Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


ALQUEMILA - Alchemilla vulgaris - Suas folhas em forma de mantos, trazem a magia da transformação. Os alquimistas colhiam as gotas do orvalho que amanheciam em suas folhas para usar em seus processos alquímicos. Poetas e alquimistas tiravam dela suas inspirações e poções mágicas. Por seu aspecto de manto e sua ação protetora e carinhosa, foi acolhida pela igreja Cristã que a chamou de "Manto-de-Nossa-Senhora".


Planta herbácea, atinge de 15 à 50 cm de altura. Originada da África e Europa. O nome Alchemilla, do árabe Alkemeych (alquimia), significa "pequena magia" certamente pelas inúmeras propriedades curativas. Suas flores amarelo-esverdeadas, em cachos, aparecem no verão. Cultivada em solo rico em argila húmida e alcalina. Exposição ao sol ou sombra parcial, semear na primavera ou no outono. As plantas pequenas podem ser cultivadas dentro de casa.


Use pequenas porções de folhas novas cortadas salpicadas sobre saladas de folhas. O sabor é levemente amargo. A infusão é usada em compressas anti-inflamatórias e cicratzantes : para enxague bucal após extração de dentes; como adstringente e loção contra acne. Em forma de creme, amacia a pele seca. A erva está relacionada com o útero, sendo usada também no tratamento de inflamações dos orgãos sexuais femininos, para suavizar a menopausa e outros distúrbios ginecológicos.

Edilma Rocha

Fonte : Jardim Interior - Denise Cordeiro


FALAS DO MUNDO - Por Edilma Rocha

Dizem, pesquisadores que um assistente de Leonardo Da Vinci teria sido a inspiração para a "Mona Lisa".
A sexualidade de "Mona Lisa", pintada por Leonardo Da Vinci entre 1503 e 1506, voltou a ser colocada à prova. Segundo pesquisadores italianos, Gian Giacomo e Caprotti, um jovem assistente do mestre renascentista conhecido como "Salai" começou a trabalhar com Da Vinci aos 16 anos e permaneceu a seu lado durante 25 anos. Ele seria amante do pintor. O início dessa relação, dizem os pesquisadores, são duas minúsculas letras pintadas nos olhos da Mona Lisa: "L", que seria a inicial de Leonardo e um "S" de Salai. O Museu do Louvre, proprietário do quadro, questiona a existência da inscrição na obra.
Mona Lisa era homem ?
_ Falas do mundo.

Juliano Machado




Fonte : Revista Época
Fevereiro de 2011
 

ENCONTRO COM AMIGOS - Por Edilma Rocha

Professor Hermógenes e Edilma
Sem palavras...

MENSAGENS ESPIRITUAIS PARA TODOS OS DIAS

Prezadas Amigas e Amigos,

Estou enviando abaixo duas mensagens espirituais do mestre indiano Sathya Sai Baba que devem ser gravadas em nossos corações (principalmente a primeira delas - dia 23/02/2011).

A primeira delas foi responsável pela minha saida da depressão no dia 23 de fevereiro último.

Atenciosamente,

Um abraço,

Bernardo



Pensamento para o Dia 23/02/2011
“A menos que uma crença seja mantida inabalável dia e noite, ela não pode ser usada para alcançar a vitória. Quando uma pessoa afirma que é inferior, desprezível e que tem muito pouco conhecimento, ela torna-se inferior, desprezível e seu conhecimento diminui. Nós nos tornamos aquilo que pensamos que somos. Nós somos os filhos de Deus Todo-Poderoso, dotados de supremo poder, glória e sabedoria. Somos filhos da Imortalidade. Devemos entender essa verdade fundamental e nos apegarmos a ela sempre. Quando vivemos nesse pensamento, como podemos ser inferiores e ignorantes? A cultura Bharathiya (Índia antiga) ordena a todos que acreditem que a verdadeira natureza do homem é suprema e que todos devem estar sempre conscientes dessa verdade.”
Sathya Sai Baba


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Pensamento para o Dia 28/02/2011
“Religião significa "experiência" e nada menos. É realmente lamentável que muitas vezes esqueçamos esse fato importante. Esse segredo deve ser impresso no coração de cada um, e somente então pode haver proteção e segurança. É preciso também compreender que as coisas não podem ser alcançadas apenas por esforço próprio; a Vontade Divina é a base de tudo. Princípios religiosos devem ser praticados e sua validade experienciada. Ouvir sua exposição não tem qualquer utilidade; aprender um conjunto de argumentos e conclusões e repeti-los como papagaio não é suficiente. Se eles apelam para o seu intelecto e são aprovados por ele como corretos, isso não o ajudará de forma algum; isso deve transformá-lo.”
Sathya Sai Baba

Sou o que faço de mim - Emerson Monteiro

A tradicional conceituação de existirem os três aspectos comuns de personalidade para formar a constituição da individualidade, quais sejam id, o eu primitivo; o superego, o eu ideal; e o ego, o centro real da pessoa, a consciência do eu, o que representa a base original de onde procede ao que se fará de si mesmo. Tais são conteúdos iniciais de um longo itinerário a chegar na transformação do ser rumo à realização maior das existências, o que se dará sob as leis fundamentais do reconhecimento dessa longa estrada, até a individuação definitiva. Há, em consequência dessa dialética, uma personalidade suprema das individualidades em formação, o que admite, desde as religiões mais arcaicas, passando pelas teses estruturalistas das escolas científicas que estudam a psicologia humana, uma confluência ao Eu verdadeiro, que ora recebe nomes diversificados, a depender dos códigos que aprofundam o assunto. Cristo, Senhor, Consciência Cósmica, Suprema Personalidade de Deus, Eu Superior, Krishna, etc.
Enquanto de um dos lados, na vida de relações, observa-se essas configurações para a formação da personalidade instalada em todo ser humano, o aspecto instintivo animal; o eu moralista que a tudo define sob o prisma da fundamentação teórica do que deveria ser e ainda não o é; e o eu das relações consigo mesmo e com o universo, o que expressa nomes, pessoas, memórias, pensamentos, sentimentos e valores externos do ente social; no outro pólo dialético apenas a ordenação objetiva da síntese, ou nova tese, indica tão só a completa integração da personalidade com a natureza mais perfeita, inclusive acima dos juízos de valor, justificativa da existência da espécie e causa primeira à qual regressará à medida que reencontre o ele perdido, na vertente universal de tudo. Será o regresso à casa do Pai, qual dito nalgumas escolas místicas.
Todo o sentido daquela interpretação fragmentária da realidade, que obedece ao prisma dos três aspectos científicos das variações que formam a personalidade conhecida, apenas, portanto, significa uma fase primária de localização dos conceitos do eu consigo próprio, à mercê dos vetores da realidade interpretativa enquanto inexiste a conversão a que se destina no objeto do processo vida, uma razão maior e motivo primordial da existencialidade humana e dos demais seres e objetos materiais.
Ao instante da percepção criadora do Ser definitivo, o que aborda a epopéia da civilização no decorrer da história das existências, revela em si o ápice da criação e o crepúsculo das coisas na matéria, conquanto fundir-se-ão as consciências na luz espiritual da imortalidade eterna, a resultar na totalidade plena e satisfação absoluta da existência e do movimento que formam a Natureza.

TEU CHEIRO - Por Kaika


Teu cheiro

O teu cheiro tem um cheiro cheiroso
Tem sabor de coisa boa
Tem gosto de quero mais
O teu cheiro tem a imagem de uma deusa
Tem visão de uma canoa
Tem vista quinem do mar
O teu cheiro tem arrepio junto
Tem emoção da garoa
Tem coração, tem amar
O teu cheiro tem querência, tem saudade
Tem abraço e beijo à toa
Tem paixão e alegrar.
Kaika Luiz - Crato 28/02/2011

CARNAVAL DA SAUDADE - 2011 - Por Claude Bloc

                        CRATO TÊNIS CLUBE                    



Morais Moreira - Só, somente só... (sem banda)


Os foliões cantaram junto e não pararam...


Dr. José Flávio - o pirata "Barba Rossa"  - com Fabiana


A vibração por um Carnaval de Sábado Magro

Dedê "jerimoon" - dinamismo até o fim da festa...


Samuk - concentração total


O manos - Claude e Tony


Os manos de "O Uirapuru"  Pedro Antonio - um encontro raro  entre irmãos...


Janinha no embalo da música...


Hugo Linard, Leninha e sua banda...


No salão interno do Crato tênis Clube também muita agitação e folia
 ( a chuva botou todo mundo pra dentro)...


A exemplo do mestre Wilson (WB) - folia por trás dos bastidores...


Cerveja e alegria, alegria e cerveja... e Arnon à altura do copo.


Movimento e animação


Papo animado, (flash incômodo) - lembrando os apelidos de outrora...
E tu, "ôi de bila' ?


Depois da festa, ânimos incansáveis desfilam rua abaixo
 a caminho da Praça Siqueira Campos...
Lá, um caldinho quente e uma cerveja para matar a ressaca...
Combina?


Ano que vem tem mais... 

Claude Bloc (foliã fora de tempo)

Para segunda - feira - Filé de badejo aos dois molhos


Tipo de Culinária: França
Categoria: Pratos Principais
Subcategorias: Peixes e Frutos do Mar
Rendimento: 2 porções


Igredientes
400 gr de badejo em filés
quanto baste de sal
quanto baste de pimenta-do-reino branca
2 colher(es) (sopa) de farinha de trigo
3 colher(es) (sopa) de azeite
Molho
60 gr de cebola picada(s) finamente
2 ramo(s) de tomilho fresco(s)
2 colher(es) (chá) de pimenta-do-reino branca em grãos
200 gr de manteiga Mococa gelada(s)
150 ml de vinho branco
150 ml de vinho tinto

Modo de preparo
Tempere os filés de badejo com sal e pimenta branca a gosto.
Aqueça em uma frigideira ou chapa o azeite e, imediatamente antes de colocar o peixe, empane levemente em farinha de trigo, batendo pra tirar o excesso.
Frite até dourar levemente e reserve.
Molho
São 2 molhos diferentes, um com vinho tinto e outro com vinho branco, porém, feitos da mesma maneira.

Branco: coloque em uma panela pequena e funda, 30 gr de cebola, 1 ramo de tomilho fresco, 1 colher (chá) de grãos de pimenta branca e o vinho branco. Leve para ferver. Quando o vinho tiver evaporado e estiver quase seco, desligue o fogo, retire a panela da superfície do fogão e adicione 100gr de manteiga gelada, partida em pequenos cubos. Agite a manteiga com os ingredientes com o auxílio de um batedor de claras até que a manteiga esteja derretida. Coe o molho e sirva rapidamente junto com o peixe e com o molho de vinho tinto.

Tinto: repita exatamente os mesmos procedimentos, utilizando o restante dos ingredientes. Coe ao lado do molho de vinho branco e sirva com o peixe.

Chef Rodrigo Anunciato
Formado em gastronomia pelo Senac e Professor de Gastronomia na Universidade Católica de Santos.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


ALTÉIA - Althaea Officinalis - Citada por Pitágoras e Platão, esta planta era usada de várias maneiras pelos antigos. Uma delas, formando, com outros componentes, um ungento que protegia a pele contra o fogo, tornando-a resistente a dores e queimaduras. Apreciada pelos Eegípcios e Sírios. Os Romanos usavam a Altéia na sopa de cevada. Os Herbanários antigos apreciavam suas propriedades laxantes.



Planta herbácea, perene e rústica, chega a atingir 2 metros de altura. Originada da China, as folhas são grandes e aveludadas e as flores cor-de-rosa ou brancas desabrocham no fim do verão e início do outono. Cultivada em solo húmido e moderadamente fértil com exposição ao sol. Semear na primavera. Apanhar as folhas sempre que necessário. As sementes devem ser colhidas depois de completada sua maturação. As raízes devem ser retiradas no outono.


As sementes frescas podem ser comidas sozinhas ou misturadas com nozes nas saladas. Flores e folhas novas também combinam com as saladas. As folhas fervidas podem ser usadas quentes ou frias para suavizar mãos secas, aliviar queimaduras de sol e em cabelos secos. A raiz é utilizada no combate à tosse e à insônia.

Edilma Rocha

Fonte : Jardim Interior - Denise Cordeiro

ENCONTRO COM AMIGOS - Por Edilma Rocha


Edilma, Jacques Boris e Pachelly Jamacaru
Sem palavras...

A menina e o Arco-íris. Pachelly Jamacaru

sábado, 26 de fevereiro de 2011

PARABÉNS, EDILMA

PARABÉNS, EDILMA !!!


 
 
Lembro-me de uma menina magrela, esperta, meiga que cresceu em meio à minha família... Vivemos muitos momentos especiais nessa época: Serra Verde, Crato... Também tivemos, nesse período, muita influência dos nossos pais, assistindo às produções de arte, passo a passo, escutando os comentários e as "dicas" de como proceder para tal e tal técnica. Tal e tal cor se misturando com aquela outra...enfim, coisas que a nossa mente fértil fez fomentar o gosto pela arte.
 
Como já falamos, o tempo nos afastou, a vida nos deu uma pausa, mas ao nos reencontrarmos a amizade guardada e bordada de saudades (re)fez-se com a mesma intensidade.
 
Hoje esta menina das Artes brilha pelo Brasil e caminha para o mundo através do seu talento... Virou gerreira Cariri. Abriu seus horizontes.
 
A ela meu abraço amigo e fraterno de sempre
A ela nosso abraço Cariricaturense
 
Claude

Feliz Aniversário Edilma Rocha

Parabéns, Felicidade e muita Paz para você

Sentimentos - Paulo Viana

O espectro do amor tem sentimentos
Que nem mesmo os poetas descobriram
São afetos que amantes já sentiram
No calor dos seus relacionamentos
Quem viveu entende meus pensamentos
Sabe que os prazeres ou as dores
Nascem de várias formas e sabores
E é verdade que algumas emoções
Nem os médicos da alma têm noções
Mesmo sendo os mais sábios doutores

Paulo Viana

Entre o som e o silêncio - Emerson Monteiro


No enquanto da tarde imensa, buscava, no sono, o conforto, quando trovões sacolejaram de ribombos vagas distantes, entrecortando o canto intermitente de um sabiá na mata. Por dentro, porém, calma não veio, deixando apenas de si perguntas e a vontade de escrever, atender ao instinto da sintonia de pensamentos e frases, resposta prudente. Sem alternativas, deixei a rede e cheguei neste porto de papel.
Diante das muralhas intransponíveis das realidades em cada minuto, os dramas e as comédias. Velórios e folias, cascalhos e flores. Os verdes lodos, a crescer dos tijolos, brilham intensos das folhas, no verde das construções antigas. Luzes veludosas prorrompem as faixas de cor suave, em volteios de alegres pássaros nos arvoredos ainda molhados, penetrando curvas e caminhos de seus perfumes silvestres.
Aparências de matéria se acalmam, e, com isso, a fome preguiçosa das respostas e os gritos das farpas e do coração. Só o trilho e as peças do movimento agitando as entranhas. Trocar de passo no sabor dos ventos. Apreciar a paisagem de desenhos multiplicados, que chegam pelo sempre de toda vez que aparece. Agitação, tecnologia de janelas inúmeras, matemáticas, e pessoas chorosas ou sorridentes, nas ruas da lembrança. Enredos, montagens de espetáculos efetivos através das galerias acesas, nos finais de tardes transcendentes. Portas abertas da feroz imaginação; ubres espaçosos e leite derramado. Filhos nascendo e naves partindo a todo o momento.
Com isso, bruxos ou sacerdotes desfibram velas nas catacumbas, ao som de monótonas cantigas espalhadas no amplo firmamento. Catedrais dadivosas envolvem de mistério as maiores dimensões, na possibilidade arquitetônica das divinas ofertas. Natureza reluzente, e o pátio do infinito, onde, azuis, homens e feras vadias, envoltos em flores, amor e prudência, pastam felizes, silenciosos. Um paraíso de sonhos aberto aos viventes, que lhe sobrevoam e descem de olhos atentos ao segredo das árvores, dos rios, florestas e mares, calmos e fiéis ao Ser Supremo.
Nenhuma dúvida mais atiça o desejo realizado, de tudo, o nada absoluto, agora pleno de fragor, arfa satisfeito. Entregam-se, pois, das ondas às areias, guerreiros livres de tribunais e prisões; ausentes das abandonadas conquistas; o prazer completado no fastio. Dali, a convergência no ponto único da plenitude.
Após reunir tais palavras em sentimentos, vórtice impetuoso de energia sacudindo os anéis da garganta chegou cá fora, nessa colagem de versos, pelas cordas sonantes dos dedos nas teclas. Fluir das histórias de dentro em imagens presentes nos céus.
Ribombam trovões, nessa tarde, e um sabiá alimenta de chilreios o ar, maestro exclusivo, na vegetação sertaneja.

POEMA PARA ERMANO MORAIS - por Ulisses Germano

O SER DE SER HUM MANO

POETA QUE É POETA
NASCE FEITO, NASCE PRONTO
TEM NO PEITO UMA SETA
QUE INDICA O CONFRONTO
ENTRE A IDÉIA E O SENTIMENTO
NO RIMAR DO BATIMENTO
ZABUMBANDO NO DESCONTO

TEM GENTE QUE NASCE FEITO
TEM GENTE QUE NASCE PRONTO
TEM GENTE QUE TEM NO PEITO
UM PONTO QUE AUMENTA O CONTO
HERMANO TEM NO TUTANO
O SER DE SER HUM MANO
VERSEJANDO SEM CONFRONTO

Ulisses Germano Leite Rolim
Crato, 02/08/2010 
 
 

Governos de conveniência - Emerson Monteiro

A onda que varre dos comandos governantes de países árabes deixa no ar uma séria lição, qual seja: o capitalismo ocidental brincou em serviço quando apoiou a maioria desses ditadores que o próprio tempo se encarrega de eliminar, atitude que demonstra por demais a irresponsabilidade das democracias ricas em relação aos países atrasados deste mundo. Ninguém avalie, portanto, sua posição acima do mal e do bem, como agem detentores da riqueza, nas poderosas economias nacionais.
Depois da crise do petróleo, verificada com a Guerra dos Seis Dias entre árabes e judeus, no ano de 1967, os países detentores das reservas decidiram aumentar o preço do barril do ouro negro a níveis pouco imagináveis. As nações árabes descobriam, enfim, o quanto vale o subsolo nesta civilização contemporânea. O Ocidente, principal consumidor, instalava, naquelas economias crescentes, através dos ardis de bastidores, líderes que lessem nas suas cartilhas, para, mais adiante, dado o despreparo da maioria deles, haver de exterminá-los ao preço das dores civis, notícias que, antes, vieram do Afeganistão, do Iraque, e, agora, num rastro de pó e sangue, das ditaduras de conveniência que afundam, impostas que foram às nações em crise pela barganha dos potentados capitalistas.
Eis uma história marcada, programada de longo prazo. Nas décadas de 60 e 70, as Américas sofreram da mesma fórmula, que serviu, durante 20 ou mais anos, ao pretexto de manter a ordem nesta parte do chão. Os custos disso, atraso na maturidade dos povos, taxa elevada em termos de aperfeiçoamento histórico negativo, subserviência e alienação de gerações inteiras.
Tais exercícios de intervenção alimentaram elites reacionárias e corruptas, ocasionando consequências perversas de vazios profundos no futuro, visando o lucro das conquistas do mercado imperialista.
Essa crise fenomenal que ora elimina titulares carimbados no Egito, na Tunísia, e se espraia pela Líbia, pelo Iêmen e outros países, representa, pois, a derrocada dos esquemas absolutistas impostos pelos ocidentais a povos do Oriente, engordando famílias e governos ilegítimos, quais novos cônsules da Antiga Roma dos césares.
Os resultados da ação equivocada sujeita, com isso, perder a humanidade, expondo conquistas democráticas, devido à injustiça que contagia vizinhanças e domínios equilibrados, pondo risco, por exemplo, na estabilidade da Europa, comunidade que, através dos séculos, ficava distante das convulsões da Ásia e da África. Já que existem, porém, nos tempos atuais, o excesso populacional e as facilidades do deslocamento das massas humanas, o Velho Continente sofre com as angústias do futuro., nuvens escuras crescem das bandas do Nascente, na geopolítica internacional, e, queira Deus, uma autocrítica honesta de quem responsável motive rumos novos aos tristes acontecimentos verificados.

AO ESTILO DE ALOÍSIO - Por Claude Bloc



Abra o riso
Lace o tempo...
Abrace seu sentimento...

Claude Bloc

ALEM DA LENDA CONTADA

Foto: Dihelson


Conheço um tal de Mané
Que nasceu lá em Jardim
Vivente como ele é
Talvez se lembre de mim
Prá ele compus um samba
Do viver da corda banba
Nas cordas do bandolim

        Fiquei sabendo que o Mané de Jardim costumava fazer uma pergunta para deixar algumas  pessoas aqui do Crato meio que embaraçadas. Com seu jeito elétrico de pirlimpimpim, indagava:
           -Você sabe o que é idiossincrasia?
           -Não - respondia o incauto. 
           Então, imediatamente o Mané revidava:
          -Vá estudar!!!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pomar






POMAR

Vem uma abelha e pousa
numa banana madura,
estourando de madura.

Os volumosos seios da mulher
eram verdes e dourados
de tão maduros.

Uma maritaca vaia
escorrendo amora do bico
como sangue.

Com um sanhaço em cada ombro
e a língua limpa de palavras
aproveito a vida no pomar.
 
 
 

QUE DECEPÇÃO ! - Por Edilma Rocha


Desde pequena  adorava os livros de História Geral por causa das gravuras estampadas com ilustrações dos quadros famosos. Como não possuía livros específicos sobre Historia da Arte, me contentava em olhar as pinturas dos artistas célebres no Brasil como Pedro Américo e Victor Meireles. As pinturas representativas de momentos históricos como: A Primeira Missa no Brasil, Batalha do Avaí, O Grito do Ipiranga, Coroação de Dom Pedro II, eram observadas pausadamente, estudando com cuidado as figuras, movimentos e as cores dentro das paisagens maravilhosas.
Com o passar do tempo a vida foi me dando oportunidades de aprecia-las ao vivo nos grandes museus e sempre que possível fazia  uma relação das obras com os locais representados, como palácios, jardins, florestas e mobiliário.
A Obra-prima de Victor Meireles, pintada na França, premiada e posteriormente trazida para o Brasil registrando a Primeira Missa no Brasil, sempre foi para mim motivo de deslumbramento na representação da cerimonia com o momento da elevação Eucarística, os aparatos e vestimenta dos Sacerdotes, a Cruz dentro da floresta e os índios que a tudo observavam dependurados nelas. A riqueza do verde em diversas folhagens com tons sobre tons, preenchia a tela com harmonia de valores da pintura. Muitos índios com adereços coloridos na variedade das plumas das aves nativas,  e o colorido do corpo pintado em destaque no primeiro plano. Mergulhava o olhar naquela tela de impressionante variedade de detalhes. E assim ficou na minha memória o local da celebração da primeira missa no Brasil.

Viajando pelo imenso Litoral Brasileiro, cheguei a Porto Seguro. Depois de me instalar no hotel, queria conhecer o local da celebração da primeira missa no Brasil. Entrei no carro e segui até o local. Mas que decepção! Somente uma cruz fincada num pedestal de concreto em meio a um enorme pátio revestido com pedras, vazio, sem cor e quente... Todas as árvores foram derrubadas e não restou uma só plantinha para representar o verde da mata. Lá longe, na praia, alguns coqueiros e alguns banhistas. Me informaram que aquela mudança toda era para ter espaço para representações culturais no local todos os anos. E o meu sonho de conhecer a belíssima mata da pintura de Victor Meireles ficou no meio do vazio real.
Apareceram alguns personagens querendo se passar por índios que na verdade eram vendedores em busca de turistas otários. Um cocar na cabeça, alguns braceletes nos braços  e colares no pescoço. Tudo para vender..
_ Senhora, quer comprar amuletos indígenas com penas do famoso "Uirapurú", Araras reais e Garças das matas Brasileiras ?
Eu olhei boquiaberta para aquele vendedor "fajuto"  querendo representar um índio de "arake"  e fiquei sem saber o que responder... Senti um leve toque no meu braço e uma vozinha de menino me falou :
_ Compre não, senhora ! É mentira !  Essas penas são de galinha de granja pintadas com "K-suco", ele vive enganando os turistas !
 Não me faltava mais nada. A decepção estava completa .
Isso era...
O local da Primeira Missa ...
Porto Seguro...
Brasil...

Edilma Rocha

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


CAMOMILA - Chamaemelun nobile - Suavidade é a principal característica desta alegre plantinha. Tanto que tem sido usada desde a Antiguidade para acalmar bebes. Muito eficiente também contra insónia, ansiedade e stress. Calma e paciência são duas coisas de que sempre nos esquecemos deixando-nos dominar pelas exigências do dia-a-dia. A existência da Camomila talvez nos sirva para lembrar que a vida é leve e suave.


Planta vivaz e anual, alcança de 30 à 50 cm de altura. Cultivada em solo leve e bem arejado em regiões de clima moderado. Precisa receber luz solar por, pelo menos, 5 horas diárias. Semear entre os meses de Abril e Maio. As sementes não devem ser enterradas muito fundo, pois necessitam de luminosidade para brotar. Originada da Europa, o aroma intenso da Camomila despertou o interesse dos antigos pesquisadores que acabaram descobrindo várias das propriedades que a tornaram tão famosa. Os antigos Egípcios tratavam uma doença semelhante à "Malária" com o chá de suas flores. Na Espanha, um tipo de vinho aromatizado com flores de Camomila é usado como digestivo. Dizem que a Camomila dá muita sorte e ajuda a atrair dinheiro, por isso, em tempos remotos, os jogadores costumavam lavar as mãos com chá de Camomila antes de jogos importantes.


A Camomila é um dos remédios mais populares, desde os nossos antepassados, por suas inúmeras propriedades terapêuticas: sedativa, anti-inflamatória, anti-alérgica, anti-séptica, digestiva, alivia cólicas menstruais e tensões da menopausa. Acalma pessoas nervosas e bebes incomodados por gases no estômago e intestinos. O chá natural é usado para realçar o tom dourado das cabelos louros. Em compressas, suaviza olheiras e inchaço dos olhos. As flores secas de Camomila em travesseiros deixam um aroma delicado que acalma e diminui a ansiedade. Um punhado de flores secas na água da banheira relaxa e favorece um sono tranquilo. O óleo essencial de Camomila-romana é sedativo e relaxante. Pode ser usado em inalação, infusão, massagens e máscara facial. Combina bem com óleo essenciais de Alfazema, Bergamota, Rosa, Néroli e Patchuli.

Edilma Rocha

Fonte : Jardim Interior - Denise Cordeiro

ENCONTRO COM AMIGOS - Por Edilma Rocha


Edilma, Claude, Magali e Carlos
Sem palavras...


Rosas - Paulo Viana

Rosas - Paulo Viana

As rosas são evidentes clamores
De coração muito apaixonado
Pois se não sentes ele acelerado
Então se mostra através das flores
E se preciso for rufar tambores
Para provar não serem duvidosas
As intenções implícitas nas rosas
Tu ouvirás do amante a percussão
Representando aquele coração
De emoções reais e grandiosas


Foto de Antonia Morais (Didi )

HUMBERTO TEIXEIRA - Por Marcos Barreto de Melo


Como surgiu a imortal dupla do baião
Os primeiros sucessos de Luiz Gonzaga, como cantor, surgiram em 1943, dois anos após ter sido contratado pela RCA.No início de sua carreira, Gonzaga atuou apenas como solista, por uma imposição da própria gravadora.As primeiras músicas cantadas por ele compostas em parceria com o fluminense Miguel Lima logo se tornaram conhecidas do público.São dessa época músicas famosas como Cortando o Pano, Dezessete e Setecentos, Penerô Xerém e Mangaratiba, entre outras.
Apesar do êxito, a parceria com Miguel Lima não durou muito tempo. Luiz, de formação genuinamente sertaneja, queria gravar músicas que falassem de sua gente, do seu longínquo pé-de-serra. Ele tinha a melodia e precisava de alguém que fosse capaz de colocar a letra. Miguel Lima, no entanto, não se integrava muito bem com o projeto artístico de Luiz Gonzaga de querer lançar, no Rio de Janeiro, as músicas brejeiras do Norte. Por isso ficaram juntos somente até 1945.quando Gonzaga viu-se obrigado a procurar um outro parceiro que, como ele, estivesse disposto a cantar o Nordeste.E foi na poesia do jovem advogado cearense, Humberto Teixeira que Gonzaga encontrou a sua nova parceria.
Vencedor de Concurso
Humberto Teixeira nasceu em Iguatu, cidade do sertão cearense, a 5 de janeiro de 1916, de onde, aos dois anos de idade, saiu para residir em Fortaleza.Aos seis anos, aprendeu a tocar musete (uma versão francesa da gaita de foles) com o seu, o maestro Lafaiete Teixeira.Tocava flauta e bandolim e, com 13 anos, fazia parte da Orquestra Iracema, a qual regida pelo maestro Antônio Moreira, musicava os filmes mudos no Cine Majestic, de Fortaleza. Em 1931 o garoto Humberto Teixeira radicou-se no Rio de Janeiro, onde, aos 18 anos, em 1934, descobriu que a sua vocação estava indiscutivelmente voltada para a música.Venceu, neste mesmo ano, o concurso de música carnavalesca promovido pela revista “O Malho”, com a música “Meu Pedacinho”.A sua música foi classificada ao lado de outras compostas pó gente famosa, como Ari Barroso e Cândido das Neves.Em pouco tempo, Humberto foi se tornando amigo de Lamartine Babo, Benedito Lacerda, José Maria de Abreu e de outros cantores e compositores daquela época.
Quando, em 1943, formou-se advogado pela Faculdade Nacional de Direito, Humberto Teixeira já havia composto sambas, xotes, marchas e toadas. Sua primeira música a ser gravada foi “Sintonia do Café” lançada por Déo, em 1944.Outras composições de Humberto foram gravadas nessa mesma época: Só uma Louca Não Vê (Orlando Silva); Deus me Perdoe (Ciro Monteiro; Meu Brotinho (Francisco Carlos) e Natalina (Quatro Ases e Um Comigo).

Encontro com Luiz Gonzaga

Desfeita a parceria com Miguel Lima, Gonzaga estava agora à procura de um novo parceiro. Admirava muito as músicas compostas pelo cearense Lauro Maia, interpretadas com sucesso pelo conjunto “Quatro Ases e Um Coringa”. Decidiu, então, procurar Lauro Maia, que se mostrou pouco interessado na proposta apresentada. No entanto, disse conhecer a pessoa certa para ser seu parceiro e apresentou Luiz Gonzaga ao seu cunhado, Humberto Teixeira.
O encontro do pernambucano Gonzaga com o cearense Teixeira deu-se numa tarde de agosto de 1945, no escritório do bacharel, na Avenida Calógeras, no Rio. A conversa, animada, prolongou-se até à noite e.ao fim de algumas horas, já haviam acertado os detalhes da nova empreitada. Nesta primeira conversa, concluíram que o baião era o mais urbanizável e estilizável dentre todos os ritmos de música do Nordeste.
Logo no primeiro encontro destes dois nortista surgiu o esboço do que veio a ser xote No Meu Pé-de-Serra.
“(...) Solfejei a música, Humberto olhou-me meio descrente e perguntou-me:
-Já tem algum começo, um principiozinho de letra?
Cantei:
“Lá no meu pé de serra
Deixei ficar meu coração”...
Fez sinal de que parasse.
-Ótimo.Agora solfeje a música, bem devagarinho...
Rabiscava umas coisas num papel pra repetir.
Quando terminei dei uma espiadela no papel. Admirei-me de vê-lo coberto de versos.
-Mas que beleza!Exclamei entusiasmado.
Com que rapidez você faz letra rapaz!
Riu e adiantou:
-Às vezes faço música ainda mais depressa, embora cante pior que todos os cisnes do Capitólio. mas o que fiz agora não é a letra ainda não.
Isso é só o “monstro”. A letra faço depois. Eu, que lera por alto e gostara, protestei:
-Tá conversando!Nesse aqui você não bole mais. Tá muito boa, Humberto.
-Calma Luiz. É uma letra provisória, pra me basear. Faltam os retoques, mudar umas coisas. Quando vier, vem outra”(1).
E assim teve início a parceria de Humberto Teixeira com Luiz Gonzaga, onde as qualidades poéticas de um foram aliadas à capacidade melódica e interpretativa do outro. Dessa união resultou um grande incremento à nossa música, devido à excelente qualidade do que produziram.
“A minha parceria com o Humberto Teixeira foi perfeita, assim como uma luva que se encaixa na mão de uma pessoa” (2).Assim se expressou Luiz Gonzaga ao ser interrogado a respeito do parceiro.Ainda segundo Luiz Gonzaga “Humberto Teixeira era um grande poeta. Juntava sertão e asfalto numa mesclagem muito bem bolada, de onde saíram coisa bonitas”(2). De fato, Luiz precisava mesmo de alguém como Humberto Teixeira, que, além de ser um poeta dotado de uma capacidade indubitável, era também instrumentista e profundo conhecedor da vida e dos costumes sertanejos.

Nasce o baião

O baião, também chamado “baiano”, teve sua origem na batida dos violeiros do sertão, conforme estudos já divulgados. Esse ritmo, no entanto, era conhecido apenas nos estados nordestinos.O que Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira fizeram, na verdade, foi urbanizar e estilizar o baião, dando-lhe um novo aspecto.Na sua versão primitiva, cantada por violeiros, o baião apresentava-se entremeado de falas, o que atrapalhava a continuidade da música.Conforme declarou Humberto Teixeira: ”Estilizamos as principais características, traduzimos os modismos do Nordeste e tornamos a música mais dançável... (3). Segundo Luiz Gonzaga:”...o baião foi estilizado para tornar-se música comercial.Aproveitamos os temas folclóricos, com letra nova e melodia estilizada...”(4).
Surgia, assim, em 1945, o baião moderno e urbanizado, com uma nova roupagem, onde os instrumentos originais (viola, pandeiro, botijão e rabeca) foram substituídos por zabumba, triângulo e sanfona.Com isso, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira promoveram uma verdadeira revolução na música brasileira, até então dividida entre o samba-canção e outros ritmos importados.
No ano de 1946, os “Os Quatro Ases e Um Coringa” gravaram a primeira composição pelo próprio Luiz Gonzaga, tempos depois.
Os primeiros frutos da parceria de Humberto com Luiz Gonzaga logo se transformaram em verdadeiros sucessos nacionais, o que possibilitou ao baião firmar-se como um novo e autêntico estilo de música, além de garantir a Luiz Gonzaga o título definitivo de “Rei do Baião”.No período de 1946 a 1950 o baião dominou 80% das execuções musicais no Brasil, o que refletia a grande aceitação tida pelas obras de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.
Esse fenômeno, até então inédito na indústria fonográfica brasileira, fez com que as prensas da RCA trabalhassem quase exclusivamente para Luiz Gonzaga.
A primeira música da dupla a ser gravada por Luiz Gonzaga foi o xote No Meu Pé-de-Serra, em 1946. Depois vieram outros clássicos da música nordestina: Asa Branca, Paraíba, Baião, Lorota Boa, Mangaratiba, Baião de Dois, Juazeiro, Légua Tirana, Macapá, Xanduzinha, Qui Nem Jiló, Estrada de Canindé, Assum Preto e Respeita Januário.
Apesar do brilhantismo dos primeiros anos, a parceria de Humberto Teixeira com Luiz Gonzaga se desfez por volta de 1952, quando já estava em pleno vigor a parceria de Gonzaga com o poeta pernambucano Zé Dantas.Porém o que Humberto havia composto no período em que esteve com Luiz Gonzaga já era o suficiente para assegurar-lhe a posteridade.
Em 1954, Humberto elegeu-se deputado federal pelo Ceará, apoiado pelo líder paulista Adhemar de Barros, com cerca de 12.000 votos. Como deputado, ele teve destacada atuação no campo do direito autoral. Conseguiu a aprovação da lei “Humberto Teixeira”, o que permitiu uma maior divulgação da música brasileira no exterior, através de caravanas musicais subsidiadas pelo governo federal.
O baião entra em crise

Após ter dominado o mercado brasileiro por quase 10 anos, o baião, a partir de 1956, começou a dar sinais de visível declínio, tendo progressivamente cedido o seu espaço para o movimento da Bossa-Nova e os acordes da guitarra.
Durante um período de aproximadamente 15 anos (1956-1971), o baião esteve marginalizado e esquecido nas grandes cidades onde, um dia, reinou. Com isso, teve que retornar à sua terra de origem, refugiando-se no Nordeste.Assim como o baião, os seus criadores também foram condenados ao ostracismo.
No que pese o grande talento de Luiz Gonzaga, não podemos negar que a obra de Humberto Teixeira foi de uma importância inconteste na volta do baião e de seus congêneres e, conseqüentemente, na volta de seu maior intérprete maior.
Na verdade, o baião começou o seu caminho de volta em 1965, com a gravação do imortal hino nordestino Asa Branca (Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga) por Geraldo Vandré, em seu LP “Hora de Lutar”. Três anos depois, em 1968, surgiu a notícia, não-confirmada, de que os Beatles iriam gravar Asa Branca.Embora isto não tenha se efetivado, foi, sem dúvida, mais um passo para o retorno de Luiz Gonzaga.
Em 1969, Gilberto Gil incluiu em seu LP o baião 17 Légua e Meia (Humberto Teixeira/Carlos Barroso), um antigo sucesso na voz de Luiz Gonzaga.Neste mesmo ano, Gonzaga lançava mais um disco, onde o parceiro dos anos 40, Humberto Teixeira, se fazia presente através de duas novas composições: Canaã e Baião Polinário.
Dois anos depois, em 1971, quando do seu exílio em Londres, Caetano Veloso deu uma nova interpretação a Asa Branca. Mais uma vez a Asa Branca promovia a volta do baião.Ainda em 1971, Gal Costa gravou Assum Preto (Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga), outro grande sucesso da dobradinha.Com isso, abria-se definitivamente o caminho que traria o baião e seus criadores de volta ao cenário da música brasileira.

A grande volta

Para assinalar a sua volta, foi lançado em 1971 o LP “O Canto Jovem de Luiz Gonzaga”, onde ele canta músicas de Gil, Caetano, Geraldo Vandré, Tom Jobim e Humberto Teixeira, com quem lançou o baião nos anos 40.A música Bicho, Eu Vou Voltar, que conta com a participação de seu autor, Humberto Teixeira, fala exatamente deste momento histórico para os criadores do gênero (“Bicho com todo respeito/Dá licença eu vou voltar/Oh desafio pai d’égua/pra cabra macho enfrentar...”) e da enorme gratidão para com aqueles que, de alguma forma, promoveram esta volta (“Caetano muito obrigado/por me fazer lembrar/não a mim, mas a tudo que eu fiz...”).
Nesta nova fase do baião, Humberto Teixeira ainda compôs algumas músicas para o amigo Luiz Gonzaga: Ana Rosa (1972); Marilu (1972); Baião de São Sebastião (1973); Saudade Dói (1976); Chá Cutuba (1977); Menestrel do Sol (1977); Salmo dos Aflitos (1978); Dengo Maior (1978) e Orélia (1979).
No seu disco de 1979, Gil nos trouxe uma nova versão de Macapá (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira) lançada com sucesso pela cantora Mariene, em 1949.
Em 3 de outubro de 1979, aos 63 anos, em sua casa no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, morria o grande compositor e poeta Humberto Teixeira.
Após a sua morte, duas músicas ainda foram gravadas: Dança do Capilé (1982) e Xengo (1983).
Autor de mais de 400 composições gravadas (5), Humberto Teixeira compôs Kalu, para Dalva de Oliveira, e, em parceria com Sivuca, fez Adeus Maria Fulô, para Carmélia Alves. Uma de suas músicas foi gravada por Elba Ramalho no início de sua carreira (Bodocongó). Outros também gravaram músicas do poeta de Iguatu, a exemplo de Caetano Veloso, que gravou Kalu, e de Fagner, que faz uma homenagem ao poeta conterrâneo ao cantar Dono dos Teus Olhos.
Nos últimos anos de sua vida, Humberto refugiou-se em casa, num isolamento voluntário.Poucas pessoas passaram a ter acesso a ele.Só compunha para consumo próprio ou sob fogo cerrado do parceiro e amigo Luiz Gonzaga. Assistiu à distância a nova invasão do Sul pela música nordestina, quando muitos cantores da nova safra seguiam as suas pegadas.
Os nomes de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga estão íntima e irreversivelmente ligados na história do baião e da música brasileira, como um todo. Através de suas canções, o Brasil passou a conhecer Asa Branca, que, em seu vôo derradeiro, foge tangida pela seca, tal qual o retirante nordestino; o Assum Preto, que, cego dos olhos para cantar melhor, vive solto sem poder voar; a receita para um gostoso Baião de Dois; a disposição que tem o nortista, capaz de andar, sem parar, 17 Légua e Meia para ir num forró dançar e, ainda, como se dança o Baião.
Advogado, político, instrumentista, poeta e compositor. Esse é o perfil de Humberto Teixeira, um sertanejo cearense que, em um dia de agosto de 1945, uniu-se a Luiz Gonzaga para lançar o baião. Embora não seja o rei, Humberto Teixeira é, sem dúvida, um dos donos desse reinado chamado baião.
A sua morte, no ano de 1979, constituiu-se na perda de um dos maiores compositores da música brasileira. Com ela, ficaram órfãos a Asa Branca, o Assum Preto e o próprio Baião.
Marcos Barreto de Melo

Referências Biográficas
(1) SÁ, Sinval, in “O Sanfoneiro do Riacho da Brigada”, 5ª edição, Editora Thesaurus.Brasília, 1978.
(2) Declarações feitas por Luiz Gonzaga ao autor deste artigo em 11/08/84, no Parque Asa Branca, em Exu-PE
(3) Veja (revista semanal brasileira), São Paulo nº 01,11/09/68, Págs. 110/111.
(4) Veja (revista semanal brasileira), São Paulo nº 74,04/02/70, Pág. 5.
(5) Veja (revista semanal brasileira), São Paulo nº 579,10/10/79, Pág. 110.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ulisses Germano agradece...

Se deixar fotografar
É um ato de ousadia
No instante do clicar
Pra tirar fotografia
Revelada na loucura
De um coração que procura
Sempre estar em harmonia

Mas a sombra da vaidade
Deve ser policiada
Pra que a tal da humildade
Venha a ser manifestada
Neste ensaio fotográfico
Dihelson traçou o gráfico
De minha imagem clicada

Grato, Dihelson, pelo ensaio sem ensaio! rs

Diálogo poético - Aloísio X Claude




Se a vida é boa...
pra que sofrer
pra que pensar
é só querer
e se amar


Aloísio
============

Se a vida corre
Pra que sofrer?
Os dias passam
Sem mais porquê
As noites chegam
Sempre caladas
E as madrugadas
Não têm mais fim
E nessas horas
Nessa magia
Que vem da noite
Que vem do dia
Eu te pergunto
Sem ironia
Se a vida corre
Pra que sofrer?

........................... Claude





Pérola nos Bastidores - por Claude Bloc

Claude Bloc disse...

(sobre o poema de Walter Franco – um pensamento)



Claude

por ser que ama
por ser que queira
por ser que sofra
que pensa
se a vida é boa...

Efeitos Colaterais

Godofredo e Isabel mantiveram um casamento perfeito por quase vinte anos. Eram figuras icônicas nas brigas dos amigos: “ Você devia ser como o Godofredo!” “Por que você não se porta como a Isabel , aquilo sim é que é uma mulher”. Vencido o prazo de validade de todo matrimônio, quando o remédio fabuloso começa pouco a pouco a mostrar seus efeitos colaterais, sua reações adversas e a se transformar em veneno, o casal começou a ficar mais distante, nem discussões mais conseguiam entabular. No espaço vazio do relacionamento, terminou por surgir alguém para preencher a vaga. Godofredo, antes um esposo fidelíssimo, se enrabichou por Tamires, uma colega de trabalho, vinte anos mais nova. Como era de se esperar ,não cabia tanto pequi no baião-de-dois de Isabel , quando ela descobriu que havia ingredientes estranhos na culinária, entornou, literalmente o caldo da pequizada. Como sempre, os casamentos mais equilibrados são justamente aqueles que mais se desequilibram na hora da dissolução. O pau comeu solto. Agressões se repetiram lado a lado, culminando com sopapos generalizados, telefone em orelha de Tamires, tapa no terreiro dos olhos de Godofredo, braço quebrado de Isabel.
Terminada a guerra doméstica, estavam armados os exércitos para as batalhas judiciais. No interlúdio entre os conflitos periódicos, estabeleceu-se uma guerra fria. E nem havia tantos bens a serem partilhados: uma casa, um carro, uns terrenos na periferia: só. Mas acordo mostrou-se desde o início totalmente impossível. Simplesmente porque não estava em jogo, na realidade, a questão meramente financeira. Godofredo havia ferido Isabel no seu ponto mais sensível, no seu calcanhar de Aquiles, o amor próprio, e aí não havia patrimônio nesse mundo que fosse capaz de indenizar tanto dano, nem o de Bill Gates. Advogados de lado a lado, desde o início, Godofredo e Isabel montaram sua lavanderia pública e procederam à interminável lavagem de roupa suja. De repente veio à tona aquele varejo de incongruências e deformidades de que todos os casamentos estão prenhes. Godofredo era meio brocha, Isabel tinha mal hálito superior e inferiormente e pro aí vai.
Na impossibilidade de acordo, a pendência correu para a demorada esfera judicial. Audiências, desaforos, custas judiciais e advogados dando corda pelas beiradas. O certo é que o processo tramitou por uns oito anos e, no final, praticamente já nada tinham para partilhar. Os bens , poucos, tinham sido consumidos na própria alimentação da causa. Restaram apenas o fel, o veneno destilado lado a lado que acabaram por nublar completamente a lembrança dos verdes e doces enlevos dos primeiros dias.
Recentemente um primo dileto de Godofredo, chegando da Europa,onde residia há muitos anos, não conseguiu compreender a penúria em que viviam os dois antigos pombinhos. Eles que quando casados gozavam de uma confortável situação, agora ali estavam tocando a vida com dificuldades típicas de classe média baixa. Como se explicava a tragédia?
O pai do primo europeu foi quem conseguiu didaticamente explicar o inexplicável, utilizando os recursos da fábula.
--- Meu filho, um dia dois gatos encontraram um pedaço de queijo e começaram imediatamente a brigar. Cada um se achava dono do presente encontrado. “É meu!” “É meu, eu vi primeiro!” Começaram ,então, a se engalfinhar, numa luta sem precedentes. Foi aí que apareceu o macaco e ofereceu-se para intermediar a questão. Propôs dividir o naco de queijo no meio e, cada um ficar com sua parte. Os gatos, então, aceitaram, desde que os pedaços fossem exatamente iguais. O macaco, então, salomonicamente, pegou uma balança e cortou o queijo em duas partes. Colocou-as cada uma em um dos pratos. Notou-se, então, que um dos lados era maior e que o prato descia. O macaco, tranqüilizou-os: não tem problema! Cortou um pedacinho da parte maior e comeu e voltou a pesar as duas fatias. Agora, era a outra que estava mais pesada. O macaco procedeu da mesma maneira, cortou mais um tanto e comeu e voltou a fazer a pesagem. O problema repetiu-se e, ele, prontamente cortou mais um taquinho, comeu e pesou novamente. Repetidas as ações por várias vezes, os gatos gritaram : Pode parar, já basta ! Está bom ! Notaram que os pedacinhos que restavam agora, eram bem miudinhos, o macaco comera quase tudo. O acordo foi feito rapidamente e os gatos saíram satisfeitos. Pois ,é ! Os gatos eram Godofredo e Isabel !
--- E o macaco, papai ?
--- Era o advogado, meu filho !

J. Flávio Vieira

Colaboração de Mundim do Vale...

A origem de alguns 
Ditados Populares

JURAR DE PÉS JUNTOS:
- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO: 

- Nossa, que cara mais barbeiro!
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc, e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:  


- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

À BEÇA:
- O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA
:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino.
Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado.

OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA:
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉM:
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indìgenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM
:
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A DAR COM O PAU:
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA , TANTO BATE
ATÉ QUE FURA:DÁ MOLE 
Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e "Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.
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