Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Minhas sinceras desculpas ao Zé Flávio e à equipe de lançamento do Livro


São 22:02 do dia 07 de Julho de 2011, no momento em que escrevo estas palavras.

Hoje aconteceu um dos principais eventos artísticos e culturais do ano no Crato, e eu diria, do Cariri, com o lançamento no Teatro Municipal Salviano Saraiva do livro-áudio “O mistério das treze portas no castelo encantado da ponte fantástica” de autoria do Dr. J. Flávio Vieira, que faz uma tessitura dos mitos caririenses e é acompanhado de um CD com 15 Músicas, e um áudio-livro com a narração da história. A festa de lançamento aconteceu com um show que reuniu vários músicos e compositores caririenses que participaram do projeto, a exemplo de Luiz Carlos Salatiel, Amélia Coelho, Lifanco, Ibbertson Nobre, Luiz Fidelis, Pachelly Jamacaru, Ulisses Germano, Zé Nilton Figueiredo, João do Crato, Leninha Linard, Abidoral Jamacaru e muitos outros.

Sendo um evento de tal envergadura artística, o Blog do Crato jamais poderia deixar de comparecer, mas infelizmente foi isso que aconteceu; Eu não pude estar lá para fazer a nossa costumeira cobertura fotográfica e de entrevistas. Ontem falei com o Carlos Rafael na prefeitura municipal, e garanti a presença, e hoje falei ao telefone com o L.C Salatiel e garanti a presença. E por compreender a importância desse projeto ( que inclusive na época fui convidado a participar, mas não pude, devido ao meu tempo ), é que cedo me preparei aqui, carreguei as baterias da minha câmera e fiquei somente aguardando o horário. Dificilmente os amigos me vêm chegar cedo em algum evento; Meu costume é chegar atrasado, quase nunca adiantado. Pois bem, preparei tudo, telefonei para a "patroa", que ficou a me esperar, e como era ainda 17:34 eu raciocinei que não compensaria chegar muito cêdo e nos últimos dias tenho enfrentado aqui um déficit de sono terrível, com as madrugadas acordado e precisando ainda ficar acordado também de manhã, resolvi tirar um "cochilo" de 1 hora, para acordar às 18:30, quando daria perfeitamente para chegar ao teatro às 19:00.

Ora, deixei a câmera num lado da cama e com os pés no sapato social para o lado de fora, reclinei-me nos travesseiros enquanto assistia a CNN. Adormeci e acordei sobressaltado, com a TV já desligada, todo arrumado, pulei da cama para ir ao Teatro. Ao olhar para o relógio, vi que já era 21:42. "Perdi o evento que era imperdível". Imediatamente liguei para o fotógrafo Wilson Bernardo a fim de me dar alguma informação, pois ele não perde quase nenhum evento artístico, e ele me disse que foi para a RFFSA ao invés do teatro e que passou por lá no início da noite, mas como eu iria fazer a cobertura... Resultado: Não pude fazer a cobertura e também enquanto artista, prestigiar o merecido evento. Lamento muito que isso tenha acontecido, e escrevo estas linhas porque desejo aqui externar a minha insatisfação com a minha própria falta, pois eu sei que este evento deve ter sido grandioso, e quem perdeu foram todos os faltosos.

Nós que promovemos as artes e a cultura no Cariri devemos sempre prestigiar os encontros, as reuniões, como fizemos recentemente com a I Mostra Crato de Cinema e Vídeo e tantos outros que já aconteceram.

Fica aqui, o meu sincero pedido de desculpas não somente ao Dr. Zé Flávio, que é o autor, mas a todos os meus caros amigos que realizaram, que tocaram no show, irmãos de tantas lutas e que deram a sua parcela de contribuição para o sucesso do livro, que deve ser belíssimo, e que sem a minha presença, não diminuiu nenhum só ponto no brilho da festa. O Zé Flávio me conhece de muito tempo, e sabe dos meus hábitos noturnos, sabe também que estou falando a verdade e não precisaria inventar qualquer situação, quando ele mesmo foi um dos meus entrevistados na Mostra de Cinema e Vídeo.

Então, resta a minha tristeza pessoal por nao haver comparecido, porém a certeza de que o evento foi belo. Certamente, que o Pachelly Jamacaru deve ter ido, pois ele participou do projeto também, e nos trará a cobertura fotográfica para que possamos apreciar e divulgar para os nossos leitores do Blog do Crato. A mim, resta ir ali e tirar esta indumentária já perfumada e este sapato de bico fino que aperta tão bem os dedos dos pés. O show já terminou, certamente, porém o sucesso do livro-áudio do Zé Flávio apenas começou, e aqui iremos divulgar. Meus parabéns a toda a equipe, que com certeza, fez um belo trabalho. São 22:27 e temos ainda uma noite longa por aqui.

Dihelson Mendonça

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


MANJERICÃO-  O nome vem do grego basilikon, que significa "erva rainha". Para os hindus, que deram início ao seu cultivo, o Manjericão tinha a essência divina e, por isso, nos seus tribunais, os julgamentos eram feitos sôbre a planta. Introduzida no Egito há 4 mil anos, expandiu-se também para o Imperio Romano. Encontrado no túmulo de Cristo, depois da ressureição, foi adotado pelas igrejas ortodoxas, tanto para preparar água benta, como em vasos deixados debaixo do altar. No Haiti é um símbolo de proteção que acompanha a deusa pagã do amor "Erzulie".
 Seu aroma, textura e sabor dão prazer ao paladar. Reza a lenda que esta erva contém a essência divina. E é também uma poderosa erva do amor e da vaidade. As camponesas mexicanas carregam suas folhas junto ao corpo para atrair pretendentes.


Planta suculenta anual com cerca de 50 cm de altura. Originada da Ìndia. Existem inúmeras variedades. Cultivada em solo bem arejado e úmido, protegido do vento. Sol quente, evitando o do meio-dia. Pode ser cultivada em vaso. Deve ser regada no meio do dia e não ao entardecer. Se o tempo estiver muito quente, borrifar as folhas.


Na culinária, de sabor e aroma muito agradáveis, quente e penetrante, complementa o do alho. È um dos ingredientes mais apreciados para temperar molhos, salpicar em saladas, especialmente a de tomate. È a base do molho pesto e combina bem com muitos pratos. O óleo do Manjericão é tônico do sistema nervoso e sedativo. Pode ser usado em infusão, fricção, massagem, unguento e para repelir insetos. Combina com óleos essenciais de Bergamota, Gerânio, Hissopo,Alfazema, Alecrim, Cipreste, Cedro, Limão, Sálvia, Tomilho, Orégano, Tea tree e Zimbro.

Fonte - Jardim Interior - Denise Cordeiro

CRATO SUBESTIMADO

Pedro Esmeraldo

O cratense anda sem ânimo pelo pesaroso desgaste ocorrido sempre pela massa política.
Há muito tempo nota-se o povo desanimado devido a falta de coesão dos políticos desta terra, que não sabem distinguir o que vem de mal para o município.
De momento a momento, as autoridades de Fortaleza, desprezando o Crato, não oferecem nada que valha a contribuir com avanço tecnológico intelectual da juventude cratense. Tudo que vem para nós é surrupiado pela massa ignóbil de outras plagas, pois levam tudo para si, como querem ser o maioral, dizendo com o pensamento obscuro que o Cariri é só o Juazeiro.
Isso é infâmia, e um desdouro ao município do Crato e aos municípios pertencentes à área metropolitana do Cariri.
Não aceitamos essas medidas descabidas por que pela lógica o Crato é o município mais viável para ser contemplado com obras relevantes e que acelerem o desenvolvimento equilibrado e com entusiasmo desse povo que vem sofrendo há anos.
Também o povo cratense deve esquecer picuinhas e venha contribuir com entusiasmo, acabando com as intrigas que sempre ocorrem durante a administração no decorrer dos anos.
Vemos um povo desanimado e desequilibrado emocionalmente. É preciso criar coragem, ser otimista, lutar com denodo a fim de ajudar e reclamar desses políticos apáticos para que deixem de lado o comodismo e venham buscar metas que nos favoreçam com o trabalho e o bem-estar da população. Para isso precisa união de forças iguais com o intuito de exigir desses políticos trabalhos eficazes para que venham contornar a situação inconstante desse povo que ora aparece sem entusiasmo e sem força de vontade.
Nós, os cratenses, não suportamos mais essa situação vexatória que nos leva ao desprezo político. Olhem, o Crato está entregue à sua própria sorte, sem eira nem beira e sem ramo de figueira. Ah, Crato velho sofredor. Agora parodiamos Luiz Gonzaga: cadê as indústrias que não vamos atrás? Cadê a nossa Universidade que foi diretamente para outra plaga, deixando o Crato à deriva e os homens não souberam reagir?
Se não nos querem, somos favoráveis a uma campanha plebiscitária desejando passar o Crato para Pernambuco, pois só assim esses carcarás se verão livres de nós e nós deles.
Agora mesmo, os comerciantes estão revoltados com a construção de calçadões nas praças, pois deixam a cidade sem ponto de estacionamento. Haja vista que a cidade do Crato precisa mais de expansão arterial, dando vias de acesso às várias localidades que querem conectar com o nosso município.
É preciso que tenham objetividade e usemos a cabeça para pensar num município gigante no futuro.

Até logo.

Crato-CE, 6 de Julho de 2011.

DNC, API, SBC, CX2, DÇV ??? - José Nilton Mariano Saraiva

A priori, esclarecemos: a) os conceitos adiante expostos são da nossa exclusiva responsabilidade; b) trata-se, tão somente, da nossa (particularíssima) “busca de compreensão do mundo”, resultante da leitura e análise dos fatos históricos (de conhecimento público); e, c) não objetivam agredir ou ferir suscetibilidades.
Temos consciência, no entanto, que por não guardar similitude com as atitudes
“politicamente corretas” tão em voga nos dias atuais, escancarar-se-á o dique para o surgimento de incompreensões e até certo radicalismo, de outrem. Lamentamos, até porque não temos nenhuma vocação pra “murista”,
pra guardar “conveniências”, ou pra “escorregar” pelas rampas da vida.
Afinal, como tão bem nos ensina Zé do Vale, “... no dia em que um assunto não puder ser tratado por um cidadão, este assunto não existe. Isso é coisa de sociedade secreta, de iluminados, de mensagens cifradas. (...) Se estamos todos aqui discutindo política, cultura, economia, filosofia e o cotidiano o mais certo é que as visões se multipliquem”.
Portanto, serão relevadas possíveis provocações, a posteriori.

*****************************

Independentemente da formalização oficial e solene de qualquer ato de vinculação partidária (aqui, sim, um mero detalhe, principalmente nos atribulados dias correntes), o adentrar na arena política compreende, dentre outros: a) a almejada ascensão social; b) o adquirir status; c) a materialização de um bom emprego; d) a obtenção de um rentável meio de vida; e) uma maneira de “se fazer” dentro de um tempo relativamente curto; f) o beneficiar-se de informações privilegiadas; g) o descobrir o caminho das pedras; e, h) o aposentar-se prematuramente.
Tanto que as vagas postas á disposição pelos partidos a cada pleito são disputadas praticamente “no grito” (sopapos e pontapés só por trás das cortinas), ou mesmo via acordos não tão edificantes ou dignos de respeito (entre quatro paredes), a envolver empresários bem sucedidos, grupos religiosos, ruralistas, empresários falidos, desempregados, empresários de araque, profissionais liberais, sindicalistas, latifundiários e por aí vai (há que se reconhecer, entretanto, que existem, sim, no universo político, homens sérios e vocacionados para o exercício da causa pública, para a prática de políticas beneficiadora dos mais necessitados e, enfim, que se preocupam com o social, tal qual nos mostrou – praticando - o ex-presidente Lula da Silva, por exemplo).
Sob essa ótica, não deveria constituir-se nenhuma surpresa a divulgação da notícia de que quase uma centena de prefeituras do Ceará (a maioria do PSDB e PMDB) esteja na mira do Ministério Público, porquanto os respectivos gestores sob suspeição de envolvimento em portentosas falcatruas em processos licitatórios diversos.
E, no entanto, uma visão retrospectiva da história nos mostra que essa condenável e nefasta prática não é nenhuma novidade no Brasil, vez que alguns cidadãos tidos e havidos como respeitáveis, íntegros e austeros, não se negaram, quando tiveram oportunidade de exercer um cargo público, de se locupletar, furtiva ou descaradamente (seria uma questão cultural, a desafiar gerações ???).
Aos fatos.
Quem não lembra do herói da infância de todos nós, do intelectual brasileiro respeitado em todo o mundo, do brilhante e inconteste tribuno capaz de nos deixar boquiaberto e de queixo caído, do autor de edificantes e memoráveis peças e discursos versando sobre a ética, a moralidade, o apego à nacionalidade, o bem querer, o respeito, a honestidade, o ser digno e outros predicados – o nosso Rui Barbosa, o “Águia de Haia” ???
Pois bem, a “face oculta” do Rui Barbosa, o lado obscuro da sua personalidade, a nódoa que manchou definitivamente o seu currículo deu-se exatamente quando, convidado por Deodoro da Fonseca pra ser o seu homem de confiança, o guardião da chave do cofre, o responsável operacional do governo, a figura que moralizaria sua administração (espécie de Primeiro Ministro e Ministro da Fazenda a um só tempo), Rui Barbosa, simplesmente, meteu os pés pelas mãos, apropriou-se do dinheiro público, traficou influência até não mais poder, roubou descaradamente o erário, beneficiou amigos com os quais mantinha negócios particulares, corrompeu tantos outros e, enfim, saiu do governo “podre de rico” (e nada disso consta nos livros de história, obviamente). Em suma: se no setor privado RECONHECIDAMENTE tivemo-lo como um dos nossos grandes intelectuais, uma figura da qual só temos é que nos orgulhar, na vida pública Rui Barbosa revelou-se um “pilantra” de marca maior, um “desonesto” até a medula, um “surrupiador” em potencial do que não era seu. Tivéssemos àquela época uma mídia “fuçadora” e expedita como o é a de hoje, bem como uma Polícia Federal diligente e objetiva como a atual, certamente a história seria contada de uma outra forma, uma outra versão.
Já em termos de Ceará, especificamente, uma figura que “puxou a brasa pra sua sardinha”, beneficiou-se de um engodo previamente arquitetado, tentou comprar privilégios, traficou influência, corrompeu e tornou-se rico sem que se saiba a origem ou procedência dos recursos (relações promíscuas entre o público e o privado ???), responde pelo nome de Cícero Romão Batista.
Descredenciado e sumariamente expulso dos quadros da Igreja Católica ("que ao reverendo Cícero não seja mais admitido à pregação da palavra de Deus, a ouvir confissões das almas sem especial licença do Santo Oficio"), Cícero Romão Batista foi dura e formalmente acusado de charlatanismo, já que MENTOR, ATOR E SOLITÁRIO BENEFICIÁRIO da grotesca farsa conhecida como o “milagre da hóstia”, engodo executado tendo por “instrumento” a beata Maria de Araújo (que findou por não “agüentar o tranco”, tantas vezes teve que, publicamente, “atuar” no derramamento de sangue, a fim de “viabilizar” o tal milagre).
Aliás, e por questão de justiça, merece ser destacado o sepulcral silêncio que se abateu sobre a coitada da beata (que padecia de gravíssima enfermidade, a ponto de expelir sangue pela boca recorrentemente, muito antes do tal “milagre da hóstia”) já que, de partícipe determinante do tal “milagre”, acabou relegada à condição de relés figurante, a um ostracismo conveniente a uma das partes, a uma posição secundária em todo o processo, a ponto de não haver, na vasta literatura pertinente, qualquer indicação ou referência sobre a sua “causa mortis”.
Fato é que, desempregado, Cícero Romão Batista, perspicaz e antenado, numa “jogada de mestre” resolveu por entrar oficialmente pra política (já o fazia oficiosamente, como sacerdote). E, aí sim, deu-se o “verdadeiro milagre”, o milagre da fé (???), já que: 1) originário de família humilde e pobre, evidentemente não lhe coube nenhuma herança dos pais; 2) desconhece-se que tenha sido premiado em algum jogo lotérico acumulado; e, 3) a remuneração que recebia como sacerdote certamente não teria sido suficiente para que acumulasse qualquer poupança; como, então, compreender a extraordinária “evolução patrimonial" que fez com que de repente Cícero Romão Batista haja se tornado um grande latifundiário e promissor fazendeiro, porquanto “proprietário de vastas extensões de terras e milhares de cabeça de gado”, além de dono de diversos imóveis urbanos, em diversas localidades ???
Será que, tal qual acontece nos agitados dias atuais, teríamos tido alí “dinheiro não contabilizado” (DNC) ??? Ou teria havido alguma “apropriação indébita” (API) dos bens dos pobres seguidores ??? Quem sabe, o dinheiro arrecadado teria sido tanto e de tal monta, dando origem ao que hoje denominamos de “sobras de campanha” (SBC) ??? Ou será que o famoso “caixa dois” (CX2) materializou-se já àquela época, por baixo dos panos ??? Se bem que os seus simpatizantes acreditam e sustentam que o portentoso patrimônio, por ele amealhado num curto espaço de tempo, teria sido unicamente fruto de “doações voluntárias” (DÇV) dos fiéis adeptos - muito embora hoje sejam ácidos críticos do bispo Edir Macêdo (Igreja Universal do Reino de Deus), praticante de idêntico descalabro, de igual “modus operandi”, do mesmo know how (qual seja, você é “convidado” a doar à Igreja desde o salário e até a moradia, condição “sine quo non” a alcançar o céu, após "bater as botas).
Além do que, Cícero Romão Batista era useiro e vezeiro em “traficar influência”, a saber: 1) em 1911, no intuito de obter vantagens para o seu grupo político, reuniu-se em Juazeiro a outros dezesseis líderes da região e firmaram um acordo de cooperação mútua, visando apoiar o sanguinário e corrupto governador Nogueira Accioli (ocorrência conhecida como o “Pacto dos Coronéis”); 2) em 1926, Cícero Romão Batista foi mais longe quando, sem que tivesse procuração ou autoridade institucional para tal, “corrompeu” o cangaceiro Virgulino Ferreira (Lampião), ao prometer-lhe, em troca dos seus “serviços” num possível enfrentamento com a “coluna Prestes”, condecorá-lo com a patente (fajuta) de “capitão do exército brasileiro”, além de anistiar todos os crimes cometidos por ele e seu bando (o que foi feito oficiosamente, embora depois Lampião tenha descoberto que tal honraria “não valia um vintém furado”).
Como se observa, há muito obscurantismo e interrogações (convenientemente olvidadas e mantidas à distância pelos onerosos, ilustres e renomados conferencistas “experts” no tema) em alguns dos caminhos sinuosos percorridos por Cícero Romão Batista, que mereceriam maiores esclarecimentos, mas que jamais se concretizarão, em razão de interesses (inconfessos) por parte do Vaticano, dentre os quais: 1) face a agressiva incursão dos cultos evangélicos sobre as massas, que resulta na atual debandada dos outrora fiéis católicos às suas hostes, a Igreja Católica há que arranjar uma maneira de obstar tal périplo, nem que para tanto seja necessário “perdoar” e “santificar” um antigo renegado); 2) o incrível poder mercantil do agora “mito” Cícero Romão Batista, responsável pelo enriquecimento de muitos (através da exploração desumana dos romeiros), mas que essa mesma Igreja tende a disso tirar proveito, nem que para tanto seja necessário não só reabilitá-lo publicamente, como, também santificá-lo e beatificá-lo, mais adiante (e isso será feito, mais cedo ou mais tarde, dúvidas não tenham).
Perguntas que ficam, a clamar por esclarecimentos: 1) objetivamente, qual foi mesmo a “causa mortis” que vitimou a beata Maria de Araújo ???; 2) por qual razão os famosos “paninhos”, depositários do seu sangue (exaustiva e recorrentemente usados e difundidos como uma das “provas” do milagre), providencialmente sumiram (ou queimados foram), como se houvesse o temor de que, num futuro não tão distante, com o vasto instrumental que certamente surgiria, um simplório exame laboratorial mais detalhado pudesse diagnosticar alguma comprometedora e letal moléstia (tuberculose ???), determinante e capaz de “demolir” de vez com o tal “milagre da hóstia” ???; e, 3) qual a “ORIGEM-FONTE” dos expressivos recursos que permitiram que alguém, originário de família paupérrima e sem uma remuneração compatível, de repente tenha se tornado “podre de rico” ???
No mais, já está na hora de se acabar com essa “lenda” de que angular de forma contundente e inusual determinadas “divindades” se constitua agressividade, falta de respeito ou pecado mortal. Afinal, o direito de qualquer cidadão livremente expressar-se lhe é garantido pela própria Constituição Federal.

A CARA DO SERTÃO - Por Mundim do Vale.

Meu nome é Mundim do Vale
Do vale da precisão,
Nesse verso eu vou fazer
Pequena comparação.
Uma casa abandonada,
Um mendigo na estrada
É A CARA DO SERTÃO.

Uma galinha caipira
Catando pedras no chão,
Um couro velho espichado
Na parede de um oitão.
Um jegue atrás da jumenta,
Levando coice na venta
É A CARA DO SERTÃO.

Político botar no bolso
Dinheiro da educação,
Estudante pendurado
Em grade de caminhão.
Os mais pobres sem escola,
E os pais pedindo esmola,
É A CARA DO SERTÃO.

Um menino barrigudo
Comendo um taco de pão,
Um punhado de gorgulho
Na panela do feijão.
Uma casa de reboco,
E um doido dando cotôco
É A CARA DO SERTÃO.

Matuto vender o voto
No dia da eleição,
Candidato prometer
E depois dizer que não.
Um bando de periquito,
Bicho do nome esquisito
É A CARA DO SERTÃO.

Uma cigana sabida
Numa casa lendo mão,
Um cigano amigo dela
Fugindo com um capão.
Uma cachorra enganchada,
Menino dando pedrada
È A CARA DO SERTÃO.

Um cabra desesperado
Procurando confusão,
Dizendo que foi traído
Pelo filho do patrão,
Depois de tomar cachaça,
Fazer uma arruaça
É A CARA DO SERTÃO.

Uma ninhada de pinto
Arrodeando um pilão,
Uma panela de barro
Preta da cor de carvão.
Uma cuia de fubá,
E um prato de mungunzá
É A CARA DO SERTÃO.

Um velho contando histórias
Do tempo de Lampião,
Um buguelo beliscando
Rapadura num caixão.
Uma cabocla fiando,
E a meninada brexando
É A CARA DO SERTÃO.

Uma rabada de boi
Para fazer um pirão,
Um vidro de magnésia
Pra menino do buchão.
Uma velha fuxiqueira,
Num banco de aroeira
É A CARA DO SERTÃO.

Um retirante passando
Com destino ao Maranhão,
Um defunto transportado
Numa rede de algodão.
Uma porta com tramela,
Papagaio na janela
É A CARA DO SERTÃO.

Batizado de fogueira
Numa noite de São João,
Uma touceira de cana
Encostada a um cacimbão.
Os versos de um violeiro,
Tipo Expedito Pinheiro
É A CARA DO SERTÃO.

Um cachimbo sendo aceso
Na brasa de um tição,
Uma menina com frio
Se aquecendo no fogão.
Um garoto desnutrido,
Com o pescoço encardido
É A CARA DO SERTÃO.

Menino se esgoelando
Porque perdeu um peão,
Cachorro dentro do forno
Assustado com trovão.
Moça atrás de matrimônio,
Com o pau de Santo Antônio
É A CARA DO SERTÃO.

Um maluco perturbando
O vigário no sermão,
Um filho deixando o pai
Pra seguir Frei Damião.
Um Judas sendo furtado,
Pra depois ser enforcado
É A CARA DO SERTÃO.

Um curador de bicheiras
Querendo ser valentão,
Uma velha rezadeira
Curando com oração.
Crianças brincando à toa,
Tibungando na lagoa
É A CARA DO SERTÃO

Um folheto de João Grilo
Pendurado num cordão,
Cambista fazendo pouco
Do tamanho de um anão.
Um jogador de baralho,
Vendendo trança de alho
É A CARA DO SERTÃO.

Uma teima no roçado
Por conta duma questão,
Terminar depois em briga
De roçadeira e facão.
Como ninguém fica vivo,
O enterro coletivo
É A CARA DO SERTÃO.

Uma venda na ribeira
De querosene, sabão,
Bolacha, bombom, macaxeira,
Agulha, linha, botão,
Fumo, biscoito, rapé,
Imagem de São José
É A CARA DO SERTÃO.

Colocar pedra na cruz
Para pedir proteção,
Um menino na corcunda
De um pai de criação.
Uma cabocla faceira,
Descascando macaxeira
É A CARA DO SERTÃO.

Um cabra na roça alheia
Fazendo malinação,
Uma novia de porca
Assediando um barrão.
Um andarilho sem rumo,
Danado mascando fumo
É A CARA DO SERTÃO

Um arrancador de dentes
Que não cobra a extração,
Mas entrega ao paciente
Um santinho de eleição.
Faz ali uma costura,
Depois traz a dentadura
É A CARA DO SERTÃO.

Um surdo dançando valsa
Cego pedindo um tostão,
Uma gata no telhado
Aumentando a criação.
E um barbeiro gozador,
Dizer que aquilo é amor
É A CARA DO SERTÃO.

Um soldado de polícia
Discutindo com um ladrão,
As pastorinhas cantando
Na hora da comunhão.
O padre bem caladinho,
Danado tomando vinho
É A CARA DO SERTÂO.

Aluno na palmatória
Porque não deu a lição,
Um parque tocando xote
De Luís rei do baião.
E a moçada na varanda,
Esperando pela banda
É A CARA DO SERTÃO.
Mundim do Vale

Prefeito do Crato quer construir avenidas para desobstruir o trânsito caótico do centro da cidade


NE
- Na verdade, só quem mora no Crato sabe que a frota de veículos automotivos cresceu de tal maneira nos últimos anos, que durante certos horários, já acontecem vários congestionamentos, além de praticamente não haver mais espaços para estacionamento no centro. O projeto da construção de avenidas faz parte do projeto de ampliação do atual parque de exposições e consta no PRU - Plano de Requalificação Urbana do município, elaborado por esta administração.


Slide8


Durante a reunião ocorrida ontem ( 06 ) na Prefeitura municipal, o prefeito Samuel Araripe disse que vai reunir uma comissão e levar mais uma vez o seu projeto de construção de novas avenidas no Crato ao governador Cid Gomes. Samuel disse que a abertura dessas avenidas é essencial para desafogar o tráfego caótico do centro da cidade. A reunião durou cerca de 3 horas e contou com a participação de diversos segmentos da sociedade em torno da discussão da ampliação do atual parque de exposições, ou a criação de um outro parque em outro local da cidade. Haverão outras reuniões antes que o projeto seja entregue.

O prefeito disse ainda que conta com a sensibilidade do governador Cid Gomes, que com certeza não vai negar esse benefício ao Crato, quando estiver a par de todo o projeto. O prefeito frisou ainda que a construção das avenidas talvez seja até mais importante do que o do próprio parque de exposições, já que elas trariam inúmeros benefícios à população o ano todo. Uma das avenidas partiria do Grangeiro e Lameiro, passando pelo Parque de exposições, Vila Lobo, Estátua N.S de Fátima e seguindo "por dentro" até o Centro de convenções, o que criaria novos bairros na cidade entre as avenidas, desafogaria o tráfego que vai para o parque Grangeiro, Grangeiro e Lameiro vindo de juazeiro, além da valorização de espaços urbanos próximos às avenidas. Segundo Samuel Araripe, o Crato precisa se desenvolver para estas áreas que ficam entre o Grangeiro e a Vila lobo, e a reformulação da malha viária da cidade é a pedra fundamental para o cresciemnto do Crato nos próximos 20 ou 30 anos.

Novas avenidas precisam ser construídas no Crato a fim de desobstruir o trânsito do Centro da cidade, e criando novos bairros.

Na reunião, o projeto completo foi apresentado em Datashow

Slide6

A reunião durou cerca de 3 horas. Estes são apenas alguns slides das dezenas apresentadas, juntamente com a explanação de várias pessoas da administração.

Slide9

Aqui, uma visão de como ficaria o parque de exposições com as novas avenidas de entorno:

Slide13

Após a reunião, o prefeito Samuel Araripe convidou repórteres para mostrar alguns locais aonde seriam construídas as avenidas.

Img_0198

As avenidas criariam novos bairros na cidade, e valorizariam espaços.


Prefeito visita o Mirante 01

Samuel Araripe diz que esse projeto das avenidas é um dos principais do seu governo, mas aplaude qualquer um que o encampar, mesmo que de oposição. Ao final, acrescentou: "Eu só gostaria que o governador Cid Gomes me escutasse e percebesse a grandiosidade e a importância que esse projeto tem para o desenvolvimento do Crato. Com certeza, ele não iria negar isso aos Cratenses".

Samuel olha local das novas avenidas no Crato

Reportagem e Fotos: Dihelson Mendonça
Agradecimentos a Christiano Siebra pelo envio dos gráficos.

Coisas nossas, por Zé Nilton


Por onde andarão?
(Dalmir em primeiro plano)

Para Vicente Almeida, um destemido pequeno-grande homem.

Coisas bem nossas lembrar-se de tempos e pessoas que povoaram nosso universo, e deixaram marcas profundas feito ondas, vagueando ao léu do tempo dentro de nós, e captadas a qualquer momento, quando nos lembramos de felicidade. Bom demais.

Três rapazinhos varzealegrenses conheci-os, numa fase difícil de nossas vidas, quando por aqui tudo era muito desolado. Costumava olhar ao longo da Rua João Pessoa, e contar nos dedos quantos transeuntes, carroças, carros e bicicletas circulavam, morosamente, pela rua grande, ainda sombreada por benjamins de copa redonda. De tempos em tempos a rua era sacudida, por ocasião dos “queimas” das lojas Romcy e Asteca. Seu Almir, de um lado da rua, e o grande Modesto Tavares, do outro, atraiam pessoas que vinham para este fim, por que calendarizado no ciclo de festividades da cidade.

Francisco Dalmir de Freitas, Darlan e o menino Demontieu. Três irmãos, três amigos dos tempos das vacas magras.

Corria o ano de 1968 quando nos conhecemos. Primeiro Dalmir, depois Demontieu. Estivemos os dois por alguns anos no mesmo local de trabalho. Dalmir, muito romântico, sonhador e louco por música; Demontieu, circunspecto, caladão e sempre preocupado com a vida, apesar de seus 14 anos.

Por questões de idade e de estado d´alma tornei-me mais afeiçoado a Dalmir. Invejava sua caligrafia, sua tranqüilidade e sua beleza. Sua presença enchia-nos de alegria, ao tempo em que nos esquecíamos de nossas agruras, agudizadas pelos baixos salários e pela falta de perspectiva.


Muito esticada ainda era a linha divisória do rural e do urbano. De um lado e do outro as marcas da riqueza e da pobreza eram perversamente expostas. Em cada esquina homens, mulheres e crianças tinham nome - esmoler.

Dos entornos da cidade os doidos apareciam para fazer morrer de rir o “hitch society” da época formada de abastados comerciantes, decadentes agropecuaristas e promissores servidores públicos.

Mas, voltemos a Dalmir.

Nossas almas se cruzavam à medida que nos descobríamos reciprocamente. Logo notei nele um estro gracioso e uma inclinação para a arte da música, mercê de sua afinação e ritmo. Tinha mesmo uma queda para a música e para cantar. Só não tinha jeito para tocar instrumentos. Ainda tentei.

Certa vez, num domingo, olhando na televisão que ficava na parte de exposição das Lojas Stuart, na Siqueira Campos, vidrei no quarteto MPB4. Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy, num uníssono, interpretavam “Derramaro o Gás”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Fui atraído por aquela idéia de ecletismo musical, e nunca mais o deixei.

Não deu outra, num dado fim de semana, lá estávamos nós: eu, Dalmir, e dois outros que não me lembro, usando os mesmos instrumentos do famoso quarteto: violão, bongô, tambô, triângulo e voz, se metendo a imitar logo quem... o MPB4, pode ?

Tiramos algumas músicas, mas o fracasso se deu pela desafinação das vozes. Não se junta pessoas para cantar de uma hora para outra. O canto exige técnica, e bota técnica nisso.

Terminamos mesmo embalando as músicas de iê, iê, iê, tipo Renato e Seus Blues Caps, Deno e Dino, Os Vips, Os Jovens e, claro, o grande Roberto Carlos. Fizemos uma apresentação na casa das Irmãs de Santa Terezinha. As freiras gostaram, sem antes nos pedir, baixinho, para ali não se cantar “Quero que vá tudo pro inferno”, obviamente.

Por onde andarão Dalmir, Darlan e Demontieu ?

Certo dia recebi um CD de Dalmir contando piadas. Surpresa. Guardei uma que conto para vocês:

No tempo em que as rádios usavam aparelho para realçar o eco, imitando a Rádio Globo, certo jovem foi fazer um teste para locutor, numa rádio local.

Ao começar a ler o texto, falou uma palavra esdrúxula, uma coisa que ninguém entendeu a que o eco teria dito: Como é, homem?”

Gostaria muito de encontrá-los porque tenho os três irmãos dentro de meus sonhos, esperanças e crença na natureza humana, virtudes que as mantenho desde menino-moço.

Saibam todos: esses três pobres moços do passado ficaram marcados em minhas lembranças em colorido e cinemascope. Hoje cada um desfruta do gozo de terem vencido na vida pelo trabalho.

E para quem gosta, hoje, no programa Compositores do Brasil, na Rádio Educadora, (www.radioeducadora1020.com.br), às 14 horas, o excelente Eduardo Gudin e suas músicas bem elaboradas e inteligentes.

Agradeço à Magnólia Fiuza pela foto.

Bom fim de semana