Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

A poesia de Geraldo Urano

áfrica na minha cabeça
áfrica na tua cabeça
áfrica nos cabelos do brasil
na nossa cabeça de brasil
áfrica nos lábios teus
no meu nariz
áfrica para me coraçãnizar
me coraçãnizar
áfrica
meu coração
meu coração
áfrica
------------------------------------------
azul cobalto
do céu de teerã do meu terraço
nada que faço é muito
mas não é nada fácil apagar
a natureza
que dá força ao jatobá
e faz em pleno canto
o pássaro voar

Cyro Monteiro

Cyro Monteiro nasceu no Rio de Janeiro, em 28.5.1913, na Estação do Rocha, sendo o quarto de nove irmãos, todos com nomes começados com "C". Era sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto) e tio de Cauby Peixoto. Passou a infância e a juventude em Niterói. Cantava em festas e rodas de amigos. Fazia dueto com seu irmão Careno, inspirados na dupla Sylvio Caldas-Luiz Barbosa. Numa emergência, já que conhecia todo o repertório deles, a pedido do próprio Sylvio, foi substituir Luiz Barbosa num programa da Rádio Educadora. Isso em 1933. Preferiu, porém, voltar a Niterói, não desfazer a dupla com o irmão e não deixar seu ambiente!

No ano seguinte, foi levado para um teste na Rádio Mayrink Veiga. Aprovado, foi escalado para um programa diurno, mas logo subiria para os noturnos, com Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e outros cartazes. Se Luiz Barbosa marcava o ritmo no chapéu de palha, e Joel de Almeida foi seu seguidor, Cyro descobriu na caixa de fósforo sua característica "instrumental".

Grava seu primeiro disco na Odeon, para o carnaval de 1936, com sambas Vê Se Desguia e Perdoa, sem maior repercussão, mesmo porque o ano foi concorridíssimo. Em 1937, por encomenda, para promoção da festa da Uva de Jundiaí, grava dois discos particulares na R.C.A. Victor. Finalmente, em meados de 1938, grava o samba Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues-Felisberto Martins), que abre o caminho para ele e Lupicínio. Era seu primeiro disco na R.C.A. Victor. Cyro tinha voz, ritmo, sabia modular e improvisar. Notável também era sua capacidade de fazer amigos, mercê do seu calor humano e infinita bondade.

"Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho deplorável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro. Pois Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade. "(Vinícius de Moraes, contracapa de Senhor Samba, Colúmbia Lp. 37.190, 1961).

"Formigão" para os amigos, e "O Cantor das Mil e uma Fãs", para todos os seus admiradores, torcedor do Flamengo, mas um flamenguista de que até os "adversários" gostavam, faleceu no Rio, em 13.7.1973, com 60 anos. Foi sepultado, com grande acompanhamento, no São João Batista, "ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem, coberto com a bandeira do clube e da Estação Primeira de Mangueira".

"Um desfalque que a bossa de nenhum outro cantor poderia jamais preencher. (...) O sobrinho de Nonô, de quem Vinícius pedia a bênção, demonstrou, ao longo de toda a sua carreira artística, fidelidade absoluta à espécie de música que abraçou, desde o princípio." (Mário Leônidas Casanova).



Esta biografia foi publicada inicialmente
no site de um dos mais importantes projetos culturais
de preservação de nossa memória, o
Selo Revivendo

João Bosco

Página oficial http://www.joaobosco.com.br

João Bosco de Freitas Mucci, mais conhecido como João Bosco, (Ponte Nova, 13 de julho de 1946) é um cantor, violonista e compositor brasileiro.

Começou a tocar violão aos doze anos, incentivado por uma família repleta de músicos. Alguns anos depois, iniciou a Faculdade de Metalurgia em Ouro Preto. Apesar de não deixar de lado os estudos, dedicava-se sobremaneira à carreira musical, influenciado principalmente por gêneros como jazz e bossa nova e pelo tropicalismo.

A primeira gravação saiu no disco de bolso do jornal O Pasquim: Agnus Dei (1972). No ano seguinte, selou contrato com a gravadora RCA, lançando o primeiro disco, que levava apenas seu nome. Em 1967 conheceu Vinicius de Moraes, com o qual compôs as seguintes canções: rosa-dos-ventos, Samba do Pouso e O mergulhador - dentre outras.

Em 1970 conheceu aquele que viria a ser o mais freqüente parceiro, com quem compôs mais de uma centena de canções: Aldir Blanc, O mestre sala dos mares, O bêbado e a equilibrista, Bala com bala, Kid cavaquinho, Caça à raposa, Falso brilhante, O rancho da goiabada, De frente pro crime, Fantasia, Bodas de prata, Latin Lover, O ronco da cuíca, Corsário, dentre muitas outras.

Em 1972 conheceu Elis Regina, que gravou uma parceria sua com Blanc: Bala com Bala; a carreira deslanchou quando da interpretação da cantora para o bolero Dois pra lá, dois pra cá.

É torcedor do Clube de Regatas Flamengo.

João Bosco é um dos mais rebuscados violonistas da MPB com arranjos complexos e execuções magistrais

CLIQUE - Por Edilma Rocha






Esculturas com cascas do Crato !

Um trabalho extraordinário da artista plástica Sônia Lessa Norões.

Amostra da Exposição, Dia 22.07.2010, no Teatro Raquel de Queiroz , abrilhantando a noite de lançamento do livro "Poeiras na Réstia" do escritor cratense Everardo Norões.
Como parte da programação , lembramos a participação especial do músico e compositor Dihelson Mendonça, num recital de piano.

Vejam as imagens !






Esperamos a presença de todos !


Cariricaturas, agradece !

FORA DO SEU REINO - Por Edilma Rocha

Era uma princesa rodeada de cuidados e paparicos pelos irmãos e frequentava a pequena praça aos domingos de braços dados com as amigas. Aquela vidinha era tudo de bom no seu pequeno mundo que continha a cidade, a praça, os cinemas, os clubes, a escola, a família e os amigos. Ela tinha por lá o seu valor e se orgulhava disso. Desfilava com desenvoltura, jogava futebol de salão, nadava nos torneios da AABB e Ténis Clube, organizava eventos e era sempre requisitada para alguma coisa difenciada. Mas no seu íntimo queria ir em busca de um sonho, de uma carreira e de um espaço maior que desenvolvesse a energia e o potencial que sabia possuir. E chegou a hora de deixar para trás o conforto e os cuidados da família para caminhar com suas próprias pernas. O seu sonho dependia de um longo caminho que se fez em 3 dias e 3 noites a percorrer muitas estradas passando rapidamente por alguns Estados.
A cidade maravilhosa estava ali cheia de belezas naturais a se oferecer como um desafio assustador. Seria só, pela primeira vez na vida e não teria mais a protecção de que era acostumada. No pensionato das irmãs Carmelitanas o seu quarto não era exclusivo com móveis estufados em vermelho e dourados e sim uma cama comum entre outras com um pequeno armário que não coube tantos vestidos e sapatos da sua bagagem. Tinha horário para tudo e até passar e lavar suas próprias roupas, havia terminado o tempo das mordomias, mas precisava fazer valer todos os sacrifícios por um ideal. Ser uma artista. Morava em Niteroi e todos os dias da semana atravessava a Baía da Guanabara para conviver no Rio de Janeiro com os artistas e intelectuais da Sociedade Brasileira de Belas Artes. Aulas de desenho, pintura à óleo e aquarela, história e a minuciosa restauração das obras de arte. E o tempo seguiu seu curso de aprendizado e diplomas exibidos com orgulho. Foi aos poucos fazendo amigos, visitando exposições e encontrando o seu espaço por ali.
Sempre que retornava em férias, somente uma vez no ano, reencontrava o azul da Chapada do Araripe que protegia o Vale do Cariri contendo seus maiores tesouros, a família, os amigos e a pequena cidade do interior. Foi aos poucos dando por falta de muitos amigos que também seguiram por um tempo o caminho do futuro como ela, mas que certamente um dia voltariam. A princesa se tornou mulher, vaidosa e cheia de truques para realçar a pouca beleza que possuía e o tempo em que viveu na Cidade Maravilhosa já se revelava nas roupas, cabelos, maqueagem numa bossa carioca, mas se orgulhava de ser cearense e era admirada por isso. A vida lhe ensinou o valor das coisas mais simples como uma praça guardada na lembrança que ficou no tempo, mas que tinha a certeza que ao voltar estaria sempre ali a lhe esperar como um carinho materno.
Esta é mais uma historia comum vivida por uma jovem em busca de um ideal igual a tantas outras dos seus conterrâneos da terra querida que um dia se foram para depois voltar. Voltar para a Chapada, a cidade, a família e os amigos... A princesa foi gata borralheira na luta para viver o seu ideal as custas de muito sacrifício, mas soube ganhar medalhas e troféus no seu palácio de sonhos... ficou rica de predicados e saberes que levou para sempre mas nunca deixou de ser a filha da terra das tribos Cariris. E em breve há de chegar o momento tão esperado do grande reencontro depois de tantos anos com amigos e professores no lançamento do livro Cariricauras. Este livro repesenta nossas caras e nossas criaturas do Cariri e no seu conteúdo nossas vidas em versos e prosas.

Edilma Rocha

Newton Bastos - por Norma Hauer


NEWTON BASTOS, cantor e compositor nasceu no bairro de São Cristóvão em 12 de julho de 1899 e viveu a maior parte de sua vida curtíssima (faleceu aos 32 anos, em 8 de setembro de 1931) no Estácio, onde se juntou a Ismael Silva, "bamba" do local.
Mas chegou a compor vários sambas, em uma época em que o samba não era bem visto pela sociedade hipócrita de então. O rádio, que passou a ser o grande divulgador da música popular, ainda não divulgava essa espécie de música, e muito menos se fosse de morro.
Quando Roquette Pinto, em1923, fundou a primeira emissora (Rádio Sociedade do Rio de Janeiro) era "para a cultura dos que vivem em nossa Pátria, pelo progresso do Brasil". Assim, obviamente, música de gente do morro não era bem-vinda.

Em 1932, decreto do então Presidente "provisório" Getúlio Vargas (que ficou, "provisoriamente" 15 anos) permitiu que o rádio transmitisse propaganda.
A partir daí ele cresceu.
Mas Newton Bastos já havia falecido.
No final dos anos 20, Francisco Alves conheceu Ismael Silva, do Estácio e fez com ele um contrato estipulando que gravaria músicas de Ismael, se este lhe desse parceria.
Na época foi um bom negócio porque Chico Alves já era um nome famoso e suas gravações faziam sucesso.
Foi assim que NEWTON BASTOS e Ismael Silva compuseram o samba "Se Você Jurar", gravado por Mário Reis e Francisco Alves, constando do selo o nome de Chico também como compositor. Em seguida gravaram, no mesmo sistema, "O Que será de Mim", composição somente de NEWTON BASTOS, mas que consta o nome dos três . Na mesma época Mário Reis gravou "O Destino Deus é quem dá".

Interessante foi uma música, também citada como dos três, em que o final da segunda estrofe tinha um verso assim:
"se não eu acabo dando p'ra gritar na rua..
.Oh, eu quero uma mulher bem nua."
Chico apresentou esse samba na Rádio Sociedade e foi ouvido por Roquette`Pinto, que, por telefone, mandou que a emissora fosse retirada do ar e chamou Francisco Alves dizendo-lhe:
"Seu Chico, o senhor quer uma mulher nua, eu também quero, só que o rádio não é lugar para isso".
Mas a música foi gravada com esse final.

Era criança quando meu pai adquiriu esse disco e o colocava em nossa vitrola.
Eu achava tão esquisito ele dizer que queria uma mulher bem nua, naquela época em que tudo era tabu.
O mais intrigante é que anos depois, após o falecimento de Chico Alves (em 27 de setembro de 1952), Mário Reis regravou o samba com a seguinte modificação:
"se não eu acabo dando p'ra gritar na rua :
Oh,eu quero só ficar na sua".

Mais tarde ainda, parece que nos anos 70, o próprio Ismael regravou o samba, misturando as 2ª e 3ª estrofes e terminou assim
"por falares tanto, a polícia quer saber...
Oh, que eu dou meu dinheiro todo a você."

Versos finais da última estrofe
.
Que é gozado, é.

No final dos anos 20 era cantado com a "mulher nua"; nos anos 70, de mais liberdade, o próprio co-autor "enterrou" a mulher nua, misturando os finais de duas estrofes.
Será que Freud explica?

Saudades do Matão - por Norma Hauer


RAUL TORRES nasceu em Botucartu em 11 de julho de 1906 e faleceu em São Paulo no dia 12 de julho de 1970, exatamente com 64 anos.

Inciou sua vida artística ainda nos anos 20, seguindo o estilo dos "Turunas da Mauricéia", grupo de música nordestina, do qual Augusto Calheiros era um dos fundadores.

Exercendo atividades nas Rádios Educadora Paulista e Cruzeiro do Sul, passou a compor com vários parceiros, sendo João Pacífico e Florêncio Batista (com quem compôs mais de 100 músicas) os mais presentes.
Além de compositor, cantava suas próprias músicas em programas radiofônicos como na "Série Caipira de Cornélio Pires".

Posteriormente, criou o conjunto "Turunas Paulistas" com quem gravou, de sua autoria, "Sereno Cai", "Sururu no Galinheiro", "Cabocla Teresa" e várias outras.

Uma de suas composições, "Saudades do Matão", foi gravada por Carlos Galhardo.
Na etiqueta do respectivo disco consta como autores Raul Torres e Jorge Galatti. Esse fato causou uma polêmica nunca bem esclarecida; isso porque Antenógenes Silva, compositor e acordeonista, afirmou que essa música era de sua autoria e que ele a compusera em 1920, apresentando-a, ao acordeão (sem letra) em espetáculos da época.
Na gravação de Galhardo aparece o nome de Jorge Galatti ( desconhecido) e não o de Antenógenes. Isso era comum: compositores ouviam determinada música, e, passado algum tempo, a apresentavam como de sua autoria. Chegavam, mesmo a dizer:"música é como passarinho, está no ar, apanha-se".

Antenógenes ficava aborrecido com o fato de seu nome não constar da etiqueta do disco.

Uma das composições de Raul Torres que mais sucesso obteve foi "Moda da Mula Preta" gravada por Inezita Barroso, Luiz Gonzaga e, por vários outros depois, inclusive Rolando Boldrin.

Raul Torres faleceu no dia seguinte ao de seu aniversário de 64 anos, logo após gravar um LP com o nome de "O Maior Patrimônio da Música Sertaneja".

Suas músicas eram, de fato, sertanejas e não "country".

QUEM SABE...

Quem sabe surgiu de um único olhar
entre um breve sorriso...
Quem sabe por algumas palavras
escritas no guardanapo de um bar...
Quem sabe aconteceu...
quando colados a dançar
sob a luz do luar
um beijo aconteceu
entre você e eu...
Quem sabe o destino
brincou de ilusão...
e me fez levar pelo calor da sua mão.
Quem sabe no céu
entre nuvens de algodão
asa no peito
escalada na subida do avião...
Quem sabe me apaixonei pelo perigo
e me deixei levar por um amor bandido...
Quem sabe um dia
tudo será esquecido...
lembrando apenas o tempo de um amor perdido.
Quem sabe te amo quando estou longe de ti...
Quem sabe te odeio quando estais perto de mim...
Quem sabe...
Autor desconhecido

Do poeta Domingos Barroso


Quando aquele bicho papão
cheio de gracinhas e maldade
tentar te seduzir com tristeza

por vez, espanta o nefasto:
és uma sacerdotisa
e tens força pra isso.

Mas se o bicho danado
ainda permanecer te roendo
a alma

ameaça-o com o dedo em riste
e urra bem forte:
" sou uma sacerdotisa,
não vem!"

Se o maldito fizer pilhéria
a sorrir e te encabular

então não terás outro jeito
senão pegar na minha mão

e juntos disparar um ramalhete
de versos (deixa que os meus
são de pólvora e aço)

enquanto os teus
(como assim deve ser)
de branda serenidade.

Aprende apenas,
minha doce sacerdotisa,
que essas tristezas

que nos abatem a alma
por um ou outro motivo

devem passar
nem que seja na marra.




Do poeta

Festa do cariricaturas ! ( Faltam 10 dias !)


Colaboradores, leitores e amigos , Cariricaturas, convida!

Dia 22.07 - Lançamento do livro " Poeiras na Réstia" de Everardo Norões- às 19 h, no Teatro Raquel de Queiroz.

20h.- Recital do músico Dihelson Mendonça.
Prévia de lançamento do CD "Em busca da Perfeição"

Entrada franca.

Dia 23.07- almoço literário no 4 Estações- a partir das 12 h
(12,00 por pessoa).


Dia 24.07 - festa de lançamento do livro "Cariricaturas em verso e prosa", no Crato Tênis Clube - a partir das 20 h.
(40,00 a mesa)
Últimas unidades.
Confirmem reservas pelo fone : 35232867 ( socorro moreira)



Contamos com a presença de todos!
Coordenadores dos eventos :
Claude, Socorro, Edilma e Emerson