Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ai que saudades de Mário !




Mário Lago



Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002) foi um advogado, poeta, radialista, letrista e ator brasileiro.

Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50.



Salve a preguiça meu pai
(Mário Lago)

Com meus pés, não vou
Venha me buscar
Mas só vou de colo
Pra não me cansar
O meu passo faz caminho
Mas se alguém não se agradou
Pra mudar vai dar trabalho
Com meus pés, não vou
Espinho não me amedronta
Nem pedra vai me assustar
Quem quer que eu saia da estrada
Venha me buscar
Com meus pés, não vou
Venha me buscar
Mas só vou de colo
Pra não me cansar
Oi, com meus pés não vou
Venha me buscar
Mas só vou de colo
Pra não me cansar
Com tristeza não me abalo
Com ameaça não me amolo
Pra brigar não tenho força
Mas só vou de colo
Quem quer, caminhe comigo
Vai ver que é bom de se andar
Quem não quiser me carregue
Pra eu não me cansar
(Salve a preguiça, meu pai
A preguiça é nossa
Já o português dizia que
O índio era preguiçoso
Porque não queria trabalhar pra ele
E se metia no meio do mato
Salve a preguiça, meu pai!)

César Guerra-Peixe



César Guerra-Peixe (Petrópolis, 18 de março de 1914 — Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1993) foi um compositor brasileiro, filho de imigrantes portugueses de origem cigana.


Filho de imigrantes portugueses de origem cigana, aos 9 anos já tocava violão, bandolim, violino e piano. Viajava muito com a família pelo interior do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, assistindo freqüentemente a grupos folclóricos, o que marcou muito sua infância. Estudou violino com o professor Gao Omacht, na Escola de Música Santa Cecília, e teve aulas particulares de violino e piano com Paulina d’Ambrósio. Com apenas cinco anos de estudo, obteve a medalha de ouro oferecida pela Associação Petropolitana de Letras. Após prestar concurso para ingressar na Escola Nacional de Música, obtendo o primeiro lugar, Guerra Peixe transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde, para sobreviver, passou a trabalhar como músico em orquestras de salão que tocavam em confeitarias e bares, além de integrar um trio alemão que se apresentava na Taberna da Glória. Na Escola de Música, fez os cursos de harmonia elementar, com Arnaud Gouveia, e de conjunto de câmara, com Orlando Frederico. Nesta época, começou a trabalhar como arranjador para alguns cantores e gravadoras. Depois de ler Ensaio sobre a Música Brasileira, de Mário de Andrade, Guerra Peixe mudou seu conceito de composição. "Depois de ter lido Mário, comecei a compor com mais consciência…". Em 1943, ingressou no Escola Nacional de Música, para se aperfeiçoar em contraponto, fuga e composição, tornando-se o primeiro aluno a concluir o curso de composição do Conservatório.

wikipédia

DUAS GITIRANAS - Por Edilma Rocha

Sempre que você me vê,
sorri.
Não consegue disfarçar
o encanto que lhe causo.
Fala baixinho
e procura alguma desculpa
para ficar sozinho comigo.
Pede desculpa
e diz que pode passar anos a fio
que jamais irá me esquecer.
Sussurra que somos
duas flores gémeas
perdidas
num jardim qualquer.
Deixa cair uma lágrima,
diz que me ama,
se desculpa,
baixa a cabeça
e sai andando devagar...

Edilma Rocha

Castelo de cartas

Entre uma e outra partida de “Buraco”, o menino toma o baralho entre as mãos e, com delicadeza e paciência, começa a erguer o seu castelo de cartas. Os movimentos são leves e cuidadosos, em slow motion. Ele percebe, claramente, que basta um movimento mais brusco, uma expiração mais profunda para que venha a implodir sua sutil arquitetura. Findo o trabalho, o castelo ergue-se impávido, à beira da mesa, meio desengonçado, com um ar de vitória contra a efemeridade e às dificuldades inerentes ao percurso. Como na vida, a argamassa que une todas as peças é a instabilidade, ela é o fio condutor que cola as cartas, aguardando a esperada e próxima lufada de vento.
Pois é , amigos, apesar da aparente filosofia barata do primeiro parágrafo, é sobre castelos de cartas que desejo falar nesta croniqueta de sábado. Nestes dias, temos todos nos chocado com as fortes imagens que saltam da TV : uma verdadeira Guerra Civil que irrompeu no Rio de Janeiro. Carros queimados, tiroteio, tanques subindo morros, correria, confronto entre policiais, exército e bandidos. Mais de trinta mortes computadas até hoje. Como explicar que a bela aquarela da Cidade Maravilhosa teime em tingir-se de rubro, nesta semana? Tínhamos o purgatório da violência diária, em módicas prestações, que macula todas as metrópoles brasileiras. Não nos acostumamos, porém, com esta tragédia por atacado, num país que se vangloria ser isento de guerras e confrontos mais sangrentos. O paraíso e o inferno sequer imaginávamos que fossem tão fronteiriços.
Mas vamos refletir, um pouco, sobre a arte de empilhamento de cartas, enquanto as balas varam os horizontes cariocas e, como sempre, a população mais pobre se vê, incomodamente, metida no fogo cruzado. A urbanização das grandes metrópoles brasileiras foi um reiterado crime cometido contra a população mais pobre e desfavorecida. Essa classe sempre viveu próximo ao centro das grandes vilas, pois ali conseguia emprego e, pela dificuldade de transporte, sobrevivia em cortiços e “cabeças de porcos” . À medida que as cidades iam crescendo e prosperando tangiam os pobres para os morros e favelas. Alijava-os da vida urbana, sem nada lhes dar em troca. O Estado, por séculos, só subia os morros com a polícia. A única política social era a repressão. Nada de saneamento, de energia, de escola, de postos de saúde. Emebelezavam os cartões postais das cidades e escondiam suas chagas sociais em prisões, favelas, sanatórios, cemitérios. No Rio, o primeiro projeto social em uma favela já aconteceu , pasmem vocês, há menos de vinte anos. Com o aumento crescente da desigualdade social , as favelas cresceram e se multiplicaram. E hoje, à histórica ação da elite brasileira de imprensar a favela, se opõe uma reação bem mais poderosa , contrariando a segunda Lei de Newton .
Nos anos setenta do século passado, o tráfico aportou nas favelas. Foi recebido de braços abertos. Ele passou a fazer o papel que o estado brasileiro nunca fez. Deu emprego, envolveu-se em movimentos sociais como futebol e Escolas de Samba, apoiando-os maciçamente e, mais, vendendo sua mercadoria justamente à elite opressora que se repoltreava em mansões a beira mar. Esta atividade, como era de se esperar, teve enorme capilaridade comunitária. E mais: organizou-se invejavelmente, enquanto o estado brasileiro, intencionalmente mantinha-se frouxo e desorganizado para facilitar os trambiques, a corrupção desenfreada. O tráfico, como uma máfia, agiu politicamente, comprando políticos, elegendo deputados, subornando a polícia e autoridades. Claro que, como num castelo de cartas, este equilíbrio é instável e , periodicamente, desmorona como acontece no Rio agora e como ocorreu em 2006 em São Paulo que se ajoelhou sob o julgo poderoso do Marcola e do PCC.
Por que desmorona o Castelo? Simplesmente porque, amigos, existe um acordo tácito entre o Estado e o Crime Organizado, com concessões de lado a lado, favores dispensados e trocados. De repente, o Estado cai na loucura de imaginar que é dono da situação e , abestalhado, pensa que existe lei . Talvez tenha até ciúmes da organização poderosa do Crime. Aí, o vento sopra por entre as cartas e o castelo rui. Instala-se o caos, as ruas se tingem de sangue e há baixas de todo lado. Mas não há vencedores. Aos poucos recomeçam as mesmas negociações, há sessões e concessões de parte a parte e as mãos ensangüentadas começam a de novo edificar o castelo implodido. Um Mito de Sífiso tupiniquim.
Temos dois países em um só. Dois Estados: o da Praia e o do Morro. O da Praia é minimamente organizado para as classes que o apóiam. O do Morro é profundamente organizado e politizado e tem plena consciência que a sua infelicidade não é obra do acaso, da fatalidade. Lá de cima dá para observar perfeitamente os conchavos e as negociatas. O Morro tem plena consciência da instabilidade do Castelo de Cartas e sabe que as cartas foram feitas para se jogar.

J. Flávio Vieira

Uma relíquia de José Carlos Brandão !




Visitei o blog do José Carlos Mendes Brandão, e fiquei encantada !

Com a sua licença, nobre  poeta...



Os olhos da minha mãe


Nasce uma flor nos chifres da vaca,

Uma fonte de leite puro muge no pasto.

O orvalho da aurora me purifica.

Brotam da memória um bezerro e um touro


Voando sobre as árvores da infância.

Onde o cavalo do meu pai? Onde

O grito retumbando como o trovão?

Os centauros celestes fazem chover


Pétalas do delírio e borboletas azuis.

Um peixe curioso espia das locas na água verde

Do ribeirão correndo no fundo do pomar.


O eterno dorme ao meu lado como um cão.

Minha mãe chega à porta com pássaros nos ombros

E me mostra a face de Deus nos olhos.

________


Foto: Minha mãe

José Carlos Brandão

Meu Coração - Por Rosa Guerrera



Não gosto de revirar os quatro cantos do meu coração. Acho desnecessário ficar soprando as cinzas das grandes fogueiras que nele existiram.

São tantas as fotos penduradas nas suas paredes , tantos passos no seu chão , tanto perfume ainda pelo ar , tantas melodias inesquecíveis soprando redemoinhos de paixões que aceleraram seus batimentos ...
E o curioso é que ainda existem lacunas a serem preenchidas dentro dele.
Se por vezes o considerei como diz uma musica do Jessé : “ um campo minado “, hoje o vejo como um crente no amor ..um meninão que não envelheceu com minhas rugas nem com os meus cabelos brancos.
Talvez por isso não gosto de revirar seus quatro cantos .

Tudo ali guardado foi tão importante para mim , semelhante mesmo a um velho álbum de fotos que não faz sentido agora queimar ou jogar fora ..
Prefiro deixar escancaradas suas portas e janelas para que pássaros façam novos ninhos nos seus recantos ainda vazios , completamente aberto ao sol , a chuva ,as estações da vida , a ilusão ou a verdade de novos amores.
Que fiquem as lembranças , que permaneçam as saudades, que não se apague o que foi escrito nas paredes do meu coração .
Mas , que o amor possua sempre entrada gratuita nele , e que eu acredite piamente que cada vez que a gente ama tenha intimamente a certeza de que tudo está acontecendo pela primeira vez !


rosa guerrera

Correio Musical

PÉROLA NOS BASTIDORES

Claude,

Querendo assumir seu poema...

Em tudo
No que sou, estás presente
No que fui, estás também,
Na infância perdida...
Na adolescência sonhada...
Em tudo, hoje
Na minha dor...
Na minha alegria...
Nos meus versos...
Nas minhas prosas
Unidas rasgando a vida
por aí a fora !

Edilma Rocha

"Chega de saudade !" - Por Socorro Moreira




Eu gosto de música e poesia
Mas não gosto de todas elas...
Algumas são belas,
Incríveis demais.
Aquelas mais simples
de poucas palavras,
Agradam-me por demais!

Tenho alma amorosa e
Coração solitário
Tenho nele muitos cantos,
e encantos !

Acredito no amor que se basta,
sem o estardalhaço das conveniências.
É claro, sutil, e não se esconde.
Imenso , mas não cabe nos espaços desse mundo.

Existe o amor que será,
Sem um pingo de saudades...
Esse eu tenho!

Mestre Naná no Crato


No dia 16 passado, tivemos o raro prazer de assistir uma grande performance do mestre Naná Vasconcelos. Mesmo sentindo o peso da idade ele nos presentou com aquela viagem pelo mundo dos efeitos e da percussão. Aí fica a pergunta: "Será que teremos outro igual a ele?"
(A foto é do carnaval de Recife 2010, no momento da concentração dos 500 tambores na rua da Moeda.)

Lupeu- por Lupeu !



Apois sim...
Sou um old lobo mau.
Acordei hoje com uma vontade grande de me explicar algumas coisas: ainda não sei o que estou fazendo e isso me incomoda (às vezes). Também não sei o que significa meu nome, aliás, não sei o que significa o nome de ninguém. Estou me mudando para o Borba Gato. A idéia é tentar descobrir entre as pessoas - tão estranhas quanto eu - o elo que me une a raça humana. Humana? Preciso descobrir isso também.

A POESIA DE LUPEU É PRESENTE !


dona sebastiana cantando uma canção inexistente

quem fez o mar e colocou o mar dentro do olho de quem chora?
quem fez o mar no vendaval da fúria insana e o colocou no coração de quem se apaixona?
quem fez o mar no pôr do sol brando e sereno e o colocou no coração do velho sapateiro?
quem fez o mar e o encheu de criaturas esquisitas e as colocou na cabeça dos insones suicidas?
quem fez o mar e o colocou no copo cheio de cerveja ou vinho morno do velho professor?
quem fez o mar e o colocou no risco da queda nos malabares dos meninos do semáforo?
quem fez o mar?
quem fez o mar?
o mar é feito de coisas por fazer ainda
o mar é sonho, projeto,
não existe ainda...

"a areia do mar não tem quem apanhe não tem quem apanhe a areia do mar"

lupeu lacerda

A SACERDOTISA - CARTA II DO TAROT




Simbologia

A papisa ou sacerdotisa, nos tarôs modernos simboliza o sabedoria, o conhecimento, a intuição, o crescimento, a gestação, a nutrição da alma e do corpo. Nos clássicos fala daquilo que é escondido e maquiado, de assuntos secretos que não podem vir à tona para que a situação permaneça a mesma, ou que precisem vir à tona para que a situação possa evoluir.

Os pilares reafirmam a dualidade expressa pelo número dois da Suma Sacerdotisa. Sua essência é o paradoxo.[2]

No Tarô Rider-Waite, Na mão direita segura o símbolo da sabedoria, um pergaminho. Na mão esquerda, a Sacerdotisa tem espigas de trigo, símbolo do alimento que distribui generosamente. A lua sobre a sua cabeça remete para a intuição, um dom que lhe pertence. Tem um gato a seus pés, antigo símbolo da magia. Ela lembra uma mãe, mas também o poder fertilizante da mulher. Tudo o que ela planta, dá frutos.

Nos tarôs clássicos, anteriores, a figura aprece sempre como uma Papisa. Intimamente ligada aos populares dizeres medievais sobre a existência da Papisa Joana - o Antipapa João VIII, que foi papa de Roma por 2 anos entre 852 e 855, sendo deposto após ser descoberto se tratar de uma mulher disfarçada.

Em suas primeiras versões, como se vê em apresentações dos primeiros tarôs encontrados, como o Visconti-Sforza, aparece como uma mulher de aparência atormentada e grávida.

Em alguns tarôs clássicos como o Marseille Convos, Marseille Marteau e Marseille Grimaud, a mulher aparece olhando para fora da carta, com aparência de quem é surpreendida por algo desagradável em sua face.

Nos tarôs clássicos, a carta fala não só de astúcia e inteligência, mas também de embuste, tanto em um aspecto positivo (de adaptação) como em um aspecto negativo (de sublimação) - principalmente quando a companhada de cartas como o 7 de copas ou A Lua.
[editar] Mensagem

Siga a sua intuição e tenha atenção ao que está velado.
Referências

1. ↑ Meaning of the High Priestess Tarot Card. Página visitada em 31 de janeiro de 2010.

E agora José? – por Pedro Esmeraldo

(observação: este artigo foi escrito em 5 de dezembro de 2008)

Faz quase dois anos que a Escolinha Maria Amélia, localizada no Sítio São José foi fechada. Considero isto um crime da história escolar do Crato. Pois fecharam esta dita escola em localidade densamente povoada, prejudicando o bom desempenho escolar das crianças daquela localidade.

Hoje mesmo, encontramos com mães dessas crianças que lamentaram a evasão delas para Juazeiro do Norte. Consideramos tudo isso medidas caturras, vez que o Secretário de Educação de Crato praticou um ato danoso ao aprendizado dessas crianças. Já fizemos todo o possível para contornar esse impasse, possibilitando a reabertura destas escola, dotando-a de estruturas dignas e modernas, melhorando o nível no aprendizado daquela unidade escolar.

Não temos mais para quem apelar, mas a nossa decisão é lutar até o fim contra o fechamento da escola. Cremos que nosso objetivo será alcançado, qual seja vermos a escola novamente funcionando, dotada de qualidades técnicas dentro dos parâmetros estabelecidos pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura. Por isso, decidimos avançar e nunca recuar neste nosso intento. Continuaremos na luta, sem esmorecimento, custe o que custar, mas lutaremos até o fim. Utilizamos esse dito popular: “nem que a porca torça o rabo”, mas não recuaremos um instante sequer.

Não nos esquecemos jamais das promessas dos políticos dizendo que vão cuidar bem da educação. Agora, dada a oportunidade, lembramos a conhecida poesia de Carlos Drummond de Andrade:

E agora José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
(...)

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Por isso perguntamos aos secretários que vieram de fora, dizendo que iriam solucionar o problema, mas não cumpriram a promessa: Para onde vamos, José?
Ah, Crato velho sofredor...

Texto de Pedro Esmeraldo

Edilma disse...


Claude,

Quando tive a idéia de mudar a abertura do Cariricaturas com uma exposição de fotografias, sabia que você seria a pessoa certa para fazer tão bela apresentação.

Arrasou Claude Bloc !

Ficou demais essa montagem !
Por favor não mexam nessa abertura, Administradores!
Tenho a certeza de que teremos um leque de imagens espetaculares.
Vamos lá turma das lentes fotográficas !

Nos dê as suas colaborações :

Nivea, Pachelly, Dihelson, Samuk, Lu, Joilson, Wilson, Allan, Ernesto, Ricardo, Heládio, Mônica e quem mais queira se fazer presente.

O Cariricaturas agradece o novo desafio.

Valeuuuuuu !

poesia crônica: Kos de Hipócrates

poesia crônica: Kos de Hipócrates: "Imagem da Wikipedia Kos de Hipócrates A concha do olhar ou memória ignoram o seu nome, baço, e seu espa..."

Não temos esse livro....

Um texto de Carlos Rafael

Depois da capela tem um abismo – livro de poesia de Marcos Leonel


“Nos anos oitenta, no Cariri cearense, se respiravam os primeiros hálitos de uma nova mística. Era um fenômeno completamente próprio, que se estendeu pelos anos noventa inteiros e desaguou nos dias de hoje, mas já caldo ralo. Foi mais ou menos assim: a nossa juventude rompeu a visão frígida e estéril da fé (aquela vendida nas matrizes, em envoltório sacrossanto, especialmente católico, que tinha Cícero Romão Batista como centro) e, influenciados pelo ambiente universitário de Fortaleza e Recife, construiu para si mesma uma visão de mundo absolutamente idiossincrática. Um Cariri quase cenográfico”.

Assim começa a apresentação, de Sidney Rocha, do livro Depois da capela tem um abismo, do poeta cratense Marcos Vinícius Leonel, por nós conhecido por Lobisomem, editado pela Kabalah Editorial, Recife, 2007.
O livro traz um longo poema, escrito em meados dos anos 80, dividido em doze cantos, cada um com oito estrofes, cada uma com oito versos, com imagens e impressões de um andarilho que sobe a serra do Horto, a caminho do Santo Sepulcro, depois da estátua do padre.

Assim começa:

Dos altares e templos
Erigidos pelos povos que
Habitam e remontam
O plistoceno ao Cariri
Nada guarda tão sublime,
Como esse vale desnudo,
Os mistérios e caminhos
Para a fuga de Érebo.

E Assim termina:

A ti eu peço, que nesse dia,
Não escolha palavras
Que me dê o silêncio,
Esse que a mata canta,
E as pedras respiram.
A grande força está presente,
Cruzando o meu caminho com o teu.
A ti eu darei o que te peço.

No entremeio, muitos e muitos versos fortes e vigorosos, cheios de mistérios, tal qual a história de Juazeiro; palavras e mais palavras tortuosas e íngrimes, tais quais os caminhos do Horto.

Ah, sim! O projeto gráfico e editorial do livro é um capítulo à parte.
Carlos Rafael 
*Achei essa preciosidade através do GOOGLE

Um Poesia - Por Nívia Uchôa


Uma poesia

Penso que os dias são feitos de pormenores tão vibrantes
que as badaladas afirmam compor as cores da lua

É como se o ocaso fragmentasse a aura de um dia poente passando da hora

Assim como o motivo de escrever é apenas para relutar o pensamento

O sol brilha e a tarde treze instiga esses pensamentos
enquanto o universo varia a cada centésimo de segundo

Saborear a alma é a mesma coisa que investigar o inconsciente

Semelhantemente  possível conceber as hora as

Tua tez clara ,quase neve, emerge um olhar possível , velado
que aparece quando ver as estrelas em seu telhado

Céu que paira sobre todas as nuvens pensamentos ilusões

Visão onírica do tempo

Assunto desvelado em imagens

Tudo é vivo diante dos olhos

Fragmentos conspirações teimosias razões

E assim sucessivamente abraça a alma se antes fosse

É como se a perfeição não fosse assunto tão sério

Meus incómodos  afrontam a noite além

Espero poder atrair a vizinhança inteira como meus critérios

E secretamente ouvir Tom Jobim para aplaudir o mar

Meus brios de mistérios trazem a melodia ímpar de um poema

Como se uma vida inteira me prendesse em teus sentidos

"O que for para ser vigora"

Enquanto a ténue  noite embriaga o inverso.



Nívia Uchôa
foto: nívia uchôs

A poesia de Domingos Barroso

Pulmões Que Ardem
Entendo a tua paranoia em ser feliz.
Desde criança te incutiram esse difuso sonho.

E tu não percebeste
que não se pode colher
todas as conchas do mar
(há aquelas que são casas de moluscos) .

Nem assoprar todas as nuvens
a fim de um límpido céu ao teu deleite
(noutro extremo outros loucos assopram) .

Entendo ainda mais essa tua agonia
quando vislumbras teus olhos tristes
e sabes que passou a infância.

Que será da vida na fase terminal da tua doença?
Onde aquela eletricidade dos teus jovens cabelos?

A dor não é a efemeridade da pessoa
mas o engano de todo pensamento
(e como perdeste tempo pensando
sobre a chuva, sobre o tempo,
sobre a vida)

Enquanto deverias apenas
ter dançado debaixo da chuva
e bebido a água direto das nuvens.

Mesmo agora (revelado e limpo)
tu não consegues morrer em paz.

(ver claramente que dentro do teu coração
algo existe que não se queima à toa)

por Domingos Barroso

O velho tema : SAUDADE - Por Rosa Guerrera



"As vezes a saudade é tão grande que a gente não sente mais. A gente é saudade.”


Li essa frase não lembro onde , e lamento não saber também o autor , mas na verdade é de tamanha profundidade que tentar analisa-la me parece difícil.
Quando a gente se transforma , se reveste na própria saudade , como sermos julgados ?
Incapacitados de fugirmos ao passado ? Conhecedores realmente da verdadeira felicidade ? masoquistas ? ou eternos sentimentais deitados na esperança ?
A impressão que eu tenho é de que por mais que tentemos nos esforçar , vivemos sempre acompanhados desse sentimento. Temos saudades da nossa infância , das cantigas de roda, da escola onde aprendemos o ABC, da pureza do nosso primeiro beijo, de músicas que marcaram momentos alegres, de palavras que ficaram nos nossos ouvidos , de preococes despedidas, enfim : de todas as folhas caídas da árvore da nossa existência .
Muitas vezes sentimos até saudades de coisas que nunca fizemos !
Lembro agora uma velha marchinha de carnaval que diz : “ Saudade , palavra imensa/tristeza intensa /que me faz penar / Saudade só tu bem sabes /o bem que fazes ao meu penar .....’ E deve ser exatamente nesses momentos que a gente não consegue ver a saudade como aquela faca cujo gume estraçalha o nosso coração , mas como algo que foi participante do nosso encontro com a felicidade , e é exatamente como escreveu um dia o grande Fernando Pessoa : "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem”.
E se hoje , já não possuímos nem podemos mais apalpar o que foi vivido , que fiquem as lembranças, mas sobremodo que fique dentro de nós a certeza de que conhecemos um dia bem de pertinho a felicidade., 


rosa guerrera

Amor ou Amizade? Por Martha Medeiros

 OS DOIS....

Martha Medeiros



No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo. Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.

Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória? Taí o caminho. Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática. Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho. Como é que os casais costumam combinar isso?

"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto". Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa. É assim que você convidaria seu melhor amigo? Não. Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina. Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".

Ficou bem mais simpático, não ficou? Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.

Pro seu marido: "Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo? Será que sou invisível?" Mas pra sua melhor amiga: "Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né? Pode dizer a verdade, eu agüento".

Pra sua mulher: "Você já se deu conta da podridão que está este sofá? Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?" Mas pra sua melhor amiga: "Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá. A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."

Risos + risos+ risos.

Maneire. Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes. Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga. Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.

"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos"

Carlos Imperial - Por Norma Hauer




CARLOS IMPERIAL
Ele nasceu no dia 24 de novembro de 1935, em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, recebendo o nome de Carlos Eduardo Porto Imperial, ficando conhecido como CARLOS IMPERIAL.
Desde criança interessou-se por música e, adolescente, veio para o Rio, fundando, em 1958 o Clube do Rock.
Para o filme “De Vento em Popa” compôs a trilha sonora e ensaiou alguns bailarinos.

Como compositor, seu maior sucesso foi “A Praça”, mas também compôs Cantos do Iê-Iê- Iê;; “Eu Quero Twist”; “Estou Aqui”...

Compôs com Ataúlfo Alves um samba que alcançou grande sucesso na voz de Ataulfo:”Você Passa e eu Acho Graça”.

Para a música folclórica “Meu Limão, Meu Limoeiro”, anteriormente gravada por Sílvio Caldas, fez um arranjo musical dando esse arranjo para Wilson Simonal gravar.

Em 1984 resolver candidatar-se a vereador, sendo o mais votado naquele ano, mas não seguiu a carreira política.

Faleceu aqui no Rio de Janeiro, em seu “inferno Zodiacal”, em 4 de novembro de 1992, sem completar 57 anos.

norma

Meu pézinho de Mirra



Ontem ganhei um dos mais lindos e singelos presentes recebidos: um jarrinho com MIRRA de Abidoral Jamacaru. Fiquei muito feliz !

A mirra é um árvore espinhosa, de folhas caducas, que pode atingir 5 metros de altura, com flores vermelho-amarelo, e frutos pontiagudos. É nativa do nordeste da África (Somália e partes orientais da Etiópia) encontra-se também no Médio Oriente, Índia e Tailândia. Cresce em matas e prefere solos bem drenados e muita exposição ao sol.

Propaga-se por sementes, na Primavera, ou por estacas ao fim do estágio de crescimento. É também o nome dado à resina colhida de fissuras abertas na casca da árvore de nome botânico Commiphora molmol, que depois de seca se transforma em grânulos de coloração amarela-avermelhada. A palavra mirra origina-se do hebraico maror ou murr, que significa "amargo".(wikipédia)