Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Il Postino

A Viagem de João de Barros entre Crato e São Paulo - Parte II - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Na última postagem recebi o elogio de quatro leitoras. Nunca João de Barros fora tão lido assim. E dessw modo estimulado, enquanto escuto o "IL POSTINO" de L.E. Bacalov feito para o filme o "Carteiro e Poeta, colo mais uma pequena/longa passagem da viagem deste personagem até São Paulo.

O ônibus estava em conserto no ermo dos sertões de Canudos. João de Barros como não tinha nada por fazer, resolveu dar uma caminhada na redondenza. Enquanto caminhava foi aprisionado a um ensaio de teatro, cujos personagens usam a voz para se dimensionar entre a profundidade da história e dos espaço quase sideral de Canudos. Eis que surge o Conselheiro diante de si:

João de Barros sabia que muita coisa mexera no caldeirão da natureza à sua frente. Lembrava-se do filme “Os últimos dias de Pompéia”, e associava o desespero das gentes em busca da salvação, ao que ocorrera com a história que Joaquim lhe contara, mas ia além à verdade que altera até mesmo o mais sólido das formas que é o nosso amado chão. O nosso mais imutável dos sentimentos, o chão que nós pisamos. João estava apavorado não somente com os fantasmas auditivos, mas, sobretudo com o que eles lhe diziam. Seu estado de perplexidade se deteriorou, quando ele viu, sobre uma pedra grande, a não mais de 20 metros, surgir de repente, sem que ele soubesse de onde, a figura exata, descrita por Joaquim, do Conselheiro. João não suportou mais o peso do corpo, as pernas não conseguiam sustentar o peso do que via, e ele caiu sobre o solo, enquanto ouvia o mestre que repetia Euclides da Cunha:

- O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.

Em seguida, o Conselheiro apontou com o cajado ao redor da paisagem e disse:

- Mil contas de um rosário. Houve mil contas para trafegar, então pelas trilhas se fizeram, os filhos de Deus. Como em Jerusalém e Belém, pelos desertos andai. Andai irmãos pelos caminhos da bem aventurança. Andai irmãos pelas trilhas dolorosas da salvação. Andai através de Itapicuru de Cima, sobre Monte Santo, Bom Conselho, Mirandela e Cumbe, andai por Tucano e Jeremoabo. Vague pelos sertões de Curaçá, Alagoinhas, Inhambupe, Mocambo, Pombal, Maçacará e estacionai em Xorroxó.

O personagem, cada vez mais exaltado, continuava pregando para uma multidão oculta ao redor dele e de João que, também, estava na mesma cena e vivia o mesmo ato. Com traços largos marcados pelo cajado no espaço, continuava:

- Os rebanhos que entraram do mar para o sertão e lá cruzaram o destino dos nativos, se viram um dia, quando muito já havia do tempo na busca da terra prometida, frente ao desespero, pois o que restava era a agonia dos rebanhos primitivos, o desengano dos rebanhos mestiços e a corrupção da alma dos rebanhos que do litoral vieram. E Deus disse, voltai a ser um só rebanho e tereis um só pastor. E neste dia a praia virará sertão e o sertão vai virar mar.

Com o cajado apontando para os céus, o Conselheira bradava:

- Fazei-me instrumento de ti. Não faça nascer na mina da minha vida, o ódio rolado das pedras das injustiças, o horror às chagas das esporas que campeiam os vaqueiros cavalgados pelos animais. Amém Senhor. Dê-nos muitos pastos, mas um só rasto e um só rebanho. Ficarão as águas em sangue e o planeta há de aparecer no nascente com o raio do sol que o ramo se confrontará na terra e a terra em algum lugar se confrontará no céu...

E João despertou da letargia em que se encontrava, pois o Conselheiro, apontando o cajado diretamente para ele disse:

- Levantai irmão. Ide ao sul e buscai o consolo para tua alma aflita. Mas no mesmo rastro que fores, retorne às origens dos teus caminhos passados. E lembrai que as imagens levantam consciências, mas a ilusão costuma se alimentar no corpo das artes. Buscai, portanto a verdadeira arte de viver. De viver o tanto que te couber, na medida mesmo em que ao mundo deres tudo que trouxeste ao nascer. E nunca negai teu irmão, mesmo que às horas matinais o galo cante. Ide ao sul e retorne na mesma consciência que estas pedras te falam. Pois o mundo é muito mais do que parece. Levantai agora mesmo.

João, de supetão, levantou-se, passou a mão na bunda para retirar os garranchos presos e, sem olhar para trás, como se fosse um cordeiro tangido pelo pastor, seguiu de volta pela mesma trilha que viera. Retornou ao ônibus para junto dos demais, sem uma única palavra sobre o ocorrido. Apenas assistindo os arremates finais para remover o ônibus da letargia em que se encontrava.

Também sem notar que ali, no meio do sertão, um grupo de estudantes universitários de Salvador, estava treinando para fazer um filme sobre a realidade brasileira. O interessante é que, apesar de brincarem com João, eles tornaram a cena num laboratório com platéia camponesa e ao invés de rirem da ingenuidade do sertanejo, ficaram marcados com o resultado do ensaio, sabendo que estavam prontos para iniciar as filmagens. O filme se chamaria Deus e o Diabo na Terra do Sol, mas João de Barros nunca soube e nem viu este filme.

“OS BRASINHAS”... CONCLUINTES DA IVª SÉRIE GINASIAL ANO 1965








Quando retomei o caminho de volta ao meu “pé de serra”, meu Crato Amado, curtindo as léguas tiranas de Pernambuco e cruzando a Chapada do Araripe, meu pensamento circunavegava fatos, momentos, pessoas e me detive lembrando da minha turma de ginasial. A mais endiabrada, anarquista, heterogênea, brilhante e multifacetada turma que o Diocesano já teve. Vocês meus três leitores vão saber o porquê quando desfiar os nomes ilustres que a compunham.

Outro dia no Crato, Peixoto me fez uma surpresa que me emocionou sobremaneira. Presenteou-me com a “Flâmula” de nossa turma. Eu havia perdido a mnha depois de tantas mudanças. A flâmula era como um troféu. Criei o lay out da mesma e juntos fizemos mil promoções para a sua confecção na gráfica de Seu Ramiro Maia. Custou uma nota apesar dos abatimentos conseguidos. Nós nos autodenominamos: OS BRASINHAS... e olha que fizemos jus a alcunha! Éramos mesmo! Que o digam os nosso professores e o saudoso Monsenhor Montenegro que do céu nos olha, sorri e abençoa até hoje, mas deve balançar a cabeça como fazia quando aprontávamos mais uma "trela".

Resolvi escrever e contar uma série desses eventos hilários. A partir de amanhã aqui nesse telúrico BLOG e que levará o título: “AS PREZEPADAS DOS ZIZINHOS DE MONSENHOR”. Os protagonistas não me autorizaram oficialmente, eu também não ligo pra essa coisa de oficial. Sou mesmo oficioso. Eu me concedo a licença.
Mas hoje quero prestar uma homenagem de gratidão a todos vocês meus nobres e queridos colegas, pela alegria enorme e a honra de ter convivido graciosamente com todos vocês ao longo de quatro anos repletos de tanta alegria, amizade sincera e imorredoura, brincadeiras e presepadas, companheirismo, spirit of corps e muito estudo. Honramos todos nós, cada um no seu mister profissional o Colégio Diocesano, Amado, inesquecível e decantado. Nossa formação foi impar e determinante para o nosso sucesso e a consolidação do nosso caráter. Agradecemos aos nossos Mestres pelo ensino e a formação eclética recebida, e ao Monsenhor pelo zelo, pela vigilância, pela fé que nos confortou e pelo seu amor. Sintam-se fraternalmente abraçados onde quer que estejam:

Anísio Coelho Mota , Antônio Almeida Passos, Antônio André Cartaxo, Antônio Eduardo de Alencar Leite, Antônio Gilson dos Anjos Leite, Antônio Novais Tavares, Antônio Sampaio Bem Filho, Antônio Wanderley Martins, Carlos Augusto Januário, Danilo de Lima Santos, Dorgival Victor de Alencar, Fernando Cruz Januário, Florência de Alencar Cartaxo. Francisco Arraes Farias, Francisco Catônio Mota, Francisco de Jesus Bitu, Francisco Gonçalves da Silva, Francisco Peixoto de Oliveira, Francisco Samuel Bento, Francisco Wilson de Oliveira, Frausio Felix de Oliveira, Haroldo Correia, de Oliveira Magno, Izavan Lins da Silva, João Alves Rodrigues, José Airton Bezerra, José Barbosa de Araújo Filho, José do Vale Pinheiro Feitosa, José Fernandes Feitosa, José Huberto Tavares de Oliveira, José Hugo de Alencar Linard, José Mairton Vieira de Souza, José Nacélio de Oliveira, José Reginaldo Medeiros de Souza, José Renato Correia, José Ribeiro Chagas, José Roosevelt Cavalcante, José Sévio Meneses Oliveira, Luiz Carlos Américo de Aquino, Luiz Vairton Luna Ribeiro, Macário José de Brito, Bezerra, Narciso de Almeida, Passos Filho, Nelson Eduardo Cavalcante, Nilo Sérgio Duarte Monteiro, Pedro Ernesto de Alencar, Raulberto Onofre de Paiva, Ricardo José Vilar de Brito, Roberto de Barros, Ronaldo Correia de Brito, Valdetário José de Lucena, Vicente de Paula Feitosa e Wilton Rocha.

Dona Almina Arraes , nosso respeito e admiração !

Arte nas Escolas - Comunicação Vila das Artes

Programa Dançando na Escola inscreve alunos das escolas municipais

A Prefeitura está levando para 21 escolas municipais de Fortaleza o ensino da dança. A partir do dia 8 de setembro pelo menos 1.600 crianças com idade entre 5 e 12 anos poderão mergulhar no universo da arte. O ensino gratuito da dança nas escolas possibilitará aos alunos o contato com as raízes culturais locais e a diversidade cultural no mundo contemporâneo. O programa, uma política pública de acesso à formação em arte através da dança, é implementado pela parceria entre as Secretarias Municipais de Cultura, através da Vila das Artes, de Educação e da Associação dos Bailarinos, Coreógrafos e Professores de Dança do Ceará (Prodança). Alunos das escolas que participam do projeto e queiram ingressar no ensino da dança devem procurar a secretaria de sua escola para efetuar a inscrição. Até ás 17h desta quarta-feira (26), há inscrição nas seguintes escolas: Emeif Demócrito Rocha, Emeif Professora. Josefina Parente de Araújo, Emeif Godofredo de Castro Filho, Escola Padrão Luxou e Emeif Raimundo Moreira Sena. As outras instituições que recebem o programa inscreve até dia 31 de agosto. Confira: Emeif Ernesto Gurgel, Emeif Ismael Por Deus, CIES Maria de Lourdes, Emeif José Batista de Oliveira, Emeif Dois de Dezembro, Emeif Odilon Braveza, Emeif Mozart Pinto, Emeif Professor José Rebouças Macambira, Emeif Hilberto Silva, Emeif Reitor Antônio Martins Filho, Emeif Gabriel Cavalcante, Emeif Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Emeif João Paulo Segundo, Escola Figueiras Lima, Escola Nossa Senhora de Fátima e Escola Aldaci Barbosa.


Outras informações na Vila das Artes pelo telefone (85) 3105-1402.

CURSOS LIVRES
Curso aborda Cinematografia Digital. Inscrições até dia 31 de agosto na secretaria da Vila das Artes
Cinematografia Digital é curso que acontece de 8 a 12 de setembro e recebe o oficineiro Lúcio Kodato. O curso é oferecido através da parceria Vila das Artes, equipamento da Prefeitura de Fortaleza, o CANNE, Centro Audiovisual Norte Nordeste, a Faculdades Nordeste Fanor e a Panasonic. As aulas são gratuitas e acontecem das 14h às 22h na Fanor, (Av. Santos Dumont, 7800 – Dunas). O curso pretende analisar os diversos ajustes e possibilidades da câmera HPX 500 Panasonic, além de refletir sobre a ética profissional. Podem participar pessoas que tenham curso de nível intermediário de câmera de vídeo digital, trabalhar ou ter trabalhado operando equipamento digital. As inscrições vão até dia 31 de agosto e devem ser feitas na secretaria da Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, centro) das 9h às 20h. São necessários currículo com comprovação profissional (declaração ou certificado) e uma foto 3x4. Kodato é paulista e iniciou sua carreira como fotógrafo em jornais como O estado de São Paulo e Jornal da Tarde. Fotografou diversos longas, curtas, comerciais e documentários, entre os quais “O Beijo da Mulher Aranha” de Hector Babenco e Xingu / Terra”, de Maureen Bisilliat, que recebeu prêmio de melhor fotografia no XIV Festival de Cinema de Brasília.

CINECLUBISMO
Próxima segunda - feira, 31 de agosto, tem Western spaghetti ou bangue-bangue italiano na Vila das Artes. Sempre às 18h30.
O Cine Subvercine revive o clima western spaghetti, ou também conhecido bangue - bangue italiano na Mostra Poeira, Balas e Spaghetti que entra em cartaz toda última segunda – feira do mês. No dia 31 de agosto tem o clássico “Um Homem Chamado Apocalipse” de Leopoldo Savona (1971) com o ator Anthony Steffen. A entrada é gratuita e a sessão tem início às 18h30, seguida de debate. A apropriação cineclubista toda segunda-feira é uma ação da Prefeitura em democratizar os acessos aos equipamentos públicos e à cultura.

POLÍTICAS PÚBLICAS
Fórum do Audiovisual Cearense acontece nesta quarta-feira, 26 de agosto, às 19h, na Vila.
A Vila das Artes recebe nesta quarta-feira, 26 de agosto, o encontro do Fórum do Audiovisual, realizado pela Secretaria de Cultura do Estado/ Coordenadoria de Gestão dos Sistemas Estaduais da Cultura e Associação Cearense de Cinema e Vídeo (ACCV). O Fórum é espaço para debate e construção de políticas para a área do audiovisual no Ceará. A pauta do encontro deste mês abraca discussões como o edital Ceará de Cinema e Vídeo do governo do Estado; proposta dos pisos salariais para os profissionais da área do audiovisual, apresentado pelo SATED e sugestões para o Edital de Produção e Publicação na Área de Audiovisual da Secretaria de Cultura de Fortaleza. Interessados podem participar. Mais informações pelo telefone 3101-1201. A Vila das Artes fica na Rua 24 de Maio, 1221, esquina da Meton de Alencar, Centro.

AUDIOVISUAL
II Curso de Realização em Audiovisual percorre o universo imagético pelo espaço, cidade, alteridade, narrativa e corpo. Isenção de inscrição nos dias 10 e 11 de setembro.
O II Curso de Realização em Audiovisual da Vila das Artes que inscreve em setembro oferece um mergulho pelo mundo imagético do espaço, da cidade, da alteridade, da narrativa e do corpo. Através de exercícios práticos (ateliês) e estudos teóricos, o aluno percorrerá o universo do fazer audiovisual através da história, da arte, da contemporaneidade, da dramaturgia, ficção e documentário, produzindo um pensamento crítico. O edital de seleção e a grade do curso estão disponíveis no site www.fortaleza.ce.gov.br. São oferecidas 40 vagas, das quais 50% são destinadas para alunos que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública. Os alunos que concluíram o último ano do ensino médio em escola pública poderão solicitar isenção na taxa de inscrição (R$ 20,00) nos dias 10 e 11 de setembro. As inscrições deverão ser feitas exclusivamente pela internet através do site www.ccv.ufc.br, de 23 a 27 de setembro. O curso tem duração de 2 anos (1.700h/a), é gratuito e terá início em 2010 no período da manhã (8h às 12h). Outras informações pelo telefone (85) 3105-1404.

PONTOS DE CORTE
Casa de Cultura Talentos do Ceará, no Montese, recebe Cine Paramotoquinha neste sábado.
O Cine Paramotoquinha leva o cinema e o teatro de fantoches para a Casa de Cultura Talentos do Ceará, na rua Eusébio de Queiroz, 458, Montese. A atividade cultural acontece neste sábado, dia 29, a partir das 18h30. Na programação o filme “8 Mile – Rua das Ilusões ”, de Curtis Hanson. O filme foi rodado na cidade americana de Detroit. Interpretado pelo rapper Eminem, o jovem Jimmy passa por uma crise de identidade e procura dar um sentido para sua vida. Para extravasar sua raiva e angústia, o rapaz se apropria da música. O cine Paramotoquinha é um dos coletivos formados pelo curso Pontos de Corte da Vila das Artes. Entrada gratuita.

ENCONTRO DAS ARTES
Equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), a Vila das Artes é espaço voltado para a formação, pesquisa, produção e difusão em arte. Situado no centro de Fortaleza, reúne em seu espaço as Escolas Públicas de Dança e Audiovisual, o Núcleo de Produção Digital, Biblioteca e Videoteca. Tem como parceiros a Universidade Federal do Ceará, a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, FCPC, e a Rede Olhar Brasil. Apoio da Kodak, Quanta e Prodança. Apoio cultural do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria Estadual da Cultura (Lei nº 13.811) e patrocínio do Banco do Nordeste, Fundo Nacional de Cultura e Lei de Incentivo a Cultural do Ministério da Cultura e Governo Federal. Todas as atividades são gratuitas.

Vila das Artes - Rua 24 de Maio, 1221, Centro. Fortaleza. Ceará. Brasil
Telefone (55+85) 3252-1444 comunicacaoviladasartes@gmail.com, viladasartesfortaleza@gmail.com
Escola Pública de Dança - (85) 3105-1402
escoladedancadefortaleza@gmail.com
Escola Pública de Audiovisual - (85) 3105-1404
escoladeaudiovisualdefortaleza@gmail.com
Núcleo de Produção Digital (Olhar Brasil) - (85) 3105-1410
npdfortaleza@gmail.com
Coordenação de Arte e Política - (85) 3253-7052
coord.artepolitica@gmail.com



Caravana da Cidadania Cultural - Nívia Uchôa


Ministério da Cultura visitará 16 estados para mapear a diversidade cultural brasileira
São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, foi o município escolhido para o pré-lançamento do projeto Caravana da Cidadania Cultural, uma promoção do Ministério da Cultura, em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IRFN) e instituições federais de vários estados.

Estarão presentes no evento - que acontecerá nesta quinta-feira, 20 de agosto, das 10h às 12h, no Mercado Cultural e na Universidade Estadual de Feira de Santana - o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e os 54 prefeitos dos municípios da região. Pelo MinC, também participam o secretário executivo Alfredo Manevy, os secretários Célio Turino (Cidadania Cultural), Silvana Meireles (Articulação Institucional) e Américo Córdula (Identidade e Diversidade Cultural), e a chefe da Representação Regional Nordeste, Tarciana Portela, dentre outros.

A Caravana da Cidadania insere-se nas ações dos programas Mais Cultura e Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e tem como objetivo fortalecer a memória, a história, a identidade e a diversidade cultural das diversas regiões do país.

A proposta é promover uma grande mobilização em torno de discussões sobre o papel da Cultura na sociedade globalizada, envolvendo o poder público nas instâncias estadual e municipal, além de grupos culturais, instituições de ensino e pesquisa, e Pontos de Cultura.

Em todas as edições do projeto serão realizadas apresentações de grupos locais e nacionais, palestras, exposições e oficinas de arte. Segundo dados do MinC, essa exclusão se manifesta no fato de, por exemplo, mais de 90% dos municípios brasileiros não possuírem salas de cinema.
Serão percorridas, até março de 2010, 18 cidades em 16 estados do país. As localidades foram previamente selecionadas e receberão, ainda, visitas de técnicos para a elaboração de um levantamento sociocultural com vistas a fortalecer as manifestações artísticas locais, assim como a catalogação para o desenvolvimento de políticas públicas para a área.

Caravana da Cidadania Cultural

A iniciativa acontecerá de forma itinerante percorrendo municípios de todas as regiões brasileiras. Em torno desses serão agregadas diversas outras cidades de pequeno e médio porte. O projeto vai garantir à população o acesso aos bens culturais e aos meios de produção artística, estimulando a diversidade cultural e o intercâmbio entre grupos.

Fazem parte da metodologia o mapeamento das manifestações culturais locais, mobilização de artistas, grupos e Pontos de Cultura, construção de parcerias, ocupação de espaços públicos, mobilização de gestores públicos, realização de atividades culturais e educativas, ocupação de espaços nos veículos de comunicação, documentação das ações que deverão gerar um documentário cinematográfico e fotográfico sobre as Caravanas realizadas e, finalmente, a publicação de um livro com textos e imagens sobre o projeto.

Mais Cultura e Cultura Viva na Bahia

A Bahia foi o primeiro estado a aderir ao Mais Cultura, Programa que tem como objetivo democratizar o acesso da população a bens e serviços culturais. Em 2008, foram investidos no estado cerca de R$ 13 milhões, dos quais R$ 3 milhões (primeira parcela de três) destinados para apoiar 150 Pontos de Cultura, R$ 6,5 milhões para a implantação de 101 bibliotecas públicas municipais e R$ 2 milhões para a modernização de outras 36 unidades.

No Recôncavo Baiano, destaca-se a implantação de 11 bibliotecas e a modernização de outras sete, e recursos para 17 Pontos de Cultura, conveniados com o Programa Cultura Viva, e 17 Pontos de Leitura. Para 2009, com a descentralização das ações do Mais Cultura, os investimentos na Bahia devem saltar para R$ 26,8 milhões, sendo R$ 17,9 milhões do MinC e R$ 9 milhões do governo estadual.

Microprojetos - De forma inédita, o Mais Cultura está disponibilizando crédito para financiar projetos culturais voltados aos jovens do Semiárido entre 17 e 29 anos. Na Bahia, são 281 municípios que podem participar do edital Microprojetos Mais Cultura, com investimento de R$ 3 milhões. Desses, 11 municípios estão localizados no Recôncavo Baiano. Os projetos podem ser enviados até o próximo dia 9 de setembro.


21 de agosto de 2009
São Francisco do Conde
Município baiano recebe comitiva do MinC para discutir projetos culturais direcionados ao Recôncavo Baiano

Reunião no município de São Francisco do Conde

Diversas demonstrações artísticas ilustraram a diversidade cultural de São Francisco do Conde, município localizado a 74 km de Salvador. Apresentações de capoeira, samba chula e desfile de baianas foram algumas das atrações que antecederam a primeira Caravana da Cidadania Cultural, realizada nesta quinta-feira, 20 de agosto, e que reuniu prefeitos e secretários de cultura do Recôncavo Baiano no Mercado Cultural e na Universidade Estadual de Feira de Santana.

Na ocasião, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, ressaltou que a ideia de percorrer diversas regiões do Brasil para discutir políticas culturais surgiu de uma reunião com produtores. “Aceitei o desafio e aqui estamos, a intenção é realmente democratizar a cultura”, disse. A Caravana da Cidadania insere-se nas ações dos programas Mais Cultura e Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e tem como objetivo fortalecer a memória, a história, a identidade e a diversidade cultural das diversas regiões do país.

Prefeita Rilza Valentim e ministro Juca Ferreira

A proposta é promover, com os prefeitos e secretários de cultura, rodadas de negócios com sugestões e críticas a respeito dos programas do MinC. “Queremos que todas as regiões do país tenham acesso às políticas desenvolvidas pelo ministério”, enfatizou Juca Ferreira. O ministro da Cultura lembrou, também, que a inclusão cultural tem como pano de fundo a luta contra o racismo, a educação, a proteção ambiental, além da questão econômica. A comitiva do MinC deverá percorrer, até o final de 2010, 18 cidades em 16 estados do país.

A prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, agradeceu a iniciativa do MinC e afirmou estar disposta a apoiar as iniciativas culturais do Recôncavo Baiano. “Queremos mostrar nossa beleza ao povo brasileiro, porque cultivar a Cultura significa cultivar a história”, destacou.

Depois da abertura do evento os representantes do ministério passaram a tarde reunidos com os prefeitos e os secretários de cultura da região. A expectativa do MinC é que cada município possa desenvolver projetos culturais com o apoio direto do ministério. “Nossa intenção é firmar uma agenda cultural com o Recôncavo. Esperamos voltar daqui a um ano e constatar que ações iniciadas nessa reunião deram certo e se fortaleceram”, afirmou o secretário executivo do MinC, Alfredo Manevy.

Além do ministro da Cultura e do secretário executivo também estavam presentes os secretários Américo Córdula (Identidade e Diversidade Cultural); Silvana Meireles (Articulação Institucional); o diretor de Artes Cênicas da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Marcelo Bones; o representante da Fundação Cultural Palmares, Maurício Reis e a chefe da Representação Regional Nordeste, Tarciana Portela, dentre outras autoridades.
.
Poesia da Luz
Fotografia
Nívia Uchôa
(88) 96127485 / 88488094
SECULT - J. do Norte 3571.5933
http://www.poesiadaluz.blogspot.com

Semace leva educação ambiental para Boa Viagem e Monsenhor Tabosa em parceria com o projeto " Água pra que te quero!"- Nívia Uchôa



24/08/2009 - SEMACE/ASCOM

Durante o período de 23 a 30 de agosto, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), por meio da Coordenadoria de Extensão e Educação Ambiental (Codam), estará acompanhando a equipe do projeto Água Pra Que Te Quero! aos municípios de Boa Viagem e Monsenhor Tabosa. Na oportunidade, será realizada a documentação fotográfica dos mananciais da região. Aproveitando o ensejo, técnicas da Semace ministrarão palestras educativas sobre a relevância dos recursos hídricos no sentido de sensibilizar a sociedade, em especial as comunidades mais carentes, sobre a importância da preservação de nossas nascentes como fonte de vida para as futuras gerações.

O projeto Água Pra Que Te Quero!, que conta com o apoio institucional da Semace, tem como objetivo realizar uma documentação fotográfica em bacias hidrográficas do Ceará, num contraponto entre práticas positivas e negativas do uso da água no cotidiano urbano e rural. Também pretende estimular e difundir a arte fotográfica como exercício de sensibilização, reflexão e estética através de ações de animação cultural, com exposição fotográfica, conversa sobre fotografia e sua relação com a água, além de caminhada fotográfica nos municípios participantes.

Uma viagem já foi realizada, onde a equipe do projeto, composta pela pesquisadora Samara Amaral e a fotógrafa Nívia Uchôa, foi aos municípios de Quixadá e Banabuiú, entre os dias 19 e 26 de julho deste ano. Na ocasião, foram visitadas diversas comunidades, onde ocorreram conversas com a população local sobre o assunto água e foram aplicados questionários. Para Samara, embora a ação tenha sido confundida, no início, com atividades do Estado ou da Prefeitura, a receptividade foi boa. “O tema água sempre sucita longas conversas, mesmo cada lugar tendo sua peculiaridade. Mas todos têm um consenso: água é vida!”, disse. Já Nívia, achou as comunidades ainda desinformadas sobre o tema, ''eles têm a água como um bem, mas não cuidam. Falta a eles esse trabalho de educação ambiental e uma maior conscientização'', enfatizou.

As bacias hidrográficas que serão documentadas pelo projeto são as de Banabuiú, Salgado e Alto Jaguaribe, inseridas nos municípios de Quixadá, Banabuiú, Monsenhor Tabosa, Boa Viagem, Salitre, Arneiroz, Tauá, Crato, Barbalha, Juazeiro do Norte, Orós e Brejo Santo, com viagens programadas até dezembro de 2009. Este trabalho pretende envolver além das Prefeituras, as Escolas, Bibliotecas Públicas, Centros Culturais, Galerias de Arte, Secretarias Municipais de Educação, Cultura, Saúde e Meio Ambiente, além de parceiros do projeto como forma de informação e democratização do acesso às ações educacionais e culturais.

O projeto Água Pra Que Te Quero! é uma realização da Poesia da Luz, com a consultoria da AnimaCult, apoio da Expresso Guanabara, apoio cultural do Governo do Estado do Ceará através da Secretaria Estadual da Cultura, pela lei nº. 13.811 de 16 de agosto de 2006 (do edital Mecenas) e agradece à Companhia Energética do Ceará (Coelce), à prefeitura municipal de Monsenhor Tabosa e o apoio institucional da Semace.

Fhilipe Augusto e Daniel Herculano
Assessoria de Comunicação - Semace

*Foto Destaque: Nívia Uchôa

Biliu de Campina -Por : Socorro Moreira


"Severino Xavier de Sousa (Campina Grande - PB, 1 de março de 1949), mais conhecido como Biliu de Campina, formou-se em Direito, mas deixou a profissão de advogado para ser músico, resgatando o forró de raiz. Biliu é um forrozeiro que transita pela sua cidade natal tranqüilamente, sendo um referencial e um patrimônio cultural da cidade. É fácil encontrá-lo no meio dos turistas no Parque do Povo e horas depois está em cima do palco fazendo show.

Se auto-intitula como o maior carrego de Campina Grande. Critica as bandas de forró eletrônico e forró universitário, classificando-os como sendo travestis de forrozeiros, que aparecem como Balão junino; fazendo forró a força e dizendo que estão dando força para o Forró.

Biliu lançou três discos independentes: Tributo a Jackson e Rosil; Forró O Ano Inteiro e Matéria Paga. E lançou dois CDs independentes: Do Jeito Que O Diabo Gosta e Forrobodologia. Em 2002 mantendo seu lado irreverente, lança: Diga Sim A Biliu de Campina, trocadilho da campanha nacional do Combate a Pirataria: Diga Não a Pirataria.

O Forró de Biliu tem toda a essência dos forrós tradicionais, com um suingue característicos dos discípulos de Jackson e uma irreverência no duplo sentido das letras que mostra bem toda a malicia e o bom humor nordestino. O mesmo mantém um trabalho local por opção e por falta de oportunidade de mostrar seu trabalho a nível nacional; não quer se desgastar no sudeste, batendo portas lacradas e trocado por modismo do mercado fonográfico. "

*Morei em campina Grande, em meados dos anos 90. Conheci e convivi com Biliu e a sua família. Gente alegre, hospitaleira , e movida à música. Biliu é de uma espirituosidade e simpatia fora de série. Não existe em Campina Grande , e em toda a Paraiba, quem não o conheça.

Naquele tempo , fabricava com primor , pandeiros. Eu não sabia tocar ( aliás não toco nenhum instrumento, infelizmente) , mas cheguei a encomendar um dos tais ( peças únicas) só para tê-lo como joia, entre os meus pertences de estimação.

Engraçado, nunca lembro por muito tempo desse tempo... Não tenho tido tempo !

Mas hoje o Jayro Starkey acordou as minhas lembranças de Campina Grande : dos repentistas, dos cordelistas, das vaquejadas, do forró do mês de Junho, e do melhor abacaxi do mundo -o pérola !

Uma vez , na casa de Biliu nos foi servido um empadão de frango. Era tão delicioso, que pedi a receita. Ainda hoje é a que faz valer , na minha mesa. Próximo sábado , passo pra vocês, no cardápio do almoço do domingo. E se alguém daquelas bandas um dia nos acessar ,quero que saiba que sinto saudades de lá ! " .

Socoro Moreira

As paraibanas de novo: Sebastiana de Rosil Cavalcante



Autoria de Rosil Cavalcante que comandava o programa "Forró de Zé Lagoa" na Rádio Borborema de Campina Grande.

A DONA DA LUZ Por João marni

A DONA DA LUZ

Sou médico há vinte e oito anos, e por trabalhar na urgência pediátrica, às vezes deparo-me com a morte.
É sempre uma experiência traumática e, derrotado, presenciar a dor da família, sobretudo a dor da mãe, é algo que não consigo aceitar como pequeno, comum, inexorável.
A mãe é um ser especial, dotado de um coração diferente, maior, mais forte, porém mais raso.
Uma vez grávida, passa por transformações físicas e psicológicas incríveis, tudo pelo concepto.
Mais do que uma simples obediência biológica em passar seus genes adiante, o vínculo criado é tão poderoso que os casos contrários são considerados aberrações.
Parido em dor, o bebê causa lágrimas de pura alegria e orgulho em sua exausta mãe!
Amamentá-lo, compreender o significado de cada um de seus sinais, de gemidos a sorrisos, só cabe a ela, em todas as fases do desenvolvimento dele.
Ante os perigos e as doenças, questiona a Deus, por quê não com ela? E por ocasião da perda, grita tão alto, como que tentando acordá-lo, chora tanto, declara seu amor tão sincera e piedosamente, que sensibiliza a todos em volta, numa onda de puro afeto, fidelidade e desolação!... O epitáfio da mãe de Santa Teresinha deveria representar as demais mães: “Para meus filhos, deixo o meu coração: pertenço ao céu”.
Pesaroso, livrando-me das luvas, vislumbro a Imaculada.
Apesar de tudo, desse caldo de sofrimento, o médico levanta-se e segue, esperançoso que momentos assim tornem-se cada vez mais raros, quando, por fim, o homem, o gestor, terá compreendido o clamor de seu povo, melhorando os indicadores de saúde.

Doméstico

A centelha dos meus olhos
o esmalte dos meus dentes
com o tempo perdidos
nas Cruzadas,
no arrebatamento

e a alma sonhadora
nada mais era
uma chaleira fumegante
a lançar vapores.

Meus cabelos pretos outrora
hoje um couro cabeludo esbranquiçado

e o andar tão altivo
agora no meio do caminho
as pedras fazem fila.

FAZENDA SERRA VERDE




Uma área de 22 mil hectares, num perímetro de quase 120 quilômetros, compunha a Serra Verde, no Cariri, Localizada precisamente no Município de Caririaçú. Esta fazenda foi fundada por Achiles Boris em 1869, na cidade de Fortaleza, e administrada por Francisco Botelho Filho que a dirigiu até 1947. Neste ano chegou da França seu neto, Hubert Bloc Boris, sobrinho de Bertrand Boris para administrá-la, formado pela Escola de Agricultura de Valabres, retornando da guerra com a esposa Janine. O principal produto era o algodão mas também havia milho, feijão, arroz, cana de açúcar e seus derivados como rapadura e aguardente. Viviam mais de 800 familias em 700 casas dentro da propriedade e todas cobertas por telhas. A fazenda era dividida em 2 duas zonas. A Fazenda Serra Verde Ltda com 13.500 hectares e a Fazenda Agro-Pecuária serra Verde com 8.000 hectares, na cria de gado, cavalos e outros animais. Hubert gerente da primeira e superintendente da segunda começou o seu trabalho aos 24 anos de idade, auxiliado por secretários, fiscais, feitores, tratoristas, motoristas e trabalhadores rurais. A fazenda era composta de quarenta sítios em terras de boa qualidade.
A sede da Fazenda era situada no município de Caririaçú, porém fazia divisas com Várzea Alegre, Granjeiro, Farias Brito e Crato. Foram implantados grandes projetos como depósitos para cereais, pocilga para animais selecionados, mais quatro açudes, pois já existiam seis para garantir o plantio de pastagens na criação de gado, pomares e hortas. Morando na própria fazenda com a esposa Janine, vieram os filhos, Claude, Dominique e Bertrand nascidos na França, depois François, Jacques e Tony. Hubert, homem de coração bom e justo, forneceu para a sua gente 90 por cento dos estoques de cereais para saciar a fome dos moradores devido a seca de 1970. Este episódio ocasionou dificuldades financeiras pois não havia nenhuma ajuda do governo. Organizada com amplo desenvolvimento comercial recebe o apoio da SUDENE para um programa rural. A sua localização facilitava o transporte e comercializações dos centros, dispondo de mão de obra e água. Passou a chamar-se Fazenda Agropecuária Serra Verde S.A . E assim atingiu a sua estabilização se propondo a colocar seus produtos de mercado para outras cidades do Ceará. Sua produção chegou: Bovinos para abate- 25.555 arrobas- Matrizes bovinas para produção, 339 cabeças – Suínos para abate, 71.800 quilos – Suínos para reprodução, 105 cabeças –Arroz, 4.400 sacos de 60 quilos. Foram reservadas 100 tarefas para o plantio de arroz, construção de 3 galpões para tratores e máquinas, estábulos, engenho, pequeno centro médico , energia elétrica e telefone . Era chamada de França Livre. Por lá não existiam preconceitos raciais nem sociais, todos eram bem recebidos pela família para prosear e contar seus causos na boca da noite. A vida dos moradores não se resumia só em trabalho, os patrões organizavam as festas que Hubert chamava de samba. E assim, modernizando e chegando o progresso no interior, criou a primeira escola de alfabetização para adultos no Brasil, como também a Capela da Serra Verde em estilo arrojado e moderno para a época, com esculturas sacras criadas pelo próprio administrador e artista, que por lá permanecem até hoje. Mas diante de tudo isso se encontravam na casa grande no alto do morro , rodeada de buganvílias dois grandes corações generosos e hospitaleiros, Hubert e Janine.

Edilma Rocha

Omar Khayam e as Rubaiatas ( I )



Ó Allah!
Semeaste de armadilhas
e eriçaste de pecados
as curvas do meu caminho.
E depois advertiste:
– Ai de ti se caíres!

Sabemos
que nem um só átomo se esconde
à Tua visão em todo o Universo:
ora, se determinaste
que assim se me desdobrasse
o percurso da existência,
e se tão meticulosamente
preparaste a minha queda,

Allah!
Por que me chamas

"pecador" ?

Omar Khayyam, ( Omar Iben Ibrahim el-Khaiami – Nishapur : 1040-84 ?-1123), filho de um fabricante de tendas, matemático, geômetra, astrólogo, exemplo ímpar da cultura grega na Pérsia muçulmana, filósofo, discípulo de Avicena (980-1037).

Criador das lendárias Rubaiatas (plural de “rubaía”, que quer dizer “quadra”, “estrofe de quatro versos”), dadas a conhecer, na literatura de língua portuguesa, pelas traduções de Manuel Bandeira (1886-1968) e de Octávio Tarquínio de Sousa, essa criação poética oriental, revolucionária quanto às formas tradicionais dos longos poemas descritivos e panegíricos, prima pela síntese, por uma condensação da linguagem, por seu caráter altamente sugestivo, por uma imprevisível incisão, agudeza de observação, surpresa fonético-semântica (virtudes que lembram os haicais japoneses), apresentando uma visão de mundo, marcada pelo pensamento de Avicena, e que busca, com um olhar distante e crítico, pousado sobre a realidade presente, um remédio para a injustiça e hipocrisia sociais: prazeres fugazes e paixão científica mascaram a desesperança de um poeta, que se sabe votado à morte e à perseguição de uma verdade inacessível.

Hedonistas, céticas, realistas e contemplativas, traços talvez paradoxais, as Rubaiatas de Khayyam, coleções originais ou apócrifas, estruturam uma poética definitivamente sedutora. À guisa de paradigma “absolutamente ao acaso”,um sintagma de Poemas, dessa poesia persa, leia-se esta rubai:

Os nossos dias fogem tão rápidos como água do rio ou vento do deserto. Entretanto, dois dias me deixam indiferente: o que passou ontem e o que virá amanhã”.

( Tapete persa )

Fonte: Khayyám, O. 2005. Rubáiyát. SP, Martin Claret.

Minha Paixão por Livros - Stela Siebra Brito

A primeira imagem que me vem é de uma Carta de ABC, pequena, fininha, mas, para mim, fascinante com suas letras maiúsculas e minúsculas. Depois vem a imagem de um livro pequenino também, um pouco mais gordinho que a Carta de ABC. Na capa estava escrito Catecismo. E dentro, inúmeras perguntas. Quem é Deus? Onde está Deus? Quais são os 10 Mandamentos? E os 7 pecados capitais? O da gula era o que mais me metia medo porque eu comia muito, e quanto aos outros não lembro se me preocupavam.

E o mistério da Santíssima Trindade? Claro que eu não entendia, mas respeitava e reverenciava aquele mistério e achava lindas, apesar de incompreensíveis, palavras como onipresença, onipotente. Já pensou se tivessem colocado “a ubiqüidade de Deus em vez de a onipresença de Deus”? Ah! mas eu não encucava não, só aceitava e decorava tudo.

Havia também um livro de História Sagrada, que era um resumo do Antigo Testamento - da Bíblia, e cujas histórias e ilustrações despertavam em mim curiosidade, fascínio, respeito e temor.
Depois vieram muitos outros livros que eu lia, muitas vezes, num quarto com pouca luz do sol e onde à noite eu acendia uma lâmpada de luz fraca, apesar de ser gerada na ‘Casa de Força’. Só alguns mais tarde, quando chegou aos sertões a luz gerada pela hidrelétrica de Paulo Afonso, a noite parecia dia e foi uma festa ver tanto claro na escuridão da noite.

Lembro que nesta época li muitos livros de Malba Tahan e, mais tarde, toda obra de Machado de Assis. Apaixonei-me por Manuel Bandeira e por Cecília Meireles, com quem tinha, unilateralmente, lógico, uma relação de muita proximidade. O aniversário de Cecília (7 de novembro) era dois dias antes do meu e ela morreu exatamente no dia 9 de novembro quando eu estava completando 15 anos. Era como se o mistério transcendente do signo de Escorpião nos unisse. Ainda hoje carrego esse sentimento de intimidade com a alma de Cecília Meireles.

Quando eu estava com 20 anos houve uma mudança radical na vida da minha família. Saímos do sertão cearense para o litoral pernambucano e Recife nos abraçou com seus braços de Capibaribe e Beberibe, suas pontes, universidades, livrarias, frevo, Olinda e suas majestosas igrejas e casario antigo e ladeiras e mar e praias, um outro mundo, uma outra realidade.

E os nomes das ruas do Recife? Aurora, Ninfas, Sol, União... o poema evocativo de Bandeira chegava inteiro ao meu coração e eu me sentia importantíssima por morar na terra de Manuel Bandeira, me sentia sua vizinha.

E, maravilha do destino! fui trabalhar na Biblioteca Central da Universidade Católica de Pernambuco. Pronto. Era tudo que eu queria, e apesar de ter sido um período de muitas dificuldades financeiras e emocionais e de adaptação para toda a minha família, eu fui muito feliz naquele trabalho. Os livros estavam ali e eu os tocava, folheava, livros raros, livros raríssimos, coleções e mais coleções, livros técnicos, livros didáticos, romances e poesias, teatro, literatura brasileira e literatura estrangeira. O que eu gostava de ler tinha naquela Biblioteca. E eu lia, lia, e lia e o grau dos meus óculos aumentava... e estudava e trabalhava, e lia, estudava e trabalhava. Trabalhava e estudava lá na Católica, o dia todo e todo dia. O tempo passava e eu entre os livros. Devorando-os.

Eles eram alimento que engolia, algumas vezes sem saborear, outras vezes eram bem mastigadinhos, mas o fato é que naquele período os livros foram não só alimento, mas, sobretudo, companheiros que amenizavam a minha solidão e insegurança e tornavam meu tempo valioso.
E por falar em tempo, foi lá que me apaixonei por um gaúcho e seus personagens. Érico Veríssimo me fez voar em O Tempo e o Vento. Acho que li todos seus livros e estive no Continente, fui Ana Terra e fiz a terra dar frutos, fui Bibiana, fui Clarissa, sonhei com Vasco e com o Capitão Rodrigo, ouvi Apassionata tocada no piano de..., não lembro mais o nome do personagem, só lembro que todo dia ele tocava Beethoven e morava numa água-furtada.

Mas tudo isso foi depois da minha paixão por um certo poeta português. Ele estava num livro lá na estante de Literatura Portuguesa. Eu nem vi sua foto, mas sua alma múltipla de poeta se revelou e me tocou de imediato e eu me apaixonei perdidamente.

Eu ia lendo e relendo, declamando alto, mastigando, absorvendo, bebendo, vivendo e calando aqueles versos dentro de mim. Havia uma identificação tão grande, mas também uma inquietação, uma emoção não compreendida me apertava o peito, uma alegria enchia meu coração, pareciam tão perto de mim aqueles sentimentos expressos pelo poeta. E tinha uma coisa de um vazio existencial, de uma dor desconhecida, uma incógnita, uma angústia, um encontro desencontrado, uma solidão e um mistério na minha paixão por Fernando Pessoa. Havia uma ternura também, mas bem diferente da ternura que Bandeira e Cecília me traziam. Pessoa me sacudia e depois me imobilizava. E eu lia e relia e sofria, mas não sabia o que era tudo aquilo.

O poema Tabacaria era um dos meus preferidos. Já me sentia naquela janela em frente à Tabacaria, vivendo toda a angústia do poeta, e no final, sentindo, como ele, “a realidade plausível, a libertação de todos os pensamentos e especulações e a consciência de que a metafísica é uma consciência de estar mal disposto”.

Eu sempre soprava aliviada quando o poema chegava nessa parte e o poeta achava que se casasse com a filha da sua lavadeira talvez fosse feliz. Eu pensava: a solução é ser simples, é não especular nem complicar. Mas, aí ... quando o homem que entrou na Tabacaria saiu, ele reconhece que é “o Esteves sem metafísica”, acenando-lhe adeus, e “o universo reconstruiu-se sem ideal nem esperança”; aí não tinha jeito começava tudo de novo, apesar de o dono da Tabacaria sorrir.

Talvez eu pudesse me alongar ainda mais remexendo nessas lembranças de grandes paixões por quem em determinada época da minha vida foram a minha grande companhia e consolo.
Mas vai ficar para outro dia, eu prometo a mim mesma que farei isso.

(Este texto foi escrito em abril de 2001, quando eu estava participando de uma Oficina de Leitura, Histórias, Memórias e Vivências)

Stela Siebra

400 anos do Telescópio de Galileu

Telescópio de Galileu tem 400 anos

Astrônomo italiano mudou o curso da história e da Terra

Há 400 anos, Galileu Galilei (1564-1642) estava prestes a desvendar os segredos do universo. Em 1609, o físico e astrônomo italiano apresenta ao senado de Veneza o seu primeiro telescópio – instrumento que o deixou satisfeito, após ter feito várias tentativas – e ao apontá-lo para o céu mudou o curso da Terra.

Hoje, 25 de Agosto, ficou conhecido como o dia em que Galileu ampliou a capacidade de se conseguir observar ao longe. Como seu nome indica, telescópio vem do grego "tele", que significa longe, associado a "scopio", observar. As "longas vistas" constituídas por duas lentes – objectiva e ocular – foram, provavelmente, inventadas antes de 1604 e apareceram, na Europa, em 1608.
.
Após ter ouvido falar de uma lente holandesa de Hans Lippershey é que o também professor de matemática na Universidade de Pádua decidiu construir a sua. Apesar de se ter apropriado da ideia de Lippershey, Galileu melhorou-a, tornou-a 30 vezes mais potente e foi com ela que se conseguiu observar pela primeira vez os satélites de Júpiter.
.
O instrumento chamado luneta era também conhecido como telescópio de refracção, cujas propriedades principais se baseavam nas lentes côncavas e convexas. Apresentaram-se-lhe grandes revelações. O cientista dirigiu as suas lentes astronómicas para a lua e aí percebeu que a cratera não era lisa e que tinha relevos, viu os maiores satélites de Júpiter, o planeta Vénus e reparou que a via láctea é constituída por uma infinidade de estrelas. A invenção revolucionou mentes e entrou em rota de colisão com a Igreja Católica.
.

Acusado de Heresia

Galileu apontou para o céu primeiro telescópio em 1609.

Em 1610, publicou um livro de apenas 24 páginas, intitulado «Sidereus nuncius» (Mensageiro das Estrelas) e nele descreveu algumas das suas observações com a luneta. À medida que as suas descobertas avançavam, começa a virar-se para a teoria heliocêntrica de Copérnico e a pôr a geocêntrica em xeque – medida que o leva a ser acusado de heresia.

Chamado a depor perante a Inquisição Romana foi obrigado a retratar a teoria para se salvar. Apenas em 1980, o Papa João Paulo II [Karol Joseph Wojtyla] ordenou uma nova avaliação ao processo contra Galileo, o que acabou por eliminar os últimos vestígios de resistência à revolução Copernicana.

Celebra-se neste ano de 2009 o Ano Internacional da Astronomia, que toma como tema principal as observações telescópicas levadas a cabo por Galileu Galileu há quatro séculos. As suas observações, como se sabe, lançaram a Europa num profundo debate científico e cultural.

Este astrônomo continua a ser considerado o grande elo do passado com a ciência moderna.

Fonte : http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=34363&op=all

.

Resultado: trabalho, confiança e bom humor!


Nesta quarta-feira, quem assistiu ao jogo entre as seleções femininas de vôlei do Brasil e Rússia, testemunhou mais do que uma vitória suada após exaustivos cinco sets. Desfrutou de uma lição de filosofia de vida.

A equipe que vencesse avançava na fase final do Grand Prix, torneio mais importante do ano. O Brasil, esteve em desvantagem praticamente todo tempo e no final, era de 2 pontos, 14 à 12 para Rússia. O técnico José Roberto, o mesmo que liderou a equipe masculina ao primeiro ouro olímpico em 1992, pediu tempo. Num tom controlado e confiante disse: “Vamos lá pessoal, são só dois pontos! Dá pra ir buscar!”. E foi suficiente. As “meninas” fizeram 13, 14 e 15 pontos, na mesma Rússia que tirou o campeonato mundial do ano passado. Um feito quase inalcançável, incomum até pouco tempo! Uma recuperação como essa para nossa virtuosa geração de Bernardo, que inventou o saque “Jornada nas Estrelas”, William, Renan e do reserva Bernardinho, medalha de prata nos jogos de Los Angeles, seria impossível. O Brasil tinha jogadores talentosos, bem treinados, taticamente obedientes, mas os Americanos eram tão bons quanto, só que bem mais altos!

O resultado positivo da seleção brasileira frente à Rússia veio principalmente da autoconfiança, da consciência de que cada uma delas tem, de que eram capazes de não errar os saques, bloqueios, recepções e finalizações, nenhuma vez, até o fim da partida. Elas acreditaram nisso porque tem igualdade de condições no tocante a estatura e, tecnicamente, treinam (trabalharam) tanto quanto as adversárias. O trabalho planejado e bem gerido de toda equipe, desde a seleção das atletas, treinamento e conquistas anteriores, fez com elas soubessem que estavam prontas para alcançar o resultado, a vitória! Outros exemplos recentes foram os recordes mundiais estabelecidos pelos dois gigantes do esporte, Cielo e Bolt, homens mais rápidos do mundo na natação e atletismo. Estilos diferentes, mas a mesma fórmula. O primeiro, extremamente concentrado antes da prova, batia no peito com força como de dissesse aos próprios músculos: “Façam a sua parte! Treinei muito e estou pronto para vencer!”. O segundo, descontraído antes da largada, aguardava a partida demonstrando bom humor, de quem confia que seus músculos corresponderão à confiança que sua mente deposita neles.

Estes atletas, de diferentes nacionalidades, através do esporte, nos ensinam muito mais do que: “homens treinados são capazes de superar e estabelecer recordes”. Japoneses gastam quase 2/3 da duração de um empreendimento planejando. Americanos trabalham duro para alcançar seus objetivos. Ingleses e Alemães confiam no seu potencial e constantemente colhem bons frutos dessa atitude. Enfrentemos os desafios diários que a vida nos impõe como as nações, e seus atletas, que provam que homens e mulheres, podem transformar seus sonhos em resultados, usando de: planejamento, trabalho, confiança e bom humor.

Dimas de Castro e Silva Neto
Engenheiro Civil, Mestre em Gerenciamento da Construção
pela University of Birmingham e Professor do Curso de Engenharia Civil da UFC Cariri

Nem prosa, nem verso - Socorro Moreira


Meu caminhar é solitário

Que adianta voltar e buscar o que não ficou ?

Nem gente, nem pacote atrasam

minhas idas , minas vidas

Volto no pensamento

quando o tempo é escravo

- No presente ele é senhor

Acelera ou adormece um desejo animado



Já disse tantos adeuses

Já fiquei de mãos vazias, embargada de saudades

Já tentei reconduzir algum caso terminado

Tudo acaba numa pia :

o resto do café, farelos de pão, flores despetaladas ...



Não gosto das despedidas

Elas estão nas pautas dos meus dias

-Prefiro os encontros inesperados

Seja de música ou pessoa

Seja um conto ou seja um fato

Chega e fica

Desfaz a mala

Cabe num canto da sala

Fica postado num quadro

Faz cafuné, coça o pé

Deixa dormir sossegado.

(foto de Claude )

Hoje é dia de lembrar Sean Connery - Socorro Moreira







"Sean Connery ganhou fama e fortuna como o cortês, sofisticado agente britânico James Bond. Depois de seis filmes de James Bond, Connery ansiava por quebrar a imagem de Bond, e finalmente ganhou um Oscar como veterano policial de Chicago, Jimmy Malone, em The Untouchables (1987). Uma verdadeira estrela de cinema, o seu co-estrelas muitas vezes complementam o seu profissionalismo. Connery continua a estar no seu melhor quando ele joga sem caracteres estranhos.
Thomas Sean Connery nasceu a 25 de agosto de 1930 em Fountainbridge, Edimburgo.
No caminho de volta (1957) foi o papel de Sean primeiro filme importante, e é seguido por várias emissoras de televisão, filmes como Anna Christie (1957) (TV) Macbeth (1961) (TV) e Anna Karenina (1961) (TV) e aparições especiais na série de televisão, e também filmes como Hell Drivers (1957), Another Time, Another Place (1958), Darby O'Gill ea Little People (1959), The Frightened City (1961). Em 1962, ele apareceu na The Longest Day (1962) com uma série de outras estrelas,

Seu grande avanço se deu em 1962 quando ele conseguiu o papel do agente secreto James Bond em Dr. No (1962). Ele jogou James Bond em cinco filmes: From Russia with Love (1963), Goldfinger (1964), Thunderball (1965), You Only Live Twice (1967) e Diamonds Are Forever (1971), e também atuou como James Bond em um remake não-oficial de Thunderball, Never Say Never Again (1983).

Após e durante o sucesso dos filmes de Bond, ele tem mantido uma carreira de sucesso como ator e já apareceu em filmes, como Marnie (1964), The Hill (1965), Assassinato no Expresso do Oriente (1974), The Man Who Would Be King (1975), Time Bandits (1981), Highlander (1986), Der Name der Rose (1986), The Untouchables (1987) (que lhe valeu um Oscar de melhor ator em um papel de apoio), Indiana Jones ea Última Cruzada (1989), A Caçada ao Outubro Vermelho (1990), Rising Sun (1993), The Rock (1996) e Encontrando Forrester (2000). "
* É claro que assistimos a maioria dos filmes com Sean Connery.
Nos anos 70 , todo executivo usava a sua pasta, e ele representava um dos ideiais masculinos ( pelo charme e performance como ator) de toda mulher.
A Música James Bond Theme está na nossa memóia auditiva, forever !
Se eu não amei o Sean como mito , amei o moço com quem, com Sean Connery , assisti um filme.

A VIAGEM DE TREM – AUTOR DESCONHECIDO



Dia desses, li um livro
que comparava a vida a uma viagem de trem.
Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada.

Interessante,
porque nossa vida é como uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques,
de pequenos acidentes pelo caminho,
de surpresas agradáveis com alguns embarques
e de tristezas com os desembarques...

Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que,
acreditamos que farão conosco
a viagem até o fim:
nossos pais.

Não é verdade.
Infelizmente, em alguma estação,
eles desembarcam, deixando-nos
órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto.

Mas isso não impede que, durante a viagem,
embarquem pessoas interessantes
que virão ser especiais para nós:
nossos irmãos, amigos e amores.

Muitas pessoas
tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem
experimentando somente tristezas.
E no trem há, também, outras que passam
de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.


Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso.
Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.

Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que,


em algum momento do trajeto poderão fraquejar,
e, provavelmente, precisaremos entender isso.

Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.

O grande mistério


é que
não sabemos
em qual
parada
desceremos.

E fico pensando:
quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim.


Mas me agarro na esperança de que,
em algum momento, estarei na estação principal,
e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.

Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido.

E o que me deixará feliz é saber que,
de alguma forma, eu colaborei para que
essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa.

Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta,
à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...

Quem entrará? Quem sairá?

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história,
de algo que duas ou mais pessoas construíram
e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.
Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós,
têm a capacidade de reconstruir para recomeçar.

Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver,
é tirar o melhor de "todos os passageiros".

Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que
nossos assentos não estejam lado a lado,
com certeza, o vagão é o mesmo.

Já ouviu falar de Chico Paes, seu moço? Pois é um pé de bode no "jazz" nordestino!


CHICO PAES - A harmônica de oito baixos de Chico Paes, o pé de bode, como é chamado nas festas do sertão tem a beleza de uma caixinha de música. Quando ele toca, evoca um imaginário sertanejo e somos capazes de nos transportar para um mundo onírico de xaxados, valentias, amores de cordel, e noites de luar.

O começo foi difícil. O pai, agricultor, tinha uma sanfoninha (o avô também era violeiro e rabequista). O menino era proibido de tocar. Um dia o pai quando voltou do campo encontrou o pequeno Chico fazendo a festa.

A partir daí não deu mais para segurar. O menino acompanhava o pai e dormia enquanto o velho tocava. Voltavam para casa de manhã depois de darem munição para muitas umbigadas, poeira no chão e aquele forró que os nostálgicos hoje chamam de pé de serra.

Chico nasceu no sítio Felipe, Assaré, em 1925. E se notabilizou tocando nas festas de casamento, batizado, São João. Algumas vezes acompanhava Patativa, fazendo, como se diz contemporaneamente, o aquecimento para o mestre violeiro e recitador.

Outras vezes ia só. A sanfona do pai está com um irmão, também tocador. Ele comprou a dele, em Juazeiro do Norte, e quando começa a tocar é inevitável que se pense em Januário, o lendário pai do Gonzagão, também com sua concertina de oito baixos.

Chico Paes começou a tocar, depois passou a compor e é inédito em disco. Gravá-lo seria uma atitude oportuna. Com muita garra para tocar e animar uma noite inteira seria ótimo se as tecnologias de ponta se prestassem para fixar seu toque ancestral.

Ele não canta, tece um universo de sons e, acompanhado por um pandeiro, faz as vezes de uma orquestra. Suas composições vão da marcha à valsa e têm aquele toque de retreta, uma delas foi composta quando partia da capital e se chama ‘‘De Fortaleza a Messejana’’. Outras têm nome de mulher (‘‘Selma’’). Mas a que mais gosta é a que exalta sua performance: a dança dos dedos no teclado (‘‘Dedo Amarrado’’), o fole que se entreabre e a platéia magnetizada e o terreiro ou o chão da sala de reboco vibram com as firulas deste mestre autodidata, que embala dioniso no sertão, festas regadas a cachaça da boa, mulheres sonsas e homens valentes. Até que raia a barra do dia e Chico Paes fecha sua sanfoninha, guarda-a na caixinha e tem a certeza de que fez o mundo mais alegre com seu toque acelerado ou com a valsinha plangente.

Todo um mundo musical que dilui influências várias e que ecoa sertão adentro reforçando a fama de Chico Paes de Assaré, um mestre incomparável em sua grande arte.

.

Augusto Cury e Nemo Nox - Por Liduina Belchior


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

( Augusto Cury)

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Nemo Nox)


* E essas pedrinhas que podem ser do meio da rua,da calçada,do rio..enchem nossa vida de experiência futura;para encararmos as pedronas.Ai de nós se não encontrássemos as pequenitas!!!! Olhem pro chão e tentem ver se já acharam alguma hoje... Se encontraram, boa sorte no encaminhar.

Liduina Belchior

Projeto "Àgua pra que te quero"! - Nívia Uchôa


Dona Xepa - Novela de 1977 - Por Socorro Moreira



25 de Agosto - Dia dos Feirantes - Empresários do sol nascente- Por Socorro Moreira

Hoje amanheci o dia na feira. Sem máquina fotográfica, e sem documento. Eu e um balaio. As escolhas, as pechinchas, o café com tapioca, o cheiro de fruta e de gente que madruga.
Adoro feira livre. Já morei em muitas cidades, e nunca abri mão de fazer a minha feira, no dia da feira.
Uma das melhores que eu classifico é a de Campina Grande (foto). Parecida com a de Caruaru (considerada a maior do Nordeste).
Mas o tem de tudo fresquinho e o misturar-se com o produtor, consumidor e atravessador são aulas de sociologia e economia. Além do aspecto pitoresco.
Cuidado primeiro, em não escorregar nas cascas de banana.
Tem que levar o dinheiro trocadinho, gastar pouco, e encher o balaio das coisas da terra. O natural, na cara da gente, e cabendo no nosso bolso.
Esse é o shopping que interessa!
A feira do Crato, no passado, acontecia às segundas-feiras. Abrangia as Ruas Dr. João Pessoa, Senador Pompeu e Santos Dumont, incluindo as transversais, como a Bárbara de Alencar.
Na Senador Pompeu, a tradicional feira da rapadura e do sisal, a gente comprava a corda pra armar nossas redes, a esteira pra sentar e catar o arroz, a cesta, a batida, e a carga de rapadura pra adoçar o café, fazer chouriço e doce de gergelim, o alfenim , e quebrá-la nos dentes, devagarzinho, alternando com queijo, na hora da sobremesa.
Na Rua Dr. João Pessoa a gente comprava o arroz, feijão, a farinha, o açúcar... Tudo pra escolher em sacas e aos pés do freguês. Minha mãe já dizia: arroz tem que ser velho, senão não fica solto; feijão só presta se for novo.
Naquela Rua estava situada as maiores lojas de tecido e sapatarias. De vez em quando, nas quatro festas do ano, incluíam-se na feira uns metros de chita, filó para véus e cortinados, ou cambraia pra vestir a casa e o povo da casa.
Na Santos Dumont a gente comprava o amendoim, a goma fresca, o milho pra fazer canjica, pipoca e mugunzá., além daquelas tranqueirinhas que traziam as novidades, brinquedos e folguedos : panelas de barro, cachimbos, malas, espelhos, bonecas de pano, candeeiros, etc.
Na Bárbara de Alencar a gente morria, na doçura do quebra-queixo, dos brinquedos de celulose, peças de alumínio, enfeites para o cabelo, artigos de toalete como caixa de pó e ruge nas latinhas. Tinham também os frascos de perfume, pentes, linha corrente laranja, óleo Singer para lubrificar as máquinas de costura (indispensáveis em toda casa), batom e esmalte pra todos os gostos.
Quando o dia acabava só se ouvia as vassouradas dos garis, varrendo poeira e sujeira.
De vez em quando, um tilintar de moeda do tostão perdido; uma carta no envelope, vinda do Rio de Janeiro; um bilhete de amor; notinhas de compras escritas no papel de embrulho e amassadas; um lápis sem ponta, uma caneta sem tinta, um lencinho bordado com as iniciais; um retrato 3 x 4 tirado no lambe- lambe da praça ...
Por motivos óbvios, só conheci duas cestas básicas, que na época vigoravam:
A feira das pessoas que trabalhavam na luta doméstica, e a feira da minha casa - proletariado e classe média (média, mesmo!).
Na primeira constava toucinho ,banha de porco, sabão, sal , querosene , feijão de corda, café em grãos, rapadura, farinha, fumo de rolo, arroz e pó de ouro (massa pra fazer cuscuz), um pedaço do corredor do boi, umas tripas de porco , e mocotó. A maioria criava porco e galinha e tinha da sua ninhada o ovo caipira .
Na segunda, constavam outros itens como: frutas e legumes, carne de primeira, arroz, feijão mulatinho, macarrão, açúcar e biscoitos, papel higiênico, sabonete Lever e creme dental Kolynos.
Quase todo alimento era natural: mel de abelha, doce caseiro, manteiga de garrafa, queijo de prensa, coalhada, bolos de goma, e refrescos das frutas. Aí, a mesa era farta. As mulheres eram fadas. Cozinhavam, lavavam e costuravam, além de cuidar dos filhos e maridos. A profissão valorizada era a de professora primária. A maioria não chegava a botar anel no dedo, mas tinha educação de berço.
Não sei como era a vida dos ricaços. Sabia que milionário era quem tinha um milhão de cruzeiros; mil vezes um conto de réis; um milhão de vezes mil réis ( a moeda que eu pegava pra comprar pirulito, balas com ligas , mariolas , passa raiva, cavaco chinês, e chicletes Adams).
Em 1975 fui embora do Crato. Quando retornei, encontrei apenas os mercados de frutas, carnes e verduras.
Agora fazemos feira nos supermercados com carrinhos, e ar condicionado; pagamos com cartão, e abarrotamos despensas com o dispensável: refrigerantes, gelatinas, biscoitos recheados, iogurtes, e todos os tipos de queijos e presuntos, além dos enlatados. Foi-se o tempo do pão de mel e da rapadura! (ou não?)
O texto foi ficando comprido , quando apenas quis rememorar a figura do feirante, o menino das rodilhas, o vendedor de "meizinhas” e os cantadores de viola.

Socorro Moreira

Bom dia, Cariricaturas!