês

Hoje é dia do jovem.
Existe uma tendência irreversível nos dias de hoje proporcionada pelo uso da internet e pela necessidade premente de uma comunicação rápida e interativa. O Internetês veio suprir essa necessidade propiciando agilidade na comunicação.

"Internetês" é uma expressão grafo-linguística criada na Internet pelos adolescentes na última década. Por um certo tempo isso se constituiu num bicho de sete cabeças para gramáticos e estudiosos da língua. Eles temiam que abreviações como "ksa" (para casa), "aki" (para aqui) e outras coisas do gânero viesse a comprometer o uso da norma culta do Português para além do espaço e das fronteiras cibernéticas.

Depois de passado um tempo, o internetês não passa de um simpático recurso facilitados da comunicação escrita por meios eletrônicos. O problema é, portanto menor do que se imaginou, pois em concursos e vestibulares pouco ou nada se encontra do uso do internetês.

“Pq vc naum xego na hr q eu t flei?”

.

Entendeu??? Essa é uma frase típica do que professores, estudiosos da língua e gramáticos chamam de Internetês. A tradução (necessária para a maioria das pessoas que não pertencem à geração anos 90): “Por que você não chegou na hora em que eu te falei?”.

O termo Internetês – que ainda não está no dicionário, aliás – é usado para tratar da linguagem surgida no ambiente da internet, que se baseia na simplificação informal da escrita, tornando mais ágil a comunicação. Essa linguagem de sons e imagens utiliza abreviações e símbolos criados por caracteres, além de termos estrangeiros e da Informática.

O Internetês, que inicialmente era restrito aos chats e programas de envio de mensagens instantâneas, é adotado hoje pela maioria dos jovens, que têm o hábito de escrever sem utilizar acentos, inventar palavras ou emendá-las seguindo sons da fala e não mais à etimologia. Essa possibilidade de interagir com a língua pode ser criativa e divertida, mas devemos lembrar que é uma forma de linguagem adequada apenas às situações vividas no mundo virtual. A norma culta dos volumes de gramática, textos oficiais e do universo profissional ainda é, e deve continuar sendo, a língua padrão.

Algumas palavras e expressões no Internetês*
*Alguns dados retirados da Wikipédia

.