Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Transição‏ - Paulo Viana

Renata Menezes e Ananda em Taubaté São Paulo
Fim de tarde... O silêncio é fluido
Meu desejo é uma tatuagem no tempo
Por isso tem asas
O pensamento delira sobre laços e liberdade
Projeções de nuances infantis e artísticas
Refletida em olhares e dizeres
Os olhos e a poesia
O estar e não estar presente
Não tenho certeza onde estou navegando
Talvez a fantasia tenha me expulsado
A realidade, essa lâmina afiada, espuma que alegra
Estou pronto... Pode vir.

POR FALAR EM SAUDADE


Há dor que mata a pessoa
Sem dó nem piedade.
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.

Patativa do Assaré


Não se admire se um dia,
um beija flor invadir
A porta da tua casa,
te der um beijo e partir
Foi eu que mandei o beijo
que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo,
ai que saudade d'ocê


Se um dia ocê se lembrar,
escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio,
com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo,
quero matar meu desejo
Lhe mando um monte de beijo
ai que saudade sem fim


E se quiser recordar
aquele nosso namoro,
quando eu ia viajar
Você caía no choro,
eu chorando pela estrada,
mas o que eu posso fazer
trabalha é minha sina
eu gosto mesmo é d'ocê

VITAL FARIAS

Curtas XXIII - Aloísio

Um sorriso
Um querer
É preciso
Pra viver!

Aloísio

Reedições de livros caririenses - Emerson Monteiro


Neste primeiro semestre de 2011, foram reeditadas pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em parceria com as Universidades Federal do Ceará e Regional do Cariri, algumas das obras do escritor cearense J. de Figueiredo Filho, emérito historiador que viveu em Crato e desenvolveu atividades intelectuais de larga repercussão pelo País inteiro, sendo um dos fundadores do Instituto Cultural do Cariri ao qual pertenço.

Avô de dois dos meus amigos, Tiago e Flamínio Araripe, conheci o Prof. Figueiredo Filho quando ele proferira notável discurso por ocasião da vinda a Crato, em 21 de junho de 1964, do Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, no Dia do Município cratense. Ao pleno sol quente das 11h no céu aberto da Praça da Sé, Figueiredo falou a imensa plateia e palanque lotado de autoridades, durante meia hora, repassando os detalhes da epopeia do Cariri. Senhor do assunto e respeitável pesquisador das nossas origens libertárias cumpriu a valer seu ofício. Isto numa fase em que o Brasil afundava nos porões da ditadura que permaneceria no poder mais de duas décadas, com sérios danos às liberdades civis e aos direitos humanos, preço pago das modernizações econômicas que varia o mundo naquele tempo para instalar a globalização dos dias atuais.

Depois, já pelos idos da década de 70, frequentei a sede do ICC, na Rua Miguel Limaverde, instalada na sala principal da residência do historiador, com quem conversava boas horas e de quem adquiri o gosto pelos estudos caririenses bem a seu modo e dedicação.

Agora recebemos sete dos seus livros, reeditados em momento oportuno, para as novas gerações, através das Edições UFC, série Memória, da Coleção Nossa Cultura. Engenhos de Rapadura do Cariri, Folguedos Infantis do Cariri, os quatro volumes de História do Cariri e Cidade do Crato (este com Irineu Pinheiro) ganharam outra publicação como parte de dez títulos que enfocam a história e os costumes do Cariri.

Além desses, também mereceram novas edições Efemérides do Cariri e O Cariri, seu descobrimento, povoamento, costumes, de Irineu Pinheiro, e Juazeiro do Padre Cícero, de Floro Bartolomeu da Costa.

São trabalhos emblemáticos da civilização caririense, motivos autênticos da preservação de nossas tradições e valores, os quais, ao lado de outros ainda adormecidos, demonstram a profundidade que caracteriza a alma desta gente que iniciaria com sucesso a colonização cearense, primeiro aqui estabelecida e só então desenvolvida junto do litoral.

A Urca será federalizada? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Há poucos dias, o competente escritor e historiador Armando Rafael escreveu em sua coluna semanal: "Dilma Rousseff cria a Universidade Federal do Cariri. Juazeiro do Norte, justificadamente, fica com a sede por dois motivos: é a cidade onde está localizado o maior campus da UFC (na 3ª fase de expansão, enquanto o de Ciências Agrárias, em Crato, sequer foi concluído) e o campus que detém o maior número de cursos em funcionamento. Meses depois, a Urca é encampada pela Universidade Federal do Cariri. Crato fica com o Campus do Pimenta como prêmio de consolação..."

Mas está claro que a federalização da URCA é a vontade do Sr. Governador. Há a desculpa esfarrapada de que um Estado pobre como o Ceará não possui condições de manter três universidades.

Seria bom que se verifique a veracidade de alguns comentários que circularam pela cidade quando da criação da URCA, há quase vinte e cinco anos. Como todos sabem, a URCA somente foi viável pela cessão feita pela Diocese do Crato do acervo, cursos, prédios, bibliotecas, e outros bens que pertenciam à nossa diocese. A condição estabelecida naquela oportunidade pelo então Bispo Dom Vicente Matos era de que a doação do acervo estaria condicionada à sede da URCA (Reitoria) e muitos dos seus cursos ficarem no Crato.

Gostaria que o amigo Armando verificasse esse detalhe, consultando nos registros da Diocese, se o contrato de encampação realmente possui essa cláusula. Acredito que o padre Gonçalo poderá esclarecer sua existência. Se assim for, eis aí um ponto de apoio para os cratenses lutarem para que nossa terra não venha mais uma vez ser derrotada em suas pretensões. É importante que todos os cratense vistam a camisa do Crato e entrem logo em campo para que tal objetivo seja alcançado.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo