Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sábado, 29 de agosto de 2009

Farolito - Agustin Lara para os corujas da madrugada : Claude e Prof. Zé Nilton

Bievenido, gracias- Por : Professor Zé Nilton .

Socorro tem mania de cutucar lá no fundo das coisas perdidas e retrazê-las para o nosso deleite. Desta feita ela foi mexer com o grande Bievenido Granda.

Ora, só a nossa riquíssima geração para saber que existiu Bievenido Granda, o bigode que canta. E naquele dia, ou naquela noite, Socorro, eu estava nas imediações do Cine Educadora, sem condições de ver o meu grande astro. Ouvi, lá de baixo, junto a amigos que comigo desceram do Lameiro, aquele vozeirão a entoar melodias que embalavam nossos sonhos, e que todas as tardes ouvíamos no programa "cartaz dos ouvintes", na Rádio Araripe.

Lembro-me que, no domingo seguinte, tive a sorte de assistir a um filme mexicano com Miguel Aceves Mejia, que também cantava e matava bandidos. Ele cantou cucurucucu (paloma), e eu subi para o Lameiro e fui dizer a Zé Lopes que Miguel Aceves Mejia vinha para o Crato, cantar, como fizera Bievenido. Zé Lopes acreditou, só não perguntou como eu soube da notícia.

Naquele tempo era comum a gente inventar coisas. Era inventado coisas que a gente trazia o mundo de longe para perto da gente.

Mas, na lista das música cantadas pelo imponente Bievenido Granda, você esqueceu de listar uma, das mais belas de seu repertório, e que me lembra a paixão de João Grandão por Maria Luíza, uma paixão que se desenrolava nas tardes-noites, em meio a imensidão do terreiro da casa de seu João Ronda, entre as brincadeira de chicote queimado e o bate-bate das pedras no quebra-quebra de coco morondogo. A música chama-se- "Total". Bem que tentei transpô-la para lhe enviar. Não soube fazê-lo. Vou perguntar ao Morais. Então, vamos a letra.
TOTAL
De Ricardo G. Perdomo

PRETENDIENDO HUMILLARME PREGONASTE
EL HABER DESDEÑADO MI PASIÓ
NY FINGIENDO NO DAR FE IMAGINASTE
QUE MURIRÍA DE DESESPERACIÓN
TOTAL SI ME HUBIERAS QUERIDO
YA ME HUBIERA OLVIDADO DE TU QUERER
YA VES QUE FUÉ TIEMPO PERDIDO
EL QUE TÚ HAS MEDITADO
PARA AHORA DECIRME QUE NO PUEDE SER
PENSAR QUE LLEGARA A QUERERTE
ES CREER QUE LA MUERTE
SE PUDIERA EVITAR
TOTAL SI NO TENGO TUS BESOS
NO ME MUERO POR ESO
YA YO ESTOY CANSADO DE TANTO BESAR
VIVES SIN CONOCERTE
PUEDO VIVIR SIN TI...

Maria Luíza casou-se com João. Teve vários filhos. Um deles foi candidado a vice prefeito do Crato pelo PT.
Essa Socorro Moreira fazendo a gente ficar lembrando coisas nesta noite fria de sábado sob uma de lua crescente.

"AS PREZEPADAS DOS ZIZINHOS DE MONSENHOR" - Cap. IV



...OU OS MENINOS REBELDES E O ENSAIO DE UMA GREVE...
A história de hoje, protagonizada por nossa turma, despe-se do caráter jocoso trazendo a público uma narrativa de nossa primeira manifestação de rebeldia. Na minha visão, o ensaio do que seriam os "anos de ferro" para alguns de nossa turma. Esse conto de hoje deve ser creditado a JOSÉ DO VALE o qual em seguida transcrevo ipsis literi.
"Outro dia me lembrava de uma tentativa de greve. Uma greve de araque. Era um dia de aulas
entre dois feriados. Nós resolvemos que não iríamos. Em bloco, mas havia uma norma, nos concentraríamos na Praça da Sé por alguma dúvida. Falamos de 1965, um ano após o Golpe. Acontece que vinha da Batateira na Camionete com meu pai. Vice-Diretor do Colégio. Não tive alternativa: antes de descer do veículo falei do problema para ele e que não teria condições de quebrar a greve. Comigo a ameaça foi maior: “Se faltar se fizer greve, vai ser expulso e vai plantar batata para sobreviver”. Eu, então, moleque atrevido disse-lhe que não tinha condições de entrar no Diocesano e que iria até a Praça da Sé para negociar a minha situação com os colegas (não era estas palavras, algo parecido). Quando estava conversando com a turma falando da minha situação, chegou o Monsenhor e arrebanhou todo mundo para o Colégio. Recebemos uma reprimenda em regra. Meu pai deu-me um passa fora sem igual, mas aí valeu o peso maduro dos colegas. Vieram em minha defesa através de um discurso coletivo. Não guardo apenas a doçura daquele apoio, mas essencialmente aquele discurso coletivo de tomada de consciência da assimetria deste tipo de luta. Aliás não sabíamos nada, mas ali fizemos o primeiro ensaio do que aconteceria em 1968".
E este ensaio nos lançou mais adiante direto para a cena dos anos de ferro. Muitos engajados na na utopia rebelde partidária ou não, mas socialista em sua essencia que não era utópica porque estava baseada na sincerade das intenções. Um País mais justo e igualitário, uma distribuiçao da renda nacional mais racional, senão equitativa pelo menos maia justa. Acesso das camadas mais marginalizadas a educação, a saúde e a moradia. Foram estes postulados em síntese que nos levou a nos engajarmos na esquerda. Mas foi na UEC, nas leituras de livros e textos de pensadores socialistas , nas peças de teatro, nas músicas de protesto, na troca de idéias com todo um grupo de amigos idealistas em reuniões "secretas" que sedimentamos a rebeldia que viria a explodir em atos concretos em 1968. Tens toda razão José. Incluisive eu acho que o "discurso coletivo" que fizemos em tua defesa foi reflexo da irmandade e do compromisso de um corpo idéario que garantiu e consolidou essa amizade ímpar que une toda uma geração que hoje se mostra e se desvenda a cada momento. Aqui representativamente e por onde estejamos. "Amigo a gente guarda no lado esquerdo do peito, bem junto do coração, Assim falava a canção".

Bolo de Chocolate de Liquidificador - (para um domingo preguiçoso)

Se você estava em busca de uma receita de bolo de chocolate de liquidificador simples e deliciosa, encontrou.

Rendimento: 16 porções

................. Ingredientes

Massa

1 xícara(s) (chá) de leite morno(a)
3 unidade(s) de ovo
4 colher(es) (sopa) de margarina derretida(s)
2 xícara(s) (chá) de açúcar
1 xícara(s) (chá) de chocolate em pó
2 xícara(s) (chá) de farinha de trigo
1 colher(es) (sopa) de fermento químico em pó

Cobertura

1 xícara(s) (chá) de açúcar
3 colher(es) (sopa) de amido de milho
5 colher(es) (sopa) de chocolate em pó
1 xícara(s) (chá) de água
quanto baste de sal
3 colher(es) (sopa) de margarina
1 colher(es) (chá) de essência de baunilha

................. Modo de Preparo

Massa

Bata bem todos os ingredientes da massa no liqüidificador. Coloque em uma fôrma redonda, untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo.
Asse por cerca de 40 minutos em forno médio (180ºC), pré-aquecido.

Cobertura

Leve todos os ingredientes ao fogo até engrossar em ponto de brigadeiro. Cubra o bolo em seguida.

.Eu fiz !

No tempo dos festivais da canção ...

Hot100Br@sil

Durante os anos 60 a música brasileira foi impulsionada pelos festivais. Esses eventos projetaram muitos dos grandes astros da MPB e revelaram músicas inesquecíveis. Os destaques foram, sem dúvida, os festivais da Record e, numa proporçaõ menor, os da Globo. Esta última tentou reviver, sem o mesmo sucesso, o clima de então no início dos anos 80 com o MPB Shell e outras realizações menores. Em 2000 uma nova tentativa foi feita, com resultado pífio. Eis a história dos festivais:

RECORD

I Festa da Música Popular Brasileira (1960)
1) Canção do Pescador (Newton Mendonça) - Roberto Amaral
2) Eu (Laudelina Cotrim de Castro) - Mag May
3) Seringueiro (José Assad) - Edilton Lopes

II Festival de Música Brasileira (1966)
1) A Banda (Chico Buarque) - Chico Buarque & Nara Leão
1) Disparada (Geraldo Vandré/Téo de Barros) - Jair Rodrigues, Trios Maraiá e Novo
2) De Amor Ou Paz (Luis Carlos Paraná/Adauto Santos) - Elza Soares
3) Canção Para Maria (Paulinho da Viola/Capinam) - Jair Rodrigues
4) Canção de Não Cantar (Sérgio Bittencourt) - MPB-4
5) Ensaio Geral (Gilberto Gil) - Elis Regina

III Festival de Música Brasileira (1967)
1) Ponteio (Edu Lobo/Capinam) - Edu Lobo, Marília Medalha & Quarteto Novo
2) Domingo no Parque (Gilberto Gil) - Gilberto Gil & Os Mutantes
3) Roda Viva (Chico Buarque) - Chico Buarque & MPB-4
4) Alegria, Alegria (Caetano Veloso) - Caetano Veloso & Beat Boys
5) Maria, Carnaval e Cinzas (Luis Carlos Paraná) - Roberto Carlos & O Grupo

I Bienal do Samba (1968)
1) Lapinha (B. Powell/P.C. Pinheiro) - Elis Regina
2) Bom Tempo (Chico Buarque) - Chico Buarque
3) Pressentimento (E. Medeiros/H.B. Carvalho) - Marília Medalha
4) Canto Chorado (Billy Blanco) - Jair Rodrigues
5) Tive, Sim (Cartola) - Cyro Monteiro

IV Festival de Música Brasileira (1968)
Júri Especial:
1) São Paulo, Meu Amor (Tom Zé) - Tom Zé
2) Memórias de Marta Saré (Edu Lobo/G. Guarnieri) - Edu LObo & Marília Medalha
3) Divino Maravilhoso (Caetano Veloso) - Gal Costa
4) 2001 (Rita Lee/Tom Zé) - Os Mutantes
5) Dia de Graça (Sérgio Ricardo) - Sérgio Ricardo & Modern Tropical Quintet
Júri Popular:
1) Benvinda (Chico Buarque) - Chico Buarque
2) Memórias de Marta Saré (Edu Lobo/G. Guarnieri) - Edu LObo & Marília Medalha
3) A Família (Chico Anísio/Ary Toledo) - Jair Rodrigues
4) Bonita (Geraldo Vandré/Hilton Accioly) - Trio Maraiá
5) São Paulo, Meu Amor (Tom Zé) - Tom Zé

V Festival de Música Brasileira (1969)
1) Sinal Fechado (Paulinho da Viola) - Paulinho da Viola
2) Clarice (Eneida & João Magalhães) - Agnaldo Rayol
3) Comunicação (Hélio Mateus/Edson Alencar) - Vanusa
4) Tu Vais Voltar (José Ribamar/Romeu Nunes) - Antonio Marcos
5) Gostei de Ver (Eduardo Gudin/M. A. Silva Ramos) - Márcia & Originais do Samba

EXCELSIOR

I Festival Nacional da Música Popular (1965)
1) Arrastão (Edu Lobo/Vinicius de Moraes) - Elis Regina
2) Valsa do Amor Que Não Vem (de Baden Powell/Vinicius de Moraes) - Elizeth Cardoso
3) Eu Só Queria Ser (Vera Brasil/Miriam Ribeiro) - Claudete Soares
4) Queixa (Sidney Miller/Zé Kéti/Paulo Tiago) - Cyro Monteiro
5) Rio Meu Amor (Billy Blanco) - Wilson Simonal

II Festival Nacional da Música Popular (1966)
1) Porta-Estandarte (Geraldo Vandré/Fernando Lona) - Tuca & Airto Moreira
2) Inaê (Vera Brasil/Maricene Costa) - Nílson
3) Chora Céu (Adilson Godoy/Luís Roberto) - Cláudia
4) Cidade Vazia (Baden Powell/Lula Freire) - Milton Nascimento
5) Boa Palavra (Caetano Veloso) - Maria Odete

III Festival Nacional da Música Popular (1968)
1) Modinha (Sergio Bittencourt) - Taiguara
2) Ultimatum (Marcos e Paulo Sergio Valle) - Maria Odete & Momento Quatro
3) Paixão Segundo o Amor (Tuca) - Tuca & Stella Maris
4) Fala Moço (A. Luz/W. Lins) - Alcivando Luz
5) Você Passa, Eu Acho Graça (A. Alves/C. Imperial) - Ataulfo Alves

GLOBO

I FIC (Festival Internacional da Canção) 1966
fase nacional:
1) Saveiros (Dori Caymmi/Nelson Mota) - Nana Caymmi
2) O Cavaleiro (Tuca/Geraldo Vandré) - Tuca
3) Dia das Rosas (Luis Bonfá/M. Helena Toledo) - Maysa
vencedor da fase internacional:
Frag Den Wind (Zacharias/Schaubler) - Inge Brueck (Alemanha Ocidental)

II FIC (Festival Internacional da Canção) 1967
fase nacional:
1) Margarida (G. Guarabira) - Gutemberg Guarabira & Grupo Manifesto
2) Travessia (Milton Nascimento/Fernando Brandt) - Milton Nascimento
3) Carolina (Chico Buarque) - Cynara & Cybele
4) Fuga e Antifuga (Edino Krieger/Vinicius de Moraes) - Quarteto 004 & As Meninas
5) São os do Norte Que Vêm (Ariano Suassuna/Capiba) - Claudinor Germano
vencedor da fase internacional:
Per Una Donna (Di Martino/Perreta) - Jimmy Fontana (Itália)

III FIC (Festival Internacional da Canção) 1968
fase nacional:
1) Sabiá (Chico Buarque/Tom Jobim) - Cynara & Cybele
2) Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores (Geraldo Vandré) - Geraldo Vandré
3) Andança (D. Caymmi/E. Souto/P. Tapajós) - Beth Carvalho & Golden Boys
4) Passacalha (Edino Krieger) - Quarteto 004
5) Dia de Vitória (Marcos & Paulo Sérgio Valle) -Marcos Valle
vencedor da fase internacional:
Sabiá (Chico Buarque/Tom Jobim) - Cynara & Cybele (Brasil)

IV FIC (Festival Internacional da Canção) 1969
fase nacional:
1) Cantiga Por Luciana (E. Souto/P. Tapajós) - Evinha
2) Juliana (Antonio Adolfo/Tibério Gaspar) - Antonio Adolfo & A Brazuca
3) Visão Geral (C. Costa Filho/R. Maurity/R. Monteiro) - Cesar Costa Filho & Quarteto 004
4) Razão de Paz Pra Não Cantar (Eduardo Lages/Alésio de Barros) - Cláudia
5) Minha Marisa (Fred Falcão/Paulinho Tapajós) - Golden Boys
vencedor da fase internacional:
Cantiga Por Luciana (E. Souto/P. Tapajós) - Evinha (Brasil)

V FIC (Festival Internacional da Canção) 1970
fase nacional:
1) BR-3 (Antonio Adolfo/Tibério Gaspar) - Tony Tornado & Trio Ternura
2) O Amor é o Meu País ( Ivan Lins/R. Monteiro) - Ivan Lins
3) Encouraçado (Suely Costa/Tite de Lemos) - Fábio
4) Um Abraço Terno em Você, Viu Mãe? (Gonzaguinha) - Gonzaguinha
5) Abolição 1860-1980 (Dom Salvador/A. Medeiros) - Mariá, Luiz Antonio & Conj. Dom Salvador
vencedor da fase internacional:
Pedro Nadie (J. Tcherkaski) - Piero (Argentina)

VI FIC (Festival Internacional da Canção) 1971
fase nacional:
1) Kyrie ( Paulinho Soares/Marcelo Silva) - Trio Ternura
2) Desacato (Antonio Carlos/Jocafi) - Antonio Carlos & Jocafi
3) Dia de Verão (Deodato) - Silvia Maria
4) Canção Pra Senhora (Sergio Bittencourt) - O Grupo
5) João Amem (Jacobina/Hélio Matheus) - Matheus
vencedor da fase internacional:
Y Después Del Amor (A. Castro) - Arturo Castro (México)

VII FIC (Festival Internacional da Canção) 1972
Representantes na fase internacional:
Fio Maravilha (Jorge Ben) - Maria Alcina
Diálogo (Baden Powell/P. C. Pinheiro) - Tobias, Cláudia Regina & Baden Powell
vencedor da fase internacional:
Nobody Calls Me A Prophet (D.C. Thomas) - David Clayton Thomas (USA)

Abertura - Festival da Nova Música Brasileira (1975)
1) Como Um Ladrão (Carlinhos Vergueiro) - Carlinhos Vergueiro
2) Fato Consumado (Djavan) - Djavan
3) Muito Tudo (Walter Franco) - Walter Franco

MPB 80 (1980)
1) Agonia (Mongol) - Oswaldo Montenegro
2) Foi Deus Que Fez Você (Luiz Ramalho) - Amelinha
3) A Massa (Raimundo Sodré/Jorge Portugal) - Raimundo Sodré

MPB Shell (1981)
1) Purpurina (Jerônimo Jardim) - Lucinha Lins
2) Planeta Água (Guilherme Arantes) - Guilherme Arantes
3) Mordomia (Ary do Cavaco/Graçinha) - Almir Guinéto

MPB Shell (1982)
1) Pelo Amor de Deus (P. Debétio/P. Rezende) - Emílio Santiago
2) O Fruto do Suor (T. Osanah/E. Bergen) - Raices de América
3) Doce Mistério (Tunai/Sérgio Natureza) - Jane Duboc
4) Quero Mais (M. Melo/T. Alves/E. Queiroz) - Quinteto Violado
5) Eu Te Amo (Suely Costa/Cacaso) - Nana Caymmi

FESTIVAL DOS FESTIVAIS (1985)
1) Escrito nas Estrelas (A. Black/C. Rennô) - Tetê Espíndola
2) Mira Ira (L. Barbosa/V. Castro) - Lula Barbosa, Tarancón & Placa Luminosa
3) Verde (Eduardo Gudin/Costa Netto) - Leila Pinheiro

FESTIVAL DA MÚSICA BRASILEIRA (2000)
1) Tudo Bem Meu Bem (Ricardo Soares) - Ricardo Soares
2) Morte no Escadão (J.C. Guerreiro) - Tianastácia
3) Tempo das Águas (Valmir Ribeiro) - Bilora

TUPI

I Festival Universitário da Canção Popular (1968)
1) Helena, Helena, Helena (Alberto Land) - Taiguara
2) Vidabreve (I. Ribeiro/N.J. Larica) - Claudette Soares
3) Meu Tamborim (C. Costa Filho/R.M. Souza) - Beth Carvalho
4) Um Novo Rumo (A. Verocai/G. Flach) - Elis Regina
5) Até o Amanhecer (V.C. Santos/Ivan Lins) - Cyro Monteiro

Festival 79 da Música Popular
1) Quem Me Levará Sou Eu (Dominguinhos/Manduka) - Fagner
2) Canalha (Walter Franco) - Walter Franco
3) Bandolins (Oswaldo Montenegro) - Oswaldo Montenegro

CULTURA

I Festival Universitário da Música Popular Brasileira (1979)
1) Diversões Eletrônicas (A. Barnabé/L.R. Porto) - Arrigo Barnabé e Banda
2) Brigando na Lua (Mario Augusto Aydar) - Premeditando o Breque
3) Meu Grande Amor Suicida (D. MOreno/C. Frazão) - Eliane Estevam
4) Glória (Renato da Cunha Lemos) - Renato da Cunha Lemos
5) Boneca de Pano (Carlos Eduardo V. da Silva) - Boneca de Pano

Taiguara - Universo no teu corpo

Para curtir numa noite de sábado.

Relembrando a época dos festivais.



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Praça Siqueira Campos - Por Roberto Jamacaru


Praça Siqueira Campos


Após o término da segunda grande guerra mundial, em 1945, o período subseqüente, compreendido entre as décadas de cinquenta e de sessenta, foi caracterizado pelo volume muito grande de transformações na humanidade. Entre tantas descobertas citamos: a da pílula anticoncepcional, do raio Laser e do ácido desoxirribonucléico - o DNA. Houve também o surgimento dos conflitos dos blocos capitalistas e socialistas (a chamada Guerra Fria). De forma paralela registraram-se o primeiro transplante de coração, a conquista da lua e os fenômenos do feminismo e internete.

No Brasil, em particular, importantes fatos se sucederam: o surgimento da televisão, as criações dos movimentos musicais da Bossa Nova, Tropicália e Jovem Guarda, assim como a inauguração de Brasília e a imposição, em 1964, da Ditadura Militar.

Mas, se procurarmos identificar, nessas estações do tempo, qual foi a causa de maior impacto sobre a humanidade, podemos afirmar, sem medo do que dizem as pesquisas, ter sido a da mudança comportamental do homem em relação a si mesmo.

Se a guerra deixou em todos as marcas do holocausto e da repressão ao livre-arbítrio, a libertação desse personagem na história veio através criação da ONU, da quebra de tabus por parte de muitos ídolos, lembrando: James Dean, Marilyn Monroe, Elvis Presley, Leila Diniz, Brigitte Bardot, Chico Buarque, Beatles, incluindo-se aí o uso da contracultura disseminada pelo Festival de Woodstock.

No Crato, em particular, dado à sua peculiaridade cultural e instinto de libertação, este tão bem demonstrado nos idos de 1817, com os ideais republicanos de Bárbara de Alencar & Cia., todos esses efeitos se fizeram sentir e proliferar intensamente junto à sua comunidade, principalmente no seio da juventude.

Na década de cinquenta, por exemplo, ao som das melodias interpretadas por Nelson Gonçalves, Ângela Maria e Carlos Gonzaga (... Da música Diana), a moda feminina foi um dos destaques na quebra de paradigmas ao assumir novos e variados estilos.

Nela, citando alguns padrões, os penteados passaram a ser ao estilo coque ou rabo-de-cavalo, sendo este último realçado por uma faixa, antes da franja, que dava às mulheres um ar de menininha inocente.

Já o figurino, cuja característica maior era a cintura fina bem marcada, o conjunto restante se compunha de saias rodadas (algumas com anáguas e combinações), ou saias justas, ambas abaixo dos joelhos. Os corpetes davam formas volumosas e firmeza aos seios. O arremate final vinha nos sapatos altos e nos glamourosos lenços de seda no pescoço.

Quanto à irreverência masculina, os topetes ao estilo pega-rapaz, esculturados pela brilhantina, junto com as jaquetas de couro, definia a indumentária da rapaziada.

Na década seguinte, a de sessenta, no embalo do iê-iê-iê, foi a vez das mulheres assumirem a minissaia, com seus trinta centímetros acima dos joelhos e os homens curtirem seus cabelos longos arrematados pelas calças boca-de-sino e botinhas.

Em ambas as décadas, porém, o palco escolhido na cidade do Crato para o desfile dessas inovações foi, sem dúvida alguma, o das passarelas de mosaicos da Praça Siqueira Campos, logradouro este projetado com postes de ferro trabalhado, bancos de marmorito; palmeiras, hortênsias e fícus benjamim, cujo período de construção estendeu-se do ano de 1913 a 1917, em justa homenagem ao comerciante Manoel Siqueira Campos.

Tendo nos seus limites, e logradouros próximos, uma estrutura de residências, hotel, cinemas, café, sorveterias e lojas, citando: a casa dos Dois Leões, o Hotel Glória, os cines Cassino e Moderno, o Café Líder, as sorveterias Bantim e Glória, a Loja Azteca, entre outros, a Praça Siqueira Campos, no coração do Crato, era, além do ponto chique da moda, a coqueluche referenciada pelos brotos do lugar.

Quanto aos hábitos de seus freqüentadores, eles eram, além de puros, revestidos de alegrias e doces insinuâncias.

Obedecendo aos padrões da época, lá, a exemplos das tertúlias, tudo começava muito cedo, ou seja, britanicamente às 19h00m. Era quando os adolescentes começavam a chegar, em bandos, mascando chicletes de bola ou chupando bombons de caramelo, para o tradicional volteio no circuito da praça. Já o final desse encontro, mais britânico ainda, registrava-se às 21h00m. O toque de recolher era emitido pelo alto-falante potente da Amplificadora Cratense, sinal este reconhecido através do som do Hino do Crato ou, em outros anos, por meio da música “Boa noite, meu amor!”.

Se levarmos em consideração que era ali onde se registrava o início da maioria dos romances dessas gerações, a forma com a qual esse processo se desenrolava, era, no mínimo, mais fascinante ainda.

No caso das mulheres, que usavam em média um vestido novo para cada domingo, uma de suas maiores características era a de ficarem rodando, de braços dados com três ou quatro amigas, por todo esse tempo nas passarelas em torno do centro da praça.

Nesses incontáveis volteios, ao sentirem a flechada do cupido, elas lançavam seus piscares de olhos (os chamados flertes) em direção de seus pretendidos. Estes, por suas vezes, fumando os seus cigarros das marcas Continental, BB ou de filtro, Minister “king-zize” (na época, fumar dava status), ficavam pousando nas beiras desse mesmo espaço criando coragem para o famoso “encosto!”.

Com esses arroubos, todos ensejavam a possibilidade de virem a ter, no presente, um lindo romance e, no futuro, um casamento de Contos de Fadas. Quanto às cerimônias deste possível enlace, elas eram celebradas, quase sempre, na Igreja da Sé pelos Padres Rubens ou Onofre. Já os festejos aconteciam nos salões do Crato Tênis Clube aos sons das músicas Danúbio Azul, Simbonê e “Monlight Serenade”, tocadas por Hildegardo e seu Conjunto ou por Ases do Ritmo, detalhes estes que davam um romantismo especial ao evento... Tudo, porém, na base da virgindade, do véu, da grinalda e da tradicional foto em Telma Saraiva.

Voltando ao detalhe do piscar de olho... Quando isto acontecia, era preciso que essa mesma atitude se repetisse por, no mínimo, três vezes para só então o marmanjo ter a garantia plena de uma abordagem segura.

O temor em relação a isso se justificava, pois os maiores pavores que os homens tinham, na realidade eram quatro. O primeiro: o de levarem, além de uma rabissaca, um tremendo “fora!”. O segundo: o de serem chamados de enxeridos. O terceiro, quando o enxerimento era abusivo e malicioso, o de serem taxados de rabos-de-burros! O quarto: em caso de total indiferença a essa insinuância, a denominação era cruel, ou seja, o sujeito poderia ser classificado de “mariquinha!”... Para a categoria, nada mais terrível e humilhante do que esses rótulos.

Já as mulheres temiam a expressão “Só quer ser as pregas!”, que significava importância que não tinha, e a alcunha de “Sacarina” [tradução censurada... (Tradução liberada por liminar: c... doce!)].

Uma vez bem sucedida a paquera, duas coisas advindas dessa investida tinham que ser respeitadas entre as partes: a primeira era a de só pegar na mão após o primeiro encontro e, a segunda, era a da hora de beijar na boca pela primeira vez, coisa que, preferencialmente, só deveria acontecer no escurinho do cinema.

E foi assim, em pleno coração da Praça Siqueira Campos, durante as décadas de 50 e de 60, que essas duas gerações de jovens viveram as melhores fases de suas vidas, de maneira especial inebriadas por várias fragrâncias mágicas, entre elas a do sabonete Alma de Flores e a do perfume Lancaster.

E foi assim também, longe da violência, do despudor e do desrespeito dos dias de hoje que, rapazes e moças, movidos tão somente pelos embalos da pureza e da alegria, conseguiram, cheios de estruturas éticas, construírem as suas felicidades, tão bem repassadas para seus filhos e netos.

A Praça Siqueira Campos, considerada o símbolo “fashion” das gerações do bolero, do rock, do twist e do iê-iê-iê, já foi objeto de inúmeras reformas na sua estrutura, muitas das quais chegaram a desfigurar, quase que por completo, as suas reais características.

Hoje, desolada, mergulhada na solidão das noites de domingo, ela, sem seus rapazes e moças, tem sido vitima dos hábitos e avanços irreversíveis da modernidade, caracterizados pelos pontos de encontros nos shoppings, pelo amor ficar, pela frequência alucinada nas festas reives, pelas presenças em massa nos mega shows, pelas zoeiras nos barzinhos; pelo tagarelismo nos celulares, pelas volúpias secretas refugiadas nos motéis e, por fim, pelo amor virtual... Sem o cheiro de ferormônio, sem a sensação de calor e sem os arrepios voluptuosos causados pelos sussurros das vozes e toques das carícias.

Nela, nem de longe, se ouve mais os sons dos psius e dos fiu-fius. Não se ouve também os ecos dos risos fáceis e muito menos os murmúrios glamourosos de duas gerações de jovens que um dia, nos Anos Dourados e Rebeldes de suas vidas, a conheceram humana, artisticamente arborizada, esteticamente bela, iluminada, cândida, mágica, socialmente frequentada e feliz, muito feliz!

Roberto Jamacaru de Aquino

A ESTRELA DALVA DE OLIVEIRA

Se estivesse viva, a cantora Dalva de Oliveira completaria 91 anos. Dalva, porém, morreu no dia 30 de agosto de 1972, aos 55 anos.

SOBRE DALVA DE OLIVEIRA



No dia 5 de maio de 1917, nascia em Rio Claro, no iterior de São Paulo, Vicentina de Paula Oliveira. Seu pai, Mário Antônio de Oliveira, era carpinteiro e, a bem da verdade, esperava para primogênito um menino, Vicente. Sua mãe, Alice do Espírito Santo Oliveira, nascida em Portugal e naturalizada brasileira, ajudava no orçamento da família, fazendo salgados para um bar vizinho.

Além dela, os pais tiveram mais três meninas (Nair, Margarida e Lila) e um menino que nasceu com problemas de saúde e morreu ainda criança. Seu pai, que era conhecido na cidade pelo apelido de Mário Carioca, era marceneiro e músico nas horas vagas (tocava clarinete). Costumava realizar serenatas com seus amigos músicos, chegando a organizar um conjunto para tocar em festas. A pequena Vicentina gostava de acompanhá-lo nessas serenatas. Viviam de forma bastante modesta e quando ela tinha apenas oito anos, sofreram um duro golpe familiar: Mário faleceu, deixando a esposa com quatro filhos para criar. Dona Alice resolveu, então, tentar a vida na capital paulista, onde arrumou emprego de governanta. Conseguiu vaga para as três filhas em um internato de irmãs de caridade, o Internato Tamandaré, onde Vicentina chegou a ter aulas de piano, órgão e canto. A menina ficou lá por três anos, até ser obrigada a sair, devido uma séria infecção nos olhos. Nessa ocasião, a mãe perdeu o emprego, pois os patrões não aceitaram a presença da menina. Dona Alice conseguiu emprego de copeira em um hotel e Vicentina passou a ajudá-la. Trabalhou então como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Depois, conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano.
1934
Transferiram-se para o Rio de Janeiro, onde foram morar à Rua Senador Pompeu, numa "cabeça-de-porco", segundo a própria cantora. Nessa época, a família já estava novamente reunida (as irmãs voltaram a morar com a mãe).
1937
Casou-se com Herivelto Martins, com quem teve seus dois filhos, Pery e Ubiratã: o primeiro tornou-se cantor (é o conhecido Pery Ribeiro); o segundo trabalha em televisão (foi "camera man" e depois produtor de programas televisivos, como o "Fantástico", da TV Globo).
Uma das grandes estrelas dos anos 40 e 50. Dona de uma poderosa voz, cuja extensão ia do contralto ao soprano, marcou época como intérprete. Iniciou sua carreira em São Paulo. Depois de terminar o serviço de faxina do salão de danças em que trabalhava, costumava cantar algumas músicas, tentando tirar melodias ao piano. Um dia, foi ouvida pelo maestro pianista, que a convidou para cantar numa "troupe", chefiada por Antônio Zovetti. "Era um cirquinho de tablado", segundo depoimento da cantora, que correu várias cidades de São Paulo, até chegar a Belo Horizonte (MG).

Sua participação acontecia nos intervalos dos espetáculos, quando era anunciada como "A menina prodígio da voz de ouro". Sua mãe foi junto, a convite do próprio empresário. Foi nessa época que passou a usar o nome de Dalva, sugerido pela mãe, pois Zovetti achava que seu nome não era bom para uma cantora.

Assim, passaram a anunciá-la como a "doçura de voz da menina prodígio: a estrela Dalva!" Em Belo Horizonte aconselharam-na a fazer um teste na Rádio Mineira. Foi aprovada, mas, com a dissolução do Circo Damasco, voltaram a São Paulo. O maestro aconselhou sua mãe a ir para o Rio de Janeiro, dizendo que a menina tinha futuro e que na Capital Federal teria mais chances. Lá, Dalva empregou-se como costureira numa fábrica de chinelos, da qual um dos proprietários (Milton Guita, conhecido como Milonguita) era diretor da Rádio Ipanema (atual Mauá).

Dalva gostava de cantar enquanto trabalhava e Milonguita um dia a ouviu. Convidou-a, então, para um teste na Rádio Ipanema. Foi aprovada e logo depois transferiu-se para as Rádios Sociedade e Cruzeiro do Sul, onde cantou ao lado de Noel Rosa. Depois, passou pela Rádio Philips e finalmente conseguiu trabalho na Rádio Mayrink Veiga. Na época, Adhemar, diretor da rádio, levou-a para conhecer o maestro Gambardella, que apesar de achar que ela possuía potencial para tornar-se uma cantora lírica, aconselhou-a a manter-se como cantora popular. O maestro sabia que uma moça pobre dificilmente poderia seguir uma carreira que carecia de recursos e não tinha muito futuro no Brasil. Era carreira para quem havia nascido rica. Assim, sugeriu que ela utilizasse sua voz para o canto popular.

Nessa época, foi chamada para trabalhar no teatro com Jayme Costa, fazendo pontas em operetas no Teatro Glória. Trabalhou na temporada popular da Casa de Caboclo, do Teatro Fênix, onde atuou ao lado de Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho, Ema D'Ávila, Diamantina Gomes e Antônio Marzullo. No mesmo período, trabalhou na Cancela, em São Cristóvão, num teatro regional onde ela apresentava números imitando a atriz Dorothy Lamour. Foi lá que conheceu Herivelto Martins,que atuava com o parceiro Nilo Chagas, formando a Dupla Preto e Branco. Ali, Dalva fez os primeiros números com a dupla. Logo depois, Herivelto foi contratado para trabalhar no Teatro Fênix, de Pascoal Segreto, e propôs a Dalva que ela viesse cantar com ele e Nilo, formando então um trio. Começaram então um namoro. No início o trio chamava-se Dalva de Oliveira e a Dupla Preto e Branco.

Foi César Ladeira que sugeriu que trocassem o nome para Trio de Ouro. Foram então contratados pela Rádio Mayrink Veiga e gravaram o primeiro disco em 1937, na RCA Victor, com as músicas Itaguaí e Ceci e Peri, ambas de autoria de Príncipe Pretinho. Na época em que gravaram o disco, Dalva estava esperando seu primeiro filho,e o público escrevia pedindo que, se fosse um menino, eles o batizassem de Pery, e, se fosse menina, Ceci. Foi o que aconteceu quando Dalva deu à luz ao futuro cantor Pery Ribeiro.

1938
Transferiram-se para a Rádio Tupi e para a gravadora Odeon. Seus maiores sucessos com o Trio de Ouro foram os sambas Praça Onze, de Herivelto Martins e Grande Otelo, e Ave-Maria no morro, de Herivelto, gravados em 1942, o primeiro com o Trio acompanhando Castro Barbosa.
1943
Gravaram com sucesso Laurindo, um samba de Herivelto. Na decada de 1940 atuaram no Cassino da Urca e no Cassino Icaraí.
1944
Participou do filme "Berlim na batucada", de Luís de Barros.
1945
Gravou na Continental, com Carlos Galhardo e Os Trovadores, a adaptação de João de Barro para a história Branca de Neve e os Sete Anões, com músicas de Radamés Gnattali.
1946
Participou do filme "Caídos do céu", de luís Barros.
1947
Dalva e Herivelto separaram-se, iniciando uma batalha de ofensas mútuas muito explorada pela imprensa da época mas somente dois anos depois, quando fizeram excursão à Venezuela com a Companhia de Derci Gonçalves, o trio se desfez. Dalva ainda ficou naquele país, apresentando-se com o maestro Vicente Paiva, por mais um ano.
1949
Casou-se com o argentino Tito Clement, adotando uma menina, Dalva Lúcia. Foi morar com ele em Buenos Aires.
1950
Retornou ao Brasil, quando a gravadora Odeon a rejeitou, pois os produtores não acreditavam em sua carreira solo. Foi Vicente Paiva, na época um dos diretores artísticos da gravadora, que lhe deu seu aval, dizendo que se o samba Tudo acabado não estourasse, ele se demitiria. O samba, de fato, foi um grande sucesso na voz de Dalva, inaugurando uma duradoura batalha musical entre ela e Herivelto, que usavam a música para se acusarem mutuamente pelo fracasso do casamento. Nessa polêmica musical destacaram-se, além de Tudo acabado, Que será e Errei sim, ambas gravadas em 1950.
1951
Vieram outros sucessos com o samba-canção Ave-Maria, de Vicente Paiva e Jaime Redondo, e a marcha Zum-zum, de Paulo Soledade e Fernando Lobo. Nessa época, fez várias excursões ao exterior, apresentando-se no Uruguai, Argentina, Chile e na Inglaterra. Em Londres, cantou na festa de coroação da Rainha Elizabeth II, no Hotel Savoy, acompanhada pelo maestro Robert Inglis.
1952
Esse repertório foi gravado em Londres, nos estúdios da Parlophone, com o maestro Inglis e sua orquestra. O nome de Inglis foi aportuguesado para Inglês, a fim de facilitar sua comercialização no Brasil. No elepê, eles recriaram clássicos brasileiros como: Tico-tico no fubá, Aquarela do Brasil, Bem-te-vi atrevido e Na Baixa do Sapateiro, além de vários outros sucessos de Dalva. Apesar de estilizar os sambas e choros num ritmo que está mais para o mambo, ou outros ritmos latinos, o elepê de Dalva de Oliveira com Roberto Inglês pode ser visto como um difusor da MPB no mundo segundo Tárik de Souza. Ainda em 1952, lançou novos sucessos: Kalu, um baião de Humberto Teixeira, e Fim de comédia, samba de Ataulfo Alves. Naquele ano, foi eleita Rainha do Rádio e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires. Foi nessa ocasião que conheceu o empresário Tito Clemente, seu futuro marido. Participou de outros filmes, ainda na década de 50: "Maria da praia", de Paulo Wanderley; "Milagre de amor" e "Tudo azul", ambos de Moacir Fenelon.
1963
Dalva e Tito Clement separaram-se e depois ela casou-se com Manuel Nuno Carpinteiro.
1965
Sofreu grave acidente automobilístico, sendo obrigada a abandonar a carreira por alguns anos.
1970
Retornou, lançando um dos grandes sucessos do ano e também seu último: Bandeira branca, marcha-rancho de Max Nunes e Laércio Alves. No início dos anos 70, morava em uma confortável casa no bairro carioca de Jacarepaguá.
1971
Apresentou-se no Teatro Tereza Raquel no Rio de Janeiro. No fim da carreira, apresentou-se em vários programas de televisão e em shows.
1972
Faleceu vítima de hemorragia no esôfago.
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Heroína brasileira, nasceu em Morrinhos, SC, então município de Laguna, em 30 de agosto de 1821, filha de Bento Ribeiro de Silva e Maria Antônia de Jesus Antunes. Faleceu na Itália no dia 4 de agosto de 1849.

Embora os pais de Anita fossem pobres, deram-lhe excelente educação. Casou-se em Laguna no ano de 1835 com Manuel Duarte de Aguiar. Quando surgiu a Revolução Farroupilha, deixou o seu marido e ligou-se a Giuseppe Garibaldi que a unira ao movimento.

Deu o seu primeiro tiro de canhão, na Batalha de Laguna. Devido a oposição dos pais, Garibaldi raptou-a, indo regularizar o casamento em 26 de março de 1842, no Uruguai. Tornou-se uma companheira destemida do esposo, participando em seus combates, lutou pela unificação e libertação de Itália. Mais tarde viu-se sitiada pelas forças legalistas, conseguindo fugir. Nasceu o seu primeiro filho no dia 16 de setembro de 1840. Em 1847 Anita seguiu para a Itália levando seus três filhos. Reuniu-se a Garibaldi pouco depois em Nice.

Tomou parte dos combates de Roma; os amotinadores foram obrigados a se retirarem em barcos de pesca, os quais a maior parte caiu em poder dos Austríacos. Porém o que conduzia o casal encalhou numa praia. Anita e Giuseppe com alguns companheiros abrigaram-se numa propriedade rural nas proximidades de Ravena.

Anita teve o seu estado sensivelmente agravado pela febre tifóide, durante os combates em Roma, vindo a falecer antes de completar trinta anos de idade. Em sua memória ergueram vários monumentos no Brasil e na Itália. Seu nome de solteira: Ana Maria de Jesus Ribeiro.

A obra do escritor catarinense Adílcio Cadorin sobre a maior Heroína catarinense e brasileira, Ana Maria de Jesus Ribeiro - Anita Garibaldi, mais do que uma detalhada reconstituição histórica das lutas travadas em defesa da república, da liberdade e da unificação italiana, se constitui em um resgate inédito sobre a vida desta jovem muher, que viveu apenas 28 anos.
ANITA A GUERREIRA DAS REPÚBLICAS, é uma contribuição ímpar a historiadores, intelectuais, políticos, pesquisadores, estudantes e a todos os interessados na vida desta guerreira, que segue a marcante e curta trajetória de vida movida pelo coração e pelos ideais libertários, por campos de batalha da América e da Europa.

Na política, na literatura, nas artes, nas ciências e em todas as áreas do conhecimento há pessoas que se destacam. Por isso são reverenciadas e reconhecidas. O autor revela a identificação de Anita com o ideário farroupilha, personificados por Garibaldi, contra o despotismo do regime centralizador do império.
Ao reconstituir a história da jovem Ana Maria de Jesus Ribeiro, nascida em Laguna, o presidente da Fundação Anita Garibaldi, Adílcio Cadorin, nos brinda com um detalhado trabalho de pesquisa histórica. É um relato envolvente sobre esta catarinense que imortalizou-se ao seguir a trajetória que a transformou em Heroína de Dois Mundos, pela capacidade de amar a vida, amar um homem e de amar a humanidade, movida pelos elevados ideais da fraternidade e da liberdade.
Editada pela Assembléia Legislativa e a Udesc, a obra revela a passagem dos 150 anos da morte de Anita Garibaldi.

Florianópolis - SC, julho de 1999.
Deputado Gilmar KnaeselPresidente da Assembléia Legislativado Estado de Santa Catarina.

www.paginadogaucho.com.br/bibli/anita.htm -
http://www.brasilescola.com/historia/anita-garibaldi.htm

Curiosidades sobre a Língua Portuguesa


Muitas vezes nos encontramos numa encruzilhada: como é mesmo que se escreve aquela palavrinha ?? Pois bem, lá vão mais algumas pistas que podem ser esclarecedoras.

Estas são curtinhas, fáceis de assimilar.

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FRANCESISMOS? MERCI BEAUCOUP!

.............É bom saber que algumas palavras do nosso vocabulário vieram do francês e, embora possamos usá-las tranqüilamente, possuem correspondentes exatos no português. Para ateliê temos oficina; para complô temos conspiração; para menu temos cardápio; e para omelete temos fritada de ovos.

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- FALOU E DISSE!

.............Falar e dizer não são sinônimos. Quem fala, fala bem, fala muito, fala com alguém, fala diante dos outros. Já quem diz, diz a verdade, diz o que pensa, diz besteira, diz o que não deve. Falar tem a ver com o ato da fala. Dizer tem a ver com o conteúdo expresso por aquele que fala. Falou?

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- A CURA PELA GRAMÁTICA

.............Existe uma doença que admite os quatro usos que médicos e pacientes fazem dela: a diabete, a diabetes, o diabete e o diabetes. Por outro lado, no caso da palavra terminada em s, o adjetivo que lhe segue fica no singular: diabetes insípido, diabetes melito, diabetes sacarino ou diabetes sacarina.

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- QUESTÃO DE OUVIDO

.............Li, certa vez, numa placa: "É proibida a instalação de autofalantes." O ouvido doeu. Não tanto pelo medo de ouvir alguém gritando pelo alto-falante, mas por imaginar como alguém poderia fazer o casamento entre um automóvel e um falante, que ainda por cima era proibido instalar.

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MEDICINA GRAMATICAL

.............Às vezes falamos com imprecisões de sentido, e valeria a pena caprichar. Por exemplo: febre alta. Na verdade, toda febre é temperatura alta. Febre baixa, pelo menos na medicina gramatical, também não existe. Outro exemplo: tirar a pressão. Se uma enfermeira tirar a minha pressão sangüínea eu morro na hora. É bem melhor pedir-lhe para medir a pressão.


- O TEMPO NÃO PÁRA

.............Hoje é hoje. Amanhã é depois de hoje. E depois de amanhã (sem hífens) é daqui a dois dias. E como voltar para o passado? Ontem foi antes de hoje. Antes de ontem é anteontem. E antes de anteontem? Trasanteontem. Por incrível que pareça.

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- INSÔNIA GRAMATICAL

.............Depois do décimo carneirinho, podemos contar, sem hífen: décimo primeiro, décimo segundo. Depois: vigésimo, vigésimo primeiro, vigésimo segundo, também sem hífen. Depois: centésimo, centésimo primeiro... também sem hífen. E se a insônia for longa, milionésimo, bilionésimo, trilionésimo primeiro, trilionésimo segundo... e boa-noite!

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- E AGORA, JOSÉ?

.............O vocativo é a palavra que serve para chamar alguém ou um animal. Se estiver no meio da frase, vem entre vírgulas. Se estiver no início, põe-se uma vírgula depois. Se vier no final, põe-se uma vírgula antes. Vejamos: José, e agora? E agora, José? Mas, José, e agora?

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- O MELHOR, SE FOR MELHOR, MELHOR VIVERÁ

.............Na frase acima, a palavra melhor pertence a três categorias gramaticais diferentes. O melhor (substantivo), se for melhor (adjetivo), melhor (advérbio) viverá. Deles, o último é invariável. A frase no plural fica assim: os melhores, se forem melhores, melhor viverão.

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- MUDANÇA DE HÁBITO

.............Como tratar pessoas que ocupam cargos importantes? Um cardeal é Vossa Eminência. Um ministro é Vossa Excelência. Um prefeito também. Um reitor é Vossa Magnificência. Um padre é Vossa Reverendíssima. Um gerente de banco é Vossa Senhoria. Um coronel também. E o papa é Vossa Santidade. Se estamos acostumados a chamar todo mundo de você, é melhor mudar de hábito...

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- CONVERSA PRA BOI DORMIR

.............Até no açougue é preciso falar bem. Quando queremos comprar a parte traseira acima das coxas do animal, devemos pedir alguns gramas ou mesmo um quilo de coxão. Trata-se do aumentativo de coxa. Há quem fale colchão, mas isso já é conversa pra boi dormir.

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APOFONIA: ISSO TEM CURA?

............. Vários nomes que, no singular, possuem na sílaba tônica um o fechado - povo, poço, glorioso e olho - no plural experimentam mudança de timbre. As palavras povos, poços, gloriosos e olhos são pronunciadas com o o aberto. É o caso também de novos, porcos e coros. Este é um exemplo de apofonia. E como toda a regra tem a sua exceção, gostos, tronos e bolsos têm o o tônico fechado.

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- QUE PENA!

.............O uso contínuo de uma expressão errada torna o erro invisível. Poucos vêem o equívoco de usar a palavra penalizar no sentido de punir e castigar. É comum ouvirmos, por exemplo: os jogadores foram penalizados com a expulsão. Penalizar, na verdade, significa causar dor e tristeza. Ele ficou penalizado (ficou triste) ao ver a expulsão dos jogadores. O certo, então, é mudar o verbo da frase anterior, e escrever assim: os jogadores foram punidos com a expulsão.

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- A SINGULARIDADE DO PLURAL

............. Várias palavras, no plural, adquirem significados diferentes. Ouro, no singular, é o metal precioso. Ouros, no plural, é um dos naipes das cartas do baralho. Bem é o contrário de mal. Bens são as propriedades que uma pessoa tem. Letra é um caractere do alfabeto. Letras é o curso universitário. Liberdade é o poder de escolher. Liberdades é quando a moça repreende o rapaz apressadinho: - Vamos parar com essas liberdades?

Pois é, vamos treinar...

Curiosidades sobre a língua portuguesa e o idioma africano

Você sabia que usamos várias palavras originadas de idiomas africanos? Claro que sabia !

Verifique as palavras tais como: bagunça, quindim, babá, caçula, camundongo, cochilar, dengo, sunga e moleque, são todos termos de origem africana.

http://www.ufv.br/tutoria/portugues/curio_geral.htm

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Bievenido Granda - O bigode que canta - Por Socorro Moreira


"Bienvenido Granda, também conhecido como "O Bigode que Canta", fez imenso sucesso em plena era de ouro do bolero, graças ao seu personalíssimo estilo de cantar. Nasceu em Havana, Cuba, em 1915, onde começou sua carreira, ainda na infância, cantando para os passageiros do ônibus urbanos da capital cubana.

Em 1940, formou um grupo musical (Sonora Matancera) com o qual se apresentou nas rádios cubanas até o ano de 1954, quando resolveu enveredar pela carreira solo e começou a se apresentar por diversos países Latino-americanos, interpretando vários gêneros musicas cubanas e caribenhas, mas sempre dedicando especial atenção ao bolero. Faleceu em 1983, na cidade do México, onde havia fixado residência. "

Em 31 de maio de 1964 , Bievenido Granda esteve no Crato, e fez um show no auditório da Rádio Educadora.

O Crato em peso compareceu. Quem é do meu tempo, confirma !
Os cratenses sempre gostaram de um bolero . Com ele aprendíamos a dançar , sem colar o rosto. O repertório de Bievenido, mesmo nos anos da Jovem Guarda , estava internalizado na gente de todas as idades. Eu mesma o conhecia por inteiro, e gostava !
Mas o que mais marcou aquele show foi o início de namoro entre Ana Maria ( minha prima) e Heron Aquino( nosso grande radialista). Justo nesse show eu também comecei a namorar pela primeira vez.
Elegemos uma música comum, "Oracion Caribe" , que Heron acabou levando para as paradas de sucesso, tendo em vista a infinidade de pedidos para que fosse tocada em seu programa.
Meses e meses, e Oracion Caribe mantinha-se campeã ( música mais solicitada de todos os dias !)
O meu namoro não deu em nada , mas o namoro da minha prima virou noivado, casamento , e vai completar bodas de ouro, porque o amor permitirá !

Quem lembra desse evento ?
Foi esse o repertório :

ANGUSTIA, CALLA ,EM LA ORILLA DEL MAR ,ESPERAME , HIPÓCRITA ,
LA ÚLTIMA NOCHE ,MORENA ,NO ME DIGAS NADA,NOSTALGIA ,
PERCAL,PERFUME DE GARDENIA ,SOÑAR CONTIGO ,
TRES PALABRAS,TU PRECIO e ORACION CARIBE .

* Bienvenido Rosendo Granda Aguillera (Havana, 30 de agosto de 1915 - Cidade do México, 9 de julho de 1983).



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29 de agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo

Cigarro faz mal até pra quem não fuma

No Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) , o Instituto Nacional de Câncer, INCA, órgão do Ministério da Saúde responsável pela política de controle do câncer no País, aproveita para fazer um alerta: cigarro faz mal até para quem não fuma. As crianças são um dos grupos mais atingidos. Elas correm, por exemplo, um risco cinco vezes maior de sofrerem morte súbita sem razão específica. O tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, superada apenas pelo tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

“Se os adultos soubessem o que sofrem as crianças expostas à fumaça do cigarro, nunca mais fumariam perto delas”, observa Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer. Quando a mãe fuma depois que o bebê nasce, este sofre imediatamente os efeitos do cigarro. Segundo Santini, durante o aleitamento, a criança recebe nicotina através do leite materno. “Ela fica intoxicada com a nicotina, podendo apresentar agitação, vômitos, diarréia e taquicardia, principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia”, avisa.

Em recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observaram-se resultados mais graves como palidez, cianose (coloração azulada da pele e membranas mucosas devido à falta de oxigenação no sangue), taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada. Em crianças de zero a um ano de idade, que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa.

Estudos também mostram que crianças com sete anos de idade, nascidas de mães que fumaram 10 ou mais cigarros por dia durante a gestação, apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças: “elas são mais lentas para desenvolverem suas habilidades. Nota-se um atraso de quatro meses para a leitura e cinco, para a matemática, por exemplo”, explica Tânia Cavalcante, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA.

A fumaça aspirada pelo não-fumante apresenta níveis oito vezes maiores de monóxido de carbono, o triplo de nicotina, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas que a fumaça tragada. A fumaça que sai da ponta do cigarro contém, em média, três vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

Pesquisas nacionais e internacionais indicam que os fumantes passivos têm um risco 23% maior de desenvolver doença cardiovascular e 30% mais chances de ter câncer de pulmão. Crianças expostas à fumaça do tabaco podem desenvolver doença cardiovascular, quando adultas, infecções respiratórias e asma brônquica. Os filhos de gestantes que fumam apresentam o dobro de chances de nascer com baixo peso e 70% de possibilidades de sofrer um aborto espontâneo; 30% podem morrer ao nascer.


Fumaça Tabagística Ambiental
Os dois componentes principais da poluição tabagística ambiental (PTA) são a fumaça inalada pelo fumante, chamada de corrente primária, e a fumaça que sai da ponta do cigarro, a corrente secundária. Esta última é o principal componente da PTA, formada em 96% do tempo total da queima dos derivados do tabaco.

Algumas substâncias, como nicotina, monóxido de carbono, amônia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontrados em quantidades mais elevadas na corrente secundária. Isto porque não são filtrados e também devido ao fato de que os cigarros queimam em baixa temperatura, tornando a combustão das substâncias incompleta.

Análise feita pelo INCA, em 1996, com cinco marcas de cigarros comercializados no Brasil, verificou-se níveis duas vezes maiores de alcatrão, 4,5 vezes maiores de nicotina e 3,7 vezes maiores de monóxido de carbono na fumaça que sai da ponta do cigarro em relação à fumaça exalada pelo fumante.

Os níveis de amônia na corrente secundária chegaram a ser 791 vezes superiores que na corrente primária. A amônia alcaliniza a fumaça do cigarro, contribuindo para a maior absorção de nicotina pelos fumantes, e aumentando a dependência da droga. Este também é o principal componente irritante da fumaça do tabaco.


Instituto Nacional de Câncer
Divisão de Comunicação Social
21 2506-6103/6108/6099/6607


Divisão de Comunicação Social • tel: (21) 2506-6103 • imprensa@inca.gov.br

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Cleópatra, a Rainha do Egito

Cleópatra
Os palácios de Alexandria
Cobriram-se de sombras suaves.
Ela já beijara os lábios de Antônio, sem vida,
E chorava, de joelhos, ante Augusto, vencida…

E os servos a traíram. Sob a águia de Roma
As trombetas ressoam. E o crepúsculo assoma.
E chega o último escravo de sua beleza,
Alto e solene, num sussurro, ele pondera:

“Vão te levar para ele… em triunfo… como presa…”
Mas a curva do colo do cisne não se altera.
Amanhã acorrentarão seus filhos.

Pouco lhe resta:
Brincar com este rapaz até perder a mente
E, de piedade, a víbora negra – último gesto
–Depor no peito moreno com a mão indiferente.

Anna Akhmátova – Tradução de Augusto de Campos, pag.176, Poesia Russa Moderna, Editora Perspectiva.
Uma egiptóloga britânica recriou o que seria o rosto da rainha Cleópatra para um documentário sobre a vida de uma das mais famosas líderes do Egito Antigo.

Para recriar a face de Cleópatra, a arqueóloga Sally Ann Ashton, da Universidade de Cambridge, usou imagens gravadas em artefatos antigos, como um anel que data da época do seu reinado, há 2 mil anos.
Ela passou mais de um ano analisando as imagens para compor o rosto da rainha e as manipulou em computador até chegar ao resultado em três dimensões.

O rosto recriado pela egiptóloga revela uma mulher de etnia mista, com traços egípcios e da sua herança grega.


















Cleópatra, a rainha grega do Egito.Provavelmente tudo que o mundo sabe sobre ela esteja errado. Muitas versões a descrevem como uma mulher fatal e de rara beleza. Alguns relatos valorizam, com certo exagero, a questão estética da jovem rainha. Quem era a verdadeira Cleópatra?
















Moeda grega antiga.






Cleópatra imortalizada no cinema pela atriz Elizabeth Taylor

Trezentos anos antes de Cleópatra governar o país mais rico do mundo, Alexandre, o grande, tinha acabado de conquistar o Egito. Desejoso de ser considerado uma divindade, o comandante militar dirigiu-se ao templo de Siwa – onde fora proclamado um deus pelo oráculo. Alexandre conquistou o maior império de toda história, dominando terras que iam da Europa a Índia.
Cleópatra certamente inspirou seus objetivos, sobretudo políticos, as façanhas alcançadas por Alexandre, o maior líder militar que o mundo já conheceu. Ela era ambiciosa, determinada e inteligente, mas sua aparência não era de uma mulher fatal .

Origem e família da jovem rainha Cleópatra era descendente dos reis gregos do Egito, os ptolomáicos. Ela nasceu em Alexandria. Seus cabelos eram avermelhados, a ilustração acima não mostra a rainha utilizando-se de jóias. Definitivamente, estas não são características de uma mulher fatal. Por outro lado, uma harmoniosa combinação de: espiritualidade, determinação e inteligência tornaram Cleópatra à mulher mais famosa do mundo.

A localização dos ancestrais da jovem rainha fica a oitocentos quilômetros de Alexandria, na ilha de Filae. Nesta região, durante 300 anos, foram construídos templos dedicados aos XII Ptolomeus. Ptomoleu III foi o ultimo grande faraó da era ptolomáica, reconquistando grande riqueza que havia sido perdida para outras civilizações.

Ptolomeu IV foi um grande fracassado que perdera grande parte das riquezas do Egito antigo. O pai de Cleópatra, Ptolomeu XII, era conhecido como “o tocador de flauta”. O tempo todo ele dava primazia em tocar o pequeno instrumento de sopro, evitando assim, as responsabilidades do governo. Aos dezoito anos de idade, Cleópatra perdeu seu pai. O testamento de Ptolomeu XII dizia que o Egito deveria ser governado por Cleópatra e seu irmão, Ptolomeu. Mas na prática isto não chegou a ocorrer.

Os dois brigaram pela disputa ao poder. O Romance com Julio César Júlio César, poderoso general romano, acompanhou de perto as desavenças entre Cleópatra e seu irmão, e no palácio de Alexandria, mandou chamá-los para entender melhor a questão. Fontes antigas nos revelam que Cleópatra chegou até César antes de seu irmão. Enrolada e escondida em um tapete, ela temia ser surpreendida pelo seu irmão. O general romano ficou impressionado com a jovem rainha. Desde então uma atração física começou a dominar o futuro casal. Cleópatra estava determinada com a idéia de conquistar um grande império, como de Alexandre. O terrível incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandria durante um conflito entre egípcios e romanos deixou a jovem rainha profundamente magoada, revelando seu apreço pelos livros, seu maior patrimônio era a inteligência. Cesar adiou sua volta a Roma e juntou-se a Cleópatra para conhecer melhor o Egito.

Decerto, Cleópatra queria impressionar o general romano com a grandeza e principalmente riqueza de seu país. Cleópatra era considerada uma deusa, César como seu acompanhante também era visto como um deus.

Uma Esperança de vida

Foi no cemitério de Sakara que César viu pela primeira vez uma múmia de perto. A crença na vida após a morte e a possibilidade da imortalidade com a preservação do corpo, é uma idéia que pode ter atraído César que já estava envelhecendo. O nobre casal passou por Tebas, Karnak e Luxor, locais de grande admiração do Egito antigo. Durante este longo passeio, César observou também os grandes campos de trigo do Egito, alimento suficiente para alimentar seu exército. Os restos do templo de Cleópatra podem ser visto em Hermonts. Foi neste local que a democracia romana entraria em declínio. Cleópatra em Roma César agora era um deus que teria um filho com Cleópatra. Esta idéia de governar Roma como um deus contaminou os sucessores de César.

Era o fim da democracia no senado romano. Cesário, filho de Cleópatra com César governaria um grande império como o de Alexandre. Era uma possibilidade que passou a ser uma obsessão da jovem rainha. Em Roma havia grandes comemorações que aconteciam como desfiles de triunfos. Num triunfo egípcio, Cleópatra presenciou sua irmã, Arsenob acorrentada pelo exército romano, em correntes de ouro. Cleópatra amava César, não Roma.

Arsenob era uma ptolomáica, derrotada por romanos, isto marcaria a vida da jovem rainha para sempre. Mas a esta altura, Cleópatra era o assunto em evidencia de Roma. César ganhou muito dinheiro e comprou muitas casas, construiu um templo com a estátua de Cleópatra e um belo jardim para sua amada. Isto revelava o quanto era verdadeiro seu amor pela rainha do Egito.

Já por dois anos em Roma, Cleópatra – aliada ao homem mais poderoso do mundo – tornou-se a mulher mais poderosa do mundo. Parecia certo que seu filho, Cesário, herdaria um império de grandeza similar ao conquistado por Alexandre, o grande. A idéia de eliminar a república romana não agradou nenhum pouco o senado.

César foi terrivelmente assassinado por inimigos políticos. Marco Antônio, aliado do Casal e general de César, expôs ao senado romano que Cesário, filho de Cleópatra era o herdeiro legítimo de César. Otaviano (sobrinho de César) reclamou tal legitimidade. A beira duma guerra civil, Cleópatra voltou para o Egito com seu filho.

O país mais rico do mundo estava em declínio econômico e político. Mas Cleópatra utilizou de toda sua habilidade administrativa para melhorar a situação explorando as estradas de comercio (com a extração do Pófiro) e a rota das caravanas, esta última, estabelecida desde a era ptolomáica.

A rota das caravanas desempenhava um duplo objetivo econômico, além de abastecer o comercio local, era também a principal mantenedora dos luxos do palácio egípcio. O romance com Marco Antônio O general Marco Antônio precisada das riquezas do Egito para vencer seu principal inimigo, Otaviano e conquistar Roma. Ele solicitou um encontro com Cleópatra em Tarsus.

Cleópatra aceitou o encontro, porém, de acordo com sua conveniência. Por outro lado, Cleópatra precisava de Marco Antonio para dar continuidade em seu plano de entregar um grande império a seu filho, Cesário. Em Alexandria, Cleópatra já voltou amante de Marco Antonio e grávida de gêmeos. O general partiu para uma batalha e deixou a rainha no Egito.

Algum tempo depois, uma carta de Marco Antonio revelava que ele estava com outra mulher e tinha abandonado Cleópatra. Aos 29 anos, mãe de três filhos pequenos, Cleópatra teve de adiar mais uma vez seus planos quanto ao futuro de Cesário. Foi nesta ocasião, em Dendera, que a rainha dedicou-se intensamente a religião, que no Egito antigo significava basicamente uma transição entre deuses e o faraó.

O país teria prosperidade assegurada, desde que esta transição ocorresse de maneira harmoniosa e precisa. Dendera abriga uma imagem de Cleópatra fazendo oferendas aos deuses. Detalhe: normalmente os faraós apareciam em paredes de templos acompanhados de seus maridos ou esposas. Mas Cleópatra não era uma rainha qualquer, seu filho Cesário, é quem aparece ao seu lado.

A volta de Marco Antônio Marco Antônio voltou tempos depois e pediu um novo encontro com Cleópatra. Ele ainda precisava das riquezas do Egito para vencer Otaviano. A rainha estava com a mente confusa, mesmo com toda dedicação em preparar um futuro prospero para Cesário, Cleópatra tinha sentimentos. Ela fora abandonada prestes a dar vida a dois filhos gêmeos. Mas sua determinação política venceu seus ressentimentos, aceitando assim, um novo encontro com Marco Antônio.

Desta vez Cleópatra condicionou as riquezas do Egito a um grande acordo nupcial. Para ela ficou a região de Arnúbia, Chipre, Sinai, Armênia, Norte da África e Fenícia. Territórios conquistados com o sangue romano tinham sido entregues a uma rainha egípcia. Isto causou fúria em Roma, alimentando com raiva às tropas lideradas por Otaviano que estava preparando um confronto final contra Marco Antonio. Nesta batalha, Otaviano sagrou-se vitorioso. Cleópatra chegou a acompanhar de perto o confronto, mas quando percebeu a eminente derrota de Marco Antonio, fugiu em sua nau capitânia. A rainha seguiu para Alexandria. Marco Antonio não conseguiu acompanhá-la e perdeu-se no caminho, caindo em desespero.
Cleópatra planejou uma viajem até a Índia, onde fundaria um novo império com sua riqueza. Era sua última chance. Em Petra, Cleópatra foi surpreendida e suas embarcações (carregadas e prontas para ganhar o mar) foram incendiadas. Marco Antônio, preservando o estilo romano, entregou-se a espada e fora morrer aos braços de sua amada. Já havia uma tumba preparada para Cleópatra. Porém, sua morte faz parte de uma discussão interminável.

A morte de Cleópatra
Muitos textos antigos afirmam que ela tenha sido morta por meio de uma picada de cobra. (resta saber se por uma naja , ou uma víbora). A Naja possui um veneno mais letal e sua picada é de difícil identificação. Já a víbora provoca um inchaço grotesco, e, por esta razão, a morte por meio de uma víbora é descartada por estudiosos.

A morte por meio da picada da naja evitaria a exposição de Cleópatra num triunfo romano, conforme desejo de Otaviano. Cleópatra estava confinada num dos quartos do palácio e, tudo que era levado até ela era inspecionado para evitar seu suicídio. Mas de alguma forma, ela conseguira se matar conduzindo uma de suas mãos a uma “compota” onde uma naja estaria entre os frutos.

Quando os soldados romanos de Otaviano entraram no quarto da rainha, ela já jazia morta e vestida com trajes reais. Otaviano nada pode fazer a não ser expor para seu poderio militar um retrato da rainha Cleópatra. Os dois filhos gêmeos de Cleópatra perderam-se na história.

Otaviano matou Cesário, impedindo definitivamente qualquer chance de prosperidade política para o filho da rainha. Alexandria deixou de ser um lugar dedicado ao saber, passando a ser uma mera província romana no Egito. Mas Cleópatra nunca fora esquecida. Ela era a rainha do antigo Egito.