Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Grande Otelo - O brasileiro do século



Grande Otelo (ou Othelo), pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata, nasceu em Uberlândia , no dia 18 de Outubro de 1915, e morreu m Paris , no dia 26 de novembro de 1993.. Foi ator, cantor e compositor brasileiro.

Tinha 1,50 m de altura, os olhos esbugalhados e os lábios espichados de bebê chorão. Nunca haverá um tipo popular e divertido igual a Grande Otelo. Além de um comediante imcomparável, que formou dupla com Oscarito em dezenas de filmes na época áurea das chanchadas e comédias da praça Tiradentes e do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, Otelo era também um ator dramático de autenticidade visceral. Embora fosse festejado por platéias populares, foi adotado nos anos 60 pelo cinema novo e encarnou Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, personagem que ele jurou ter ajudado o escritor paulistano Mário de Andrade a construir. Nos anos 20 , quando integrava a Companhia Negra de Revistas, cujo maestro era Pixinguinha, Otelo garantiu ter visto na platéia o escritor. "Tenho certeza que ele botou muito reparo no negrinho que rebolava e acho que inspirei o homem a criar Macunaíma, o herói sem nenhum caráter." Nunca se saberá ao certo.

Sebastião Bernardes de Souza Prata, nascido em 18 de outubro de 1915, em Uberlândia (MG), estreou no picadeiro. O circo precisava de um garoto para contracenar com o palhaço. "Eu me apresentei fantasiado de mulher grávida, com um travesseiro na frente e outro atrás, por baixo das roupas. Só esqueceram de me avisar que havia tiros na cena. Quando ouvi os estampidos, fugi apavorado. A platéia caiu na gargalhada e o pessoal do circo me chamou para repetir no dia seguinte."

Negrinho fujão
.
Quando o pai morreu esfaqueado e a mãe - cozinheira que trabalhava com um copo de cachaça ao lado do fogão - casou outra vez, ele aproveitou a visita de uma companhia de teatro mambembe a Uberlândia para escapulir. A diretora do grupo, Abigail Parecis, o adotou "de papel passado" e o levou para São Paulo. Em seu novo lar, tinha a tarefa de levar a filha de dona Abigail às aulas de piano. Mas Otelo fugiu de novo e, após várias entradas e saídas no Juizado de Menores, foi adotado, mais uma vez, pela família de Antônio de Queiroz, político influente da época. Dona Eugênia, mulher de Queiroz, tinha ido ao Juizado atrás de uma garota que a ajudasse na cozinha. O administrador do albergue sugeriu que levasse o negrinho fujão que sabia declamar, dançar e fazer graça.

Os Queiroz o colocaram no Colégio Sagrado Coração de Jesus de padres salesianos, onde estudou até a terceira série ginasial. "Tive com eles do bom e do melhor. Mas, para comprar vinho e pastel de ambulantes, passei a vender os volumes da vastíssima biblioteca do meu padrinho. Também comprava ioiô, que era moda naquele tempo." A família adotiva sonhava em transformá-lo em advogado, mas Otelo bateu pé: ia ser artista. Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis (pai do ator Jardel Filho e um dos pioneiros do teatro de revista), quando ganhou o apelido que o consagrou. Os amigos o chamavam Pequeno Otelo, por razões óbvias, mas ele preferiu o pseudônimo The Great Othelo, em inglês mesmo, que já era moda na época. Depois traduziu para o português.

Em 1942, participou de It's all true, filme realizado por Orson Welles no Brasil. Em Fitzcarraldo (1982), do alemão Werner Herzog, filmado na selva, no Peru, quase enlouqueceu o ator Klaus Kinski, que tinha o ego do tamanho da Amazônia. Otelo precisava fazer uma cena em inglês, mas resolveu falar em espanhol, idioma que Kinski desconhecia. Irado, Kinski retirou-se do set. Quando o filme estreou na Alemanha, aquela foi a única cena aplaudida pelo público, contou depois o diretor Herzog. Otelo morreu em 1993 de um ataque do coração, em Paris, a caminho de uma homenagem que receberia no Festival de Nantes. Sem ele, o País perdeu graça e vivacidade.

VOCÊ SABIA?
.
Uma tragédia familiar abalou as filmagens de Carnaval no fogo: a mulher de Otelo matou o filho do casal de seis anos e suicidou-se. Otelo filmou a cena em que fazia o papel de Julieta e Oscarito o de Romeu sem saber de nada. Abalado, afastou-se da fita e só assistiu à cena quase 30 depois.

EM CENA
.
· O petróleo é nosso (1948) teatro
· It's all true (1942) cinema
· Moleque tião (1943) cinema
· Rio zona norte (1957) cinema
· Macunaíma (1969) cinema

Fonte : ISTOÉ

Nenhum comentário: