Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O valioso tempo dos maduros – por Rubem Alves




Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridade.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçam seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer à pena e, para mim, basta o essencial!

- Fragmentos -
Claude Bloc

Foto nas proximidades de Ponta Serra - CE

O silêncio se impõe certas horas. Silêncio-essência, onde todos os sons se apagam. Sinto-o quando me calo. Quando os sentimentos em mim são apenas essa melodia que se coreografa na pauta silenciosa dos meus dias. É lá onde encontro o refúgio necessário, onde sou esse ser em exílio, bebendo dessa ausência, na entressafra da alegria.

Sinto-o quando me calo. Quando preciso curar a saudade... Quando mergulho nesse pedaço de mim, silente e morno, num exercício mental que me isola dos sons, numa concha hermética de insulamento terapêutico.

Então, no silêncio fujo do dia estressante, do martelar da artilharia das obras e das ruas, das buzinas, daquilo que me machuca. Nesse instante, sinto-o como se, subitamente, o mundo emudecesse em areais que se perdem da vista, nos campos verdejantes do meu sertão, com a unção do sol e do céu.

 E lá me deixo ficar - onde não haja vestígios de vida humana. Onde nem sequer se faça notar o vento ou o distante borbulhar das águas. Onde os meus passos silenciosos apurem  meu tato com o segredo de todos os encantos.

É só então regresso à casa de onde parti, para começar outra vez a escrever a nova melodia. Ainda que mais adiante se faça sentir novamente o apelo do silêncio, branqueando os sonhos perfumados de alegria.

Silêncio que faz a peregrinação pelo meu degredo. Refúgio onde se detém a chave da felicidade e onde seus fragmentos hão de depurar todo o meu pensamento. Silêncio musical que acompanha a vida como uma profilaxia. A ávida sede, a eterna busca, a infinita sinfonia – silêncio!

Claude Bloc

O tônico da alegria - Emerson Monteiro


As dificuldades importam pouco quando existe ânimo bom de olhar o mundo através das lentes do humor positivo. Revogar as tristezas e formar nuvens de tranquilidade significa doses de saúde em forma de causar sentido novo aos velhos desesperos das ausências de controle. Esse o jeito de dominar os sentimentos por meio dos pensamentos, que representa tudo nos momentos difíceis das estradas.

Ao pensar se abre a porta de receber os impulsos que vêm de fora. O sentimento mora na casa vizinha dos pensamentos. Antes de chegar ao sentimento, os impulsos primeiro batem na porta dos pensamentos.

Quando pisam os nossos pés, olhamos quem pisou, e o motivo. Em sendo nosso filho menor, por mero acidente, logo relevamos e até sorrimos em troca. Porém havendo as segundas intenções de um desafeto para nos provocar, sobe o fogo das respostas, o que haverá de se dominar a qualquer custo, para evitar desgostos e traumas.

Sim, isto para falar na alegria. Antes das risadas, queremos motivos. Raros, raríssimos, são os bons humoristas neste mundo. Programas ditos de humor, na televisão brasileira desta fase, por exemplo, causam mais contrariedades do que alegria. Filmes e atores que fazem rir custam a surgir. Marcaram época, Carlitos, Cantinflas, Oscarito, Chico Anísio, ligeiro desaparecem e deles poucos nascem.

Saber rir... que rara qualidade nos seres humanos. Dados à fria competição, perderam a virtude das boas risadas, do sorriso nos lábios, da gentileza e da esportividade. Meio que imitando as máquinas que fabricam com tanto gosto nas indústrias, os habitantes das cidades cavam um pezinho para xingar, agredir e soltar o instinto agressivo de suas máquinas individuais. Enquanto isso, estudos revelam o papel principal da alegria na manutenção da saúde. Querem paz no coração, no fígado, nos intestinos; horas agradáveis de sono; boa digestão; bons relacionamentos com os nervos; recebam de bom grado as circunstâncias felizes dos dias.

Este tônico vale ouro, o senso de humor que amacia as crises, desavenças e notícias desagradáveis, assim como o Sol clareia as sombras da noite e abastece de esperança a riqueza de todo dia.

Convite Missa de Sétimo Dia

A família Figueiredo convida parentes e amigos para celebração da Missa da Esperança em sufrágio da alma de Emília Figueiredo Pimentel, ao sétimo dia do seu falecimento a se realizar na Catedral de Nossa Senhora da Penha, ás 17 horas desta quarta-feira, dia 10 de agosto de 2011. Antecipadamente agradece a solidariedade de todos.