Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 7 de novembro de 2010

Correio Musical- Cumplicidade - Da letra J para a letra T

Ecos do Serviço de Alto Falantes a Voz do Povo - José do Vale Pinheiro Feitosa

Cornetas, vozes de amplificadores,
Espalhadas acima do relevo,
Irregular do Bairro da Batateira,
Ecoam boleros de amores perdidos.

Serviços de alto falantes,
A Voz do Povo,
Transmitindo dos seus estúdios,
Diretamente para todos.

Esta música vai da letra G,
Para alguém dos cabelos longos,
Negros e sedutores,
Como prova de amor e carinho.

Com Waldik Soriano,
Lembrando o ardor das paixões,
Se agarrando aos trapos das perdições,
Escute esta canção.

“ Eu não sou cachorro não...”
Enxotado no corte das tuas unhas encarnadas,
Desequilibrado sobre paredes chapiscadas,
Arranhado desde a epiderme até a medula,
“Tu só sabes maltratar-me e é por isso que eu vou embora....”

“A pior coisa do mundo é amar sendo enganado...”
Quando o desamor é desprezo,
O desprezo redunda em anular-se,
O amor do amado que não o quer,
“Pelo nosso amor, pelo amor de Deus....”

Esta canção vai de um ser solitário,
Para aquela que passa e não o vê,
E passa, passa, sem olhar para trás,
Com Waldik Soriano um grito que te chama:

“Hoje que a noite está calma...”
Quando o luar pranteia a brisa,
Nenhuma voz se anuncia no vácuo,
Dos espaços escondidos das luzes,
“E que minha alma esperava por ti...”

“Aparecestes afinal....”
O corpo teu limitando-se de fosforescência,
Feito uma aparição de encantamento,
Ocupou o espaço vago imediato da minha presença,
“Torturando este ser que te adora....”
“Volta meu amor....”
Não creia nas aventuras dalém,
Abusada que foi da minha monotonia,
Pois o alento que és me faz viajante,
“Fica comigo não me desprezes....”

Atenção você da Letra A,
Que passa ao largo da bodega de João do Tetéu,
Indiferente ao meu desespero de amor,
Escute esta canção...
Na voz de Waldik Soriano:

“Minha querida, saudações....”
Cujas letras mortas não representam,
As milhares de cintilações que pulsam,
Na penumbra da noite desde os pirilampos,
“Escrevo esta carta não repare os senões.....”

“Para dizer o que sinto....”
Me revelando a imagem incompleta,
Que formam minhas entranhas carnais,
Enquanto não vens fazer-me espírito,
“Dentro de mim....”

O Serviço de Alto Falantes,
A Voz do Povo,
Se espalhando nas encostas do bairro,
Ecoando nos caminhos inclinados,
Deseja-lhes uma boa noite e se cala por hoje.

Em quais ondas se encontram teus ecos?
Nesta face lustrada das preferências civilizadas,
Quando o gosto se afina em negar outros,
E os tempos continuam teus chiados.

Até hoje continuam,
Interrompidos pela realidade,
Suplantados pela evolução,
Ninguém mais os vê,
Alguém mais os ouve.

Mas lá eles continuam,
Lá adiante junto com as ondas,
Sonoras que escaparam da gravidade,
E migram eternamente através do espaço.
Eternamente enquanto espaço houver.

Enquanto houver o local,
Para sempre na voz,
De Waldik Soriano,
Como muito amor e carinho,
Da letra J para a letra T.

Antonio Marcos- por Socorro Moreira



Nunca fui fã de António Marcos.Não comprava seus discos, mas gostava de ouvi-los.Meu pai, destarte seu gosto de seresteiro das antigas, considerava-o um bom cantor. Minha casa era musical. Escutava o que meu pai gostava, e assim, conseguia compreender melhor a sua alma. Antonio Marcos  denunciava seu lado nostálgico , querendo resgatar uma juventude perdida, mas tão bem vivida .
Lembro de mim , dos meus irmãos ainda pequenos, da minha mãe  suando na ponta do nariz, preparando o nosso almoço, e  do assobio do meu pai, que sempre sabia disfarçar  qualquer situação adversa.. Ele nunca assumiu uma postura de vítima. Encarava estoicamente os dissabores, e aproveitava  com sensibilidade , o que de belo a vida lhe oferecia. Sinto saudades de mim, naquela família. Passou tão rápido , mas a música ficou, e posso ouvi-la de novo, e até compartilhá-la  com os amigos.
Vamos ouvir Antonio Marcos ?



Lá- Por João Marni



Quando eu perceber que o fim se avizinha (futuro, primo do presente), recolher-me-ei ao leito, exigirei silêncio, lençóis brancos e cheirosos, uma janela pela qual deverão vagar meus olhos e por onde revelarei o que fiz de bom e de ruim. Não escreverei mais nada, acharei até os meus melhores amigos uns chatos, serei tolerante apenas com os meus netos, pois estes não irão interromper minha conversa com Deus.

João Marni de Figueiredo.

Amar sem condições - Por Rosa Guerrera



Gosto de frear, o veloz carro da vida
numa qualquer contra-mão
do destino.
E romper as ridículas sinalizações
que existem , impostas por pseudos críticos , aos nossos passos, as nossas opiniões , as nossas falas e até aos nossos sentimentos .

Gosto de destruir no espaço,
as imposições, as cobranças
que a própria vida teima em nos oferecer.
E soltar num grito a liberdade de amar.

Amar sem reticências ou interrogações.
isenta de horas, sem pinturas,
retoques ou molduras no rosto.

Amar!
Amar, no sol, na chuva, no vento,
na praia ou na noite fria...
E encontrar nessa liberdade,
a forma maravilhosa de uma conquista,
que só o amar sem condições
é capaz de oferecer.

por rosa guerrera

Aceitar o passar dos anos - por Rosa Guerrera



Li uma frase , de tamanha profundidade que faço questão hoje de comentá-la!
Diz o autor ( que infelizmente não sei o nome )que : “ A velhice não precisa ser mascarada, para aparentar aquilo que não é”.
E abro uma análise sobre a dificuldade que muita gente tem em não encarar de frente o passar dos anos , e consequentemente aceitar a chegada da velhice, brigando diariamente diante de um espelho , não aceitando as rugas , a flacidez, os cabelos brancos , esse todo enfim que constitui as marcas do tempo . Para essas pessoas a velhice se torna alquebrada, solitária , suscetível, acomodada em saudades e temerosa do passar das horas .E essa batalha que parece não ter fim vai tomando os espaços de um presente que pode e deve ser vivido.
A velhice não precisa realmente de máscaras para aparentar uma etapa que aconteceu nos verdes anos. . Eu por exemplo sou convicta hoje que sei melhor refletir , enxergar melhor e ouvir melhor os meus sentimentos.e mesmo sabendo que a juventude jamais voltaria ainda que eu fizesse mil plásticas , freqüentasse dezenas de academias e me enchesse de botox – essa inútil máscara que só iria fazer com que eu aparentasse aquilo que não sou mais .
Envelheci é verdade, e dos anos vividos só trago lições !
Nada hoje me parece passageiro, , nada hoje apressa meu passo, nada hoje me faz colecionadora de mágoas ou decepções .

Não culpo ninguem dos tombos que levei na vida. Todos foram motivados de descuidos na maneira de caminhar .

As folhas verdes da minha árvore já faz tempo ficaram amarelecidas , mas nem por isso deixo de abrigar na sua sombra cada viajante que passa e precisa descansar.
Se na juventude produzi muito , não vai ser por isso que hoje ficarei abalada com as minhas limitações.

Amo todas as minhas saudades .Elas serão sempre para mim , pedacinhos coloridos de alegrias que conheci.

Não preciso de máscaras para esconder o passar dos anos .Quero cada dia mais reconhecer o meu perfil no espelho da vida, e sentir que o tempo não modificou em nada todas as minhas verdades e todas as minhas decisões, ainda que muitas outras rugas com certeza , surjam amanhã no meu rosto..


rosa guerrera

Recebido por e-mail- Colaboração de Vera Lúcia Maia


CALEM A BOCA, NORDESTINOS!

A disputa da eleição trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos,partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e
contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet,que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista,estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter:“Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui
corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo,Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos…pasmem… PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Belchior
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado,branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem,mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render.
Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento .Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Por José Barbosa Junior (carioca)

Por tudo destes dias - José do Vale Pinheiro Feitosa

Se escolhes as pessoas com que andas,
Abdiques da humanidade por incompatível.
Jamais tente expressar as dessemelhanças,
Estiveste reclusa em ti mesma.

Quando escolhes o junto caminhar,
Considerai a mútua transformação,
Que não é guardado de prateleira,
Tampouco a tua única razão.

E quando resolveres separar o joio do trigo,
Sempre pergunte quanto de joio há em ti,
O tanto de trigo que fabrica o pão que alimenta,
A vida da humanidade e da colônia de mofo.

Mas a vida não é tudo disparidade,
Há uma ressonância que liga nossos corações,
Verdades que alimentam e hidratam,
Um singelo raio que se destaca na luminosidade.

O amor não é fogo fátuo dos poemas,
É trilha aberta para teu deslocamento completo,
O renascer sobre escombros de incompletudes,
Afinal onde se encontra a métrica do erro?

E quando o vozerio alardear o erro,
Não apertes o prego que crucifixa,
Além desta purificação na dor,
Há o amor que purifica muito além.

Por isso venha comigo para não me sentir só,
Eu, tu, ele, nós, vós, eles.
Não te apartes nem por interpretações,
E nem por meros roncares de assertivas.

Por Vinícius de Moraes





Soneto de Maior Amor


Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.


E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.


Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo


Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Vinícius de Moraes
Arte de mário vítor
 

Reflexão - Tela de Edilma Saraiva Rocha




"Chega um momento na vida em que você sabe
quem é importante para você,
quem nunca foi,
quem não é mais e
quem o será sempre."

Domingo da preguiça - por Socorro Moreira

Eu sempre achei o domingo o dia mais comprido da semana, mesmo depois de aposentada.
A preguiça se entranha. Renuncio a todo e qualquer movimento para pensar , repensar, e dormir  meus problemas e intentos..Não obscureçpo as soluções. Elas na verdade chegam prontas. É só seguir a intuição e a boa intenção. 
Agora vou centrar minhas energias na elaboração  da edição especial do Cariricaturas, que tanto me magoou, pelo descontentamento e afastamento de muitos.
Sentimos falta do Lupeu, Leonel, Rosa, Corujinha, Zélia, Marcos Barreto, Z|é Nilton Figueiredo, Pedro Esmeraldo,  Armando, Carlos Rafael, Carlos e Magali, Assis Lima, Ceci Monteiro, Emerson, Aloísio, Edilma,Liduína, Stella, Rejane, Zé Nilton, Everardo, Ana Cecícilia, Bernardo ,Tetê, Jacques Bloc,  Claude, Zé Flávio, Thiago, Nilo, Pachelly, Roberto, João Marni, Vera, Kaika,Dimas, Izabella, Dopmingos,Joaquim Pinheiro, Maria Amélia, Ângela Lôbo, Jose Carlos Brandão, Nicodemos, Elmano, Jayro, Rosa Catarina,  Zé do Vale .
José de Arimatéa, e  de todos que provocam a dinâmica saudável do nosso blog.
O projeto Cariricaturas - edição especial, tem como objetivo, apenas nivelar as oportunidades de todos os escritores, corrijingindo uma falha nossa, facilmente  constatável. Basta folhear o livro...

Vamos em frente. Muitas trocas , afetos, permanecem em construção !

Se voltares - Rogaciano Leite



Como sândalo humilde que perfuma
O ferro do machado que lhe corta,
Eu hei de ter minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma.

Se voltares um dia à minha porta,
Tangida pela fome e pela bruma,
Em vez da ingratidão, que desconforta,
Terás um leito sobre um chão de pluma.

E em troca dos desgostos que me deste,
Mais carinho terás do que tiveste,
E os meus beijos serão multiplicados.

Para os que voltam pelo amor vencidos,
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.

Domingo de Repouso. Liduina Belchior.


Hoje literal e definitivamente

estou em "off", sabática,

recuperando as energias distribuidas

com lazer, com o lúdico.

Necessito começar uma segundona

preparada e recuperada

para o trabalho que faço

com muito amor e respeito.

A Alma do humano merece até

mais . A mente: um desvelo total.

Aquarela do Brasil- Ary Barroso - Por Norma Hauer


Ele nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 7 de novembro de 1903.
Falar sobre ele é repetir tudo que já se disse a seu respeito. Apenas gostaria de lembrar seu programa "Calouros em Desfile ", que começou na Rádio Cruzeiro do Sul, passando depois para a Tupi, onde encontrou seu apogeu.

Ali, o calouro que não soubesse o nome do autor da música que pretendia cantar, já tinha um ponto contra ele e a má vontade de Ary.

Era tão marcante isso, que o humorista José Vasconcelos (que imitava vozes facilmente) imitando a de Ary Barroso fez um piada mais ou menos assim:

Ary- o que você vai cantar?
Calouro- vou cantar um sambinha
Ary-que sambinha?
Calouro - "Aquarela do Brasil".
Ary-de quem é esse "sambinha"?
Calouro-Não sei, não sei, não senhor.
Ary: canta!
Calouro...Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro,vou cantar-te em meus "velsos"..GONGO!
Ary-Vá cantar em outros versos, nos meus versos NÃO!!!

O programa de calouros de Ary Barroso foi o primeiro a fazer sucesso no rádio. Poucos que se tornaram cantores começaram ali porque Ary era muito severo. Basta dizer que Nelson Gonçalves, quando ali se apresentou, foi GONGADO.

O programa de calouros que mais revelou cantores foi "Papel Carbono", de Renato Murce, na Rádio Nacional.


Como locutor esportivo lançou a "gaitinha" para assinalar os gols. Era tão fanático pelo Flamengo que quando este fazia um gol,coitados de nossos ouvidos. Sua gaitinha se transformava numa "gaitona".

Certa vez, proibido pela Diretoria do Vasco de entrar no campo deste, foi transmitir o jogo de uma casa vizinha em São Januário que tinha visão do campo do Vasco .Transmitiu tudo dali, meteu "o pau" na então Diretoria do Vasco e seu Diretor nada pode fazer para impedi-lo. Afinal, vizinhos não eram proibidos de assistir aos jogos.

Nas primeiras eleições para Vereador, aqui realizadas em 1947, Ary foi eleito e pouco fez em um "campo" que não era o seu.

Entretanto, como o Brasil havia sido escolhido para realizar a Copa de 1950, foi de um projeto de lei de Ary que foi criada uma lei determinando a construção de um estádio para abrigar aquela Copa. Ary o queria em Jacarepaguá, que possuía enormes áreas livres, mas os vereadores escolheram o local, então abandonado, do antigo Derby Club. E foi construído o Maracanã.

Uma das ruas que contornam o estádio tem exatamente, o nome de Derby Club, devido a ali ter existido um Derby Clube.

Como a Guerra na Europa acabara há apenas 5 anos, os países europeus
não poderiam realizar uma Copa; estavam reconstruindo cidades. Daí, o Maracanã, mesmo sem estar terminado, foi aceito para a realização dos jogos mais importantes, incluindo a final.
Outros jogos foram realizados no Pacaembu, que já existia, mas também não era grande coisa. Hoje as exigências da FIFA são muito maiores.

O nome de Ary Barroso correu o mundo, mas onde se ouve, atualmente, a “Aquarela do Brasil”, poucos se lembram do nome de seu autor, muito menos daquele que primeiro o gravou: Francisco Alves.

Quando David Nasser e Alcyr Pires Vermelho compuseram "Canta Brasil", Ary ficou indignado, como se fora plagiado. Criou caso com Alcir Pires Vermelho, mas não com David Nasser.
Devido à fama de David, Ary não seria poupado pelo então jornalista e compositor.

Ary Barroso faleceu no domingo de Carnaval de 1964 ( dia 9 de fevereiro) ao ser homenageado pela Escola de Samba Império Serrano exatamente no dia do desfile.

Não viu a homenagem.

Norma

Há 40 anos atrás - por Socorro Moreira

Eu tinha 18 anos quando engravidei do meu primeiro filho.Senti as mudanças no meu corpo de criança, e os movimentos dentro de mi, de uma nova vida.Achava que podia comer por dois , e, pesadamente, esperei com impaciência os últimos dias.
Era o dia 7 de Novembro de 1970., quando suspeitei que chegara o momento tão temido e tão ansiado.Meus pais e Dr, Eldon, pacientemente ouviam os meus ais. Na manhã do dia seguinte, após uma noite interminável, , a criança já sofrendo, resolveram fazer uma cesária.Pesou 4,700 gr. Suas camisinhas de pagão foram rasgadas para comportar os bracinhos roliços de um menino, que não parecia recém  nascido. Era moreninho, cabelos e olhos negros, e já parecia sorrir , aleatoriamente.Era lindo. perfeito !
Incansável é o olhar materno, quando admira a sua cria, seja dormindo ou de olhinhos abertos.
Caio foi uma criança peralta, com talentos artísticos, e uma mania insuportável de auto-didatismo.
Está completando 40 anos.
Tenho um filho grisalho, que cuida do meu olhar, quando o percebe  triste.
Vale a pena ter filhos. Esta resposta ao daria ao soneto de Vinicius.
É bom sabê-los vivendo a sua história, e cumprindo sua missão na terra.
Por todos os sorrisos que ganhei de ti, ao longo desses 40 anos, eu te agradeço!
Por todos os olhares turvos, que argutamente me espreitaram, eu balbuciei  uma oração , num pedido de proteção, sorte e felicidade.
Parabéns, Caio Marcelo !
Deus te concedeu uma grande companheira (Carla) , e uma família amiga.
Hoje o meu bolo é seu. Recheado de mel do carinho.

A poesia de Cecília Meireles



Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...


Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.



Serenata

"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo"

Por Lupeu Lacerda

 Amigos
uma frase perdida: "a vida é sempre em volta". a pergunta metafísica: "que fazer do homem que não gasta o destino?" uma dúvida de fé: "se deus existe, porque nunca senta em minha mesa pra tomar uma cerveja?" epitáfio proposto: "agora já é tarde".

CARTA ABERTA AOS CARIRICATURENSES

Caros CARIRICATURENSES

Estive ausente do blog por uns dias por motivos pessoais que não concernem ao blog. Primeiro por estar envolvida no VI Salão de Outubro, depois por estar em dívida com a Serra Verde. Queria estar lá e senti-la. Mas meus motivos aqui não vêm ao caso. A bem da verdade eu vim aqui para um momento de esclarecimento.

Li a proposta de relançamento do Cariricaturas em Verso e Prosa e considero uma idéia de muito bom gosto, visto que aconteceram algumas falhas e elas com toda certeza merecem ser sanadas, se existe essa possibilidade.

Acontece que alguns pontos para mim parecem aqui obscuros e me competem pelo fato de que eu estive envolvida até a raiz dos cabelos.
Em primeira mão, preciso dizer que o livro em si foi a realização e a concretização de um sonho. Não só meu. Faz muito tempo que eu carregava na mente a idéia de congraçar as pessoas do Crato que gostam de expressar-se através da escrita para escreverem comigo uma antologia retratando vivências, sentimentos e idéias.

O sonho foi tomando forma quando foi lançado aqui no blog o projeto do “Cariricaturas em Verso e Prosa”. Uma euforia quase infantil me tomou completamente e me envolvi de corpo e alma. Muitas pessoas nossas formaram nesse nosso recanto virtual uma teia gostosa de laços afetivos e a vibração positiva e producente se fez sentir de todas as partes.Uma união total.

Dediquei-me noites a fio na revisão dos textos, sem, no entanto, mexer em qualquer palavra a não ser para um eventual erro de digitação, ortografia, concordância, regência, acentuação ou pontuação. Como professora de Português, Linguística e Redação (além de Literatura etc..) sei me conduzir nesse contexto sem burlar o pensamento de quem escreve respeitando a idéia, o ponto de vista, o estilo e a criatividade.

Portanto, quero afirmar que HOUVE SIM revisão do livro. TUDO O QUE EU VI E RECEBI FOI REVISADO. Apenas houve o fato de eu não ter recebido os tabalhos na sua totalidade. Como os textos não foram remetidos pelos autores diretamente para o meu e-mail, eximo-me desse peso e dessa medida. E nesses textos NÃO RECEBIDOS não pude REALMENTE fazer os ajustes necessários, se é que havia.

Estou aqui me retratando porque é meu nome e minha responsabilidade profissional que vieram à baila e isso não posso permitir que seja maculado. Podia ter tomado esta atitude antes, logo após o lançamento do livro, mas preferi não acender essa fogueira, pois sou da paz e meu espírito de guerra foi amaciado pelo meu pai e minha mãe, que me deixaram seu exemplo e sua dor, diante dos malefícios desse prélio.

Outro detalhe: percebi, quando o livro foi publicado, que alguns textos que eu havia “corrigido”, a exemplo do texto de Edilma sobre a Serra Verde (erros de digitação), apareceram no livro sem o devido “retoque”. Portanto, para mim fica difícil avaliar o que houve durante o processo fora do meu alcance.

Quanto a outros transtornos havidos, como por exemplo, a falta de release de alguns autores, quero informar que a própria Magali me afirmou não os ter enviado. Creio que Carlos também não.

Mais um detalhe: não fui eu que escolhi a quantidade de textos meus a serem publicados. Soube que reclamaram pelo montante, mas essa parte não competiu a mim. Enviei alguns textos e informei que fossem dispostos conforme as páginas que me cabiam. Informei igualmente os de minha preferência e foi só. Não impus nada, nem nada mais...

Uma observação pertinente para o relançamenteo. A questão de serem determinados 4 textos por autor é incongruente visto que um poema cabe numa página e um texto em prosa pode não caber. Se envio 4 Haicai(s), os 4 vão caber numa só página... Então sobrariam páginas sem função.

Enfim, percebi que fui isolada e congelada e retirada do novo projeto sem qualquer participação. Quando trabalhamos em parceria o mínimo que se pode fazer, por uma gentileza, é proporcionar um consenso e uma participação através da COMUNICAÇÂO.

A escolha de Stela Siebra para revisão dos trabalhos escritos sempre foi aplaudida por mim. Deveria ter sido dela a primeira revisão, quem sabe em conjunto comigo. Infelizmente a urgência da publicação em data marcada apressou as ponderações nesse sentido. Mas fica claro que fiz meu melhor, apenas aconteceram fatos que fugiram de minhas mãos e me fizeram parecer irresponsável e negligente e ISSO NÃO SOU.

Não fiz revisão,por exemplo dos textos de Socorro Moreira, pois estes não chegaram às minhas mãos, nem tampouco os textos de José do Vale, nem o de José Flávio, dentre outros. Alguns, como citei anteriormente, apareceram no livro diferentes daqueles que eu havia revisado.

Portanto fica aqui meu desabafo e meu desencanto. Como dizem autores e comentaristas, o equilíbrio e a verdade deste BLOG precisam ser restaurados. É isto que estou tentando fazer em nome de minha dignidade, responsabilidade e proficiência profissional e pessoal.

Abraços a todos e minhas desculpas por “sair da toca” nestes termos.

Claude Bloc

Cariricaturas em prosa e verso - Edição Especial



Recentemente o Dr. José do Vale postou um texto intitulado: "Sobre peso e medida".
O tema ficou martelando na minha cabeça. Umas das coisas que mais me incomoda é o descumprimento de um acordo, é falhar nos meus compromissos, embora isso, muitas vezes, aconteça, independente da nossa vontade.
Há 4 meses, depois do lançamento do livro "Cariricaturas em verso e prosa" , penso numa alternativa de compensar os escritores das diversas discrepâncias ocorridas. Assumo todas as faltas, uma vez quer fui autora da ideia, e estimulei as adesões dos nossos colaboradores. Não vou discutir o valor literário da obra. A maioria de veteranos e renomeados escritores. Falo da nossa proposta inicial :
4 textos para cada escritor , até 7 páginas + release.
Quota de 200,00, com direito à vinte exemplares.
A segunda parte foi cumprida. A primeira ficou devida.
A propósito disso, estamos planeando a edição do "Cariricaturas em prosa e verso" (Segunda Edição), com o objetivo de compensar os escritores que se sentiram lesados, naturalmente, sem intenção dolosa da nossa parte. Não tivemos revisão, e essa falha repercutiu, na finalização do resultado.
A capa ficou primorosa, o Emerson fez o que pode, o reencontro de tantos amigos do passado, o brilho da festa de lançamento, tudo isso computaram como positivo, nesse empreendimento.
Mas não é justo que as falhas deixem de ser corrigidas.
O livro não implicará em qualquer ónus para os seus escritores.

A REVISÃO SERÁ FEITA CRITERIOSAMENTE PELA NOSSA COLABORADORA STELLA SIEBRA DE BRITO QUE MANTERÁ CONTATO PERMANENTE COM OS ESCRITORES.

 FAREMOS OS SEGUINTES ADITAMENTOS, NESSE LIVRO ESPECIAL, A SABER :

Prefácio :JOSÉ FLÁVIO VIEIRA ( JÁ ELABORADO E NÃO PUBLICADO)
Texto da contra-capa : José do Vale Feitosa
Orelha do editor : Emerson Monteiro
As dedicatórias serão feitas em particular, fazendo parte do release de cada autor.

Relação dos autores , a princípio :
1. Ana Cecília S.Bastos - 2 textos + release
2. Armando Rafael- 1 texto + release
3.Bernardo Melgaço- 1 texto + release
4.Carlos Rafael - 1 texto + release
5.Corujinha Baiana - 1 texto + release
6.Carlos Esmeraldo- 1 texto + release
7.Ceci Monteiro- 2 textos + release( participação especial)
8.Dimas de Castro -1 texto + release
9.Domingos Barroso - 1 texto + release
10. Edilma Rocha - 1 texto + release
11.Edmar Cordeiro - 1 texto + release
12.Everardo Norões- 3 textos + release
13.Izabella Pinheiro- 2 textos + release
14.José Flávio - 2 textos + release
15.João Marni- 1 texto + release
16.João Nicodemos- 1 texto + release
17. Joaquim Pinheiro- 1 texto + release
18.José do Vale Feitosa- 1 texto + release
19. José Neuton Alves de Sousa - 1 texto + release
20.Aloísio Paulo -2 textos + release ( participação especial)
21. José Nilton Mariano- 1 texto + release
22.Liduína Vilar- 3 textos + release
23.Magali de Figueiredo- 1 texto + release
24.Marcos Barreto- 2 textos + release
25.Rejane Gonçalves - 1 texto + release
26.Socorro Moreira - 3 textos + release
27. Vera Barbosa - 1 texto + release
28- Rosa Guerrera - 2 textos + release
29.Jacques Bloc- 2 textos + release ( participação especial)
30-.Wilton Dedê- 2 textos + release
31-Nilo Sérgio Duarte - 2 textos + release ( participação especial)
32.JOSE CARLOS BRANDÃO - 2 TEXTOS + RELEASE ( PARTICIUPAÇÃO ESPECIAL)
33.SÔNIA lESSA - 2 TEXTOS + RELEASE (PARTICIPAÇÃO ESPECIAL)
34.lUPEU lACERDA - 2 TEXTOS + RELEASE ( PARTICIPAÇÃO ESPEFCIAL)
35.MRCOS lEONEL - 2 TEXTOS + RELEASE - ( PARTICIPAÇÃO ESPECIAL)
36- GERALDO URANO - 2 TEXTOS + RELEASE - (PARTICIPAÇÃO ESPECIAL)
37. ABIDORAL jAMACARU- 2 TEXTOS ( PARTICIPAÇÃO ESPECIAL)
38 - RONALDO CORREIA lIMA - 2 TEXTOS + RELEASE ( PARTICIPAÇÃO ESPECIAL)
39 -PACHELLY jAMACARU - 2 TEXTOS + RELEASE - (PARTICIPAÇÃO ESPECIAL)
40-STELLA SIEBRA DE BRITO- 1 TEXTO +_ RELEASE

Não limitaremos o número de páginas. A LIMITAÇÃO REFERE-SE AO NÚMERO DE TEXTOS
A capa terá uma nova foto de Pachelly.
Faremos uma tiragem de 200 exemplares ( 5 para cada autor) , IMPRESSOS EM PAPEL RECICLADO.

O release poderá ser simplificado e ilustrado com a foto do autor.
ENVIEM O SEU MATERIAL, O MAIS BREVE POSSÍVEL ,PARA O E-MAIL DE STELLA DE BRITO, QUE FARÁ A REVISÃO, e nmanterá contato com os escritores.

Qualquer dúvida, peço que se manifestem !

A ausência na relação de alguns autores , se justifica pelo de acordo, na primeira edição.

Agradecemos a atenção, e contamos com a compreensão e apoio geral.

stelasiebra@yahoo.com.br
sauska_8@hotmail.com

*Stella você é a nossa revisora oficial. Confio no seu bom senso, capricho, exigência e competência. Afinal, são 50 anos de conhecimento. Quer mais ? Estarei perto de ti aé a última etapa.

 por Socorro Moreira

Ontem, no Festival da canção - Fotos de Samuk para o Cariricaturas !

A beleza feminina - Emerson Monteiro

Sou marcado pela estreita participação da presença feminina em volta de mim, isso desde que me entendo de gente. São elas pessoas agradáveis, inteligentes, espíritos fortes nas ações e nos sentimentos, dignas do meu carinho e respeito. A começar por minha santa mãe, a professora que abriu as portas do pouco que realizo e vivencio ao longo desta caminhada, e permanece conosco para alegria dos filhos. Minha esposa, que admiro pela dedicação nos encaminhamentos da família e divisão das tarefas diárias. Minhas três irmãs, amigas que Deus me permitiu e de quem preservo a amizade como um bem raro e valioso. Minhas três filhas, as luzes que orientam as estradas por vezes sombrias, inspiração preciosa dos deveres e sonhos. Todas estas pessoas que transitam ao meu lado, que vieram chegando dentro de um ritmo e no instante ideal, formando figurações que só de lembrar me emociono.
A isto somo as amizades que estabeleço sempre, nas passadas e dos anos, leito de encontros e desencontros permanentes na existência. Vejo, pois, a mulher qual ser de valor especial em face da ligação interna que mantém com a origem primeira dos elementos, linha direta para o inconsciente, intuitiva, de sexto sentido bem aflorado nos mistérios da natureza representada pelo elemento religioso de Maria Santíssima, a mãe de Jesus, importante símbolo da religião dos católicos.
Assim, sob tais considerações, quero tecer algumas linhas mais quanto à responsabilidade coletiva, nesses tempos contraditórios, em relação à soberana importância do reconhecimento do papel das representantes femininas para equilibrar com justiça o universo das atitudes humanas.
Abomino sobremodo a incapacidade comum para descobrir as medidas desse convívio, no modo primitivo de levar a brutalidade ao espaço ocupado pelas mulheres, peças-chave da sociedade, a ponto de existirem delegacias policiais só destinadas a defendê-las, quais sendo de espécie nociva, invés da matriarca dos clãs e da civilização.
Sem cogitar dos costumes bárbaros da prostituição infanto-juvenil e dos assassinatos, estilo animalesco de abordar as necessidades do afeto, impondo leis selvagens aos relacionamentos, pior do que agiriam feras e celerados dementes.
Por tudo isso, há muito para cumprir da parte desta humanidade no trato do seu aspecto feminino, déficit este vinculado de perto ao desassossego e aos dramas de que se sabe e quase nada promovemos para evitar.

Uma Agenda Revolucionária para os Verdes? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Volto a falar dos movimentos e dos partidos Verde. Uma novidade da metade do século XX para agora. Um Partido que foi a terceira força mais votada nas eleições do primeiro turno do Brasil. Uma força política capaz de galvanizar, mesmo que a depender de algumas razões de campanha eleitoral, o eleitorado que teve, não é de se desprezar na argumentação política.

Agora todos esperam as grandes bandeiras do Partido Verde Brasileiro, suas lutas principais e suas idéias mais marcantes de país. Uma dos grandes dilemas do Partido Verde e dos movimentos que gravitam no seu entorno é a ampliação dos seus próprios paradigmas de luta política: conservacionismo e desenvolvimento sustentável.

Um paradigma a ser conquistado é a modificação completa de toda a cadeia produtiva da humanidade como a compreendemos hoje. Isso implica uma luta não menos contraditória do que os socialistas tiveram com o sistema produtivo capitalista. A sociedade que emergiria de uma modificação destas já não cabe no modelo clássico de acumulação e tem uma imensa contradição com o sistema financeiro mundial que é a ponta mais avançada do atual capitalismo.

É importante que se tenha em mente que todo sistema econômico, como o capitalismo ou socialismo, se fazem sobre a plataforma de instituições: a forma de propriedade, o modo produção, as forças produtivas e assim por diante. Uma mudança de paradigma do movimento e partidos Verdes implica nisso tudo. O melhor exemplo é o que o veterinário e pos-graduado em Administração de Empresas e colaborador de diversos jornais mexicanos e espanhóis, Gustavo Duch Guillot alerta sobre a fome e o esgotamento das reservas de Petróleo.

Normalmente o Petróleo se associa com a movimentação de veículos e com alguns materiais como fio de tecido, plásticos e a química de drogas e tintas. É raro se ler algo que analise as repercussões para a vida prática das pessoas, especialmente dos seus alimentos. Isso é o que Gustavo Guillot aponta entre outros efeitos.

O modelo de agricultura e alimentação é inteiramente dependente do petróleo, seja para irrigação, coberturas de plástico para resolver problemas de solo degradado, uso intensivo de pesticidas, herbicidas e fertilizantes, mecanização (plantio, colheita e transporte) da lavoura e o comércio continental e intercontinental de produtos alimentícios. Hoje mesmo tomei café com melão do São Francisco, queijo de Minas Gerais, leite de São Paulo e café do Paraná, sem contar do pão com trigo que vem do exterior.

Segundo Guillot para cada caloria produzida como alimento, já se gastam dez calorias de energia fóssil. E a equação em termos de energia é muito pior, pois já se gasta um barril de petróleo para se extrair dez barris, mas esta equação piorará à proporção que as reservas ficarem mais críticas. A partir do momento que se chegue ao máximo dos estoques mundiais de petróleo.

Igual a um Partido Comunistas/Socialista do século XX, os Verdes terão de atacar o modelo de distribuição e comercialização baseado na quilometragem do que as pessoas comem diariamente, formada por cadeias de distribuição, dependente de transporte, congelamento e empacotamento com enormes gastos de energia. Os europeus, cita Guillot, compram um abacaxi da Costa Rica por um euro ao imaginar uma equação em que o preço da energia é baratíssimo e com disponibilidade ilimitada.

E tem outros elementos perversos, os Europeus comem um abacaxi barato e leva à miséria os camponeses da Costa Rica que recebem quase nada pelo seu trabalho de produzi-los. Quais as alternativas para este futuro próximo? Seria o retorno aos campos, trazendo as pessoas para próximo de onde se produzem os alimentos? Algo como o Camboja fez com todo o terror de Pol Pot? Lembro, pois serão mudança completas na visão de eternidade que as pessoas têm do seu futuro, antenado e climatizado.

O Partido Verde só não pode se abrigar no conforto do conservacionismo e do desenvolvimento sustentável ao estilo do vice-candidato de Marina Silva. E sua militância se equiparar a uma "patricinha de Ipanema" pedindo aos papais para salvarem as baleias.