Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cais - Paulo Viana


Submerso no esplendor da vida
Dessa ilusão de dores tão reais
Vou navegando em busca de um cais
Em rota cega e desconhecida
Mas a esperança não está perdida
E nem o estímulo para navegar
Mesmo que nunca possa encontrar
Um porto firme para meu navio
Fico à deriva como um desafio
De ter um sonho pra realizar
Paulo Viana

PACIÊNCIA...


Paciência 

- Claude Bloc - 


 Exercitar a paciência não é uma truque nem uma fórmula mágica. A paciência é nossa hóspede e é inerente à nossa natureza, ao nosso caráter – ou a temos ou não a temos.  Ter paciência é tolerar - sobretudo isso - e acaba sendo uma prática simples, bonita, límpida, eficaz, quando não nos deixamos invadir pelas palavras que nos ferem ou nos magoam. 


Na verdade, a paciência é um exercício da virtude cristã, são asas que nos permitem voar acima de sentimentos negativos que tentam se impregnar em nossos pensamentos. É o esforço de calar em nós um gesto inadequado. É guardar o silêncio numa prática voluntária e abster-se das ebulições da impaciência.


Ter paciência é o esforço de escutar o outro sem que se apague o sorriso, pois paciência é amor.

Claude Bloc 



Um Cariri cinzento - Emerson Monteiro


Neste término de mês, novembro de 2011, após madrugada chuvosa, manhã mostra cara cinza qual quem quer inverno a tornear as encostas lá de longe no horizonte azul balançando orvalhos luminosos nas cercas e folhas de árvores e arbustos. Espécie de paisagem própria para refletir movimentações do lado de fora, os dramas financeiros, as bolsas em constante oscilação que sujeitam envolver gentes e bichos nos motivos eletrônicos do tempo, e querendo ou descontente com o clima que espreme sentimento nas perguntas sem resposta, roupas mofadas no fundo da alma sem jeito de olhar a neblina brejeira de qualquer direção.

Repassassem dizeres dos jornais, achariam nisso um futebol que mexeu com as pessoas que buscaram futebol no final de semana, e alimentavam sonhos de sucesso no esporte coletivo em nosso Cariri. As notas, no entanto, pelos cantos perdidos de páginas apressadas, falavam solteiras que dormiram cedo na solidão a dois das multidões alvoroçadas no estádio. E horas do expediente ganharam só dinheiro de sobrevivência na educação dos filhos, bilhetes de loteria, folhas de pagamento, impostos e taxas, esforçados nas horas do expediente do pão, suor, rosto, etc.

Ando pouco mais e encontro as histórias dos valores nas questões políticas estrangeiras, parlamentos convulsos, praças cheias, câmbios de países europeus atolados nas dívidas ilusórias... O desejo antigo de falar nas flores que iluminam casas e pessoas, belezas de gerações ensaiando gritos de vitória travados no ar. Jovens, ruas e monumentos perto das férias dos oceanos agitados... Alegres janelas iluminadas... Vozes cheias de possibilidades nascidas em forma de viver feliz da multidão de chances, no Céu daqui da Terra.

Bom, isso de admitir clima novo de inverno, corações e presentes... Crer nas letras e nos vocábulos que falam de transformação, e animar o mundo pelas folhas arrancadas dos sempre calendários mil que viajam na eterna Felicidade.

A PRIMEIRA IMPRESSÃO FICOU PARA SEMPRE - Por Edilma Rocha


Em 8 de dezembro de 1859, seguindo a estrada de Juazeiro até o Crato chega ao Cariri a Comissão Científica do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vinda do Rio de Janeiro.

Aos poucos o cenário do sertão foi ficando mágico com as vegetações que ladeavam o caminho estreito; Do lado direito por onde passava o rio, verdes plantações de cana de açúcar com seus pendões prateados que tremiam ao vento; Muitos engenhos surgiam enfileirados com suas chaminés que bordavam o céu azul de branco numa fantasia de fumaça feito imaginação de criança, sem deixar de sentir o delicioso aroma das fornadas de rapadura.

Quando chegaram ao alto do morro, avistaram o mais belo panorama feito as aquarelas de José Reis de Carvalho, nos matizes dos verdes das matas e vermelhos dos torrões. Era a Chapada do Araripe que cobria de sombra a pequena cidade do Crato se destacando a torre da Igreja Matriz e alguns casarios caiados de branco.

Depois de percorrerem por tantos meses lugares secos do sertão, aquela visão deslumbrante do Oásis do Cariri era por demais agradável aos olhos e também ao respirar puro dos pulmões. O monte Araripe na sua formação plana e até nivelada, era coberto de uma vegetação exuberante e nos seus lados desciam flancos corroídos pelos jorros de águas puras abençoando o vasto torrão vermelho. Essas águas eram responsáveis pela fertilidade da bacia do Crato recobertas por um rico verde das suas plantações. Os terrenos sombreados, guardavam o frescor que descia da Chapada na garoa fina do inverno, um clima previlegiado para os poucos moradores do lugar.

Ao descerem o morro vagarosamente, avistaram pequenos grupos de pessoas bem vestidas que mais pareciam as damas e os cavalheiros da Corte do Rio de Janeiro, sentiram-se aliviados. Certamente se encaminhavam em direção ao toque do sino da Igreja da Matriz.

A cidade ficava em terreno baixo e plano, mas com 3 morros; o Barro Vermelho ao nascente; o Alto da Miséria a Noroeste; o Alto do Granjeiro a sudoeste; e ao poente o Araripe distante algumas léguas dali.
Percorreram ruas paralelas e largas, a Rua Grande, a Rua do Fogo, a Rua da Vala, a Rua da Boa Vista e a Rua das Laranjeiras, além de algumas travessas e becos. A praça da Matriz era triangular e rodeada de alguns casarões de tijolos e cobertas por telhas,e nos morros casas de taipa e coberta por palhas. Alguns sobrados, e entre eles o do Tenente Coronel Antônio Luiz Alves Pequeno, na Rua do Fogo onde se hospedaram.

Passaram 4 meses na cidade do Crato bebendo  a boa água das nascentes, fazendo passeios nos sítios e no alto da Serra. Encontraram criações de porcos, perus, galinhas e patos. Ficaram surpresos que os bois serviam de bestas para carga e que eram governados pelo nariz. Viram pequenas criações de cabras e carneiros. Encontraram pequenas industrias de panos de algodão na confecção de redes brancas e coloridas que enfeitavam as varandas das casas e serviam para a dormida.

Se deliciaram com doce de goiaba, banana, manga, leite, buriti e excelentes geléias. Se encantaram com os engenhos de cana de açúcar no seu manuseio e nas suas produções de rapaduras, alfenins e a forte cachaça dos alambiques. As frutas de variedades exelentes como: atas, bananas, melões, melancias, araçás e cocoda praia. Do pequi descobriram o cheiro forte e que se comia salgado dando um bom azeite e excelente tempero para o arroz. Fruto apreciado pela gente do lugar e que alimentava a classe pobre pela sua abundância. Entre as novidades do lugar estavam a macaúba, araticum. maracujá-suspiro, jenipapo, murici, buriti, babaçu e catolé.

O Crato rico por suas nascentes de águas perenes recebia muitos imigrantes ao Sul do Ceará que fugiam da seca e com isso aumentava  a sua população, comércio e agricultura na produção de arroz, feijão, milho, café, algodão e principalmente a cana de açucar.

Os visitantes foram muito bem recebidos e se encantaram com a hospitalidade e a simplicidade dos doutores que destnavam dos Coronéis dos engenhos. E contaram com a companhia do jornalista João Brígido e Gonçalves Dias.

A muralha da Serra do Araripe, as águas minando nas encostas, os brejos, os canaviais, os rios e levadas e as ladeiras cobertas pelas matas verdes sob o cantar doa pássaros, tornou a estadia no Crato momentos maravilhosos. O registro desse cenário aqui descrito ficou registrado na aquarela pintada por José Reis de Carvalho datada de 1860 que se encontra no Museu de Arte Vicente Leite como uma prova do encanto pelo lugar e da hospitalidade do povo da nossa terra que encanta a todos que nos visita.

Edilma Rocha

Fonte - João Brígido, J. de Figueiredo e  Waldemar Arraes de Farias 

Pensamento para o Dia 30/11/2011


“O que existe é apenas aquele que percebe tanto o sonho como o estado de vigília - o "Eu". Conheçam tal "Eu" e reconheçam que "Eu" é o mesmo que "Ele" (Deus). Você pode saber isso apenas por intensa disciplina espiritual, que não é maculada por raiva, inveja e ganância - os vícios que brotam do ego. Você deve observar cuidadosamente e controlar esses vícios. Quando você fica com raiva, você age como se estivesse possuído por um espírito do mal; seu rosto torna-se feio e assustador. Como a lâmpada vermelha piscando quando o perigo se aproxima, os olhos e o rosto ficam vermelhos e agem como um aviso para você. Preste atenção a esse sinal e silenciosamente fuja para um lugar solitário. Não dê vazão livre a palavras maliciosas. Uma vez que você cresce em sabedoria, o ego irá naturalmente cair. Portanto, desenvolva sabedoria e diferencie a natureza efêmera de todas as coisas objetivas. Então, o ego terá uma morte natural no campo do seu coração e você alcançará a salvação.”
Sathya Sai Baba

Romantik und das ewige Selbst*

O Romantismo por excelência (Clássico) entende-se do movimento ocorrido na Alemanha na metade do século XVIII, onde a idéia ‘contra a crença iluminista do império darazão e do progresso’ é substituída pelo conceito da razão subjetiva (metafísica). Onde o olhar sobre o homem é voltado para si, isto é, para a razão de seus sentimentos. Pois o Romantismo alemão teria sido o único dos movimentos que fora capaz de assumir-se como filosofia de vida, garantindo assim seu destaque diante dos demais movimentos românticos.

O filosofo francês Rousseau, a partir das publicações de seus livros: Confissões e Os Devaneios do Caminhante Solitário, ele contrapunha toda a realidade racional da época do Iluminismo. Investigou de forma subjetiva, uma perspectiva antes abandonada por variados filósofos, à concentração e apuração do Eu.

A natureza (entende-se por razão dos sentimentos) era o ponto de partida para a fortificação do movimento romancista alemão. Acreditava Rousseau, que ao voltar-se para si, o homem construiria a sua base de conhecimento de sua realidade intrínseca perante o mundo exterior e seus conflitos:

‘Deixei, pois, de lado a razão, e consultei a natureza, isto é, o sentimento interior, que se dirige a minha crença, independentemente da razão. ’ (GUINSBURG. J, p.80, O Romantismo (.) ROUSSEAU, Carta de 1758 a Vernes)

Sendo assim o sentimento se constituiria como a razão do individuo. Já que esta necessitaria primeiramente do sentimento para existir, ou seja, é preciso o homem sentir primeiramente para depois racionalizar. Acreditando assim que o desenvolvimento do homem se daria a partir do conhecimento interior.

O grande dilema do Romantismo seria as idéias filosóficas de Johan Gottlieb Fichte, no livro intitulado, Fundamentos de toda Teoria da Ciência. Onde a explicação para a realidade tinha um viés metafísico, não podendo ser considerado um fato estático, mas dinâmico capaz de induzir o individuo a uma ação concreta. O que Fichte denominava de ‘Eu, uma autoconsciência pura. ’

Este Eu se tratava, da pura subjetividade do homem, em especial da época romântica. Considerado como divino, infinito e absoluto, já que partia da pura criação interior sem influências extramentais. Ele acreditava que a realidade de cada ser era singular e individual.

O que nos permite dizer que se tratava de um princípio, no qual permitia compreender a realidade do eu (intrínseca) ao do mundo (exterior) a partir do esforço de conhecer a si mesmo internamente.

*O romantismo e o seu eu eterno
http://cronicascp.blogspot.com
Texto produzido pelo estudante do 5º período de Letras da Universidade de Pernambuco, Wagner Bezerra Pontes

Coroa do Advento foi colocada na Catedral de Crato

Já  foi colocada –  ao lado da mesa litúrgica da Catedral de Nossa Senhora da Penha, de Crato –  a Coroa do Advento.
Trata-se de um círculo feito de ramos verdes, onde se coloca uma fita vermelha longa que, ao mesmo tempo enfeita e mantém presos à haste circular os ramos.
Quatro velas de cores variadas completam uma bela guirlanda que, nos países cristãos, orna e marca há séculos a época do advento. A esta guirlanda dá-se o nome de Coroa do Advento.


Origem
A Coroa de Advento tem sua origem na Europa. No inverno, seus ainda bárbaros habitantes acendiam algumas velas que representavam a luz do Sol. Assim, eles afirmavam a esperança que tinham de que a luz e o calor do astro-rei voltaria a brilhar sobre eles e aquecê-los. Com o desejo de evangelizar aquelas almas, os primeiros missionários católicos que lá chegaram quiseram, a partir dos costumes dos da terra, ensinar-lhes a Fé e conduzi-los para Jesus Cristo. Foi assim que, criaram a "coroa do advento", carregada de símbolos, ensinamentos e lições de vida.


Por que a forma circular da guirlanda?

Porque o círculo não tem princípio, nem fim. É interpretado como sinal do amor de Deus que é eterno: sem princípio e sem fim. O círculo simboliza também o amor do homem a Deus e ao próximo que nunca deve chegar ao fim, se acabar. O círculo ainda traz a ideia de um "elo de união" que liga Deus e as pessoas, como uma grande "Aliança".

Ramos verdes

Verde é a cor que representa a esperança, a vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida terrena. Os ramos verdes lembram as bênçãos que sobre os homens foram derramadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua primeira vinda entre nós e que, agora, com uma esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na segunda e definitiva volta dEle.

Quatro velas

O advento tem quatro semanas, cada vela colocada na coroa simboliza uma dessas quatro semanas. No início a Coroa está sem luz, sem brilho, sem vida: ela lembra a experiência de escuridão do pecado.
À medida em que vamos nos aproximando do natal, a cada semana do Advento, uma nova vela vai sendo acesa, representando cada uma delas uma aproximação mais iminente da chegada até nós daquele que é a luz desse mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é quem dissipa toda escuridão, é quem traz aos nossos corações a reconciliação tão esperada entre nós e Deus e, por amor a Ele, a "paz na Terra entre os homens de boa vontade".
Com esse tempo de preparação, quer a Igreja ensinar-nos que a vida neste vale de lágrimas é um imenso advento e, se vivermos bem, isto é, de acordo com a Lei de Deus, Jesus Cristo será nossa recompensa e nos reservará no Céu um belo lugar, como está escrito: "Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam" (1Cor 2, 9). (JSG)