Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Maria Fumaça


O velhinho entrou no consultório meio desconfiado, meio cabreiro. Como boi no matadouro, esperando o xunxo do magarefe. Dois filhos o puxaram até ali e duas filhas o empurraram. Todos carregamos, no íntimo, a certeza da imortalidade física: o velhinho, sabe-se lá porque, pressentia que sua moléstia não era coisa simples, dessas de se resolver com Capivarol e Extrato Hepático. Sentou-se meio constrangido, mas ,rápido, recobrou o equilíbrio e desatarraxou um vendaval de sintomas. Estava naquela idade em que os inimigos começam a armar o cerco e passam a disparar sem piedade sua metralhadora de achaques, de dores e infortúnios. O médico o examinou com cuidado e teve a certeza de que o velhinho não exagerara na premonição. Algum esmeril feroz carcomia as forças daquele que um dia fora um touro indomável, trabalhador incansável no campo, um artista da enxada e do arado. A madeira de lei dera cupim. O esculápio solicitou alguns exames que confirmassem sua certeza e prescreveu alguma medicação que, certamente, não diminuiria a doença, mas aumentaria a esperança do velhinho. Receita na mão, antes de sair, o paciente fez um pedido inusitado:
--- Doutor, o senhor gosta de escrever , não é ?
O médico , que produzia esporadicamente alguns textos para a imprensa local, confirmou:
--- É , vez por outra eu escrevo umas potocas sim, seu Pedro!
--- Pois é, vou pedir um favor : escreva sobre a Maria Fumaça !
O profissional, polidamente, prometeu fazê-lo, mesmo sabendo que o compromisso fazia-se apenas um ato de educação, uma promessa dessas que os políticos firmam no palanque: afirmam como sem falta e faltam como sem dúvida. O médico seguiu sua via crucis: o atendimento interminável de pacientes, com aquela sensação de quem tentava esgotar um olho d´água. Tardizinha, voltando para casa estafado, lembrou , estranhamente, da reivindicação do ancião e pôs-se a imaginar as razões possíveis e ocultas daquilo que soara quase como o último desejo de um condenado. Por quê a Maria Fumaça ?
O trem terá sido o primeiro transporte de massa de acesso a todas as classes sociais. Como uma serpente enorme varava os sertões, levando na barriga pessoas, sonhos, ilusões. Trazia ainda mantimentos, as notícias , as cartas e as últimas novidades dos mais distantes rincões. Imaginem o encantamento que causava no caboclo que observava seu porte gigantesco e seu “café-com-pão” interminável. E a estridência do apito agudo, nos ermos campos de outrora? A fumaça que esvoaçava da chaminé, como se fora o dragão de São Jorge? E mais: a possibilidade de transportar cada passageiro em busca do sonho mais inalcançável? A Maria Fumaça deu asas ao matuto e tornou viável o destino cosmopolita do cearense. Desde que seu apito ecoou pela primeira vez na pradaria , o caboclo descobriu definitivamente que esse mundão não tem cancela. Há a possibilidade de ser infeliz em muitos lugares diferentes. Se é tão difícil mudar a história da humanidade, o trem nos deu a condição de alterar ao menos a geografia.
Na iminência de empreender uma longa viagem, compreendeu, por fim, o doutor, a visão da Maria Fumaça serpenteando os campos sertanejos trazia consigo um alento, uma tranqüilidade quase que etérea. O trem que partiu, um dia retornará, inevitavelmente, trazendo no seu matulão novas esperanças e bons augúrios. E lépido e fogoso um rapazinho saltará na mesma plataforma em que um dia o velhinho alquebrado embarcou, apenas com passagem de ida, com destino ignorado e sem imaginar que todas as estradas terminam sempre na mesma estação.


J. Flávio Vieira

Curtas - XX - Aloísio

O pensamento voa
Enquanto a gente anda
Se correr, tropeça,
Mas não o alcança

Aloísio

24 de Março - Dia de Combate a Tuberculose

O Dia Mundial da Tuberculose foi lançado, em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra TB e Doenças Pulmonares (International Union Agaist TB and Lung Disease - IUATLD).

A data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, por Dr. Robert Koch. Este foi um grande passo na luta pelo controle e eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da população mundial e hoje persiste com 1/3 da população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de mortes anuais.

O Dia Mundial de Combate à Tuberculose não é uma data para comemoração. É sim uma ocasião de mobilização mundial, nacional, estadual e local buscando envolver todos as esferas de governo e setores da sociedade na luta conta esta enfermidade. É o marco fundamental de uma campanha que dura até o fim do ano corrente, fator fundamental para a intensificação das ações de controle da doença.

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria chamada “bacilo de Koch”.A transmissão ocorre através do ar. Enfermos não tratados costumam eliminar grande quantidade de bactérias no ar ambiente tossindo, falando ou espirrando. Estes micróbios podem ser inspirados por pessoas saudáveis, levando ao adoecimento.

Os principais sintomas são tosse (por mais de 15 dias), febre (mais comumente ao entardecer), suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento e cansaço fácil. Além do pulmão, a doença pode ocorrer em outros órgãos como as meninges (meningite), ossos, rins e etc.

A doença é curável através de tratamento com remédios fornecidos gratuitamente nos Postos de Saúde.

É muito importante que os pacientes com tuberculose não interrompam seu tratamento, para evitar o surgimento de micróbios resistentes aos remédios e o adoecimento de novas pessoas.

Fonte: Ministerio da Saúde
Copiado do Blog do Sanharol

Visite o Zoomcariri, e veja mais deste ensaio! Pachelly Jamacaru

Romaria de Nossa Sra. das Dores.

EXTRA! EXTRA!


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O LENDÁRIO MANÉ DE JARDIM
JA CHEGOU NO CARIRI!
FÊNIX IGUAL NUNCA VI
MÚSICO IGUAL TAMBÉM NÃO
VEIO COM AS MÃOS ABANANDO
SONHANDO E DEDILHANDO
AS CORDAS FERIDAS DO VIOLÃO
NA MAIS PURA MAESTRIA
DE RECRIAR A HARMONIA
REINVENTANDO A CANÇÃO

Ulisses Germano

p.s. Agora ele vai gravar a música "Idiossincrasia"!
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EDILMA ROCHA , A ARTISTA PLÁSTICA

A nossa Artista Plástica EDILMA ROCHA  está se projetando no Brasil e pelo exterior investindo na Arte e na sua aptidão de estar sempre criando maneiras de inovar na produção de seus trabalhos.

O grupo Artes 100 Fronteiras, que trouxe ao Crato, no VI SALÂO DE OUTUBRO, obras de diversos artistas brasileiros e também do exterior, tem divulgado incansavelmente o trabalho de Edilma Rocha confiando, sem restrições, no seu talento.

Edilma vem fazendo pesquisas sobre novas técnicas de pintura e recentemente conseguiu idealizar e realizar belos trabalhos com vidro líquido . 

O  resultado desse trabalho vem surpreendendo o meio artístico pela qualidade e criatividade.

Essa técnica exige um cuidado especial na mistura do produto e na aplicação das cores além de demandar um tempo de 45 minutos para a conclusão de uma obra,  o que exige grande habilidade e agilidade no seu manuseio até a arte final .

Edilma, em 2010, participou de três Salões de Arte pelo Brasil tendo se destacado com premiações do mais alto gabarito:
  •  III SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS NA CASA DE CULTURA DE SÃO PEDRO DALDEIA - Recebeu um troféu pela obra apresentada nesse evento.
  • V SALÃO ARTES DA MARAMBAIA - Medalha de ouro
  • VI SALÃO ESPECIAL DE ARTES PLÁSTICAS - MUSEU MILITAR CONDE DE LINHARES - Medalha de ouro
 Agora, Edilma Rocha está em plenos preparativos para participar da FEIRA INTERNACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS - em Coimbra. 

Nossa artista não pára. Sempre dinâmica, se prepara para futuros eventos empenhada em fazer o seu melhor.

Foi divulgado no ARTE 100 FRONTEIRAS:
 
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Fiarte-Arteuropa2011

A artista plástica e restauradora de Fortaleza Ceará; Edilma Rocha, expõe a magnitude de sua obra “A dor do poeta” para apreciação dos visitantes da feira internacional de Artes de Coimbra Portugal.
A dor do Poeta - cerâmica, vidro líquido - 52x52
Uma homenagem a um amigo poeta chamado: "Domingos Barroso". Com a sua dor pela separação da esposa e o filho, fechou-se em si e despiu-se das coisas do mundo, vivendo somente Lágrimas de Sangue, restando à água da vida e a luz do amanhã.

Edilma Rocha após uma pausa em suas aparições em exposições; Retoma com toda a sua força se destacando nos salões de Artes nos quais participou no estado do Rio de Janeiro e agora ampliando horizontes expondo em Portugal e com pretensões para outros países.
Sua obra poderá ser vista em Coimbra de 01 a 10 de abril de 2011

http://artessemfronteiras.blogspot.com/






Claude Bloc

"MANEL D`JARDIM" ALÉM DA LENDA

Há um convite no ar.
Que vai ALÉM DA LENDA
que se pode criar em torno de algo...
ou de alguém.
Há um cheiro forte de música no ar.
Que vai além da possibilidade
de apenas sonhar...e tocar...e cantar
Uma Fênix que (re) apareceu
Quando tudo era silêncio
Quando tudo era breu
Agora sim. Há um convite no ar...
E há a certeza de que
Não há mais silêncio
E não há mais breu
As cordas acordaram
A luz no tempo voltou
Os acordes soaram
E tudo ainda é harmonia
É Música no ar
Há um homem, um músico,
Em Manel D`Jardim
Ele voou, voou...voou
Trancendeu e já venceu
A lenda que dele brotou
De novo ele nos leva
através da sua música
Muito ALÉM DA LENDA.

Há 167 anos nascia em Crato o Padre Cícero–o “Cearense do Século” (por Armando Lopes Rafael)

Este 24 de março de 2011 assinala os 167 anos de nascimento – na antiga Vila Real do Crato – do Padre Cícero Romão Batista, eleito pela população cearense em 2000, O Cearense do Século. Na cidade de Juazeiro do Norte é feriado municipal. Lá, extensa programação, em meio a mais uma romaria ao Padre Cícero, ocorrerá durante todo o dia de hoje. Na programação oficial consta: Passeio Ciclístico saindo do Ginásio Poliesportivo e seguindo até a Praça da Capela do Socorro; Partida de futebol no Romeirão: Icasa e Guarani; Feira de Artesanato (Feart), na Praça do Memorial Padre Cícero; a tradicional Procissão das Flores que sairá da Praça da Bandeira seguindo até a Capela do Perpétuo Socorro, onde foi sepultado o Padre Cícero e, à noite, em frente a Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores haverá show com o padre Zezinho, dentre outros eventos religiosos e oficiais.
Em que casa nasceu o Padre Cícero?
“Vista da Cidade de Crato", aquarela de José Reis de Carvalho pintada em 1859. Assim era Crato àquela época. A atual Sé Catedral só tinha, à época, uma torre, a do lado Sul. José Reis integrava a Comissão Científica de Exploração das Províncias do Norte e Nordeste, apoiada pelo Imperador Dom Pedro II.

Duas versões são defendidas, entre os historiadores regionais, no que diz respeito a residência onde teria nascido, na cidade do Crato, o Padre Cícero Romão Batista. A primeira versão - defendida por Irineu Pinheiro - diz que o famoso sacerdote veio ao mundo numa casa, lado do sol, existente à Rua Miguel Limaverde. A casa pertencia ao coronel Pedro Pinheiro Bezerra de Menezes, e posteriormente fora desmembrada em duas residências. Ambas demolidas, quando do alargamento daquela rua, na fúria insana de destruir o que resta do patrimônio arquitetônico do Crato, para dar lugar à passagem de veículos automotores.
A outra versão – a que nos parece mais certa – defende que o Padre Cícero nasceu numa casinha, no terreno onde hoje se ergue o Palácio Episcopal, na atual Rua Dom Quintino, à época Rua das Flores.
Irineu Pinheiro defendia o imóvel da Rua Miguel Limaverde, como o local do nascimento do Padre Cícero, baseado em depoimento de uma escrava da família do famoso sacerdote, conhecida como “Teresa do Padre”, mulher humilde e bastante estimada na cidade de Juazeiro do Norte, onde gozava a fama de uma pessoa virtuosa e de credibilidade.
Entretanto outro ilustre historiador, o Padre Antônio Gomes de Araújo, escreveu este depoimento, “Teresa do Padre, já começava a mergulhar no crepúsculo da própria memória, cuja desintegração começara”. Ou seja, a boa velhinha caminhando para os cem anos de idade, já não dominava mais a própria memória, deficiência física a que estamos sujeitos todos nós, os seres humanos, quando a velhice nos domina.

Já a versão de que o Padre Cícero nasceu numa casinha simples, onde hoje é o Palácio do Bispo, tem diversos defensores. Segundo depoimento prestado pelo cônego Climério Correia de Macedo ao Padre Antônio Gomes de Araújo, e incluído no livro A Cidade de Frei Carlos, o cônego declarou: “Minha tia paterna, Missias Correia de Macedo, cortou o cordão umbilical do Padre Cícero numa casa que foi substituída pelo palácio de Dom Francisco" (referia-se ao atual Palácio Episcopal construído por Dom Francisco de Assis Pires, segundo bispo da diocese do Crato - visto na foto à esquerda).
E continua Padre Gomes no seu livro citado: “É corrente que, no chão em que se ergue aquele palácio, havia de fato uma casa, que foi cenário, por exemplo, da recepção do Padre Cícero quando este chegou do Seminário de Fortaleza, ordenado sacerdote, bem como das festas que envolveram a celebração de sua primeira missa. É certo que dita casa pertenceu ao major João Bispo Xavier Sobreira (...) Com sua morte a dita casa passou à viúva, dona Jovita Maria da Conceição. Seus herdeiros venderam a casa a esta diocese”.
Assim, tudo está a indicar que o Padre Cícero veio ao mundo na casinha simples, entre fruteiras, localizada no terreno onde hoje se ergue o Palácio Episcopal. Deixamos nossa sugestão para que o Governo do Ceará e a Prefeitura do Crato providenciem a colocação de uma placa, assinalando o local onde nasceu um dos mais conhecidos sacerdotes católicos do Brasil, o ilustre filho do Crato, Padre Cícero Romão Batista. É uma forma de preservar a memória histórica de Crato, tão ultrajada e descaracterizada por administradores insensíveis e de poucos conhecimentos culturais...

Certidão de Batismo do Padre Cícero

Existe na Capela Batismal da Catedral de Crato (foto abaixo,à direita, a Pia de Batismo) um quadro com a Certidão de Batismo do Padre Cícero – contendo a fotocópia da folha 61 do Livro de Batizados de 1843 a 1845 – onde consta:

“Cícero, filho legítimo de Joaquim Romão Batista Meraíba, e de sua mulher Joaquina Ferreira Castão. Nasceu em 23 de março de 1844 e foi batizado pelo pároco solenemente com santos óleos nesta cidade do Crato em 8 de abril do mesmo ano. Foram seus padrinhos seu avô paterno Romão José Batista e Antônia Maria de Jesus, do que para constar mandei fazer este assento em que me assino. Manuel Joaquim Aires do Nascimento”.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael