Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fragmentária
- Claude Bloc -


Um dia sumi. Sozinha subi as serras, desci ladeiras, Vasculhei planícies. No deserto da linguagem busquei as palavras para expressar momentos passados. Momentos presentes. Pincei o tempo. Senti-me frágil, fragmentária que sou. Parei no mais banal dos dias, reencontrei a saudade. Saudei-a. Vesti-me das doces horas. E me refiz do barro e, de sopro novo nas narinas, teci o ar da criação e reencontrei no trivial a minha essência: nas simples frases que escrevi, na doce alquimia do meu pensamento, na eterna releitura dos meus sonhos, no refazer dos meus afetos… Aprendi a viver de novo…
Claude Bloc

Oito Olhos

Uma diáfana aranha
atrás do estojo de facas
não se escondia dos meus olhos.

Aliás, esperava bem atenta
que eu pousasse sobre sua aura
o meu olhar de criança
como tal muito curiosa.

Percebi na hora
que aquela transparente criatura
viera aos meus olhos para uma coisa

talvez simplória,
sem significado algum

mas uma coisa bem clara:
que eu lhe escrevesse versos
enquanto o incauto inseto
passeava tão próximo
das suas patas...

Abraço irmão, já era.

Credo

Vivo sob ordens superiores.
Dos céus. Lá do alto.

Também da terra.
Do mais rasteiro.

Não sinto necessidade
de ser verme
ou pássaro.

Cruzar nuvens,
depois visitar o inferno.

Minha vida é regida
por milagrosos conselhos
cujo fogo queima
da minha alma
cedo ou tarde
tudo que é vaidade:

malícia em querer ser verme
soberba em querer ser pássaro.

E por mais que eu tente
vislumbrar o futuro,
renascer o passado

apenas aos meus olhos
é permitido:
o presente
e o efêmero.

Daí nunca estar contente
o meu silêncio
nem turva nunca vejo
a estepe dos meus versos.

Richard Wagner


Richard Wagner
22/05/1813, Leipzig, Alemanha
13/02/1883, Veneza, Itália



Wagner notabilizou-se pela criação da tetralogia "O anel dos Nibelungos"

Wilhelm Richard Wagner, compositor, maestro, intelectual, ativista político e representante do neo-romantismo alemão, cuja obra influenciou a música ocidental. Wagner nasceu em uma família de artistas.

Viveu cerca de três anos em Paris e, em 1842, com 29 anos, retornou a Alemanha onde sua ópera "Rienzi" foi encenada.

Nomeado regente da ópera real, ocupou esse posto até 1849. Escreveu artigos defendendo a revolução alemã de 1848, que fracassou. Fugiu da Alemanha e não pode ver a primeira apresentação de "Lohengrin", feita por Liszt em 1850.

De 1849 a 1852 escreveu obras impressas como "Arte e Revolução", "A Arte do Futuro", "Uma comunicação a meus amigos", e "Opera e Drama", que delineou um novo tipo de teatro musical.

Dirigiu concertos da Filarmônica de Londres em 1855 e viveu em Zurique até 1858. Wagner acreditava na criação de uma música nacional que, baseada nos mitos de origem do povo alemão e na criação da identidade coletiva, fosse capaz de educar e formar um novo homem, uma nova sociedade. Abertamente anti-semita, denunciou a "judaização" da arte moderna, conclamando por uma "guerra de libertação". Talvez por isso tenha sido o compositor preferido de Hitler.

Influenciado pela filosofia de Schopenhauer, escreveu "Tristão e Isolda"(1857-59), inspirado no seu perdido amor por Mathilde Wesendonk, que causou sua separação de sua esposa Minna. Devido a esse caso amoroso, trocou Zurique por Veneza.

Em 1859 foi a Paris, e, em 1861, anistiado, retornou à Alemanha e depois viajou para Viena, onde desenvolveu seu trabalho como compositor até 1864, quando teve de fugir para não ser preso, devido a débitos financeiros.

Chegou sem dinheiro em Stuttgart e quem o ajudou foi Ludwig 2o, o jovem rei da Bavária, seu grande admirador, que o chamou para viver em Munique. Wagner estava com 51 anos e pelos seis anos seguintes apresentou, com sucesso, suas óperas na capital da Bavária. Porém, novamente ficou endividado, além de tentar imiscuir-se na política do reino e de se tornar amante de uma filha casada de Liszt, que lhe deu três filhos, mesmo antes de se divorciar e casar-se com ele em 1870. O rei decidiu alojá-lo em Triebschen, no lago de Lucerna.

Em 1869 Wagner retomou o projeto da tetralogia "O anel dos Nibelungos". Convencido de que precisaria de um teatro especial para apresentar aquela obra, Wagner concebeu o Teatro Bayreuth, na Bavária, com o apoio do rei. O teatro foi inaugurado em 1876, com a apresentação do "O anel dos Nibelungos".

Wagner permaneceu em Bayreuth, salvo viagens para concertos em Londres e na Itália. Durante esses anos ele compôs seu último trabalho, o drama "Parsifal", iniciado em 1877 e apresentado em 1882. Ditou para a esposa sua autobiografia e morreu em Veneza.

Dom Pedro 2o desejava muito que Carlos Gomes fosse estudar música na Alemanha. O imperador brasileiro era grande admirador da obra de Wagner, colaborando, inclusive, com a construção do Teatro Bayreuth. No entanto, Gomes preferiu a Itália, terra de Verdi.

uoleducação

Kim Novak



Kim Novak (1933- ) Marilyn Pauline Novak nasceu em Chicago, Illinois, EUA. Descendente de uma família católica checa, Marilyn Pauline Novak era filha de pais professores.

Após concluir seu curso secundário, começou a trabalhar como modelo em uma Loja de Departamentos, no sector de moda para adolescentes.

Ela trabalhou ainda como ascensorista, vendedora e assistente em uma clínica dentária. Após percorrer o país como propagandista de uma fábrica de refrigeradores, "Miss Deepfreeze", Novak mudou-se para Los Angeles, onde retomou sua carreira como modelo.

Em 1954, quando a RKO Radio Pictures produziu o filme "The French Line” fez uma pequena ponta ao se apresentar como uma modelo em uma escada. Ao ser vista por um caçador de talentos da Columbia Pictures, foi por este recomendada ao Chefe do Estúdio, Harry Cohn, que procurava alguém para substituir a rebelde e difícil Rita Hayworth.

Assim, Novak assinou seu primeiro contrato, com duração de seis meses.Na época, ainda usava o nome de baptismo, Marilyn Pauline Novak, mas concordou em passar a usar o nome artístico de Kim Novak, sugerido pelo Estúdio.

Após receber aulas sobre a arte de representar, foi escalada para o papel de Lona McLane em "Pushover", de Richard Quine, 1954.Embora não aparecesse como a atriz principal, sua beleza chamou a atenção do público e da crítica.

Em seguida, actuou em três outros filmes de menor importância até que, em 1955, viu seu trabalho reconhecido por sua actuação em “Picnic”", de Joshua Logan, ocasião em que foi agraciada com o Globo de Ouro de Revelação Feminina, e indicada pela Academia Britânica ao Prémio de Melhor Actriz Estrangeira.

A partir daí, Kim Novak actuou em cerca de outros 25 filmes, muitos dos quais excelentes como, por exemplo, "Vertigo", de Alfred Hitchcock, "The Man With Golden Arm", de Otto Preminger, e "The Eddy Duchin Story", de George Sidney.Sua última aparição na telona ocorreu em 1991, no papel de Lillian Anderson Munnsen, no filme de suspense "Liebestraum", de Mike Figgs, para a MGM.Depois desse filme, passou a recusar sistematicamente muitas outras oportunidades que lhe foram oferecidas para voltar a actuar tanto no cinema quanto na televisão. Kim Noval casou-se duas vezes:

Seu primeiro casamento, com o actor inglês Richard Johnson, deu-se em 15/03/1965, de quem veio a se divorciar em 23/04/1966.O segundo, com o veterinário Dr. Robert Malloy, ocorreu em 12/03/1976 e perdura até hoje.Ela teve, também, um relacionamento com Ramfis Trujillo, filho de Rafael Trujillo, ditador da República Dominicana.

Estorinha

Entre a musa
e o poeta
uma bostinha
de poodle.

De todo aquele galanteio
flerte, caras e bocas
restara tão somente
patético constrangimento.

O poeta,
prestimoso cavalheiro,
ainda avisou à mocinha:
"cuidado, flor, olha onde pisa..."

Tarde demais.
O tênis branco
enrubesceu de vergonha.

Um risinho tímido
em seguida o vento levou.

Cena

É difícil
muito difícil mesmo
que alguma dama
por este poeta
apaixone-se.
Não tenho carro
sequer sei dirigir.
Soube por fontes fidedignas
que nem ninfas nem madames
dão-se ao infortúnio
de amar um sujeito miserável
que só tem asas nos pés
para correr atrás
dos coletivos urbanos.
Se ainda fosse eu um cão de raça
dourado e de olhos azuis
meus latidos ouvidos logo seriam
das carruagens imperiais.
Princesinhas, sem dúvida alguma,
ofereceriam a mão para beijar
os lábios para lamber
e a nuca para me perder
cheirando embriagado
sem fim.
É difícil,
improvável mesmo
que alguma mulher
sã de juízo
saudável de corpo
ouse por este poeta
apaixonar-se.
Entendo.
Deve ser horrível
para uma dama
ser encoxada
no ônibus lotado
enquanto do seu amado
lhe roubam a carteira.

invisivelmente palpável

Nem imaginas o que habita
dentro do teu corpo:
um parasita enorme
corpo de yoguer.

Por onde raios anda tua alma
que não vê essa convivência?

O mesmo parasita
que te abocanha a víscera
é o próprio dito cujo 
que te provoca
esse silêncio
essa apatia.

Percebe, ó ditoso
que o corpo 
que a alma
não vivem distantes
em outro plano
em outra terra.

E tampouco te espantes
se ao acordares
te sorrir uma só coisa
debruçada sobre tua cama.

Todo o mundo conhece este assunto


Quando omitir ou não o artigo definido junto ao pronome "todo"?

por Sérgio Simka*

A gramática estabelece uma distinção de sentido entre TODO e TODO O, TODA e TODA A. A diferença semântica reside justamente no uso e na omis são do artigo. Assim, atribui-se a TODO o significado de "qualquer" e a TODO O a significação de "inteiro".

Nas frases seguintes, a diferença é clara: Lia todo livro que encontrasse. Li todo o livro.

No primeiro caso, o pronome indefinido TODO + substantivo traz a ideia de "qualquer", "cada", por isso o sentido é o de que o cidadão lia "qualquer" livro que encontrasse. Por exemplo, a frase "Todo ser humano tem alma" representa o conjunto dos seres em questão, daí podermos dizer que o uso do singular (TODO = qualquer) tem valor de plural (TODO = totalidade), o que Bechara chama de "totalidade distributivamente de um conjunto plural".

No segundo caso, o adjetivo TODO + O + substantivo tem o sentido de "inteiro", "completo"; assim, o sujeito leu o livro "inteiro". Está implicada uma ideia de integralidade, daí o artigo ser obrigatório.

Todo o mundo/ todo mundo Sem o artigo, "todo" significa "as pessoas em geral":
Todo mundo ficou perplexo com a atitude do professor. Com o artigo, "todo o" quer dizer " todas as pessoas", "o mundo inteiro": O lixo é um grave problema em todo o mundo.

Particularidades

Vejamos, agora, alguns casos particulares:

O pronome indefinido no plural (TODOS) será usado sem o artigo quando um numeral substantivo antecedê-lo. Analise os exemplos:

Todos três foram embora quando eu cheguei.
"Era belo de verem-se todos cinco em redor da criança." (Camilo Castelo Branco, O bem e o mal).

Se o numeral vier seguido de substantivo, o artigo é obrigatório:
Todos os três deputados eram casados.

O pronome indefinido será usado também sem o artigo quando houver um nome em função predicativa:
Tinha dois filhos, todos professores. (= todos eram professores)

Usamos todo como advérbio, quando tiver o sentido de completamente. No entanto, será flexionado como se fosse adjetivo, ou seja, em gênero e número:

A roupa estava toda manchada.
Os senadores caminhavam todos felizes.
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* Sérgio Simka é professor e coordenador do curso de letras das Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP), de Ribeirão Pires-SP, e da Universidade do Grande ABC (UniABC), de Santo André-SP. Autor de Português não é um bicho-de-sete-cabeças (Ciência Moderna), dentre dezenas de livros sobre a Língua Portuguesa. Seu site: http://www.sergiosimka.com/

* Imagem e artigo do site:

http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/21/gramatica-tradicional-158400-1.asp

Um carnaval que se foi ..... por rosa Guerrera


Você foi no carnaval da minha vida aquele personagem principal do meu bloco.
E é uma pena que tenha saído antes do desfile terminar .
Hoje apenas uma lembrança misturada a confetes e serpentinas desbotadas pelo chão .