Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

MARIA ALICE VAI Á ESCOLA - Por João Marni

Nossa neta Maria Alice, de apenas dois anos e três meses, pela razões habituais - os pais trabalham, os avós também, e boas babás são raras e em extinção, como as ararinhas azuis - precisa ficar pelo menos um expediente na escola. Já sabemos o que acontecerá: gripes mais fequentes, sarna, varicela, piolhos, conjuntivite...
.
E muitas orações para que não adquira coisas piores! Sim, porque há famílias que levam seus filhos doentes para o colégio, como se não tivessem nada com isso. Passará a conviver com pessoinhas pequeninas que nem ela, porém com toda a expressividade de seus traços familiares, numa babel de comportamentos e costumes. Terá coleguinhas carinhosos e simpáticos, outros tanto tímidos ou tristonhos, haverá os egoístas que não partilham nada mas querem tudo, e alguns se mostrarão vorazes feitos formigas vermelhas, da roça, "cortadeiras", que deixarão marcas em seu espírito compassivo e em seu corpinho imaculado.

De certa forma, meio a contra gosto, entendo que, a exemplo dos animais que nascem já com o instinto de correr fugindo dos predadores (alguns têm até veneno!), precisamos desde cedo aprender rapidamente os recados e lições da vida.

Maria Alice, esperamos que tenha a sorte de seus colegas tendo você como coleguinha e a felicidade de conviver com uma professora maternal, amiga, que sai de casa alegre e contente pela estrada afora, como Chapeuzinho, que tenha capacidade de amar porque sabe ouvir a todos, de aconselhar, de saber compreender com sabedoria e afeto. Pois é sabido que um único grito pode encher o espaço (a sala) de medo, desfazendo o sorriso e a confiança dos pequeninos. A escuta e o trato com o coração, compôem um bom colo para uma criança se assentar...
Seja feliz, meu amor!


Vô João e Vó Fatima
Crato, 06.01

Ócio Forçado

Mantenho um caso sigiloso
com a indolência
desde a infância

quando barro de parede
era iguaria das boas.

Ainda agora um fantasminha apático
sequer arrasta correntes

sentado no batente da cozinha
admira o vento sacudir as folhas secas.

A Arte de Calar - Gabriel Perissé


É sinal de inteligência e sabedoria falar pouco, falar bem e não falar mal de ninguém.


Contudo, calar-se é ainda mais importante quando calar-se é dizer tudo.


Há quem se cale por não ter realmente nada para nos dizer, mas há também quem se cale por omissão, quando seria um dever falar, escrever, gritar, colocar a boca no trobone, como se dizia antigamente.


Calar-se na hora certa e por motivos certos é uma verdadeira arte cujas regras um pequeno livro do Abade Dunouart quer nos transmitir. Autor francês do século XVIII, suas admoestações para que façamos silêncio, ainda hoje são pertinentes.


Sutileza não lhe falta. Ao mesmo tempo que recomenda o silêncio, lembra que há silêncios falsos, aqueles que simulam uma sabedoria, que, de fato, inexiste. Nem sempre calar-se significa profundidade de pensamentos Pelo contrário, é camada de verniz que recobre um vazio sepulcral.


Mas há ainda outros silêncios e, alguns deles, diabólicos.Há o silêncio manipulador, há o silêncio torturante, o silêncio chantagista, o silêncio rancoroso, o silêncio conivente, o silêncio de zombaria,o silêncio imbecil, o silêncio do desprezo. Há pessoas que matam com seu silêncio. Há silêncios que esmagam a justiça e a bondade na calada da noite.


Por isso, o silêncio rico de significado é, ainda mais apreciável e luminoso.


Falo do silêncio que prenuncia novas palavras.
Falo do silêncio que é solidariedade na dor.
Falo do silêncio que soluciona cisões.
Falo do silêncio que pergunta.
Falo do silêncio que perdoa.
Falo do silêncio que ama.


O silêncio mais puro é aquele que guarda confidência.Este silêncio jamais é excessivo. Não se deve apregoar aos quatro ventos, o que foi murmurado na intimidade da amizade e do amor.


O silêncio mais sábio é aquele que fazemos diante dos impertinentes, intolerantes e desbocados. É o silêncio do Cristo inocente, diante dos acusadores, o silêncio dos espaços infinitos, diante da quase infinita capacidade nossa de falar ou escrever sem razão.


Calar na maneira certa é deixar que uma voz mais profunda seja ouvida. A voz severa, a voz serena, a voz suave e firme da verdade.


O verdadeiro silêncio diz a verdade que não se pode calar.
O verdadeiro silêncio nunca será cedo demais.


Quero ouvir o silêncio que tudo explica.


A Arte de Calar, Martins Fontes, 2001

BERTHA MINHA AMIGA IRMÃ por Rosa Guerrera


Trinta e oito anos de amizade! Quanto tempo !.E a impressão que tenho as vezes é que ainda estamos nos bons tempos de faculdade quando descobrimos por um acaso que além de amigas-irmãs também eramos parentes ( primas em terceiro gráu ). Mas isso é apenas um pequeno detalhe ,não é Bertha ?porque os alicerces que solidificaram até hoje a nossa amizade ,ultrapassam o limite de qualquer coisa passageira.Muitas são as lembranças que armazenamos dos nossos verdes anos.Inúmeros os problemas que superamos juntas , mas sempre contamos uma com a outra no momento da dor e da lágrima.Construimos vidas diferentes , vivenciamos sonhos diferentes , trilhamos caminhos diferentes , mas nunca deixamos de faltar a nossa presença no momento que se fez necessário durante todos esses anos. E por incrível que possa parecer somos bem distintas uma da outra .Eu , agitada , irreverente, sem papas na língua, desaforada , um verdadeiro vendaval na hora de rodar a baiana e descer do salto alto....voce ponderada , tranquila , observadora , sem pressa, aquele tipo da mãezona que está sempre pronta a compreender o êrro de cada pessoa , e achar sempre uma razão para um conselho. Muitas vezes fico a pensar , quanto trabalho já dei a essa pessoinha tão maravilhosa , com essa minha maneira meio estabanada de ser.Mas o gostoso é que ela sabe me colocar no canto da parede , e me dá até hoje aqueles puxões nas orelhas quando estou realmente precisando.As vezes é ranzinza , chata , um porre mesmo, e discordamos totalmente de opiniões .Isso porém é como um tempêro gostoso que nos faz saborear depois a velha amizade.
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Nesse blog , abrí um espaço para você Bertha , porque muito mais que a amiga, a irmã ,a mãezona que representa para mim , você sempre procurou mostrar que nada se constroi na vida , sem a presença de Deus no nosso coração, e mesmo nos meus dias de mágoas e revoltas , eu sempre ví no seu sorriso calmo a certeza de que : por mais escuro que nos pareça uma estrada a nossa frente , existe sempre uma luz a brilhar que nos indica a presença de um outro dia melhor a nossa espera , para ser vivido com mais verdade e confiança no coração.
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Obrigada Bertha ,por esses trinta e oito anos de amizade e de lições recebidas . E nem pense de longe que a sua Missão comigo está completa ....Vá aumentando a sua paciência , porque , ainda tenho muito a aprender com você! .
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MEDITANDO ... por Rosa Guerrera

Muita gente já cantou em versos, prosas e canções um resumo do que venha ser a vida. Digo resumo , porque a verdade é que até hoje ninguém soube defini-la a contento. Se para uns é um jogo de xadrez sem direito a xeque mate, para outros um passatempo,uma eterna via crucis,e ainda existem aqueles que a consideram uma grande aventura .No entanto penso eu que ninguém parou ainda para olhar a nossa posição diante da vida.!
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Julgamos a vida , mas não nos julgamos. Basta que pensemos que somos peregrinos vindos de terras distantes onde fomos praticantes de virtudes e erros ,e onde cantamos as mesmas canções de hoje , chorando também as mesmas lágrimas de ontem, para que compreendamos que somos nós os únicos responsáveis pelo céu e pelo inferno que nos acompanha. Daí porque é pura insensatez , querermos penetrar o Universo da própria vida , pois iríamos sempre voltar ao ponto de partida. Quem de nós não vive rodeado de lembranças ? Quem não se reveste diariamente em esperanças ?
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Faz muito tempo entendi que a esperança é o único sentimento que se encontra no processo regressivo e no movimento progressivo do desejo de cada um . E é assim que costumo me situar dentro da própria vida . Sem análises, sem sofreguidão, ora destemida , ora preguiçosa , sem planos edificados , pouco me interessando em seguir os caducos e falidos padrões impostos por regrinhas criadas por pessoas que se auto denominam de sábias , e que lá no âmago não passam de frustradas por culparem a vida da própria incapacidade em não saber vivê-la.
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E dentro desse meu pensar e viver meio maluco, já deixei faz muito tempo de guardar mágoas ou colecionar erros cometidos . Quando me atiram tijolos, construo edifícios . Quando me presenteiam limões , aproveito para fazer um gostosa limonada ! E assim nessa hibridez que compõe o meu perfil observo no calendário as folhinhas de mais um ano que me é apresentado . Agora é só continuar a missão que um dia me foi destinada,na certeza de que depende unicamente de mim aprimorar ou deixar de lado todas as lições aprendidas .
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Esta é pra lamentar ...- por Norma Hauer


Ele nasceu em junho e faleceu a 11 de janeiro de 1947. Seu nome JOÃO PETRA DE BARROS.

. Começou sua carreira de cantor ainda no início dos anos 30, tendo sido amigo de Noel Rosa, sendo o primeiro a gravar,de Noel, "Até Amanhã".
Foi, também o primeiro a gravar "As Pastorinhas", ainda com Noel vivo e que não fez sucesso. Naquela ocasião a música chamava-se "Linda Pequena" e alguns versos foram, posteriormente, modificados por Braguinha, que mudou o título de "Linda Pequena" para "As Pastorinhas", deu a Sílvio Caldas para gravar e é sucesso até hoje;sucesso que Noel não conheceu.

Petra também foi o primeiro a gravar "Última Inspiração", de Peterpan, que vinha a ser cunhado de Emilinha Borba.

De seu repertório constam, ainda: "Santo Antônio Amigo";"Bonequinha de Veludo";"Teatro de Revista";"Flor do Lodo";"Rosa de Veludo" e muitas outras.

Nos tempos dos bondes (dos quais temos saudades, mas que devemos recordar que não eram tão bons assim) acontecia que quando não havia lugares em seus bancos,a "moçada" viajava nos estribos, expondo suas vidas.
João Petra de Barros, viajando no estribo de um bonde Tijuca (66) que transitava pela Rua da Carioca, teve uma de suas pernas esmagadas entre o bonde e um caminhão estacionado naquela rua.

Rsultado: teve de amputá-la.

Nunca mais foi o mesmo. Caiu em depressão e, em 10 de janeiro de 1947, com apenas 32 anos,amargurado, pôs fim à sua vida terrena.

Relembrá-lo hoje, é uma grande saudade.
norma hauer

Colaboração de Edmar Cordeiro





Um jovem recém-casado estava sentado num sofá num dia quente e úmido, bebericando chá gelado durante uma visita ao seu pai. Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades da vida, as obrigações da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho..
- Nunca esqueça de seus amigos, aconselhou! Serão mais importantes à proporção que você for envelhecendo.. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com
eles; faça coisas com eles; telefone para eles...
Que estranho conselho, pensou o jovem! Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza, minha esposa e a família que iniciaremos serão tudo o que necessito para dar sentido à minha vida!
Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve contato com seus amigos e anualmente aumentava o número de amigos. À medida que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava e foi sentindo que os amigos eram os baluartes de sua vida..

Passados mais de 50 anos, eis o que aprendeu:
O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa.
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêem.
O amor fica mais frouxo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração se rompe.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Mas..... os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estejam entre vocês. Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo a seu favor e esperando você de braços abertos; abençoando
sua vida! Todos nós, quando iniciamos esta aventura chamada vida, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante, nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.
Remeta este texto a todos os amigos que ajudam a dar sentido à sua vida.. Eu acabei de fazê-lo.

Mulher Obediente - colaboração de Edmar Cordeiro



Era uma vez um homem que tinha passado toda a sua vida trabalhando e que juntara todos os centavos que ganhava.
Ele era realmente muito mão-de-vaca. Antes de morrer, disse à mulher:
- Ouve-me bem! Quando eu morrer, quero que pegues todo o meu dinheiro e o coloques no caixão junto comigo. Eu quero levar todo o meu dinheiro para a minha próxima encarnação.
Dito isto, obrigou a mulher a prometer que, quando ele morresse, ela colocaria todo o seu dinheiro dentro do caixão junto dele.
Um dia o homem morre.
Foi colocado dentro do caixão, enquanto a mulher se mantinha sentada a seu lado, toda de preto, acompanhada pelos amigos mais chegados.
Quando terminou a cerimônia e antes de o padre se preparar para fechar o caixão, a mulher disse:
- Só um minuto! Tinha uma caixa de sapatos com ela. Aproximou-se e colocou-a dentro do caixão, juntamente com o corpo. Um amigo disse-lhe:
- Espero que não tenhas sido doida o suficiente para meteres todo aquele dinheiro dentro do caixão!
Ela respondeu:
- Claro que sim. Eu prometi-lhe que colocaria aquele dinheiro junto dele e foi exatamente o que fiz.
- Estás me dizendo que puseste todos os centavos que ele tinha dentro do caixão com ele?
- Claro que sim! - Respondeu a mulher. - Juntei todo o seu dinheiro, depositei-o na minha conta e passei-lhe um cheque. Vai descontar lá no inferno!
A todas as mulheres inteligentes, uma ótima semana ! ! ! ! ! ! !
E NÃO ESQUEÇAM DE COLOCAR O CHEQUE DEVIDAMENTE NOMINAL E CRUZADO !

Convite !

Participe!

Interações estéticas em Ponto de Cultura

Inter-ação e realização audiovisual com o cineasta Jefferson Albuquerque

O curso acontecerá a partir deste mês no Instituto de Ecocidadania Juriti em Juazeiro do Norte no período da tarde.

Rua Eletrecitário João Rocha Matos, 01 Bairro Leandro Bezerra

(Esse endereço fica para o lado do Parque São Geraldo)

Telefones para contato: Jefferson Albuquerque 9947.0332 e Crsitina Diogo 9965.3677


Nívia Uchôa

Versos à esmo... - por Socorro Moreira

Silêncio

Quieto ou aflito?

propósitos firmes

atingem alvos

Tiros perdidos

podem ferir passarinhos ...

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Chuva

É a mais linda imagem

que o céu declina

Branda como a lágrima

quando expele a dor

e dela o coração se descola !

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Preiro a terra

mas fico com o céu

Assim tenho o teu encanto,

teu perfume, tua voz...

pipa no vento !



Teu olhar - ponte de sedução

Com um deles

quando queres

o céu fica em tuas mãos.



Fujo de mim na tua busca

Encontro-te no passado

onde estavas ao alcance...

És ventania ?

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O suor das chuvas de verão

chora nos telhados

escorre nas janelas

molha a grama

orvalha a cara



Enquanto existir vida

ainda posso lembrar



Nas folhas do trevo

desfolho o bem desejar



Folhas caídas ...

Sejam o caminho da paz !

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beijo rápido e selado

como se fosse uma borboleta

pousando na alma !

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Alma alquebrada

Esconde a ruga sob o capuz

Firma a voz, declara-se amante

Alma amiga

ainda ontem ...

dos sonhos- a onte !

Por José Eldo Elvis



(Um amigo me enviou um texto assinado por Luís Fernando Veríssimo. Aconselho que aqueles que quiserem ler este meu e-mail, desçam primeiramente até o referido texto e só depois leiam a resposta que lhe enviei (a ele, o meu amigo). Troquei o nome dele por "Fulano" apenas porque qualquer um de nós alguma vez na vida já encaminhou o mesmo tipo de mensagem. São clichês de internet e o que interessa é que o que escrevi para ele em resposta pode sem problemas ser lido por mais gente. Por isso segue mais essa mensagem para minha rede de amigos... Super beijo em todos e todas! Elvis)


Fulano,

Adorei o texto. Muito criativo e a pessoa para escrevê-lo tem que possuir muitas informações sobre presente e passado e de áreas bem distintas, mas que de qualquer modo pertencem a nossa querida Cultura de Massa, são produtos consumidos, enfim... Mas vale para nos atentarmos que sempre o Presente é o mesmo que o Passado só que com um nome diferente. Verdadeiramente pouca coisa se cria de novo. A base é sempre a mesma.

Na noite do dia 1° de janeiro saí com dois colegas de colégo que estavam acompanhados de seus cônjuges. Minha antiga colega perguntou se a gente se lembrava do "Disparate". O assunto na hora descambou para aqueles caderninhos que as meninas organizavam com perguntas (uma pergunta por página, a começar pelo nosso nome) de todo o tipo. Perguntava-se das cores, frutas e filmes preferidos a questões mais íntimas e até obscenas. O caderno passava de mão e mão e as pessoas iam compartilhando com estranhos as suas particularidades. Na hora eu falei: "Isso é o pai do orkut, avô do twitter!".

pelo visto sempre gostamos, um pouquinho pelo menos, de compartilhar nossa vida privada com mais gente. As novas tecnologias só arranjam um jeito novo de fazermos isso.

Na época em que cursava Publicidade, a nossa professora de Marketing falava da Ditadura do Novo. Um produto não pode ficar o tempo todo do mesmo jeito de sempre. São ordens do Mercado. Por isso ele tem sempre que estampar no rótulo: Novo Rótulo ou Nova Embalagem ou Nova Fórmula ou Agora com Vitaminas A, C, D e Zinco... A Schin apropriou-se disso de forma ainda mais drástica e bombou com o Nova Schin!!! Quantas vezes o Shampoo Seda já mudou e a embalagem da Primor também? Uma das poucas mudanças que aconteceram e que foram um tremendo fracasso foi o chocolate LOLO se transformar em Milkbar. Nunca entendi a mudança e eu que era ávido consumidor de LOLO, nunca topei com o Milkbar. Parece que eu e a maioria dos consumidores, porque as vendas despencaram e acho que hoje ele nem existe mais...

Mas o bom é que eu resolvi te escrever respondendo à mensagem que você me enviou para falar de outra coisa. Outra coisa também aprendida das aulas na UFPE, no curso de Publicidade: Testemunho de Valor. Muitos produtos organizam sua campanha publicitária neste molde: Um famoso vai à público dizer que aprova tal produto. Ele não é nutricionista, nem químico, nem engenheiro mas diz que aprova tal iogurte ou tal creme dental ou seja lá o que for e por conta da força do testemunho deste famoso, o produto vende.

Na Internet acontece um fenômeno com características parecidas. Textos são escritos por anônimos, mas como são de pessoas anônimas eles parecem que não possuem força e que são bobos ou não merecem que percamos o nosso tempo em lê-los. O que fazem estes escritores anônimos então? Assinam como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Gabriel Garcia Marques, Luís Fernando Veríssimo... Sempre são nomes de escritores bem referendados pelo senso comum. Nomes que qualquer pessoa que nunca leu nada, com certeza já ouviu falar. Então, muita gente lê o texto, fica maravilhada e empolgada e alguns chegam até a produzir camisas com frases retiradas desses textos ou colocam o texto inteiro no seu perfil do orkut.

Quando eu vou divulgar o texto de um escritor, faço da seguinte maneira: Digito (entre aspas) aquilo que encontrei de interessante e mando para as pessoas com nome do autor, livro de onde foi extraído o texto, editora, páginas e ano da publicação. Em resumo, publico as referências. Acredito ser esse o melhor selo de autenticidade para a verdadeira autoria dos escritos de internet.

Independente do texto ser ou não de Veríssimo (pode mesmo ser dele! O cara tá aí vivo, né?) é um texto bom de ser lido e que nos coloca a refletir sobre o nosso tempo, que é sempre a melhor coisa que um texto pode nos proporcionar, seja de quem for, famoso ou não.

José Eldo Elvis


E tudo mudou...


O rouge virou blush

O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair,
alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM

Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo

O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida

A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas
diferenças

Luis Fernando Veríssimo


O Livro do Cariricaturas - Edição e Lançamento

O Livro do Cariricaturas - Edição e Lançamento

Um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamond - altura : 12) - Temática livre ( crônicas, contos e poemas).
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento poderá ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima e Ana Cecília)
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas as seguintes adesões:

01. Claude Bloc *
02. Magali Figueirêdo
03. Carlos Esmeraldo
04. Maria Amélia de Castro
05. Ana Cecília Bastos
06. Assis Lima *
07. Socorro Moreira *
08. Stela Siebra de Brito
09. Wilton Dedê
10. João Marni
11. Rejane Gonçalves
12. Rosa Guerrera *
13. Heladio Teles Duarte
14. Edilma Rocha
15. Emerson Monteiro *
16. José Flávio Vieira *
17. João Nicodemos
18. José do Vale Feitosa *
19. Liduina Vilar *
20. Elmano Rodrigues
21. Carlos Rafael
22. Armando Rafael
23. Bernardo Melgaço
24. Domingos Barroso *
25. Roberto Jamacaru
26.Dimas de Castro
27.Joaquim Pinheiro *
28.Edmar Lima Cordeiro
29.Hermógenes Teixeira de Holanda
30.Olival Honor
31.José Nilton Mariano
32.Marcos Barreto
33.Isabela Pinheiro

* Escritores que já enviaram material para edição.


Lembrem-se:

O envio dos textos será até 31.01.2010.


Outras informações :
Tiragem : 1.000 exemplares
Distribuição entre autores : 20 para cada
Saldo : será transformados em ingressos para cobrir as despesas da festa de lançamento : coquetel, convites, divulgação, banda,decoração, etc
Se houver saldo de livros será redistribuído entre os autores.
Preço do livro por unidade : 20,00
A edição foi orçada em 6.000,00 ( já considerados todos os descontos possíveis).
Número de páginas : 260 ( aproximadamente).
O valor da contribuição por escritor ( 200,00) será sepositado numa cta do Editor (Emerson Monteiro) a ser informada por e-mail. Em contrapartida será enviado respectivo recibo.
Atentar para as datas limite de envio do material ,e de pagamento :
Data limite para depósito : Até maio de 2010.

Claude e Socorro Moreira

Agatha Cristie

15/9/1890, Torquay, Inglaterra
12/1/1976, Londres, Inglaterra




Agatha Christie se consolidou como uma autora de perene "best-seller".

Considerada a "Rainha do Crime", Agatha Christie aliou uma imaginação brilhante à sua grande habilidade como narradora, para conquistar gerações de público para suas histórias de mistério e suspense. Seus livros já venderam mais de 2 bilhões de exemplares.

Nascida Agatha May Clarissa Miller, ela se casou em 1914, com o Coronel Archibald Christie, um aviador da Força Aérea britânica. Com ele, teve sua única filha, Rosalind. Durante a Primeira Guerra, Agatha trabalhou como farmacêutica, o que lhe proporcionou, segundo consta, grandes conhecimentos sobre poções e veneno, que seriam mais tarde empregados em suas obras.

Deu-se em 1920 a publicação o seu livro de estréia, "O Misterioso Caso de Styles", protagonizado pelo detetive belga Hercule Poirot, que se tornaria um dos mais famosos personagens de toda a história da literatura. Poirot seria protagonista de mais 33 romances e dezenas de contos.

Em 1926, Christie desapareceu por onze dias, fato que causou comoção na imprensa e toda sorte de especulações. Agatha foi encontrada num hotel e até hoje não se sabe ao certo o motivo do desaparecimento: supõe-se que ela estivesse deprimida por descobrir um caso adúltero do marido. Nesse ano, ela escreveu uma de suas obras-primas "O Assassinato de Roger Ackroyd".

Dois anos mais tarde, Agatha Christie divorciou-se de seu primeiro marido. Em 1930, publicou o primeiro romance com a sagaz personagem Miss Marple, "O Assassinato na Casa do Pastor". Marple, uma simpática velhinha que se arvora a detetive e é uma espécie de alter-ego da autora, foi protagonista de doze romances de Agatha Christie.

Ainda em 1930 Agatha casou-se pela segunda vez, com Max Mallowan, um arqueólogo que havia conhecido numa viagem à Mesopotâmia. Com Mallowan a autora realizou uma série de expedições arqueológicas, que lhe renderam inspiração para novas histórias, como "Morte no Nilo".

Em 1934, foi lançado o célebre romance "Assassinato no Expresso do Oriente", depois transformado num filme de grande sucesso. Na década de 1930, a abundante produção literária de Agatha Christie se consolidou junto ao público, transformando a autora num perene "best-seller". Christie escreveu mais de vinte títulos de ficção, entre eles o famoso "O Caso dos Dez Negrinhos".

Em 1952, estreou em Londres sua peça "A Ratoeira" - a peça que ficou mais tempo em cartaz na história do teatro. Numa carreira de mais de meio século, Agatha Christie escreveu 79 romances e livros de contos, além de doze peças de teatro. Além das peças, contos e romances de mistério, Agatha publicou seis romances românticos, com o pseudônimo de Mary Westmacott.

A escritora recebeu a mais alta condecoração do Reino Unido em 1971, tornando-se "Dame Agatha Christie".
uoleducação

A poesia de Sandro Penna




La rosa al suo rigoglio
non fu mai cosi bella
come quando nel gonfio orinatoio
dell'alba amò l'insonne sentinella.


Pequenas crônicas de Rubem Braga


As Meninas e Eu

Estava de pé na praia. Podia ser um momento feliz, em si mesmo talvez fosse; e aquele singelo quadro de beleza me fez bem; mas uma fina, indefinível tido azul, as duas meninas rindo, saltando com seus vestidos colados ao corpo, brilhando ao sol; o vento. . .

Quando ele foi repórter da frente de batalha.

A Menina Silvana

A menina estava quase inteiramente nua, porque cinco ou seis estilhaços de uma granada alemã a haviam atingido em várias partes do corpo. Os médicos e os enfermeiros, acostumados a cuidar rudes corpos de homens, inclinavam-se sob a lâmpada para extrair os pedaços de aço que haviam dilacerado aquele corpo branco e delicado como um lírio agora marcado de sangue.

São recordações de momentos marcantes de sua infância e de sua juventude com os amigos.

A equipe

Uma velha, amarelada fotografia de nosso time. No primeiro plano, vê-se a linha intrépida, ajoelhada sobre o joelho esquerdo, prestes a erguer-se, uma vez batida a chapa, e atacar com fúria. A defesa está atrás de pé pelo Brasil.

São casos de amor e amizade com mulheres fantásticas que marcaram sua vida.

As Luvas

Só ontem o descobri, atirado atrás de uns livros, o pequeno par de luvas pretas. Fiquei um instante a imaginar de quem poderia ser, e logo concluí que sua dona é aquela mulher miúda, de risada clara e brusca e lágrimas fáceis, que veio duas vezes, nunca me quis dar o telefone nem o endereço, e sumiu há mais de uma semana.

São cenas que retratam o convívio diário com outras pessoas, os choques de opiniões e interesses, o dia-a-dia do trabalho de um jornalista que precisa escrever sua crônica diária para sobreviver.

Retalho

Assis Lima

Eu ia por um caminho
(e tu também),
avistei um passarinho
que me habitou menino,
e da memória
(seu ninho)
já não pude removê-lo,
e até o vejo
pousar no galho
(que oscila ao seu peso),
girar o bico,
inflar a graciosa coleira
e depois
voar
no arvoredo.

Gatos ... - por Ana Cecília S.Bastos

Um gato chamado Milk
Como tem gente aqui em casa reclamando - por que uma homenagem a Shake e não a Milk? - completo o registro sobre essa dupla inseparável.
Milkinho é um gato persa amarelo muito inteligente e elegante. Desde que era um filhote, ele é absolutamente convicto de que é o rei dos animais. Porisso atravessa o espaço em direção aos lugares mais altos, seus por direito natural, de onde pode nos olhar de cima e observar tudo o que se passa em seus domínios - que por vezes incluía inadvertidos versos...
E aqui termina a felina saga poética, prometo!



Definição do gato.


Contato portátil com a natureza.
Nuvem atravessando a mesa
e outros espaços imprevistos.

Nova casa se revela
na fotografia
felina,
em ângulos de precisão
e neblina.

O mundo visto em sobressaltos:
O desafio e o salto,
sempre mais alto,
sempre mais belo,
o gato amarelo.
Elo.


Imagens de Salvador sitiada

O silêncio felino nestas noites em que o absurdo nos toma.
As fotos de Salvador tomada pela violência.
Em Pituaçu, o artista palmilha silencioso e melancólico os vestígios da destruição.
Perplexo, atônito.

A criança chora sem nada compreender.
O desconexo das imagens e o longo caminho
da cidade.
A cidade submersa, a cidade ao sol.
O corpo ferido da cidade.
A cidade viva e violenta.
A morte.
Busco a sintonia possível com seu movimento sempre tão dentro
da minha própria pele.

A cidade emudece, paralisada.
Silêncio onde havia gritos e algazarra.
Gritos onde tudo era murmúrio.
O gato passa silencioso e atravessa o opaco em luvas de algodão e espinho.


Um gato chamado Shake
Sim, adoro gatos. Os meus queridos, Milk e Shake, foram desterrados, mas vou visitá-los sempre. Sinto falta de seu movimento pela casa. Hoje fui almoçar com meu pai, por seu aniversário. Meu irmão poeta fez um lindo presente para ele e o mundo ficou pura beleza e coração.
Depois visitei os gatos e o mundo ficou aveludado.
Um poeta é a alma da vida perambulando pela casa.
Um gato é contato portátil com a natureza.
Às vezes escrevi versos para eles.


A novidade


Pequeno gatinho ronronante,
bamboleante pela casa.
Ele passa, orelhas e bigode
desfazendo esse celofane de cansaço e monotonia.

O gatinho passa e em seu movimento
toda cor é bela,
todo som é festa,
toda alegria é luz.

Esse gatinho que faz do cinza
Pura beleza em mil tons.
por Ana Cecília

A poesia de Everardo Norões




São sempre linhas
as paisagens,
a cortarem geometricamente
nossas rotinas.
As curvas senoidais
das serras,
as retas dormentes
das planícies.
E nós:
pequenos pontos
num papel rasgado.
...

Enquanto a chuva cai ...- por Socorro Moreira


Madrugada chuvosa

Corpo desmaia

Encurta distância

Arte e velocidade


Tempo passa ou para?

Só escuto o silêncio

Nem avião , pensamento

sobrevoa meu espaço.

------------------

Estou num sonho

País de mascarados

Casca de beleza e bondade

Cadê você , meu palhaço?


Serpentinas no rosto

soltam-se, desenhando lágrimas


Máscara de amizade,

que esconde paixão

Máscara de humor,

que esconde a dor

Máscaras...

Descolem-se de mim !

---------------------------

Lindo é saber

que estrelas estão sempre lá

quando nuvens escorrem nas retinas

Lua se assanha pro sol

que distante brilha.


Dividir o pão quando é só pedaço

Tirar sucoo da fruta

já bagaço .


Dormir com a barriga roncando

a fome do amor

sabendo que a cura está no beijo


Ouvir a melodia

e a letra florescer na garganta


Amar descaradamente

Esperando de janela aberta

que o céu devolva

o que já foi santo.


Saber que o tempo passa

mas sempre fotografa e guarda

a doce alegria de ficar pra sempre !

socorro moreira

Enquanto o sono não chega ... - por Socorro Moreira


Sereno da noite

Perfume no ar

Sons divinos

Você chegando

Susto no olhar brilhante

É sempre encanto

o anjo que me visita !

----------------------

Vejo o mundo cortado em telas

Fascinam-me os caminhos

Entre buracos e flores

Borro a vida com tintas

Faço marinhas,

casinhas de taipa,
beija-flor beijando a flor
Vida em movimento
Curva ascndente
Apesar dos afetos distantes
estou no presente.

--------------------

Se você ainda dorme

meu sonho te acorda

Queria que o silêncio falasse comigo


Está tudo mudo

do outro lado do mar

Tudo escuro

na face oculta da lua

Se valeu?

Pergunto ao tempo!


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Se o paraíso é colorido

pra que insistir

no preto ou no branco?

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Ao entardecer

vislumbrando o céu

misturo tintas ...

Tudo violáceo !

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às vezes deixo todas as velas ao vento

Perco controle e velocidade

Deixo o mundo pensar

que ganhou a guerra !

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Dizeres
- Claude Bloc -


De manhã
colo pedaços de tempo
na colcha da minha vida

De manhã
coso palavras
em minha boca,
sopro silêncios
ao teu ouvido
e me calo
na tua ausência.

De manhã
colho pedaços de alegria,
esta essência cristalina
vertida em conchas do mar.

De manhã
soletro dizeres
e vontades
na síntese da poesia

e adormeço as vivências
que já tive...

De manhã
há sempre um (re)começo
e um fim

fundido em paralelas:
um dilema, um (des)encontro.
abraçando o teu silêncio.
.
Claude Bloc
.