Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sabença de caboclo - Emerson Monteiro

Talvez por pretender contrariar o princípio de que cavalo ruim se vende longe, Chico Ivo tratou de camuflar muito bem a deficiência do animal com a instala-ção mais do que perfeita de outro belo rabo no baita cavalo luzidio, untado com esmero numa mistura gosmenta de breu e cola de marceneiro, disfarce primoro-so da alisada vassoura de longos fios selecionados.
Junto ao toco, implantara a nova cauda, recolhida de outros bichos no decorrer de longos meses, cabelo a cabelo, que, de firme, mostrava-se suficiente para confundir os maiores especialistas, como deixará provado. Concedia, inclusive, ao equino ginga do tanto de esboçar ligeiras e saudosas abanadas, qual nos ve-lhos tempos de inteiro.
Bom, foi assim que resolveram desafiar o furdunço da feira de Lavras da Man-gabeira, buscando o pátio dos bichos, onde não teve mesmo quem viesse de no-tar a gauribagem. Tudo limpo no céu do meio-dia.
Interessados não custaram a aparecer com suas pretendências e propostas. E-xaminavam o cardão de cima a baixo, coleando a pelagem, friccionando o lom-bo, sempre cuidando de olhar dentes, cascos, orelhas, na mania dos espertos. Porém foram, de verdade, os ciganos que primeiro se fixaram na intenção explí-cita da compra, seguindo logo, logo, saber do preço.
Conversa vai, conversa vem; regateia daqui, regateia dali; negócio realizado. Ca-bresto na mão, dinheiro no bolso, e, satisfeitos, certos de uma boa transação, restava aos negociantes pegarem estrada e buscarem o destino da tropa nas es-tradas poeirentas do sertão.
...

Passadas se foram algumas luas, ritmo obediente das coisas naturais. A tranquila cidade mudou quase nada em meio à falta de acontecimentos marcantes.
Lá noutro dia, noutra feira de grande movimento, gente muita, muita animação comercial, difícil até de se achar quem se procura entre as tantas caras, eis com quem Chico Ivo se defronta, de imediato reconhecido... Com os mesmos ciga-nos que lhe haviam adquirido o cavalo. Vinham de longe acenando, para garan-tir o encontro casual inevitável:
- Ganjão, ganjão! Aguarde um pouco que seja.
- Não quero nem saber, - reagiu enfático o antigo proprietário do animal. - Ne-gócio feito ninguém desfaz. Fechado está, assim restará.
E quão admirado ficou da resposta que lhe veio do cigano à frente dos demais:
- Se despreocupe, ganjão. Nosso objetivo é outro. O que passou tá pra trás. Vi-emos aqui foi lhe fazer uma outra proposta, de que o senhor aceite, a partir de hoje, seguir com a gente e chefiar nosso bando.

Harmonia da Tarde - Dihelson Mendonça


"Num passeio por um belo jardim, vi coisas maravilhosas"


Voici venir les temps où vibrant sur sa tige,
Chaque fleur s'évapore ainsi qu'un encensoir;
Les sons et les parfums tournent dans l'air du soir,
Valse mélancolique et langoureux vertige.


borboleta 08



borboleta 07



borboleta 06

Chaque fleur s'évapore ainsi qu'un encensoir,
Le violon frémit comme un coeur qu'on afflige,
Valse mélancolique et langoureux vertige,
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir;


borboleta 05



borboleta 04



borboleta 03

Le violon frémit comme un coeur qu'on afflige,
Un coeur tendre, qui hait le néant vaste et noir!
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir;
Le soleil s'est noyé dans son sang qui se fige...

borboleta 02

Un coeur tendre, qui hait le néant vaste et noir,
Du passé lumineux recueille tout vestige.
Le soleil s'est noyé dans son sang qui se fige, -
Ton souvenir en moi luit comme un ostensoir.


borboleta 01


( tradução )

Chegado é o tempo em que, vibrando o caule virgem,
Cada flor se evapora igual a um incensório;
Sons e perfumes pulsam no ar quase incorpóreo;
Melancólica valsa e lânguida vertigem!

Cada flor se evapora igual a um incensório;
Fremem violinos como fibras que se afligem;
Melancólica valsa lânguida vertigem!
É triste e belo o céu como um grande oratório.

Freme violinos como fibras que se afligem,
Almas ternas que odeiam o nada vasto e inglório!
É triste e belo o céu como um grande oratório;
O sol se afoga em ondas que de sangue o tingem.

Almas ternas que odeiam o nada vasto e inglório
Recolhem do passado as ilusões que o fingem!
O sol se afoga em ondas que de sangue o tingem...
Fulge a tua lembrança em mim qual ostensório!

Fotos: Dihelson Mendonça
Poema: Charles Baudelaire - Harmonie du Soir

Estação Jovem - São Caetano do Sul SP





O Estação Jovem é o Centro de Referência da Juventude de São Caetano do Sul, um equipamento público, organizado pela Coordenadoria Municipal de Juventude, dedicado especialmente aos jovens da cidade, e idealizado como um espaço que se pudesse oferecer cultura, lazer, entretenimento e informação da melhor qualidade a este público.

O ESPAÇO
O espaço possui uma completa estrutura para melhor atender o jovem, contando com pista de skate, quadra poliesportiva, midiateca (composta por um amplo acervo de HQ´s, livros de cultura pop, cd’s, dvd’s, revistas e computadores com acesso gratuito a internet), estúdio para ensaio de bandas, salas de dança, cursos e oficinas, auditório com estrutura audiovisual e um grande espaço aberto para shows.

Fonte: Estação jovem