Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Irmãs da Misericórdia - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Leonard Cohen

Uma trilha. Alguma suspeita. Mas a revolução da juventude americana esteve entre a danação e a rebeldia. Enquanto expunham as vísceras da América, queimavam do inferno aos pecados. Amanheciam pedindo perdão aos deuses e anoiteciam em labaredas que os remetiam a restos acendrados.

Entre o progresso dos pós-guerra, a exuberância de uma vida de consumo e os napalms dos campos vietnamitas. Passando a escuta nos ruídos das revoluções sociais e políticas, em desabalado carnaval psicodélico. A conquista da lua e as batalhas campais das ruas. O perfeito estupor de um espírito pecador, ao remorso das frias águas dos mares do norte.

Afinal a revolução do rock foi uma revolta com as chagas do remorso. Aquelas almas sofridas judaico-cristãs. No folk, eletronics, tomando as rédeas dos ritmos negros. Não por acaso tantos se converteram aos exotismos religiosos, às disciplina produtiva ou ao mais careta espírito pequeno burguês.

Beathniks, Allen Ginsberg, Burroughs e Kerouac. On the Road, Neal Cassidy. Hippie e Punks. Marijuana, “The Door of Perceptions de Aldous Huxley. Taoísmo, Budismo, Marlon Brando e James Dean. A América culpada da rebeldia.

Beth Orton

Ao abrir o You Tube neste endereço http://www.youtube.com/watch?v=OV9V-kU621s&feature=related um trilha insinuante tomou conta da noite avançada. Beth Orton, uma jovem cantora inglesa entre o folk e o eletrônico. Nascida no início dos anos setenta canta como sem igual a bela canção SISTERS OF MARCEY de Leonard Cohen.

O canadense judeu, que começou na poesia, novela e romances. Só aos trinta anos veio para a música e teve o mesmo tratamento estético de Bob Dylan. Suas letras são a pura expressão daquela dicotomia entre a rebeldia e o pecado. Esta música do You Tube foi utilizada por Robert Altman no seu filme Mc Cabe & Mrs Miller.

Trechos da letra: Sim, você tem que deixar tudo / Que você não pode controlar; / Ela começa com a tua família, / Mas logo se volta para a tua alma. Leonard Cohen começa a vida morando numa ilha grega onde escreve os livros com os quais se tornariam com fama internacional. Depois vai para Nova York iniciar sua carreira musical, convive com toda aquela geração desbragada, especialmente Janis Joplin.

Entre altos e baixos, levanta fundos para ajudar Israel na guerra do Yom Kippur, desaparece do cenário artística, se torna budista e depois monge. Mas sempre se declarando que não se encontra em busca de uma religião diferente da judaica.

Pois é, entre o espírito da transformação e o pecado conservador.

Francisco Alves (Chico Viola) - O rei da voz -

FRANCISCO de Moraes ALVES constituiu a maior e mais impressionante discografia da música popular brasileira em 78 rpm : 983 grav. Foi uma carreira que tomou impulso e só deixou de produzir sucessos quando o destino , na Via Dutra , surpreendeu-o , e a todo Brasil , num acidente rodoviário.

O compositor Francisco Alves deixou igualmente uma obra expressiva , que por si só lhe daria destaque no rol glorioso dos autores brasileiros. As melodias que fez para parceiros , notória e exclusivamente letristas , são mais uma prova de sua capacidade.

A inscrição ou não de parceiro no selo de um disco condizia com a divisão que se podia fazer dos direitos autorais , ainda pobres : papel ,disco ou teatro.Há dezenas de casos , ate princípios dos anos 30 , de parceiros não citados nos discos , principalmente letristas , que um entendimento mais restritivo nem considerava compositor musical.

Em carta de 15.10.1931 , enviada de Buenos Aires , onde se apresentava com Carmen Miranda e Mario Reis , Francisco Alves comunicava a Ismael Silva , seu amigo , parceiro e secretário , que "por enquanto nao tive tempo nem sequer de fazer um coro para um samba."

Ora , não fosse Francisco Alves compositor , não se abalaria , numa carta particular , a apresentar a Ismael Silva uma justificativa como essa : não estava compondo nem um coro (estribilho) para o parceiro completar no Rio de Janeiro , quando voltasse.Por conseguinte , na sua parceria com Ismael , depreende-se que costumava ir além dos coros , se bem que só com eles já pudesse ser acreditado como co-autor.Além disso , contou-me Almirante , Chico Alves fazia introduções , modificava melodias e versos , oferecia ideias , respaldado na sua autoridade de Rei da Voz , com experiência e bom-gosto musicais , com a vantagem de ainda tocar bem violão , o que sempre facilita no momento de compor.Era letrista banal , mas melodista inspirado.


No início de sua carreira , apenas para resguardar seus interesses comerciais , fez o que era usual : comprou , e pagou corretamente , alguns sambas e aceitou parcerias. É preciso atentar que muitos autores preferiam um ganho antecipado e fixo a esperar por uma venda duvidosa e quem podia atendê-los se resguardava de todas as formas .De todo modo , foi coisa de pouco peso na sua musicografia de quase 150 composições. Se isso deve ser considerado um pecado mortal , então a música popular brasileira não terá jamais um santo em seu altar.

Francisco de Moraes Alves nasceu (19/08/1898) na cidade do Rio de Janeiro e teve a infância livre e feliz dos meninos cariocas do princípio do século , jogando futebol com bola de meia , gazeteando aulas e engraxando sapatos . Morou na Saúde , Estácio de Sá e Vila Isabel . Era filho de portugueses . O pai tinha um botequim .

Da irmã Nair ganhou uma guitarra e as primeiras lições . Tocava muito bem violão . Na Parlophon , gravaria muitos discos com o pseudônimo de Chico Viola . Desde cedo foi atraído pela música . Na disputa entre as grandes sociedades carnavalescas , torcia com ardor pelo "Democráticos" . Já adolescente ia vibrar , nos teatros Carlos Gomes e Recreio , com os grandes nomes da canção brasileira . Vicente Celestino era o seu ídolo .

Era profissional ao extemo . Cuidava do repertório , descobria novos compositores e , mesmo assim , auxiliava intérpretes iniciantes . Nos estúdios era exigente com os músicos e gostava de selecionar e ensaiar pessoalmente os componentes dos coros . Coros , aliás , eram uma de suas paixões , como automóveis e cavalos de corrida , como proprietário .

Desde muito cedo , adquiriu notável ascenedência no meio musical . Era , antes dos 30 anos de idade , o Velho Chico , um reconhecido líder natural . Tinha a personalidade sólida e simples do homem vindo do povo . Não bebia nunca , fumava , tinha o sestro de cuspir em seco . Agitado , nervoso , muito franco , podia interromper de repente uma conversa aborrecida e deixar falando sozinho o interlocutor . Não tolerava os "mordedores" (pedinchões de dinheiro emprestado) que encarregariam de difundir sua suposta sovinice . A verdade é que nunca deixou de socorrer pessoas necessitadas e obras sociais .

Francisco Alves lançou , a partir de 1927 , ano após ano , uma interminável e impressionante sequência de músicas e êxitos . O que gravasse era sucesso seguro .

Essa é a sua dimensão na história da música brasileira e a medida real da carreira de qualquer artista . Um repertório já consagrado pode muito bem ajudar a manter o prestígio , mas sustentar a popularidade no alto só é mesmo possível com novas músicas . Francisco Alves sempre soube conservar seu reinado à luz da popularidade porque criava novos e seguidos sucessos .


Abel Cardoso Júnior





Um text ' ículo do Nicodemos

ME PERDOE SE DESACERTO
EU JURO QUE ME EMPENHO
ESTA FEIURA, POR CERTO
É TODA BELEZA QUE TENHO

Uma trovinha sem compromisso
enquanto esperava o ônibus
João Nicodemos

Dia Mundial do Artista de Teatro


"O que eu gosto muito num palco
é que eu estou inatingível.

Quando estou num palco ninguém me toca.
É um momento só meu.

Um momento em que não vou ser interrompida.
Estou ali só para dar.

O que eu puder dar, eu dou.

É o momento da criação.
Da comunhão.

É muito bonita esta comunhão palco e platéia.

É o momento em que,
através de vocês,
eu me encontro com Deus."

Bibi Ferreira

Biografia

Abigail Izquierdo Ferreira (Rio de Janeiro RJ 1922). Diretora e atriz. Filha do ator Procópio Ferreira, criada desde cedo nos palcos, Bibi Ferreira desenvolve ao longo de sua carreira um reconhecido talento como atriz e diretora de musicais de todos os tipos. Sua pequena estatura se transforma na interpretação de personagens como Joana, de Gota d'Água, ou Piaf, homenagem à cantora francesa.

Entra pela primeira vez no palco aos 24 dias de nascida, substituindo uma boneca que desaparecera da contra-regragem. Seu pai, Procópio Ferreira, inicia a carreira de ator na companhia de Abigail Maia. Aos três anos, estréia no Chile, na companhia Revista Espanhola Velasco, onde sua mãe, Aida Izquierdo, trabalha como corista. Participa de uma turnê por toda a América Latina, interpretando ao final do espetáculo um pout-pourri da própria revista. Volta ao Brasil com pouco mais de quatro anos,e até os 14 participa, de óperas e balés, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Estréia, pelas mãos do pai, na comédia La Locandiera, de Carlo Goldoni, no papel-protagonista de Mirandolina, em 1941. No ano seguinte, viaja com o repertório da companhia para uma temporada em São Paulo, que se estende para o sul do país e interior de São Paulo, em mais de 30 cidades.
Em 1944, Bibi inaugura a própria companhia com Sétimo Céu, e contrata, entre outros atores, Maria Della Costa e Cacilda Becker, e a diretora Henriette Morineau. É um momento de transição, marcado por mudanças como a supressão do ponto e a convenção das cortinas no início e final de cada ato. Em 1946, vai para Londres estudar direção na Royal Academy of Dramatics Arts.
Na Inglaterra, estuda e trabalha em cinema. Em 1947, estréia como diretora em Divórcio, de Clemence Dane, em que também atua, como filha do personagem interpretado por Procópio. Em 1949 interpreta Carlos, protagonista de O Noviço, de Martins Pena. Com sua companhia, viaja para o sul do país com um repertório de cinco espetáculos.

Na década de 50, recebe o prêmio dos críticos do Rio de Janeiro pela direção de A Herdeira, de Henry James, 1952. Dá aulas de direção e interpretação no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro, FBT. Contratada pela Companhia Dramática Nacional, CDN, dirige, entre outras, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, em 1954.
Nomeada diretora da Companhia de Comédia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, revela peças brasileiras como A Casa Fechada e Sonho de Uma Noite de Luar, ambas de Roberto Gomes, em 1955. Simultaneamente a essas atividades, mantém a regularidade de suas produções e viagens pelo Brasil.
Em 1956, depois de se apresentar em Recife, leva o repertório de sua companhia para Lisboa, atuando também nas apresentações de Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, pela companhia de Procópio, em que ela dirige O Avarento, de Molière, e A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo.
Em Portugal, é contratada como atriz de teatro de revista. Sua interpretação da música Tic-Tac - gravada no disco Quando Bate Um Coração - é considerada antológica pelo comediógrafo César de Oliveira. Retorna ao Brasil em 1960.

Na década de 60, além de atuar em musicais de teatro e televisão, trabalha em teleteatro. Por sua atuação em My Fair Lady, de Alan Jay Lerner e Frederich Lowe, na temporada paulista do espetáculo, em 1964, ao lado de Paulo Autran, Jaime Costa, Sérgio Viotti e Elza Gomes, recebe o Prêmio Saci, em São Paulo. Em 1968, apresenta na TV Tupi o Programa Bibi ao Vivo, que durante dois anos leva à televisão os maiores nomes do teatro.

Na década de 70, o musical Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes, dirigido por Bibi, é um sucesso, tanto com Maria Bethânia e Ítalo Rossi, em 1970, quanto com Paulo Gracindo e Clara Nunes, em 1974, quando bate recordes de público no Canecão. Em 1972, atua em O Homem de La Mancha, traduzido por Paulo Pontes e Flávio Rangel, com versão das canções feitas por Chico Buarque e Ruy Guerra, que permanece em temporada, em diversas cidades, durante três anos.
Em 1975, estréia em Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, sob a direção de Gianni Ratto, que permanece em cartaz até 1977 e recebe os prêmios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes, APCA, pela interpretação de Joana. Em 1976, dirige Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em Deus lhe Pague, de Joracy Camargo.

Na década de 80, a notoriedade de Bibi Ferreira faz com que receba os mais diferentes convites. Dirige de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas. Assim, em 1980, ela dirige Toalhas Quentes, de Marc Camoletti; em 1981, Um Rubi no Umbigo, de Ferreira Gullar, e Calúnia, de Lillian Hellmann, como Gay Fantasy, revista com travestis que permanece um ano em cartaz no Teatro Alaska, Rio de Janeiro. Com sua produção e direção, estréia O Melhor dos Pecados, de Sérgio Viotti, ainda em 1981, em que promove a volta aos palcos de Dulcina de Morais, após vinte anos de ausência.
Em 1983 volta aos palcos com Piaf, A Vida de Uma Estrela da Canção, espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação recebe os prêmios Mambembe e Molière, em 1984, e, no ano seguinte, da Associação Paulista de Empresários Teatrais e Governador do Estado. O espetáculo, que faz muitas viagens, permanece seis anos em cartaz e, em quatro anos, atinge um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco.
Em São Paulo, o crítico Sábato Magaldi escreve, no Jornal da Tarde, sobre seu desempenho: "A voz poderosa, a interpretação sensível, a pronúncia francesa perfeita só poderiam pertencer à própria Piaf. E fica patente, de imediato, que tamanhos dotes devem ser creditados à nossa atriz.
Outra grande qualidade da linha escolhida: em nenhum momento Bibi pretende imitar Piaf, confundir a sua voz com a dela. (...) Bibi se fixa menos na cantora temperamental (...) para valorizar de preferência a mulher desesperada, de destino solitário e profunda humanidade, de que não está ausente até a brincadeira moleque. Naquele ser desprotegido, arruinado pela droga, tudo se desculpa, porque se purifica na essência de uma canção maravilhosa. Piaf é, de todos os pontos de vista, a criação maior da carreira de Bibi, feita de tantas iluminações".

No Rio de Janeiro, Macksen Luiz não é menos arrebatado pela interpretação da atriz: "A platéia é, virtualmente, dominada pelo magnetismo de Bibi Ferreira, que ocupa o palco como se estivesse se apropriando do que sempre lhe pertenceu. Mas essa força teatral não se pode atribuir apenas a um talento brilhante, mas a uma preparação técnica como poucos atores brasileiros têm possibilidade de acumular".

Nos anos 90, Bibi Ferreira revive seus maiores sucessos remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que canta canções e conta histórias de Piaf. Em Bibi in Concert, comemora 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, faz o Bibi in Concert 2. Em 1996 recebe o Prêmio Sharp de Teatro, encena Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical, e dirige pela primeira vez uma ópera - Carmen, de Georges Bizet, 1999.

Notas
1. MAGALDI, Sábato. Piaf, criação maior de Bibi: obrigatório. Jornal da Tarde, São Paulo, 12 jul. 1983.
2. LUIZ, Macksen. Bibi: irretocável. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 03 maio 1986.

Programação Vila das Artes- 18 a 25 de agosto de 2009

CINECLUBE
Na próxima segunda tem o documentário "A Capoeiragem na Bahia" e roda de capoeira na Vila das Artes.

Ginga, audiovisual, reflexão e roda. É o que propõe o Cine Pernada, cineclube que ocupa a próxima segunda-feira, dia 24, a Vila das Artes. Na tela o documentário "A Capoeiragem na Bahia", de José Umberto, produzido pela TVE Bahia que aborda a controvertida questão das origens históricas da capoeira, sua relação com o Candomblé e as tradições desta dança/luta que tornou símbolo da manifestação corporal baiana. A entrada é gratuita e a sessão tem início às 18h30, seguida de debate e roda de capoeira na praça da Vila. A apropriação cineclubista toda segunda-feira é uma ação da política da Prefeitura em democratizar os acessos aos equipamentos públicos e à cultura.

AUDIOVISUAL
Edital para II Curso de Realização em Audiovisual está aberto. Isenção de inscrição nos dias 10 e 11 de setembro.

O edital de seleção para a segunda turma do Curso de Realização em Audiovisual da Vila das Artes, oferecido pela Prefeitura de Fortaleza em parceria com a Universidade Federal do Ceará, através do Departamento de Comunicação Social está disponível no site www.fortaleza.ce.gov.br. O curso reflete sobre o audiovisual e suas inovações estéticas, dialogando com a contemporaneidade, com as artes e a cidade. O público alvo são pessoas sensíveis às linguagens artísticas, que revelem vocação para a produção autoral e que desejem mergulhar, ao longo de dois anos (1.700 horas/aula), nos estudos teóricos e técnicos, produzindo e criando um pensamento crítico e intelectual sobre o fazer audiovisual. São oferecidas 40 vagas, das quais 50% são destinadas para alunos que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública. Os alunos que concluíram o último ano do ensino médio em escola pública poderão solicitar isenção na taxa de inscrição (R$ 20,00) nos dias 10 e 11 de setembro. As inscrições deverão ser feitas exclusivamente pela internet através do site www.ccv.ufc.br, de 23 a 27 de setembro. O curso é gratuito e terá início em 2010 no período da manhã (8h às 12h). Outras informações pelo telefone (85) 3105-1404.

DIFUSÃO
Como política de apoio à produção audiovisual independente a Prefeitura de Fortaleza, através do Núcleo de Produção Digital Vila das Artes oferece gratuitamente empréstimo de equipamentos como câmera, som, iluminação e ilha de edição. Para participar basta fazer o agendamento na Vila das Artes, (rua 24 de Maio, 1221, esquina da Meton de Alencar, Centro). O Núcleo de Produção Digital Vila das Artes é um programa Olhar Brasil, mantido em parceria entre a Prefeitura e o Ministério da Cultura. Além do Apoio a Produção, o Núcleo envia filmes e vídeos para diversos festivais de cinema do Brasil, através do programa Circulando Brasil. Outras informações pelo e-mail npdfortaleza@gmail.com ou através do telefone (85) 3105-1410.
PONTOS DE CORTE
O cinema nas ruas já virou rotina na Praça da Igreja Matriz do Canindezinho, na avenida Osório de Paiva, Bom Jardim. O Cine Brincadeiras, coletivo formado através do Pontos de Corte, curso de Formação de Agentes Culturais e Exibidores Independentes da Vila das Artes, exibe no próximo sábado, dia 21 de agosto, às 17h, o filme Saneamento Básico, de Jorge Furtado. No longa, moradores de uma pequena vila planejam a realização de um vídeo, apenas para pegar a quantia oferecida pelo governo federal e usá-la na realização de uma obra. O Cine Sobremesa que ocupa o Sobrado Dr. José Lourenço, na rua Major Facundo, 154, centro, exibe às quartas-feiras curtas e vídeos nacionais na hora do almoço, das 12h às 14h. A entrada é gratuita.

MOSTRA
No aniversário de 20 anos da morte de Raul Seixas, Fã-Clube promove debate e exibição de filmes na Vila das Artes

O Fã-clube Raulzito Rock Clube revive o clima paz e amor nos 20 anos da morte de Raul Seixas. Durante esta semana promove na Vila uma série de encontros com exibição de filmes. Na programação desta terça-feira, dia 18, tem a exibição do filme Hair, cult musical do anos 70, dirigido por Milos Forman e debate com Djaci José. Na quarta-feira (19) o clássico Por Quem os Sinos Dobram, dirigido por Sam Wood e debate com o sociólogo Lenildo Gomes. Encerrando a mostra, na quinta-feira (20), o filme de animação baseado nos personagens de Angeli "Sexo, Orégano e Rock’n’Roll". O bate papo fica será com Eduardo Pereira. As sessões começam ás 14h. A Vila das Artes fica na Rua 24 de Maio, 1221, centro. Informações pelo (85) 3252-1444.

ENCONTRO DAS ARTES
Equipamento da Prefeitura Municipal de Fortaleza, vinculado à Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), a Vila das Artes é espaço voltado para a formação, pesquisa, produção e difusão em arte. Situado no centro de Fortaleza, reúne em seu espaço as Escolas Públicas de Dança e Audiovisual, o Núcleo de Produção Digital, Biblioteca e Videoteca. Tem como parceiros a Universidade Federal do Ceará, a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura, FCPC, e a Rede Olhar Brasil. Apoio da Kodak, Quanta e Prodança. Apoio cultural do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria Estadual da Cultura (Lei nº 13.811) e patrocínio do Banco do Nordeste, Fundo Nacional de Cultura e Lei de Incentivo a Cultural do Ministério da Cultura e Governo Federal. Todas as atividades são gratuitas.

viladasartesfortaleza@gmail.com

Sol de Agosto

Depois que me desfaço
da armadura, lança, espada, escudo

deito-me na cama box colcha veludo
e traço planos românticos -

voltar à infância,
esticar longamente as pernas.

Quem sabe dessa vez alcance
com os calcanhares as paredes.

Coco avant Chanel - Um filme de Anne Fontaine



Coco Chanel - Estilista francesa- Uma mulher à frente do seu tempo




Gabrielle Bonheur Chanel, (Saumur, 19 de agosto de 1883 - Paris, 10 de janeiro de 1971).


A sede da Chanel em Place Vendôme, ParisA família de Gabrielle era muito numerosa: tinha quatro irmãos (dois meninos e duas meninas). O pai, Albert Chanel, era caixeiro-viajante e a mãe, Jeanne Devolle, era doméstica. Depois da morte precoce da mãe, que faleceu de tuberculose, o pai de Chanel ficou com a responsabilidade de tomar conta das crianças. Devido à profissão de seu pai, Coco e as irmãs foram educadas num colégio interno, enquanto que os irmãos foram trabalhar numa quinta.

Em 1903, com vinte anos, Gabrielle saiu do colégio e tentou procurar emprego na área do comércio e da dança (como bailarina) e também fez tentativas no teatro, onde raramente teve grandes papéis devido à sua estatura.

Com vinte e cinco anos, Chanel conheceu um rico comerciante de tecidos, chamado Etienne Balsan, com quem passou a viver.

Por volta de 1910, na capital parisiense, Coco conheçeu o grande amor da sua vida: um milionário inglês Arthur Boyle. Boyle ajudou-a a abrir a sua primeira loja de chapéus. A loja Chanel iria tornar-se num sucesso e apareceria nas revistas de moda mais famosas de Paris. Com este relacionamento, Chanel aprendeu a frequentar o meio sofisticado da Cidade Luz.

Algum tempo depois, Boyle acabou a relação com Gabrielle para se casar com uma inglesa e meses mais tarde morreu num desastre de carro.

Com este desgosto, Chanel abriu a primeira casa de costura, comercializando também chapéus. Nessa mesma casa, começou a vender roupas desportivas para ir à praia e para montar a cavalo. Pioneira, também inventou as primeiras calças femininas.

No início dos anos 20, Chanel conheceu e apaixonou-se por um príncipe russo pobre, Dmitri Pavlovich, que tinha fugido com a sua família da Rússia, então União Soviética. A sua relação com Paulovitch a fez desenhar roupas com bordados do folclore russo e, para isso, contratou 20 bordadeiras. Neste período, Chanel conheceu muitos artistas importantes, tais como Pablo Picasso, Luchino Visconti e Greta Garbo.

Sua roupas vestiram as grandes atrizes de Hollywood, e seu estilo ditava moda em todo o mundo. Além de confecções próprias, desenvolveu perfumes com sua marca. Os seus tailleurs são referência até hoje.


Em 1921, criou o perfume que a iria converter numa grande celebridade por todo mundo, o nº5. O nome referia-se ao seu algarismo da sorte. Depois deste perfume, veio o nº17, mas este não teve o mesmo êxito que o nº5.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou a casa e envolveu-se romanticamente com um oficial alemão. Reabriu-a em 1954.

No final da guerra, os franceses conceituaram este romance mal e deixaram de frequentar a sua casa. Nesta década, Chanel teve portanto dificuldades financeiros. Para manter a casa aberta, Chanel começou a vender suas roupas para o outro lado do Atlântico, passando a residir na Suíça.

Devido à morte do ex-presidente norte-americano John Kennedy e à admiração da ex-primeira-dama Jackie Kennedy por Chanel, ela começou a aparecer nas revistas de moda com a criação dos seus tailleurs (casacos, fato e sapatos). Depois voltou a residir na França.

Faleceu no Hôtel Ritz Paris em 1971, onde viveu por anos. O seu funeral foi assistido por centenas de pessoas que levaram as suas roupas em sinal de homenagem.
Wikipédia

Capela de Santa Teresa de Jesus - foto de Dihelson Mendonça
A capela de Santa Teresa de Jesus
Armando Lopes Rafael

No dia 31 de outubro de 1923, há 86 anos, era inaugurada na cidade do Crato a capela de Santa Teresa de Jesus (também conhecida como Santa Teresa d’Ávila), felizmente conservada, até hoje, como originalmente foi entregue ao povo católico da “Cidade de Frei Carlos”. A data da inauguração - 31 de outubro - foi escolhida por ser o aniversário de nascimento e de sagração episcopal de Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo do Crato e idealizador da edificação da mencionada capela.

Devemos a construção dessa capela à Cruzada Carmelitana, uma associação religiosa existente no Crato, fundada que fora em 1914, pelo então vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, Monsenhor Quintino, um ano depois eleito primeiro bispo da nossa diocese.

A Cruzada Carmelitana era formada por senhoras e jovens da sociedade cratense. Além da parte religiosa, seus membros desenvolviam uma grande ação social na comunidade. Na prática religiosa, basta destacar que as festas de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e Santa Teresa d’Ávila (15 de outubro) eram comemoradas com grande pompa, precedidas de Tríduo Festivo e encerradas com uma missa solene. Tudo acompanhado pelo Coral das Teresinas, onde se sobressaía a maravilhosa voz de Iraídes Gonçalves. De tudo isso só nos resta as gratas lembranças e os registros históricos...

Foi notável o empenho da Cruzada Carmelitana na construção da sua capela. As ricas obras talhadas em madeira de lei (altar-mor, quatro nichos laterais, confessionário, sólio episcopal, bancada e grade do altar) foram esculpidas por Mestre José Lucas, conhecido artista cratense. Tão bonito é o sólio episcopal que, posteriormente, ele foi cedido à Sé Catedral – onde ainda hoje está – tendo servido aos cinco bispos da diocese de Crato.

As imagens da capela – todas de madeira – foram adquiridas na Itália. No altar-mor está o “Trio Carmelitano”: Santa Teresa d’Ávila pontifica como padroeira, tendo ao seu lado Nossa Senhora do Carmo e São José. Os quatro nichos laterais abrigam as estátuas de São João da Cruz, Santa Teresinha do Menino Jesus, São Geraldo e São Quintino.

Toda a construção e acervo da capela de Santa Teresa foram viabilizados no primeiro quartel do século passado, quando o Crato vivia longe (quase isolado) dos grandes centros do Brasil. Naqueles tempos, as estradas e os meios de comunicação eram precários e a nossa economia dependia unicamente do produzido nas fainas agrícolas e na incipiente pecuária da época. Mas o importante é que o povo tinha fé!
Tanta que este pequeno templo aí está para atestar essa fé...

A capelinha - talvez por desígnio da Divina Providência - resistiu às más administrações públicas do Crato, responsáveis pela destruição de prédios históricos, a exemplo de todo o quarteirão da Rua Miguel Limaverde. Resistiu às falsas idéias de modernismo, que tiveram como auge a medíocre década 60 e a construção de Brasília. Resistiu até aos tempos confusos pós Concílio Ecumênico Vaticano II, tempos esses felizmente encerrados com a eleição do Papa João Paulo II, para a Cátedra de São Pedro, em 1978.

Pouca gente sabe: essa capela é propriedade da diocese do Crato, e está, há longos anos, sob a custódia da Congregação das Filhas de Santa Teresa, que souberam conserva-la em toda a sua originalidade. Que ela permaneça, neste novo século, do jeito que está. Sacral! Altaneira! Digna! Plena de Imponderáveis... No cenário do nosso maltratado patrimônio arquitetônico a capela de Santa Teresa de Jesus é “um edifício que conta o passado ao presente...”.

Curiosidades da Língua Portuguesa etc & tal...

Gostaria, antes de qualquer coisa, de deixar aqui registrada uma observação e uma análise sobre esta (tão pouco considerada) situação: a dos canhotos.

Nos dicionários, encontramos “canhoto” com o sinônimo “sinistro”. Refere-se também a “canhoto”, o “sinistrismo”, ou seja, o uso predominante da mão esquerda.

Agora, a explicação: a pessoa canhota é geralmente muito criativa. Assim, como toda pessoa criativa, o canhoto passa a ser um estorvo, vive “inventando moda”, querendo mudar as coisas, fazendo estrepolias.

Os canhotos e canhotas são adoráveis rebeldes, cheios de características muito interessantes, mas pouco notadas e, às vezes, incompreendidas pelos destros.

A partir de agora, passe a observar os canhotos e veja se eles não são precisos no que fazem, se não são criativos e, por isso, agudos nas observações, têm uma excelente mira e muitos são músicos porque usam mais o hemisfério direito do cérebro. E, além de tudo, têm senso de humor para aturar os destros!

Enfim, sou canhota. Observem-me... (risos).
Dia 13 de Agosto foi o dia dos canhotos.
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Claude Bloc

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Deus é canhoto!

Bem no íntimo, todos nós somos canhotos. As moléculas de amino-ácido que formam todas as nossas proteínas são todas uma variante "mão-esquerda" - suas imagens especulares (as "mão-direitas") foram excluidas no processo que originou a vida em nosso planeta.

www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/the_flash_46.html

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AMBIDESTRO E AMBIESQUERDO
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Nossos dicionários nos revelam que "ambidestro" é aquele que utiliza as duas mãos com a mesma facilidade. Em outras palavras, uma pessoa ambidestra tem destreza, ou seja, tem habilidade com ambas as mãos. Já "ambiesquerdo" é simplesmente aquele que é desajeitado de ambas as mãos.
(Obs.: isso certamente foi escrito por um destro !)
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ORIGEM DE "METER O BEDELHO"
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(Marcio Cotrim)

Bom, a expressão claro que você conhece. É meter o nariz onde não é chamado, em assunto dos outros. Sua origem, porém, é discutível. Sabe-se que bedelho vem do latim trabeculum, tramela, ferrolho, pequena tranca, chata, assentada horizontalmente entre os batentes de uma porta, que permite abri-la ou fechá-la, bastando levantar ou baixar o bedelho.

Noutro sentido, bedelho é também trunfo pequeno num jogo de cartas, como o pôquer, insuficiente para ganhar, mas de que o jogador pode servir-se ao blefar, a jogada mais cínica numa partida desse jogo. Há quem compare a sensação do blefe, quando bem sucedido, ao próprio orgasmo, veja você a que ponto chega o exagero.

De qualquer forma, a expressão continua sendo parenta próxima da inconveniência, da indiscrição, da descortesia, comum até em sofisticados salões quando sôfregos indivíduos fuçam segredos sussurrados ao pé de ouvidos alheios ou se apresentam como papagaios de pirata só para ficar bem na foto...

[Correio Braziliense, 11-12-2005]

19 de Agosto - Dia do Historiador - Parabéns aos nossos historiadores !

Crato surgiu do carisma franciscano - por Armando Lopes Rafael

Os historiadores são unânimes em reconhecer que, antes de 1740, já possuía o Vale do Cariri certa densidade demográfica, embora não existisse ainda nenhum aldeamento ou povoado considerável. Por volta de 1741, surgem os primeiros registros de um aldeamento dos índios Cariús, pertencentes ao grupo silvícola Cariri.
Era a Missão do Miranda, fundada por Frei Carlos Maria de Ferrara, religioso franciscano, nascido na Itália. Este frade ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa (paredes feitas de barro) coberta com folhas de palmeiras, árvores abundantes na região. O santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha, a São Fidelis de Sigmaringa e à Santíssima Trindade.
Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de cuidarem das plantações
rudimentares, recebiam os incipientes ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos. Aos poucos, nas imediações da Missão, elementos brancos foram construindo suas casas. Era o início da atual cidade do Crato.
Quanto à duração da presença dos capuchinhos no Vale do Cariri transcrevemos abaixo trecho de um artigo escrito pelo historiador J.de Figueiredo Filho:

“Não era só jesuíta que tinha o sangue de evangelizador das selvas. Os frades barbadinhos de São Francisco tiveram na colonização, grande papel e foram suas missões que civilizaram “o mais brasileiro dos rios”. Vejamos o que diz o historiador cratense, Padre Antônio Gomes de Araújo no trabalho publicado na revista “A Província” sob o título: “A Cidade de Frei Carlos” (nº. 2, 1954): “A missão, sob administração temporal dos Capuchinhos, durou (no Cariri) apenas 17 anos, se nos ativermos ao critério dos documentos, um dos quais, aponta uma das datas extremas, 1741 – segundo ficou escrito linhas atrás, (começo de seu artigo na revista “A Província”) – 1758, a outra data extrema, pois naquele ano, o governo português retirou às ordens religiosas no Brasil, a todas sem exceção, e ao clero secular, autorização para administrarem aldeias de índios sob regime civil, criando para dirigi-las, o Diretório dos Índios, governo civil em que aos sacerdotes foi reservada a única função de párocos ou curas.
Os capuchinhos continuaram à frente da Missão do Miranda, agora como cura de almas, apenas até a primeira quinzena do mês de janeiro de 1763, tendo Frei Carlos Maria de Ferrara funcionado até 1749, e deste ano a 1760, Frei Gil Francisco de Palermo, que foi sucedido por Frei Joaquim de Veneza, cuja administração alcançou a primeira quinzena de janeiro de 1763, data da última cerimônia religiosa por ele celebrada na igreja de Nossa Senhora da Penha da Missão do Miranda”. (J.de Figueiredo Filho em artigo publicado, em 1956, na revista “A Voz de S.Francisco”). (Ao lado a pequena imagem da Mãe do Belo Amor, a primeira devoção mariana do Sul do Ceará, venerada na capelinha construída por Frei Carlos Maria de Ferrara que deu origem à cidade de Crato)
Depois da partida de Frei Joaquim de Veneza, que deixou o Crato em 1763, os filhos de São Francisco passaram quase trezentos anos ausentes do Cariri, salvo visitas apostólicas esporádicas, mais conhecidas como as Santas Missões. Nelas, os capuchinhos ministravam os sacramentos, celebravam missas, faziam sermões (onde pacificavam inimigos, combatiam a imoralidade e pregavam os bons costumes). Alguns missionários capuchinhos deixaram seus nomes, indelevelmente marcados, juntos às populações do Cariri, ao participarem das Santas Missões. É ocaso de Frei Serafim de Catânia, Frei Caetano de Catânia, Frei Damião de Bozzano, dentre outros.

Finalmente, graças às gestões feitas pelo segundo bispo de Crato, Dom Francisco de Assis Pires, em julho de 1949, os capuchinhos retornaram ao Cariri, desta vez para ficar definitivamente. Um grupo de frades, tendo à frente Frei Teobaldo de Monticelli – depois substituído por Frei Mirocles de Solzano – e mais os capuchinhos: Jesualdo de Cologno, Virgílio de Messejana, Conrado de Palmácia, Leônidas de Torre e Bernardo de Viçosa fixaram residência em Juazeiro do Norte com a missão de erguer o Santuário de São Francisco de Chagas. O engenheiro e construtor da obra foi Frei Francisco de Milão (Chiaravalle).
A pedra fundamental desse santuário foi benta em 6 de janeiro de 1950 por Dom Francisco de Assis Pires e ungida pelo sangue derramado, na ocasião, devido ao assassinato – por um fanático – do Monsenhor Juviniano Barreto, Vigário de Juazeiro do Norte, verdadeiro “Mártir do Dever”, o qual no Céu, certamente, intercedeu junto ao Trono de Deus para o êxito da nova epopéia dos missionários capuchinhos em terras do Cariri.

Referências bibliográficas
ARAÚJO, Padre Antônio Gomes. A Cidade de Frei Carlos. Crato (CE): Faculdade de Filosofia do Crato, 1971.
LÓSSIO, Rubens Gondim. Artigo “Nossa Senhora da Penha de França, Padroeira do Crato” in revista “Itaytera”, ano VI, nº. VI, órgão do Instituto Cultural do Cariri. Tipografia A Ação, Crato (CE) 1961, páginas 49 a 51.

Armando Rafael

Woodstock: o de lá e o daqui

O jornalista José Teles escreveu, para as edições de 14, 15 e 16 de agosto do Jornal do Commercio (Recife), extensa reportagem sobre os 40 anos do festival de Woodstock. No terceiro dia da matéria, é destacada a repercussão do evento na cena musical do Recife.

Entrevistado, lembrei do quanto me impressionou a versão idealizada do festival que nos chegou por meio do documentário exibido no Cine São Luís. Uma das consequências locais mais diretas foi a realização do nosso próprio woodstock possível: a I (e única) Feira Experimental de Música, em Nova Jerusalém, região Agreste de Pernambuco, tendo como palco o palácio de Pôncio Pilatos.


Para ler a reportagem com a entrevista, clique aqui.


Tiago Araripe

Lua - A nutriz das Emoções - Por : Stela Siebra Brito

Como atender nossas necessidades emocionais? Como conviver com as flutuações de humor e os sentimentos de mágoa, frustração e ressentimento? Como entender o porquê de certos hábitos que temos?
Para trabalhar suas necessidades emocionais é preciso conhecer o signo ocupado pela lua no dia em que você nasceu. Você já deve ter se deparado muitas vezes com sentimentos de insatisfação, por se achar “vivendo em um mundo” que não alimenta seus anseios pessoais.
Quando há uma desconsideração pelas necessidades lunares, você pode perceber-se inseguro, distante dos seus sentimentos, separado da sua criança interior, incapaz de contatar com sua sensibilidade e sutileza.
Astrologicamente, a Lua descreve o modelo emocional da nossa alma, descreve como é nossa sensibilidade e receptividade e, também, como nos relacionamos com o feminino interior e exterior.
A busca de proteção, de intimidade, de aconchego, de segurança, o nosso modelo de família e a intensidade de ligação com o nosso passado pessoal são funções da Lua. É ela que mostra a nossa reação instintiva e irracional. Se estamos bem sintonizados com nossos sentimentos ou, se ao contrário, desenvolvemos uma instabilidade emocional, é a Lua quem indica, como também indica nossos hábitos pessoais, inclusive os hábitos alimentares.
É interessante que conheçamos a posição da Lua no dia do nosso nascimento para que possamos desenvolver as qualidades expressas pelo signo lunar. Porém, mais interessante é ter o mapa astrológico interpretado por um astrólogo, para que você tenha uma visão inteira da sua vida. Saber só a Lua, o Sol ou o Ascendente, não é suficiente para a compreensão total da nossa alma e para a realização dos propósitos que nos são colocados como missão de vida, para atingirmos o que nossa alma busca e precisa tão urgentemente realizar.
Se quando você nasceu a Lua estava em Áries você precisa de emoções fortes e de aventuras, você tem necessidade de muito movimento e, logicamente, a rotina é um tédio para você. Já se a Lua está no signo de Virgem, sua necessidade é de uma rotina diária bem organizada, de cuidar do corpo, de ter contato com a natureza.
Não devemos desconhecer nossa essência lunar e, ao conhecê–la, não podemos negligenciar o atendimento de suas prementes necessidades.
A negação da essência lunar pode acarretar doenças, tanto a nível físico quanto emocional. A pessoa que não nutre sua alma lunar pode, por exemplo, desenvolver quadro de depressão, de distúrbios de estômago ou do sistema reprodutivo, pode tornar-se uma gulosa compulsiva e ansiosa. Quando a pessoa está insatisfeita emocionalmente, dissociada do alimento essencial e instintivo da sua natureza interior, vai buscar fora um preenchimento inadequado para suprir sua necessidade. Daí se originam relacionamentos de dependência, neuroses, mágoas, ressentimentos. A tendência é ir buscar nos outros a compensação pelas necessidades não atendidas internamente, projetando uma imagem vista sob um foco e desejo das outras pessoas. E aí a coisa se complica, porque só a pessoa mesma pode reencontrar e curar sua criança interior, alimentando-a adequadamente. Há uma citação de C.Jung que traduz esse estado da alma: “O que quer que alguém tenha dentro de si mesmo, mas não vive, cresce contra si próprio... aquele que negligencia os instintos será emboscado por eles”.
Se você não ativa e desenvolve a sua expressão lunar, haverá uma distorção de funções: a espontaneidade e a criatividade desaparecerão e o lado sombrio e frustrado prevalecerá, complicando sua vida ainda mais, já que, mal atendido emocionalmente, sua tendência é cometer erro por cima de erro, agindo de modo infantil, inseguro ou sob extremo descontrole emocional.
Conscientize-se das suas emoções, instintos e necessidades, aprendendo a lidar com seus sentimentos e a expressar sua natureza emocional.
Alimente a criança interior que habita no seu santuário interno, dê-lhe a intimidade que ela precisa, abrace sua sensibilidade e aprenda com ela a poesia da vida. Aprenda também, e agora, com o poema de Cecília Meireles a ver a sua lua, e saber que ela está lá detrás das nuvens emocionais, esperando o alimento certo para que possa surgir com todo seu encanto, feminilidade, sensibilidade e esplendor. Gloriosa, como bem afirma Cecília no seu poema, que transcrevemos a seguir.

VIMOS A LUA

Vimos a LUA nascer, na tarde clara.

Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
e as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.

Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pessoa solta - diziam.
Uma flor desfolhada.

Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
vagarosa, suportando tanta glória.

Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
levantou por todos os lados o alvoroto da sombra.

Quando quisemos outra vez luar,
ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
e a floresta debater-se com o vento.

Por detrás das nuvens, porém,
sabíamos que durava, gloriosa e intacta, a Lua.

Stela Siebra Brito

Sala em semipenumbra. No centro :um velho divã de um azul gasto , acompanhado de suas inseparáveis cadeiras acolchoadas e carregando a mesma cor esmaecida. No chão, um velho tapete felpudo, de pele de carneiro, abrigando o gato cinza da casa , ferrado num sono tranqüilo, como se sonhasse com um mundo repleto de ratos. Na parede -- de um bege descolorido que já não recordava a última demão-- postava-se uma velha gravura inglesa . Era um lago de água cristalina , envolto por montanhas cobertas por pinhos bem alinhados e salpicados de uma fina camada de neve, tendo no meio um barquinho rústico com um jovem bem vestido na popa, manobrando os remos e, na proa, acomodava-se uma linda mocinha, com um vestido farfalhante branco, portando na cabeça um lindo chapéu da mesma cor e com as mãos segurando uma sombrinha em perfeita combinação com o vestido.O quadro imprimia um ar discretamente sentimentalista à sala. Defronte à porta principal , que ligava a casinha à varanda em “L” , perfilava-se uma cadeira de balanço de aparência antiga, mas muito bem conservada. Nela refestelava-se uma velhinha de cabelos prateados, óculos redondos e a meio nariz e que se balançava delicadamente num pêndulo doce e calculado. Suas mãos, ainda ágeis, manobravam uma agulha que tecia , pouco a pouco, flores arredondadas e em alto relevo. O fio de lã se desenrolava ritmicamente do novelo adormecido numa cestinha de vime posta ao chão, ao pé da cadeira.No colo, a velhinha guardava já um longo fragmento da toalha de mesa que vinha sendo pacientemente tecida há muitos e muitos meses.
O silêncio da salinha era quebrado apenas pelos delicados movimentos dos dedos na lã e pelo ruflar invisível das asas de um beija-flor que assediava sensualmente uma rosa-menina que pendia de um jarro da janela. A mântrica repetição dos movimentos da agulha e da cadeira como que hipnotizava a velhinha. E o sono desenrolou-se como se preso estivesse ao novelo de lã. A cabeça prateada, empurrada pelo sono, recostou-se sobre um dos ombros e a agulha tombou sobre o projeto da colcha.
De repente, o silêncio da sala perturbou-se com um outro som.Um guri nu na inocência dos seus oito meses engatinha pela sala e se aproxima da cadeira da vovó. Ali encontra o fio de lã que ligava , umbilicalmente, o novelo ao promissor início de colcha. Enrosca as mãozinhas no fio e tenta escalar a altura da cadeira, como se se tratasse das tranças de Rapunzel.Mal percebe que o fio não tem sustentação e que à medida que segue puxando, vai, pouco a pouco, desfazendo o trabalho de tantos e tantos meses da avó. Quando desperta, a velhinha atônita se depara com o netinho sorrindo enroscado numa rede que minutos antes havia desenhado um jardim , na colcha que tão cuidadosamente vinha sendo construída.
Na sala só o beija-flor pareceu entender a profundidade da cena que acabara de presenciar. No tear da vida é exatamente assim. O novo sempre é tecido pelas mãos do velho e mal a colcha começa a se desenhar principia o desfazer-se A obra do homem, por mais linda e promissora que seja , tecida com inspiração e transpiração , árdua e demoradamente, se desfaz num fugaz instante . O tempo, engatinhando como um menino, desfaz o crochê da vida continuamente : os desenhos das ilusões, o bordado das esperanças, o macramé do vivido e do por viver. Perplexos o beija-flor e o menino como se perguntam: E o que fazer com este fio de eternidade a atar, indelevelmente, o novelo do desejo à esfacelada colcha do sonho ?

J. Flávio Vieira



Pachelly e Claude - Criadores & Criaturas - Dia da Fotografia - 19 de Agosto


Vendo a foto de Pachelly, com essa alegria estampada no rosto e esse sorriso escancarado... lembrei-me, em primeira instância, do filme "Singing in the rain" ... Mas, o instante ali captado extrapola qualquer enredo ou versão de filme pela sinceridade que se lê, nas atitudes, nos gestos, nos detalhes. Então, não posso dizer apenas que a foto está linda. Ela fala. E é pura poesia.

Um homem feliz

Na Chapada do Araripe,
o tempo se acordou contigo.
Acordou-se a mata em todos os teus sentidos
enquanto dormias
...acordou-se longe,
longe do rumor do mundo.
O Vale estendeu-se verde e luzente
muito mais secreto,
nas lembranças de um homem feliz.
Nessa espreita surda
e na surda espera da vida,
agradeces pelos mil sorrisos
que te deslizam pelo rosto.
Agradeces por estares vivo – um homem feliz!
Então,
fica mais um pouco para que a terra ouça
teu rouco sentimento
tudo o que não repartes
entre ti e a arte.
Sei, é longa a chama e é longa a espera.
Curta é a camisa de tão simples corte
que veste a noite no dorso da Chapada.
E tu – nessa mata onde te embrenhas
fazes teu discurso e espalhas pelo vento
o quanto te alegra sempre voltar ali
como um homem feliz !

Fica mais um pouco,
absorve os cheiros da chuva na terra...
mede tua força e teu sentimento:
acordar é preciso...
acordar o tempo é preciso
para que ele conserve
cada vez mais verde
as encostas da Serra
sob o céu e a saudade.
E a terra cobre o que, sendo eterno,
nunca mais é o mesmo.

Fica mais um pouco
e do alto da Chapada
aspira todo o sonho de um homem feliz.

.
Por Claude Bloc

Nicodemos em Bauru - Notícias de lá ...



NICODEMUS, OU “QUEM É VIVO SEMPRE APARECE”
João Nicodemus, ou simplesmente Nico, marcou a cena cultural bauruense há no máximo duas décadas atrás. Junto com uma turma que muita falta faz, promovia concorridas aulas poéticas, com um varal estendido em plena Batista de Carvalho. Bons tempos. Uma última imagem que tinha dele era vê-lo caminhando pelas ruas tocando seu saxofone e em alguns casos, uma rabeca, da qual todos amigos devem ter saudades. Antes disso, conheci uma ampla casa, toda transada num estilo de fazer inveja, meio hippie, estilo tropicalista, onde morava (lá pelos lados da vila Falcão) com a companheira Rosângela e o filho João (hoje, um campeão de xadrez e como meu filho, muito maiores que os pais). Vou pedir a ele algumas de suas poesias e publicar por aqui.

Nico voltou, ou melhor, está passando uns dias pela cidade, revendo amigos e ficando mais perto do filho. Fui vê-lo ontem no Bar Aeroporto, junto a uma turma ocupando umas três mesas, numa noite onde a fiscalização do fumo queria marcar presença e se mostrar atuante. Sentamos longe do músico, mas vibramos com a vitalidade do poeta e instrumentista. Continua morando e atuando no Nordeste, primeiro em Fortaleza, depois no Crato e agora, em João Pessoa. Continua também a mesma doce pessoa, sensível, atencioso e cortes. Estar ao lado dele é a comprovação de que “simpatia gera simpatia”. Na saída, tive que levar uns amigos e acabei esquecendo de comprar seu CD. Nos próximos dias o caço pela cidade, para ter essa preciosidade tocando na vitrolinha do meu carro. Nico continua fininho, mantendo o mesmo peso de décadas atrás (como consegue?) e com o mesmo astral, numa versão cada vez mais enriquecida, agora cheia de variações nordestinas.


Por Mafuá do HPA
*Nicodemos por onde passa, deixa um rastro de saudade.
Um abraço, querido !
Socorro Moreira

Josephine Baker : "A Deusa de Ébano"


Josephine Baker
Dançarina, cantora e atriz negra norte-americana, naturalizada francesa
Nascimento: 03/06/1906, Saint Louis (EUA) Morte: 12/04/1975, Paris (França)

Não foi à toa que ela recebeu os apelidos de "Vênus negra" e "Deusa de ébano" e arrancou elogios de grandes personalidades.



Extravagante e sensual, sempre se apresentando em trajes ousados, conquistou Paris
e deixou muitos homens e mulheres apaixonados.



Seu nome verdadeiro era Frida Josephine McDonald, filha de Carrie McDonald e Eddie Carson, músico. Teve uma infância pobre, no sul dos Estados Unidos, em Saint Louis, e às vezes dançava nas ruas para ganhar algumas moedas.

Como a mãe e a irmã, trabalhou como lavadeira na casa de senhoras malvadas (uma delas chegou a lhe escaldar as mãos porque tinha gasto muito sabão).

Um dia arrumou o emprego de camareira da diva negra Clara Smith, e conseguiu a oportunidade de substituir uma corista.

Aos 15 anos, casou- se com William Howard Baker e ganhou seu sobrenome, mas deixou-o dois anos depois, quando saiu de St. Louis, devido à grande discriminação racial que havia na cidade.

Aos 19, arrumou uma vaga num show da Broadway. Achavam que ela fazia muitas caretas e que tinha olhos vesgos. Por sorte, foi selecionada para participar de "Revue Nègre" em Paris.
Desembarcou na cidade luz no ano de 1925 e na noite de estréia, no Teatro Champs Ellysées, tinha os artistas Léger e Jean Cocteau na platéia.

As atrações do show eram os bailados exóticos e os negros zulus. Josephine fazia uma dança selvagem, com as plantas do pé no chão e as pernas arqueadas, com os seios de fora e uma tanga de penas.

Desbocada e sexy, tornou-se estrela no ano seguinte, no Folies Bergères e no Cassino de Paris, conquistando a fama logo em seguida. Sua primeira performance foi a famosa dança da banana, em que se apresentava vestida somente com uma tanga feita com as frutas.

Ela rapidamente tornou-se a favorita da França. Ficou casada algum tempo com Pepito di Abatino.

Em 1929, após uma turnê na América do Sul, no navio que levava Josephine Baker - "a mulher mais famosa do mundo" - para a Europa, conheceu o brilhante arquiteto Le Corbusier.

Segundo a biografia escrita por Phyllis Rose, os dois talvez tenham sido amantes. É possível, porque o que não faltaram na vida de Josephine foram maridos e amantes. Além de Baker e Abatino, casou-se com Jean Lion, Joe Bouillon e Robert Brady.

A lista de admiradores incluía Georges Simenon, Pablo Picasso, Alexander Calder, E. E. Cummings e outros.A participação de Josephine na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e sua luta contra o racismo lhe valeu as duas mais altas condecorações da França, a Cruz de Guerra e a Legião de Honra.

A partir de 1950, começou a adotar crianças órfãs durante suas turnês pelo mundo, passando a criá-las em seu castelo, Les Milandes, nas vizinhanças de Paris. Também adotava animais, de todas as raças.

Chegou a passear por Paris com um leopardo (Chiquita) que, de vez em quando, escapava da coleira dentro de um teatro, quando ela insistia em levá-lo para assistir a uma peça.

No final dos anos 1960, passou por dificuldades financeiras e parou de se apresentar em 1968. A princesa Grace de Mônaco ofereceu a ela uma casa no Principado, quando soube dos seus problemas. Baker apresentou-se então em Mônaco, com grande sucesso, em 1974.

No mesmo ano fez apresentações em Nova York. Estava se preparando para comemorar, em Paris, os 50 anos de palco, quando entrou em coma e morreu aos 68 anos, em 12 de abril de 1975. Seu funeral foi em Paris e ela foi enterrada em Mônaco.Josephine Baker esteve no Brasil pela primeira vez em 1929.

Apresentou-se no Teatro Cassino, no Rio de Janeiro. Voltou em 1952 e contracenou com Grande Otelo no show "Casamento de Preto", onde cantava "Boneca de Piche" em português.
Em 1963 fez uma temporada no Copacabana Palace e apresentou-se no Teatro Record, em Sã
o Paulo. Esteve pela última vez no Brasil em 1971, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Porto Alegre.


http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u269.jhtm

FOTOGRAFIA


19 Agosto dia Mundial da Fotografia
Dia de Luz, de comemorar 183 anos que a fotografia existe.
Foto Luz Grafia Escrita, essa foi a forma que Niepce e Daguerre encontraram para grafar o que se tem de mais peculiar com a realidade, a luz que a faz ser a Fotografia.
Ela nos traz para o presente o que era futuro e agora é passado após o click.
Deixá-la para gerações futuras é de extrema importância para nós, pois com ela nos remete um dia, um instante, um quê, que não nos é mais possível sair fora do alcance dela, o ato em sim.
Viva!!!!! Fotógrafos e Fotógrafas
Poesia da Luz

O olhar de cada um - Nívia Uchôa

Na fotografia o presente, o passado e o futuro andam juntos.

Falar em fotografia é falar em luz, escrita da luz, melhor dizendo; foi assim que comecei a ensinar a adolescentes da SOAFAMC, curiosos pela nova linguagem.
Lembro das suas faces admiradas pelo novo estilo de ver o mundo de outra forma, pois a fotografia é uma escolha de vida e, sobretudo, a escolha de um olhar próprio. Pode ser a busca pela sua identidade, seu lugar, o lugar do outro.
Recordo ainda, que no primeiro dia de aula, expliquei para eles que íamos fotografar algumas manifestações culturais, através de crenças, comportamentos, atividades artísticas, intelectuais, adquiridas espontaneamente ao longo do tempo, as quais são peculiares ao lugar e as pessoas.
Fomos documentar as manifestações de tradição oral, ou seja, reisados, lapinhas, coco, o cotidiano de grupos que deixam um legado histórico-cultural à nossa e as futuras gerações.
Juntos, elaboramos formas e fórmulas que garantissem resultados, os quais fossem entendidos por todas (os) na hora de fotografar, através do mundo digital, a tradição oral, suas danças, seus estilos, suas roupas, enfim, um complexo de cores que desnudaram o olhar de cada um.
Fiquei perplexa ao perceber os resultados das fotografias, pela beleza e profunda vontade que esses adolescentes tinham em mostrar para eles mesmos o que o olhar pode captar através da luz, uma captura de instantes, a que a fotografia se destina, através de uma simples câmera digital.
Ajustar a luz, o foco, buscar a precisão, tornar a visão como um tiro ao alvo foi para elas (es) tarefa fácil de realizar, talvez pela afinação de longas conversas sobre fotografia, ou pela exposição de fotos minhas e de outras (os) fotógrafas (os), ou por mera vontade, intrínseca a cada adolescente, de deixar também seu legado, um recorte do real.
A cada aula uma conversa, a cada foto uma crítica, a cada olhar um elogio pela busca da magia da visão, a cada atitude de erro um desafio, a cada pergunta uma resposta à altura, a cada modo de ver um encontro com o diferente, enfim, uma escolha sem volta, sem arrependimento, mas com muita alegria a cada viagem, a cada visita.
Nesse instante, a fotografia, que era pessoal, torna-se histórica para a memória coletiva, o registro de um tempo que não volta mais, o que era futuro tornou-se presente e agora é passado.
Assim nasce uma fotografia, com a intenção de ela própria dizer, o que só ela pode contar sobre um dia, um lugar, um contexto histórico, pessoal e real.

Nívia Uchôa
Poesia da Luz

Pensamento para o Dia 18/08/2009


“A filosofia Védica (Vedanta) declara: “Deus é Verdade (Sathya); o Cosmo é ilusório (Mithya)”. Sua preocupação principal deve ser entender se você é real ou ilusório, ou o que em você é real e o que é irreal. Somente quando tiver reconhecido a verdade de seu próprio ser, você pode reconhecer o mundo como ilusório e seu próprio ser como a única realidade. A pessoa realizada afirma: “Eu sou Deus”. De onde essa declaração emanou? O que ela significa? Ela é uma expressão espontânea e não o resultado de um pensamento ou sentimento. O “Eu” é o Infinito ilimitado. Quando o indivíduo finito funde-se ao Infinito “Eu”, somente o “Eu” permanece.”
Sathya Sai Baba

A família Rocha Saraiva e a Fotografia


Edilma Rocha - by Telma Saraiva


Edilma e Telma - mãe e filha unidas pela luz .



Edilson e Edilma Rocha - pai e filha ligados pela arte plástica
..
Edilson Rocha : Artista plástico, Fotógrafo e Escultor, natural de Fortaleza - Ce e radicado na cidade de Crato, desde 1949.
.
"Muito antes de Cindy Sherman, uma das mais respeitadas fotógrafas da segunda metade do século 20, começar a se fotografar em 1977, em Nova York, Telma Saraiva já espalhara sua extensa obra pelas casas do sertão do Cariri, interior do Ceará. Telma era especialista em fotopintura, uma técnica quase extinta hoje, que fazia muito sucesso na década de 40. Em cidades do interior, é comum encontrar esses retratos nas paredes das casas de família.
O trabalho de Telma era inusitado e um tanto quanto pop para a época. Ela pintava auto-retratos baseados em filmes e artistas de Hollywood, conhecidos das salas de cinema do Crato (cidade onde nasceu e vive até hoje). Sua obra, até então nunca mostrada, foi descoberta recentemente pelo fotógrafo alemão Titus Riedl e ganhou exposição no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, e na Pinacoteca do Estado, em São Paulo, em 2006. "

Fafá ( filha de Edilma ) - fotografada por Edilma Rocha
.

A VIDA DA TERRA VEIO DE FORA?


Nasa descobre substância para formação de vida em amostras de cometa

(http://br.noticias.yahoo.com/s/17082009/40/saude-nasa-descobre-substancia-formacao-vida.html)

Washington, 17 ago (EFE).- Cientistas da Nasa (agência espacial americana) descobriram glicina, elemento fundamental para a formação de vida, em amostras do cometa "Wild 2" trazidas à Terra pela sonda Stardust em 2006, revelou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).

"A glicina é um aminoácido usados pelos organismos vivos para produzir proteínas e esta é a primeira vez que é encontrada em um cometa", afirmou Jamie Elsila, do Centro de Voos Espaciais da Nasa.

"A descoberta apoia a teoria de que alguns ingredientes da vida surgiram no espaço e chegaram à Terra através do impacto de meteoritos e cometas", acrescentou um comunicado do JPL.

Carl Pilcher, diretor do Instituto de Astrobiologia da Nasa, afirmou que a descoberta também respalda a hipótese de que os blocos básicos da vida abundam no espaço e que a vida no universo é mais comum do que se acredita.

Os resultados da investigação dos cientistas foram apresentados durante uma reunião realizada pela Sociedade Química dos Estados Unidos em Washington no fim de semana passado e serão publicados em breve pela revista "Meteorites and Planetary Science", disse o JPL.

A sonda Stardust atravessou uma densa nuvem e gases que rodeavam o núcleo de gelo do "Wild 2" em janeiro de 2004.

Desde o princípio as análises revelaram a presença de glicina nas amostras. No entanto, por esse ingrediente existir na vida terrestre acreditou-se que a malha estava contaminada.

"Era possível que a glicina achada tivesse se originado durante a manipulação ou fabricação da cápsula", explicou Elsila.

As novas investigações, porém, descartaram a possibilidade, após usarem a análise isotópica, acrescentou. EFE

Café da Manhã

O sonho de toda formiga
é morrer soterrada
sob grãos de açúcar.

Acabei de realizar
o desejo de tantas.

A arte de Allan Bastos - Fotógrafo cratense

Allan Bastos
flickr.com/photos/allanbastos/


Se cada dia cai
Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.
há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.
Pablo Neruda .

"...E eles serão felizes para sempre !"




Casamento de David e Tatiana ( filhos de João Marni e Fátima Figueirêdo)

Lolita - romance de Vladimir Nabokov



Lolita é o título de um romance em língua inglesa, de autoria do escritor russo Vladimir Nabokov, publicado pela primeira vez em 1955.

O romance é narrado em primeira pessoa pelo protagonista, o professor de poesia francesa Humbert Humbert, que se apaixona por Dolores Haze, sua enteada de doze anos e a quem apelida de Lolita. O professor, que já conta com uma certa idade, desde o início se define como um pervertido e aponta como causa um romance traumático em sua juventude.

Mas em função do início chocante, sem dúvida o livro ficou famoso como um dos romances mais polêmicos já publicados, tanto que antes de chegar ao público, foi rejeitado por diversas editoras.

A obra conta com diversas qualidades literárias e uma estrutura curiosa, que pode ser interpretada como uma mistura de diversos estilos cinematográficos: do início psico-erótico típico de um filme europeu, a história passa para um drama de periferia quando o professor vai morar em New Hampshire. Depois a ação lembra um road movie, com uma longa viagem de carro; passa para um romance de mistério, com o enigma de um perseguidor oculto; e no final se torna um drama policial, ao estilo de um filme noir.

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Grande Otelo - O brasileiro do século



Grande Otelo (ou Othelo), pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata, nasceu em Uberlândia , no dia 18 de Outubro de 1915, e morreu m Paris , no dia 26 de novembro de 1993.. Foi ator, cantor e compositor brasileiro.

Tinha 1,50 m de altura, os olhos esbugalhados e os lábios espichados de bebê chorão. Nunca haverá um tipo popular e divertido igual a Grande Otelo. Além de um comediante imcomparável, que formou dupla com Oscarito em dezenas de filmes na época áurea das chanchadas e comédias da praça Tiradentes e do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, Otelo era também um ator dramático de autenticidade visceral. Embora fosse festejado por platéias populares, foi adotado nos anos 60 pelo cinema novo e encarnou Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, personagem que ele jurou ter ajudado o escritor paulistano Mário de Andrade a construir. Nos anos 20 , quando integrava a Companhia Negra de Revistas, cujo maestro era Pixinguinha, Otelo garantiu ter visto na platéia o escritor. "Tenho certeza que ele botou muito reparo no negrinho que rebolava e acho que inspirei o homem a criar Macunaíma, o herói sem nenhum caráter." Nunca se saberá ao certo.

Sebastião Bernardes de Souza Prata, nascido em 18 de outubro de 1915, em Uberlândia (MG), estreou no picadeiro. O circo precisava de um garoto para contracenar com o palhaço. "Eu me apresentei fantasiado de mulher grávida, com um travesseiro na frente e outro atrás, por baixo das roupas. Só esqueceram de me avisar que havia tiros na cena. Quando ouvi os estampidos, fugi apavorado. A platéia caiu na gargalhada e o pessoal do circo me chamou para repetir no dia seguinte."

Negrinho fujão
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Quando o pai morreu esfaqueado e a mãe - cozinheira que trabalhava com um copo de cachaça ao lado do fogão - casou outra vez, ele aproveitou a visita de uma companhia de teatro mambembe a Uberlândia para escapulir. A diretora do grupo, Abigail Parecis, o adotou "de papel passado" e o levou para São Paulo. Em seu novo lar, tinha a tarefa de levar a filha de dona Abigail às aulas de piano. Mas Otelo fugiu de novo e, após várias entradas e saídas no Juizado de Menores, foi adotado, mais uma vez, pela família de Antônio de Queiroz, político influente da época. Dona Eugênia, mulher de Queiroz, tinha ido ao Juizado atrás de uma garota que a ajudasse na cozinha. O administrador do albergue sugeriu que levasse o negrinho fujão que sabia declamar, dançar e fazer graça.

Os Queiroz o colocaram no Colégio Sagrado Coração de Jesus de padres salesianos, onde estudou até a terceira série ginasial. "Tive com eles do bom e do melhor. Mas, para comprar vinho e pastel de ambulantes, passei a vender os volumes da vastíssima biblioteca do meu padrinho. Também comprava ioiô, que era moda naquele tempo." A família adotiva sonhava em transformá-lo em advogado, mas Otelo bateu pé: ia ser artista. Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis (pai do ator Jardel Filho e um dos pioneiros do teatro de revista), quando ganhou o apelido que o consagrou. Os amigos o chamavam Pequeno Otelo, por razões óbvias, mas ele preferiu o pseudônimo The Great Othelo, em inglês mesmo, que já era moda na época. Depois traduziu para o português.

Em 1942, participou de It's all true, filme realizado por Orson Welles no Brasil. Em Fitzcarraldo (1982), do alemão Werner Herzog, filmado na selva, no Peru, quase enlouqueceu o ator Klaus Kinski, que tinha o ego do tamanho da Amazônia. Otelo precisava fazer uma cena em inglês, mas resolveu falar em espanhol, idioma que Kinski desconhecia. Irado, Kinski retirou-se do set. Quando o filme estreou na Alemanha, aquela foi a única cena aplaudida pelo público, contou depois o diretor Herzog. Otelo morreu em 1993 de um ataque do coração, em Paris, a caminho de uma homenagem que receberia no Festival de Nantes. Sem ele, o País perdeu graça e vivacidade.

VOCÊ SABIA?
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Uma tragédia familiar abalou as filmagens de Carnaval no fogo: a mulher de Otelo matou o filho do casal de seis anos e suicidou-se. Otelo filmou a cena em que fazia o papel de Julieta e Oscarito o de Romeu sem saber de nada. Abalado, afastou-se da fita e só assistiu à cena quase 30 depois.

EM CENA
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· O petróleo é nosso (1948) teatro
· It's all true (1942) cinema
· Moleque tião (1943) cinema
· Rio zona norte (1957) cinema
· Macunaíma (1969) cinema

Fonte : ISTOÉ