Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

OLHARES E TEARES - Claude Bloc


Olhares
teares
presos até o fim do livro
presos até o cansaço
presos até o bater das asas
de um anjo de olhar castanho.

Café
cheiro de café
sons matutinos
névoa distinta
e as palavras rodopiando
nos sentidos.

Palavras sussurradas
sustando a sinfonia
bocejam alegres
quase infantis e ela soletrava
a lembrança das notas
e ela se enfeitava
todas as manhãs
guardando as notas dos risos
e o tempo dos compassos
tempo de nenhuns
tempo de viver o encontro
nesse preciso momento
ponto de sol brilhante
ponto diminutivo
ponto.


KARINA PEREZ A ARTISTA PLÁSTICA - Por Edilma Rocha

Karina Perez que está no ar na reprise de "Mulheres de Areia", na Globo, abandonou a carreira de atriz e se tornou artista plástica.
Ela, que na novela interpretou "Andreia Sampaio", a noiva de "Marcos", (Guilherme Pontes).
Artista plástica por formação, decidiu depois do casamento, montar um atelier e se dedicar 100% a este trabalho.
Curiosidades no mundo das novelas, em que uma atriz decide mudar o seu destino artístico.
Afirma que, ama o que está fazendo.

Fonte: Curiosidades dos artistas

Quilômetros de engarrafamento - Emerson Monteiro


Início do feriadão da República e noticiários indicavam até 245 km de engarrafamentos na saída de São Paulo ao litoral, com televisões mostrando filas imensas de veículos de faróis acesos às margens do Rio Tietê. Lembrei quando vivi em Salvador, ainda na década de 70 do século anterior, e do tempo que gastava, nos finais de semana, à espera de embarcar no ferry-boat a caminho da Ilha de Itaparica, onde curtíamos horas de lazer à beira mar.

Todos, neste mundo, buscamos a salvação da alma, conceito religioso que admite existência além do tempo deste chão... Chegaremos, um dia, à santidade, na chance da perfeição absoluta de superar o limite das experiências materiais.

E ao observar o sofrimento comum a todo vivente, calculamos a perspectiva das oportunidades para crescer interiormente em face dos testes agora recebidos.
Essa prova mesma dos engarrafamentos das grandes cidades, hoje em dia, quer representar das experiências severas a que o espírito se submete, porquanto horas e horas dentro de automóveis feitos gaiolas de luxo, aguardado deslocamento milimétrico, e depois retornar sob iguais condições, não deixa de comprimir a paciência da alma ao extremo, lição importante de constrangimento e realidade, no apuro das naturezas dos indivíduos.

Habitantes de metrópoles, eles sofrem miséria no sentido de sobreviver às oportunidades restritas, nessa escola aberta dos aglomerados e moradias reduzidas; nas arbitrariedades artificiais do sistema rígido das calçadas de ferro e cimento; em fábricas desumanas, mecânicas, automáticas; no atrito entre as pessoas; nos transportes abarrotados; na solidão das multidões indiferentes; nos descansos esfumaçados e tristes das janelas escuras; universo melancólico de jornadas industriais que parecem nunca revelar finais possíveis.

Santos em potencial são todos, contudo há os que adiantam o carro mediante respostas sábias à gravidade dos bloqueios e traumas das histórias grupais, sem um jeito melhor quase hora nenhuma. E lembrar, ainda, o quanto padecem das ingratidões de semelhantes que explodem desencantados, no decorrer do processo coletivo de evoluir, nas manadas reunidas e saraus barulhentos das noites aflitas.

Tudo isso lembra, pois, o tanto necessário aos dias felizes, no itinerário do drama que guarda em si as sempiternas esperanças dos dias quando, suaves, as ruas do destino ofereçam instantes de deslocamentos harmoniosos e justos.