Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 29 de março de 2010

Antonio Morais vai falar de seu conterrâneo, Zé Clementino no COMPOSITORES DO BRASIL



A.Morais, José Clementino e Pedro de Souza

Por Zé NiltoN

Antonio Alves de Morais, folclorista nato, contador de histórias, bom de prosa, alegre e loquaz, como todo bom varzealegrense estará nesta quinta, no COMPOSITORES DO BRASIL, pela Rádio Educadora, às 14 horas, falando do grande compositor brasileiro José Clementino.

Todos sabem da importância de Zé Clementino para a música nordestina. Mais ainda: Foi ele quem ajudou a reabilitar o velho Luís Gonzaga, acometido de um ostracismo forçado pelas novas ondas da mídia e da indústria fonográfica.

Pois foi justamente o famoso Zé Clementino que, em pleno embalo do iê, iê, iê, com toda aquele barulho dos cabeludos, estimula corajosamente a inclusão de uma música no LP de Gonzagão,em 1967, que veio a ser o carro chefe do disco, e serviu de contraponto para a visibilidade cultural do “Brasil de baixo”.

Xote dos Cabeludos

Composição: José Clementino e Luiz Gonzaga

Cabra do cabelo grande
Cinturinha de pilão
Calça justa bem cintada
Custeleta bem fechada
Salto alto, fivelão
Cabra que usa pulseira
No pescoço medalhão
Cabra com esse jeitinho
No sertão de meu padrinho
Cabra assim não tem vez não.
No sertão de cabra macho
que brigou com Lampião
brigou contra Silvino
quem enfrenta batalhão
amansa burro bravo
pega cobra com a mão
trabalha sol a sol
de noite vai pro sermão
rezar pra Padre Ciço
falar com Frei Damião
No sertão de gente assim
No sertão de gente assim
Cabeludo tem vez não...

Com a companhia graciosa de Morais sem dúvida faremos um programa inesquecível.

Ouça pela Rádio Educadora, 1020, com transmissão em tempo real pelo blog:
www. cratinho. Blogspot.com

Braguinha por Norma Hauer

O ÚLTIMO BALUARTE - BRAGUINHA
Foi no dia 20 de março de 1907, que nasceu, aqui no Rio de Janeiro, Carlos Aberto Braga, que ficou conhecido como Braguinha ou João de Barro.

E por que João de Barro?

Eles eram 5: Carlos Braga, Henrique Foréis, Noel Rosa, Henrique Brito e Alvinho. Criaram o "Bando dos Tangarás" lembrando um pássaro cantador. Cada qual se
"incorporou" em um pássaro e começaram a cantar, apresentando-se nas emissoras de rádio então existentes, em pequenas reuniões e em qualquer lugar onde pudessem se apresentar como um grupo de "cantadores". Sua primeira gravação, na gravadora Parlophon, foi um samba de Almirante (Henrique Foréis), de nome "Mulher Exigente".

Com a morte de Henrique Brito e a saída de Alvinho, o grupo se desfez e cada qual seguiu seu caminho, dentro da esfera musical da época (fim dos anos 20).

Henrique Foréis passou a ser conhecido como Almirante, Noel Rosa era o Noel que todos conhecemos e Carlos Braga, que adotara o pseudônimo de João de Barro, foi o único que manteve o nome do pássaro. E assim passou a assinar as inúmeras composições que foi criando. E como criou!
Um de seus primeiros sucessos foi gravado por Mário Reis: "Moreninha da Praia":

Moreninha querida
/ da beira da praia
/que mora na areia todo o verão.../
que anda sem meia,/ em plena avenida,
/ varia como as ondas/ o seu coração".

Andar sem meia era um ato corajoso.

Os anos foram passando e ele sempre produzindo com o nome de João de Barro.
Vieram a "Chiquita Bacana" que se vestia "com uma casca de banana nanica", as "Touradas em Madri"; ele cantou as "Noites de Junho": "noite fria, bem fria de junho, os balões para o céu vão subindo... " transformou parte da letra de "Linda Pequena", de sua pareceria com Noel Rosa, tornando-a um dos maiores sucessos de todos os tempos, com o nome de "As Pastorinhas", da mesma forma que, fazendo a letra de um velho choro que vinha dos anos 10, da autoria de Pixinguinha, marcou uma das músicas mais ouvidas em todos os tempos: "Carinhoso".

Enfeitou o carnaval dizendo "Yes, nós temos banana"; cantou o "Balancê"; "A Saudade Mata a Gente"; os "Sonhos Azuis", navegou pelos "Mares da ;China"; acompanhou o vôo da “Linda Borboleta”; descobriu ser Copacabana a "princesinha do mar" e revelou ao estrangeiro "Onde o Céu Azul é Mais Azul".

Maracanã - 1950-Copa do Mundo. Jogo: Brasil x Espanha – vitória do Brasil! Todo o povo canta "eu fui às touradas em Madri,/ parara tim-bum...e quase não volto mais aquiii...". Braguinha, o nosso João de Barro, emocionado, começa a chorar. Nessa emoção, ouve alguém dizer: "o que este espanhol está fazendo aqui?" Era o autor chorando por sentir como sua música alegrou uma multidão feliz.

Carnaval de 1984 – desfile da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, sambódromo lotado e Braguinha desfilando, sendo homenageado com o enredo vitorioso "Yes, nós Temos Braguinha".

Por muito pouco Braguinha não foi centenário. Faleceu na véspera do Natal ( 23 de dezembro) de 2006.
Se vivesse mais três meses, em 29 de março de 2007 completaria cem anos.

Norma
Homenagem aos 50 anos de Renato Russo

- Cláudio Teixeira -


Dizer que Renato Russo está vivo até hoje na memória de milhões de brasileiros é tão óbvio quanto ouvir uma música dele, cantarolar e relembrar de alguma época da vida. Nascido em 27 de março de 1960, o eterno líder da Legião Urbana completaria 50 anos de idade neste sábado. Renato liderou um dos maiores movimentos musicais do Brasil e ajudou a dar cara ao rock nacional com sua atitude por meio de suas letras e poesia.

Cláudio Teixeira (Caricaturas)

Hoje pela manhã com as Tias High-Tech - por José do Vale Pinheiro Feitosa

As tias high-tech, Rosa, Raimunda e Maria, acordaram como sempre: antes do sol aparecer. Algumas orações das matinas e se espalharam. Rosinha foi até a beira do açude para sentir-lhe as águas ainda mansas da noite morna. Tia Rosa adora este convívio com as águas se acordando: quando nenhum bicho bebeu-lhe aos goles, sem que os besouros ainda pousassem-lhe a fina película da superfície.

Mundinha, como destino da vida: foi até ao poleiro examinar quantos ovos a manhã lhe dera. Assim como a terra põe o ovo do sol. Retornar com o vasilhame com pelo menos uma dúzia é completar uma via sacra na glória de todo amanhecer. Já Maria assuntou o tempo em busca das chuvas enquanto examinava a ordenha das vacas.

Após o desjejum frugal, seguiram o ritmo do garimpo das noviças das manchetes dos jornais on-line. Na internet, computador piscando o “hardware” sob o humilhante comande dos “softwares”, isso sem contar que estes últimos também estão com o olhar feroz do “scandisck”, em busca “spyware”, “vírus” e tantos fragmentos maldosos, que mesmo para umas tias high-tech já é demais. Rosa indignada:

- Vocês souberam? Vão cobrar pelo conteúdo dos jornais on-line?

- A ganância é o lodo da boa intenção e a praga da Inteligência. – Comentou Raimunda.

- A gente não paga e sabe do que acontece do mesmo modo.

Continuaram nas páginas dos jornais do Sul: “Mulheres-bomba matam ao menos 37 pessoas em Moscou”. “Bebês abandonados em túnel em São Paulo”. “Fernando Noronha: a ilha onde é proibido ter bebê.

- Viram? Vocês viram? – Maria chegou a assustar a irmã quase gritando estas frases.

- Viram o quê, mulher? – Rosa suspirando e Mundinha de olhos arregalados.

- Se mandassem os pais de São Paulo para Fernando Noronha, não abandonariam os filhos, pois nem meninos teriam. As mulheres que se explodem para destruir tanta vida perderam o sentido da nascença. Ao invés de gerarem a vida, explodem a vida que há.

- Pois sim. O jornal e muita gente que trabalha neles pensam que não, mas toda manchete é ligada à outra pela mesma linha que torna a vida de cada um o fio da meada das coisas e dos instantes que acontecem no mundo. Aí Maria completou a síntese da manhã.

Bem dizendo, pois Rosa só para falar da idade das mesmas, sem que alguma sequer o queira, falou alto a última manchete:

- “DOR CRÔNICA AFETA 80% DA POPULAÇÃO MUNDIAL.

As três, em silêncio, concordaram que era muita dor. Dor de tudo, do corpo e da alma.

Recebi de Minas Gerais a missão de reunir as tribos. Comigo estão todos os ventos. E os anjos dizem amém. Move-se como um raio meu velho pangaré, com ela na garupa. Na blusa, ela leva um poema. Na blusa, um poema do céu.

(Geraldo Urano)

Suspiros- Socorro Moreira


A noite passando
O sono viajando
Tua lembrança
num vai e vem constante
- Meu susto,
e meu encanto !

A madrugada me consome
As auroras tardam
O amor que nem chegou
Adormece noutro dia
E desabita minha alma

Sopra vento frio
Sopra um luar
que eu respiro
Suspiro ...
-A lua me traz um recado !

ANKITO



Ankito, nome artístico de Anchizes Pinto (São Paulo, 26 de fevereiro ou 26 de novembro de 1924 — Rio de Janeiro, 30 de março de 2009) foi um ator brasileiro, considerado um dos cinco maiores nomes das chanchadas.

De família circense, era filho do palhaço Faísca e sobrinho do famoso palhaço Piolim. Era casado com a atriz Denise Casais.

Passou a atuar profissionalmente no circo aos sete anos de idade, no globo da morte.

Onze anos mais tarde, passou a atuar em shows no Cassino da Urca, como acrobata, na época considerado um esporte, e que lhe rendeu cinco vezes o título de campeão sul-americano. Em seguida ingressou no teatro, substituindo por uma noite o ator principal da companhia, porém fez sucesso e permaneceu no elenco. Contracenou com Grande Otelo no show Bahia Mortal e, a essa altura, sua carreira já estava consolidada. Com o sucesso no teatro, em 1952, foi convidado para fazer três dias de filmagem no filme É fogo na roupa, mas o sucesso foi tanto que os três dias passaram a ser 39, tendo inclusive sido colocado o seu nome em primeiro lugar nos créditos do filme. Continuou a fazer shows pelo Brasil com uma companhia de vedetes, em clubes e cinemas, que sempre exibiam um filme dele antes de cada espetáculo.

Protagonizou 56 filmes, todos recordes de bilheteria, entre eles Três recutas, Marujo por acaso, Um candango na Belacap, Rei do movimento, O feijão é nosso, O grande pintor, Angu de caroço, O boca de ouro, E o Bicho Não Deu, Sai dessa recruta e Metido a bacana, onde a dupla Ankito e Grande Otelo apareceu pela primeira vez. Estes filmes foram lançados de 1952 a 1961, período do apogeu de sua carreira artística.

Em 1960 sofreu sofre um acidente grave durante as filmagens Um candango na Belacap, quando caiu de um prédio em construção. O acidente afetou a sua capacidade de fazer acrobacias e abreviou sua carreira cinematográfica.

Em 1966, participou do filme em episódios As cariocas, de Fernando de Barros, Walter Hugo Khouri e Roberto Santos. Atuou também em O Escorpião Escarlate, de Ivan Cardoso e Beijo 2348/72, de Walter Rogério, ambos de 1990.

Na televisão, participou de muitos programas humorísticos. Fez parte do elenco da TV Tupi, da Record e da Bandeirantes. Mais tarde, na Globo, além das participações nos humorísticos, fez parte do elenco das telenovelas Gina, com a Cristiane Torloni; Marina, com Edson Celulari e A sucessora, de Manoel Carlos. Em 2005, fez o personagem "Falecido", na telenovela Alma gêmea. Atuou também em inúmeras minisséries e participou da primeira versão do Sítio do Pica-pau Amarelo, onde fez os personagens "Soldadinho de chumbo" e o "Curupira.


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A poesia de Paul Verlaine

A Angústia

Nada em ti me comove, Natureza, nem
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.

Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio plas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.

Não creio em Deus, abjuro e renego qualquer
Pensamento, e nem posso ouvir sequer falar
Dessa velha ironia a que chamam Amor.

Já farta de existir, com medo de morrer,
Como um brigue perdido entre as ondas do mar,
A minha alma persegue um naufrágio maior.

Paul Verlaine, in “Melancolia”
Tradução de Fernando Pinto do Amaral

O Meu Sonho Habitual

Tenho às vezes um sonho estranho e penetrante
Com uma desconhecida, que amo e que me ama
E que, de cada vez, nunca é bem a mesma
Nem é bem qualquer outra, e me ama e compreende.

Porque me entende, e o meu coração, transparente
Só pra ela, ah!, deixa de ser um problema
Só pra ela, e os suores da minha testa pálida,
Só ela, quando chora, sabe refrescá-los.

Será morena, loira ou ruiva? — Ainda ignoro.
O seu nome? Recordo que é suave e sonoro
Como esses dos amantes que a vida exilou.

O olhar é semelhante ao olhar das estátuas
E quanto à voz, distante e calma e grave, guarda
Inflexões de outras vozes que o tempo calou.

Paul Verlaine, in “Melancolia”
Tradução de Fernando Pinto do Amaral

A uma Mulher

Pra vós são estes versos, pla consoladora
Graça dos olhos onde chora e ri um sonho
Doce, pla vossa alma pura e sempre boa,
Versos do fundo desta aflição opressora.

Porque, ai! o pesadelo hediondo que me assombra
Não dá tréguas e, louco, furioso, ciumento,
Multiplica-se como um cortejo de lobos
E enforca-se com o meu destino que ensanguenta!

Ah! sofro horrivelmente, ao ponto de o gemido
Desse primeiro homem expulso do Paraíso
Não passar de uma écloga à vista do meu!

E os cuidados que vós podeis ter são apenas
Andorinhas voando à tarde pelo céu
— Querida — num belo dia de um Setembro ameno.

Paul Verlaine, in “Melancolia”
Tradução de Fernando Pinto do Amaral

Paul Verlaine




Paul Marie Verlaine (30 de Março de 1844 – 8 de Janeiro de 1896) é considerado um dos maiores e mais populares poetas franceses.

Nascido em Metz, ele foi educado no Liceu Bonaparte (atual Liceu Condorcet), em Paris e depois começou a trabalhar como funcionário público. ele começou a escrever poesia cedo, e foi inicialmente influenciado pelo parnasianismo e seu líder, Charles Leconte de Lisle. A primeira obra publicada de Verlaine, Poèmes saturniens (1866), apesar da crítica negativa de Sainte-Beuve, o estabeleceu como um poeta de originalidade e futuro promissor.

A vida particular de Verlaine invadiu seu trabalho, começando pelo seu amor por Mathilde Mauté. Mauté tornou-se sua esposa em 1870. Na proclamação da Terceira República no mesmo ano, Verlaine juntou-se ao 160º batalhão da Guarda nacional, e tornou-se Communard em 18 de março de 1871. Ele veio a ser chefe do escritório de imprensa do Comitê Central da Comuna de Paris. Verlaine escapou das mortais lutas de rua conhecidas como Semana Sangrenta, ou Semaine Sanglante, e foi esconder-se no Pas-de-Calais.

Verlaine voltou a Paris em agosto de 1871 e, em setembro, recebeu a primeira carta do poeta Arthur Rimbaud. Em 1872, ele já havia perdido interesse em Mathilde, e logo abandonou-a com seu filho, preferindo a companhia de seu novo amigo. A tempestuosa relação de amizade de Rimbaud e Verlaine os levou a Londres, em 1872. Em julho de 1872 em uma crise de desespero Verlaine disparou dois tiros com uma pistola em Rimbaud, atingindo seu pulso, mas sem causar-lhe sérios danos. Como resultado indireto desse acidente, Verlaine foi preso e encarcerado em Mons, onde ele experimentou uma conversão à Igreja Católica, o que novamente influenciou suas obras e provocou críticas afiadas de Rimbaud. "Romances sans paroles" foi o resultado poético deste período. Depois de sair da prisão, Verlaine viajou novamente à Inglaterra, onde trabalhou por alguns anos como professor e produziu outra obra de sucesso, Sagesse. Ele voltou à França em 1877 e, enquanto ensinava Inglês em uma escola em Rethel, apaixonou-se por um de seus alunos, Lucien Létinois, que foi quem o inspirou a escrever seus próximos poemas. Verlaine ficou devastado quando o garoto morreu de tifo em 1883.

Os últimos anos de Verlaine testemunharam dependência de drogas, alcoolismo e pobreza. Ele viveu em bairros pobres e hospitais públicos, e passava seus dias bebendo absinto em cafés parisienses. Por sorte, o amor à arte dos franceses foi capaz de dar-lhe apoio e alguma ajuda financeira: suas poesias antigas foram redescobertas, seu estilo de vida e estranho comportamento em frente a platéias atraíram admiração, e em 1894 ele foi eleito "Príncipe dos Poetas" da França. Sua poesia foi admirada e reconhecida como inovadora, servindo de fonte de inspiração para famosos compositores, como Gabriel Fauré, que transformou vários de seus poemas em música, incluindo La bonne chanson, e Claude Debussy, que tornou música cinco dos poemas de Fêtes galantes. Paul Verlaine morreu em Paris com 52 anos de idade, em 8 de janeiro de 1896, e foi enterrado no Cimetière des Batignolles.

Muito da poesia francesa produzida durante o fin de siècle (fim do século - movimento cultural francês que aconteceu entre 1880 e o começo da Primeira Guerra Mundial), que foi caracterizado como "decadente" por seu conteúdo chocante ou visão moral. Em uma veia parecida, Verlaine usou a expressão poète maudit("poeta maldito") em 1884 para se referir a um número de poetas como Stéphane Mallarmé e Arthur Rimbauld que haviam lutado contra convenções poéticas e reprimendas sociais sofridas ou foram ignorados pelos críticos. Mas com a publicação do Manifesto Simbolista de Jean Moréas em 1886, foi o termo simbolismo que começou a ser mais aplicado ao novo ambiente literário. Juntamente com Verlaine, Mallarmé, Rimbauld, Paul Valéry, Albert Samain e muitos outros começaram a ser chamados de "Simbolistas". Esses poetas iriam, de vez em quando, compartilhar temas correspondentes às estéticas de Schopenhauer e noções de desejo, fatalidade e forças inconscientes, e temas de sexo (como prostitutas), a cidade, fenômenos irracionais (delírios, sonhos, narcóticos e álcool), e às vezes um vago contexto medieval. Na poesia, o procedimento simbolista era usar discretas sugestões ao invés de precisas declarações (a retórica foi banida) e evocar humores e sentimentos através da mágica de palavras e sons repetidos, da cadência do verso (musicalidade) e da inovação métrica.

Vários aristas pintaram seu retrato. Entre os mais ilustres estão Henri Fantin-Latour, Antonio de la Gándara, Eugène Carrière, Frédéric Cazalis, e Théophile-Alexandre Steinlen. O tempo em que Rimbauld e Verlaine passaram juntos foi o tema do filme Total Eclipse (1995), dirigido por Agnieszka Holland e com roteiro de Christopher Hampton, baseado em sua peça. Verlaine foi interpretado por David Thewlis.

* Wikipédia

Ninguém me habita - Thiago de Melo



Ninguém me habita. A não ser
o milagre da matéria
que me faz capaz de amor,
e o mistério da memória
que urde o tempo em meus neurônios,
para que eu, vivendo agora,
possa me rever no outrora.
Ninguém me habita. Sozinho
resvalo pelos declives
onde me esperam, me chamam
(meu ser me diz se as atendo)
feiúras que me fascinam,
belezas que me endoidecem.

Soneto da Luz - Por João Nicodemos

NICODEMOS , Feliz Aniversário !



" Músico e poeta, em busca da Poesia... com todas as ferramentas da Arte."

29 de Março- Dia de homenagear o nosso músico e poeta : João Nicodemos de Araújo Neto

Feliz Aniversário, Corujinha Baiana !


Você , Conquistadora e Conquistada do Blog Cariricaturas , tem o nosso carinho , num grande abraço !
Agradecimentos por tudo de sábio e belo que vem nos prestigiando desde os nossos primeiros dias ...Parabéns pelo dia de hoje, e parabéns também por ser essa figura linda e misteriosa, que aprendemos a amar sem reservas.

Coruja



O termo coruja é a designação comum às aves estrigiformes, das famílias dos titonídeos e estrigídeos. Tais aves possuem hábitos crepusculares e noturnos e vôo silencioso devido à estrutura das penas, alimentando-se de pequenos mamíferos (principalmente de roedores), insetos e aranhas. Engolem suas refeições por inteiro, para depois vomitarem pelotas com pêlos e fragmentos de ossos.Moram em ninhos que ficam em cima de árvores. Na região do Amazonas, algumas espécies também são chamadas de murutucu.

A superstição popular diz que adivinham a morte com o seu piar e esvoaçar. Julgava-se também que essas aves gostam de azeite por visitarem as igrejas durante a noite, onde existiam lamparinas de azeite acesas. Na realidade elas procuravam os insectos atraídos pela luz das lamparinas. Os filhotes de corujas podem ser vítimas de outros predadores como o gavião. A coruja é considerada o símbolo da inteligência. As corujas conseguem girar o pescoço 180 graus.
[editar] Reprodução

O período da reprodução dependente da espécie. A prole é entre cinco ovos por gestação. Depois da eclosão o macho cuida dos filhotes por dois meses até que estes aprendam a se defender.

Uma das caracteristicas marcantes da coruja é o fato da mesma fazer o seu ninho no solo, no local de muitas relvas baixas, próximo a árvores. Cavam no chão verticalmente até certo ponto, e depois prosseguem horizontalmente até o ponto definido para colocar o ninho livre de predadores. O macho fica de sentinela na árvore, cuidando do ninho, principalmente durante o dia. Na presença de um possível invasor os filhotes podem imitar sons de serpentes (sibilar) fazendo o agressor desistir do ataque.

Wikipédia

Prabéns, Corujinha Baiana !




Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trêmulo sem ritmo
na esfera da vida.

Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:

"Quem és tu?"
( Kahlil Gibran )

Adelino Moreira - por Norma Hauer

Foi no dia 28 de março de 1918 que nasceu , em Portugal, Adelino Moreira de Castro ou simplesmente ADELINO MOREIRA, compositor que se entrosou bem com nossa música, sendo autor de vários sucessos, principalmente na voz de Nelson Gonçalves.

Com apenas 1 ano, veio com sua família para o Brasil, indo residir no bairro de Campo Grande, aqui no Rio, onde viveu toda sua vida.

Em 1948, voltou a Portugal, onde gravou músicas brasileiras.
Regresssou ao Brasil no início dos anos 50, período em que passou a compor mais canções.

Como já dissemos acima, grande parte de sua obra foi gravada por Nélson Gonçalves, para quem compunha desde 1952 .

"Última Seresta" foi sua primeira canção gravada, enquanto a mais famosa, “A Volta do Boêmio”, é uma resposta àquela.

Nem só de Nelson Gonçalves viveu ADELINO MOPREIRA.

É de Adelino Moreira "A devota e o Pecador", gravado por Carlos Galhardo em 1959.

Foi ele quem “descobriu” a cantora Núbia Lafayete, em 1959, a quem deu dois sambas:”Devolvi” e “Solidão”.
“Devolvi” foi o maior sucesso da cantora.

Outro cantor foi lançado por Adelino Moreira: Carlos Nobre, em 1964. Este teve, em “Negue” seu primeiro grande sucesso, embora não fosse o primeiro a gravá-lo. Quem o fez foi Carlos Augusto.
Nessa época havia rompido com Nelson Gonçalves e quem lucrou foi Carlos Nobre.

Somente em 1975 voltou a gravar com Nelson Gonçalves.
Foram inúmeros sucessos:"A Flor do Meu Bairro"; "A Deusa do Asfalto";"Escultura"; Silêncio da Seresta"; "Êxtase";"Meu VÍcio é Você": Meu Dilema";Mariposa";"Chore Comigo"...

Em 1971, Teixeirinha (outro aniversariante de março) grava em seu LP: "Num Fora de Série" a música: "A Volta do Boêmio".

Em 1972, Teixeirinha grava a música: "Perdoar é Divino"; sendo esta canção da trilha sonora de dois filmes estrelados pelo cantor: "Ela Tornou-se Freira" e "Teixeirinha à 7 Provas".

Suas músicas mais regravadaa são "Negue" e "A Volta do Boêmio".

No dia 9 de maio de 2002, encontrava-se em sua casa, quando um infarto fulminante o levou aos 84 anos.

Norma