Quando eu perceber que o fim se avizinha (futuro, primo do presente), recolher-me-ei ao leito, exigirei silêncio, lençóis brancos e cheirosos, uma janela pela qual deverão vagar meus olhos e por onde revelarei o que fiz de bom e de ruim. Não escreverei mais nada, acharei até os meus melhores amigos uns chatos, serei tolerante apenas com os meus netos, pois estes não irão interromper minha conversa com Deus.
João Marni de Figueiredo.
Um comentário:
João e neste dia, como amigo retirado, não se sabe se antes, deixo uma promissória, para uma janela testamental, uma paisagem para o olhar, uma vaga de eventos acontecidos, sem pesos e medidas, um lençol tecido de lavanda, com a brancura do capucho de algodão, tantos como a seiva do paraiso e um silêncio de catedrais, no dorso da treze horas quando os crentes fazem a siesta.
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