Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 10 de maio de 2011

Efeito agregador - Emerson Monteiro

Noto que as ideias formam blocos parecidos com a evaporação que forma as nuvens no céu. À medida que essa formação das ideias ganha densidade, tende a produzir palavras e ações. Quais as nuvens carregadas de água da evaporação, as ideias também resultam em resultados novos. As nuvens, na chuva. As ideias, nas palavras e atitudes. Quando chovem, as nuvens perdem suas características iniciais e, já na terra, criam os córregos, rios, reservatórios e mares. As ideias, colhidas pelos que ouvem e leem, geram outras ideias, ações, e seus frutos. No andar de tal raciocínio, lembrei dos versos de Castro Alves, no poema “O livro e a América”, quando dizer: “O livro caindo n'alma / É germe - que faz a palma, / É chuva -- que faz o mar”.
Veja só aonde vou chegar neste raciocínio de agregação das águas em nuvens e das ideias em palavras e praticados. Derivo a considerar o efeito multiplicador da moeda, que antes era só uma ideia, hoje assunto técnico de economia, e aspecto importante das transações sociais. A moeda que gira, e o mundo gira com ela. Lá nos primórdios, quando ela ainda não existia, se dava o contrário, o mundo apenas girava, e a moeda dormia no celeiro inocente das ideais.
Nasceu o dinheiro, inventado, ou descoberto fruto da necessidade das pessoas, ocasionando todo movimento conhecido de portos e navegações, indústrias e mercados. Indústria, comércio, serviços. Patrões e operários.
O dinheiro existe para ser utilizado. Dinheiro guardado representaria água retida, sujeita à estagnação. A poupança pública, tão decantada no tempo do presente, por exemplo, trabalha em mãos dos bruxos financeiros, a fim de gerar a riqueza dos povos e das nações.
Essa moeda, que pode ser de papel, de metal ou, apenas, de números escriturados nas contas das instituições, circula e multiplica a riqueza que representa. Este o denominado “efeito multiplicador da moeda escritural”, estudado nas academias, quando pagamentos e recebimentos passam a acontecer por meio da multiplicação do uso do dinheiro e representa o maior volume da riqueza em circulação nos mercados mundiais.
Bom, cheguei enfim ao instante contar do que me trouxe nesse encaminhamento.
Isso, de falar na lei de acumulação de águas, ideias e moedas, em que funcionam os barcos da coletividade. Ainda que, por vezes, achemos que há dinheiro escuso, mal ganho, sujo, capital não tem pátria, nem mortalha tem bolso, na voz da experiência. Enquanto corrompidos costumes políticos, morais, econômicos, financeiros, ainda assim a riqueza segue seu curso na história e a vida continua. Visto que leis maiores a tudo isso regem, dentro da mais sábia das ordens universais de todos os acontecimentos, aqui nos achamos, sim, no firme propósito de salvar as nossas consciências.

Pensamento para o Dia 10/05/2011


“É o amor puro que concede a libertação. Você deve esforçar-se para atingir esse amor holístico. Para alcançar a libertação, as pessoas empreendem todos os tipos de práticas espirituais, mas o amor é o anseio profundo de todos os esforços espirituais. Bhakti (devoção) é uma prática espiritual baseada no amor. A devoção não é apenas entoar cânticos (Bhajans) ou realizar rituais sagrados. A verdadeira devoção é um fluxo direto de amor gratuito e incondicional do seu coração para Deus. Na prática espiritual que as pessoas empreendem, há um certo egoísmo. Ofereça o seu amor a Deus sem o menor traço de egoísmo ou desejo. A aniquilação do desejo é, na verdade, libertação.”
Sathya Sai Baba

O tempo é o Senhor da razão -- por Armando Lopes Rafael




O falecido general Olympio Mourão Filho não era apenas um homem inteligente e visionário. Era um profeta! Pensando nele, me vêm agora à lembrança dois provérbios: “O tempo é mesmo o Senhor da razão” (como diz a Bíblia) e “Nada como um dia atrás do outro”, como diziam nossos avós...

Quantas vezes, nos últimos oito anos, uma minoria ínfima de brasileiros – que não engrossou o bloco do ôba-ôba reinante no Brasil no governo Lula – foi criticada pelos deslumbrados petistas. Estes achavam que o ex-presidente era mesmo O Cara e a partir dele a história do Brasil começara a ser reescrita. Aquela minoria apenas enxergava e alertava quanto ao rumo errado que nosso país começava a mergulhar fundo. Debalde! Falou mais alto a bajulação. Prevaleceu o achincalhamento aos que pensavam diferente.

Amizades foram desfeitas porque fazer restrição a algumas decisões do “Cara” era crime de lesa-pátria!

Esta semana li – não com prazer, mas preocupado – artigo publicado no Estadão, de onde pincei as frases a seguir transcritas:

“Agora, às voltas com renitente inflação gerada pela farra fiscal que fez Lula popular e elegeu Dilma, vivem (os governistas) momento difícil e não têm bode expiatório para execrar”...) “Lula melou as mãos de petróleo, alardeando autossuficiência que jamais houve. Mágico de circo, "trouxe" o pré-sal para o presente, dando a impressão de que os benefícios seriam para o hoje, quando mil dúvidas, a começar pelo marco regulatório, rondam o êxito das operações” (...) “Hoje a dívida pública é mais que o dobro da que herdaram (os petistas em 2003): R$ 1,7 trilhão” (...) “Temo turbulências. Que a democracia saia vencedora de qualquer desafio que se anteponha à sua consolidação plena”.

Tudo isso me fez lembrar o livro “A verdade de um Revolucionário”, publicado em 1978, de autoria do general Olympio Mourão Filho, que escreveu: "Ponha-se na Presidência da República qualquer medíocre, louco ou semianalfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso".
Algo mais precisa ser acrescentado?
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

BÁRBARA DE ALENCAR na Revista Overmundo, com os meus agradecimentos aos amigos do Crato

Quero agradecer aqui aos amigos do Crato que me enviaram colaborações para um texto sobre Bárbara de Alencar.

A intenção era enriquecer o texto com depoimentos de moradores, artistas, historiadores... Mas o tempo passou, não saiu a verba do Minc para fazer a revista impressa, saiu apenas a do Prêmio Sesc de Incentivo à Cultura para a edição digital.

E a revista precisou editar os textos, para deixá-los uniformes – com isso metade do meu texto foi cortada, especialmente o meu poema sobre o cárcere de Bárbara de Alencar, a letra da canção de Ednardo, e vários depoimentos, como o da Edilma Rocha, com os meus comentários. Senti falta porque eu não sou historiador, e era a parte mais pessoal do meu texto, que lhe dava certa graça, se é que tinha alguma.

Peço ainda aos amigos que me desculpem alguma impropriedade. Estou escrevendo à distância, e, repito, a História não é o meu campo.

Deixo aqui o link da Revista Overmundo, que foi lançada no Rio, neste 9 de maio de 2011: http://overmundo.com.br/revista/revista_overmundo_1.pdf

O PDF demora um pouco para abrir... Aguardem.

O meu texto está nas páginas 27 e 28 do PDF, sob o título A NOSSA PRIMEIRA PRESIDENTE.