Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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.....................
claude_bloc@hotmail.com

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Semana Mundial do Aleitamento Materno - de 01 a 07.08.2009


No início da semana , João Marni, Pediatra e poeta , postou um belíssimo texto : "Desmame".
Hoje, Samira Moreira e Pedro ( filha e neto de Zélia Moreira) fazem o poema.

HIROSHIMA - NAGASAKI - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Este texto foi construído em 09 de agosto de 2005. Pelos 60 anos da primeira bomba atômica sobre uma população humana.

"Você sempre vai matar pessoas inocentes ao mesmo tempo.
Nunca travamos uma guerra em que civis não morressem.
Gostaria que os jornais parassem com essa besteira de 'vocês
mataram tantos civis'...Eles tiveram o azar de estar lá."

General Paul Tibbets
Comandou o Enola Gay, o B-29 Superfortres,assim chamado
em homenagem à mãe e do qual lançou a bomba Little Boy
sobre a cidade de Hiroshima, matando imediatamente 140 mil das 350 mil pessoas.


De repente as vísceras derreteram, a pele se descamou em papel rasgado,
os olhos cegaram pelo brilho imediato, o conduto auditivo transbordou sangue,
ossos viraram carvão qual a madeira ao fogo, os pelos faiscaram instantâneo,
um tufão de vento carregou todas edificações, em volta se fez combustão fatal,
corpos dilacerados que no segundo estiveram vivos, mergulho da última vez,
pó, poeira, putrefação, pantomima de pedaços, patologia perene, pranto;
os desgraçados desorientados em ruínas, sem mais ruas, sem povo,
aos cantos soltando pedaços, andarilhos, curvando-se para morrer,
e do céu um temporal de chuva radioativa para matar a sede,
sobreviventes das primas horas incorporando morte lenta,
mães abortando fetos microcefálicos,
DNAs degenerados para sempre,
pelas veias circulam leucemias,
hormônios em câncer tireoideu,
o carcinoma pulmonar respira,
quelóides acabam casamentos,
párias para sempre,
Hiroshima riscada,
do mapa Nagasaki,
Little boy,
Fat man,
e tiveram o coração frio de dar nomes aos infernos criados em Los Alamos.


E que pensas tu?
Como eu à antiga foto da explosão atômica.
Que pensas de então?
Que pensas da destruição,
do horror imposto ao inimigo?


Que pensas de hoje?
As vítimas relembrando-se da dor que já dura 60 anos.
E nunca vai passar.


Nunca, pois não é do terror distante que falamos,
é da América, esta assassina que não pede perdão,
que multiplicou seus arsenais ao tamanho do planeta,
que jamais fez um gesto de boa vontade a respeito,
vangloria-se da segunda chance para seus pecados
e incendeia teus filhos apenas para te fazer sofrer.

É dos Estados Unidos da América e seus liberais do Leste,
dos cowboys de olhos miúdos, mãos ágeis e arrogância excedente,
películas que colorem ilusões e do centro dela surgem marines,
com a destruição na ponta da mira a laser, os fragmentos de mulheres,
pedaços de crianças, humilhação de doces que explodem balas,
é desse horror potencial que Hiroshima clama, Nagasaki chama,
e todos nós para não esquecer que a bomba é filha da ciência,
da técnica e da aberração que assim permanece pois não há quem lhes eduque.

Então nesta data dos 60 anos,
ao invés de falarmos das vítimas,
gritemos os nomes dos agressores:

Harry Truman
Robert Oppenheimer
Major Tibbets.

Americanos!
E neste segundo?

Hai Kai


Dia frio.

Toucas coloridas

Movem-se pela cidade

São cabeças quentes?

Anita D Cambuim

O bigodão do Sarney

Recentemente o sai-não-sai de José Sarney tem atapetado todas as páginas do noticiário. É o escândalo político do momento. Até que surja um outro – o que por aqui é facílimo de encontrar -- os “Marimbondos de Fogo” continuarão ferroando o persistente caudilho amapá-maranhense. Outros tantos já estiveram na berlinda e hoje se vêem perfeitamente anistiados ( ao menos pela mídia) : Renan Calheiros, Agaciel Maia, Jáder Barbalho, o deputado mineiro do castelo medieval, Roriz, Garotinho, Yeda Crusius ... A política brasileira é uma fábrica de esterco! Esta parece ser a conclusão mais óbvia para quem abre o jornal ou aperta o botão on-off da TV. Acredito que é importante cada um de nós perceber os detalhes que se encontram escondidos por trás do véu nada diáfano das manchetes.
Política no Brasil, amigos, é esta bandalheira que está aí mesmo e todo mundo sabe. Não há eleição sem caixa 2,3,4; quase ninguém se elege sem comprar votos. E pior, todo mundo neste país vende seu votinho, não é só o descamisado não! Varia o preço: uns por chinela, outros por tijolos, cimento, favores, outros por cargos e licitações. Pouquíssimos políticos nesse país resistiriam a uma investigação simples da evolução do seu patrimônio após ser eleito. Qualquer “drome-sujo” na rua sabe exatamente quanto custa a eleição a qualquer cargo público. Há candidatos, do interior do Ceará, que gastaram mais de dois milhões numa eleição para prefeito! Ponham isso em escala nacional, para todos os cargos, em todos os mais de 5000 municípios! E aí , vem a pergunta inevitável: se o que ganharão como salário é infinitamente menos daquilo que investem na campanha, por que o fazem? São todos santos, bem-intencionados, filantropos? E o nepotismo, isso é lá novidade? O nepotismo é uma herança monárquica neste país, faz parte da nossa cultura como a feijoada. Na carta de Pero Vaz de Caminha , sobre o descobrimento do Brasil, o escrivão já aproveitou para pedir um empreguinho a Del-Rey para um sobrinho!
Sei que nas rodinhas todos se mostram indignados, revoltados com a cara de pau de nossos políticos. Alguns, inclusive, apresentam soluções radicais: fechar a Câmara e o Senado, nunca mais votar para eleger nenhum FDP desses. O que eu falei pode até chocar e parecer um discurso comodista: “É assim mesmo, cambada, deixa prá lá!” Não é isso amigos, apenas acredito que pouquíssimos de nós têm o real direito da indignação. Simplesmente porque o brasileiro comum não é melhor nem pior dos que discursam em Brasília. Somos todos muito parecidos. O Congresso é o mero reflexo no espelho da sociedade que formamos. O brasileiro é assim mesmo: um corrupto incorrigível. Mudam as escalas e as nuances. O sujeito que se revolta diante da TV logo adiante tenta subornar o guarda de trânsito para livrar a multa ; o mais indignado bota gato em casa para livrar a continha da luz e um jacaré para burlar a SAAEC; o sujeitinho que vomita com o discurso do Sarney é o mesmo que compra recibos frios para sonegar o imposto de renda. Os comerciantes que dizem repugnar as coisas de Brasília recolhem o ICMS dos clientes, mas dão um jeitinho contábil de não repassar todo à Receita. Na maior parte das instituições públicas brasileiras, o esporte que mais se joga é aquele : Bola! No mais, dêem um cargo a qualquer brasileiro e vejam se não se repete exatamente aquilo que todos tanto criticam em Brasília : favorecimentos, nepotismo, notas frias, melhoria patrimonial, desvios e por aí vai... ponham uma lupa em qualquer um de nós e a imagem que aparecerá não é muito diferente da de Sarney, ACM, Jáder, Severino Cavalcante. E é sempre bom lembrar que todos eles foram eleitos com uma votação expressiva.E, mais, eles serão reeleitos quantas e quantas vezes assim o desejarem, independentemente de escândalos, denúncias e da falsa e hipócrita indignação do povo brasileiro.
Nenhuma instituição neste país ,pública, privada, religiosa, filantrópica, sindical resiste a uma CPI séria, nenhuma ! O Brasil, amigos, é esta ilha de corrupção cercada de hipocrisia por todos lados. Claro que o leitor pode imediatamente pensar: “Alto lá, meu pai era uma pessoa extremamente honesta e exemplar, não merece a acusação que este doido esta lançando a todos nós!”. Perfeito, amigos, cada um de nós conhece alguns Policarpos Quaresmas. No Congresso existem também, mas em ambos lados são raríssimos e deviam, inclusive , ser cadastrados pelo IBAMA, pois se encontram em franco risco de extinção. Neste país só existe uma coisa realmente organizada : O Tráfico de Drogas e de Influências.
E aí, não tem jeito? Estamos fadados eternamente à lama, ao pântano? Não, amigos, mas o que tem que mudar não são nossos políticos, mas o povo que os elege. Somos uma nação novinha. Passamos 300 anos como colônia, quase cem como monarquia e no último século perdemos quase que a metade em duas ditaduras. A Monarquia e a Escravidão acabaram praticamente ontem, há pouco mais de cem anos e não por mera coincidência evaporaram-se quase que ao mesmo tempo. Como mudamos ? Mudamos com educação política e isso demanda tempo e maturação. Se a gente olhar direitinho até que já andamos, é que o filme da transformação passa em slow-motion. Por enquanto é bom lembrar que quando olharmos nossa imagem no espelho talvez pensemos está contemplando o Dalai Lama, mas se nos detivermos nos detalhes veremos que no nosso retrato envergamos um colarinho branco e um bigodão igualzinho àquele do Sarney.

J. Flávio Vieira

O Crato e João Gilberto- Por Joaquim Pinheiro


Violeta Arraes















História já contada em um dos blogs do Crato, mas vale relembrar. Violeta Arraes, minha Tia e ex-reitora da URCA, quando apresentada ao compositor da Bossa Nova João Gilberto, foi surpreendida com a reação dele ao saber que ela era do Crato (por adoção). O cantor baiano falou da vontade de encontrar alguém da cidade e resgatar a música que a babá o ninava, da qual só lembrava o refrão. Tia Violeta ligou para o Crato e transferiu a incumbência a D. Benigna Arraes, minha avó. No mesmo dia ela conseguiu a letra com três pessoas, com pequenas diferenças entre elas. Por coincidência, Regina, que trabalhava na casa, foi uma delas e sabia a letra na íntegra. A babá, que era do Crato e morava em Juazeiro da Bahia na segunda metade da década de 30, chamava-se Antônia Peixoto. Será que alguém sabe mais sobre ela?

Abaixo mando letra da música e o site onde ela pode ser ouvida. A gravação é de 1926. O endereço me foi enviado por Zé do Vale, há algum tempo.

http://acervos.ims.uol.com.br/iah/custom/player.php?NSU=00024798&p=mediaplayer&dbpath=/home/ims/homolog/bases/iah/
CRATO – João Pernambucano

Crato, meu torrão adorado
Rosa, que saudades de ti.

Ia o sol descambando
No recorte da serra
Quando de minha terra
Triste me despedi.

Rosa ficou chorando
no oitão encostada
Da casinha sagrada
Onde um dia eu a vi.

Tanta gente no canto
Teus sorrisos e glória
É triste a minha história
Deste recanto aqui

Deus permita que eu volte
Num dia de saudade
Para a felicidade
Dos céus em que vivi.

Hei de sentir ainda
As cantigas de Rosa
Na casinha saudosa
Onde um dia eu a vi.
Joaquim Pinheiro

Para Claude Bloc


Bela, ah quantos anos!
Que fim levou?
Ainda estudante?
Voltei a trabalhar depois de aposentada.
Trabalho pra lembrar.
Ora no pé do fogão, ora pesquisando os amigos dispersos.
Tenho tido muita sorte. Tenho até recebido carta de uma delas.
Aquela que partiu, e deixou seu chinelo.
Guardei, ou melhor, ficou onde ela deixou. Sei que, mais dias menos dias, voltará para o seu pé, para os olhos da Chapada, e rirá de coisas leves, nas rodas dos reencontros.

.
Claude,

Falta-me coragem pra fazer mestrado, especializações. Dizem que a gente tem que entregar e apresentar monografias. Tô fora. Você que sabe não paga; eu que não sei, escuso-me a pagar.
Depois, ainda tenho a Poupança das letras, que consegui juntar, na época do *Ginásio com o prof. José Newton. Ele nos deu em demasia, mas o meu nível era ginasial. Nunca sai de lá.
Frequentei por quatro anos o curso de Biologia, na URCA. Conclui, mas não pus em prática.
Bem que a saudosa Ivone Pequeno tentou me capturar e estimular convidando para ministrar umas aulas. Foi o tempo do Banco do Brasil, e eu escapei do Crato pra ganhar novas fronteiras. A cigana baixou, e só voltou com a carta de aposentadoria.
Mas voltou. Pelos mesmos motivos das tuas saudades.

Achei a cidade diferente, mas guardando ainda, algumas das suas verdades interiores, dos seus cheiros e sabores.
As mesmas praças, nem sempre os mesmos prédios, a ausência de pessoas que nunca voltarão, mas povoam as nossas lembranças... E a minha geração dispersa, que faz uma força enorme pra não ficar velha. Só quer ser Jovem Guarda, ainda sonha com um grande amor, ou ainda vive a grandeza desse sentimento.
Revitalizam o MADRIGAL, brincam na Praça, e se prometem boas somas de felicidade.
Aqui é uma dessas esquinas de encontro, administrada na verdade pelo coletivo. Claude, Socorro, Rafael, Zé do Vale... São apenas os guarda - de trânsito ou guardas-noturnos, que vibram quando chegam um escritor, um poeta, um amigo,um curioso, um simples leitor, um historiador, um economista, um político, ou um artista... E a roda se estabelece, sem cafezinhos, sem biritas, apenas ao som das teclas.
A imaginação e o sentimento comum fazem a festa!
Existem várias maneiras de não sair de perto, e essas você conhece.

.
Um abraço da amiga,

.

* Antigo nome que se dava ao Ensino Fundamental.

Carta a Socorro Moreira - Por Claude Bloc

Teresina, 06 de agosto de 2009.

.... Socorro,

.... Não me cansa essa minha vida meio cigana. Um dia em Sobral, outro em Fortaleza, outro em Crato, outro em Teresina, sem esquecer Assaré onde estive em julho.
.... Estresses são normais para mim, e até me desafiam, me fazem agir positivamente. Me impulsionam a resolver os percalços do dia a dia sem a madorra do lamento conflituoso.
.... Pois é, amiga, estou mais uma vez em Teresina, costurando meu Mestrado. “Tecidos adiposos” vão impregnando as apostilas e os livros, estes cada vez mais densos. Mas a cabeça tem funcionado direitinho e, assim, vou agregando saberes a cada etapa.
.... A viagem me faz transbordar em vontades novas de vencer, de ultrapassar mais uma etapa, mais um módulo, mais um degrau nessa luta que se prolonga desde junho do ano passado. Sinto-me muitas vezes desanimada, não nego. Em finais de semestre as coisas se acumulam a ponto de dar nós na mente. Notas a entregar, passar pro sistema, trabalhos a revisar, e um artigo científico de apenas 20 ou 30 páginas para entregar numa mesma data... Ora, consigo fazer tudinho e não reclamo. Mas agradeço a Deus a cada etapa vencida e a cada alívio, depois de uma empreitada de noites mal dormidas.
.... Já descobri que minha terapia pra tudo isso se chama Crato. Sua casa, em especial, tem me acolhido de braços abertos e você entre sorrisos e risadas vai iluminando minhas estadias regadas com a simplicidade generosa que você tem.
.... O Crato, como você sabe, me renova e me apascenta. Não preciso de muito. Apenas de respirar esse ar, de ver essa gente querida. De poder sentir o Crato nas entrelinhas do presente, com a presença cheirosa e indissolúvel do passado. Basta-me perambular pelas ruas como você fez. Basta-me passar pelos recantos, colher um sorriso. Passar na Tipografia. Prosear com Maria Lúcia Maia e, através dela, voltar ao tempo do Pio X. Basta tomar um sorvete casual e me lembrar da sorveteria de Bantim. Basta dar uma volta lá em D. Telma e acompanhar com ela a galeria de fotos e trocar prosa com seu Edilson revivendo as lembranças dos meus pais... Tem tanta coisa mais que faço quando vou ao Crato! Mas a melhor alegria, pode-se dizer, são os reencontros. E não importa se faz apenas alguns dias, 20, 30 ou 40 anos que o tempo escorreu-se. Basta aquele sorriso, o abraço encabulado, os cumprimentos informais e tudo se encanta e se refaz na fração daquele segundo de pura felicidade.
.... E é assim, amiga, que hoje aqui em Teresina, perambulei pelo centro em busca de nada. Comprei umas havaianas, pois a minhas deixei na sua casa. Mas andar em Teresina é puro passatempo (no sentido amplo da palavra), porque o vazio continua e a saudade do Crato não me larga.
.... Enfim, estou cumprindo minha sina. Um dia cá outro lá. Gosto do vai e vem. Até que um dia eu me canse e pouse definitivamente em Crato.

.... Abraços saudosos (extensivos ao Victor e Aline)

........ Claude

Ronaldo Correia de Brito ganha o Prêmio SP de Literatura



04 de Agosto de 2009


Folha de S. Paulo
Altair Martins também levou R$ 200 mil




O escritor Ronaldo Correia de Brito foi o grande vencedor da segunda edição do Prêmio São Paulo de Literatura. Seu romance "Galileia" (Alfaguara) foi eleito melhor livro do ano. O gaúcho Altair Martins foi escolhido melhor autor estreante por "A Parede no Escuro" (Record). Cada um receberá R$ 200 mil, o maior valor pago a um prêmio literário no país.Concorriam na categoria melhor livro do ano dez autores, incluindo José Saramago ("A Viagem do Elefante"), o colunista da Folha Moacyr Scliar ("Manual da Paixão Solitária") e Milton Hatoum ("Órfãos do Eldorado"). Entre os dez finalistas em romance de estreia, estavam o colunista da Folha Contardo Calligaris ("O Conto do Amor") e Marcus Freitas ("Peixe Morto").Cearense radicado em Recife, o médico Correia de Brito, 58, é dramaturgo e autor das coletâneas de contos "Livro dos Homens" e "Faca" (ambas pela Cosac Naify) e "As Noites e os Dias". Disse à Folha que "desejava" o prêmio, mas não o esperava. "São Paulo é importante para mim, você nem imagina. É uma espécie de destino para todo nordestino."O escritor afirmou não saber o que fará com os R$ 200 mil. "Comprar sushi", brincou. "Galileia" narra a visita emocional de três primos ao sertão do Ceará (na Fazenda Galileia), onde comparecem para a festa de aniversário do patriarca e reavaliam suas infâncias.O estreante Altair Martins, 34, disse que ele e Correia de Brito apostaram durante o dia que, se um dos dois ganhasse, pagaria o jantar do outro. "Confiava no meu livro, mas sem expectativa. Sou autor de pouca visibilidade", disse Martins, que dá aulas de literatura em Porto Alegre e cujo romance, elaborado ao longo de sete anos, foi concluído em 2006 como dissertação de mestrado na UFRGS. O livro entrelaça as histórias de duas famílias que se veem sem a figura paterna.O governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que não compareceram à primeira edição, ressaltaram ontem os feitos do governo na área de cultura. Serra disse que o prêmio já está consolidado, "ao menos enquanto o [secretário de cultura João] Sayad estiver aqui e nós à frente do governo".O júri que selecionou os dois vencedores foi composto pelo escritor Cristovão Tezza (vencedor em 2008), pela professora Walnice Nogueira Galvão, pelo crítico Luis Antonio Giron, pelo livreiro Aldo Bocchini e por Claudiney Ferreira, representando os leitores.

Maria Alice de João Marni

Para Maria Alice ler, no laptop da sua inocência.





Maria Alice - Por João Marni

Ô coisinha linda, dona da minha vida.


Adoro quando reivindicam teus cabelos, teu narizinho, tua boquinha...


Olhando para ti, sem dizer nada, sei que só tens olhos para mim!


Que todos façam juras de amor por ti. Que bom!


Serei aquele sem afetação, porém, atento para que não tenhas preocupações maiores.


Serei o blasfemo, por não confiar em anjos da guarda.


Serei o mais feliz no jardim, rindo por tuas peripécias com as águas.


Logo mais te levarei à escola, a pedido dos teus ocupados pais. Que dia!

Na transição abissal de tua vida, direi mentindo que tua música é linda e que adoro teus modelitos.


Mais adiante, fingirei não ter visto que tua saia está ao contrário.


Serei o ultimo a bater á tua porta quando fizeres de clausura o teu quarto.


Pedirei docemente que dividas comigo tuas dores e direi também que sou teu avô, de mãos fortes além da fera, porém brandas para a chuva; que abras a porta para todos os teus amigos, que serão muitos.

Lembra-te de mim quando ouvires a música “Adiós Mariquita Linda” (adaptação):

“... bem vinda, coisinha da minha vida;
te adoro como nunca amei;
chega a mim,motivo da minha vida;
és o amor dos meus amores,
o perfume de mil flores,
a causa da minha alegria!..


P.S. Neto é um torrão de açúcar na boca dos avós.

FALE O SENTIMENTO

Querido amigo Roberto Jamacaru.

Comovido encerrei a leitura de sua crônica sobre os "meninos e meninas" do Madrigal Intercolegial do Crato em sua tão badalada quanto inesperada repercussão e sucesso. Suas palavras são um primor na revelaçao do sentimento. Somente o tendo também sentido para transforma-lo em verso e prosa. Uma narrativa ímpar para deleite dos seus leitores e dos quantos ali compareceram. O Cratim de Açucar (para os íntimos) é uma cidade sem igual, e gestou gerações sucessivas de "meninos(as) de ouro que são hoje o seu maior patrimônio em todos os seguimentos da atividade humana pofissional. Voce é um exemplo dessa "fraternidade" cultural e artística e de valores humanísticos sem par. Eu sei de cor os nomes de todos, uns aqui outros mais distantes (mas sempre presentes), todos trazendo a marca da nossaterra querida estampada nas suas mãos que escrevem e na sua mente brilhante que produz o sentimento único de nossa TRIBO KARIRI. Que bom que você faz parte desse iluminado e seleto grupo, aberto a novas adesões, revelados e revelando-se nos excelentes Blogs irmãos em nossa terra. Você amigo Roberto, tem assento na primeira fila do meu coração. Grato pelo privilégio de ser seu amigo.
Nilo Sérgio Monteiro

VOTORAN FEMININO - Por Edilma Rocha

Toda semana, as terças feiras era dia de aulas de Educação Física para as alunas do Colégio Santa Tereza. As 15:30 hs pontualmente estavam na quadra da escola as garotas do Crato nos anos 70. Ao término da disciplina, era hora de voltar para casa, mas um grupinho ia ficando e jogando uma bolinha para descontrair. Isso virou costume e foi aos poucos tendo uma pequena platéia que aguardava o futebol das meninas. Fãs dos jogos da quadra Bicentenária resolveram colocar o seu time em campo. O técnico Erasmo foi escolhido e este selecionou o time : Lindomar, Tereza Patrício, Edna, Fátima, Catarina, Regina, Marilac e Edilma. Os treinos eram freqüentes e foi formado o primeiro time de futebol feminino do Crato e da região do Cariri. As freiras não gostaram muito da idéia audaciosa das meninas e os treinos passaram a ser na quadra da igrejinha de São Francisco. Afinal meninas naquela época não deveriam por as pernas de fora e a farda da escola era saia de preguinhas presas na cintura, blusa de mangas, sapatos pretos e meias brancas. Shortinhos bem comportados só dentro dos muros do colégio. Qual era o problema exibir um belo par de pernas para os suspiros dos meninos do Diocesano? E fomos a luta, sem pudores ultrapassados e cheias de energia. Os treinos seguiram meses até o dia da esperada estréia das garotas do Crato. Shortinhos brancos, camisas nas cores, vermelho preto e branco, meias até altura do joelho e os famosos congas pretos. Tudo pronto! As arquibancadas lotadas de amigos, familiares, curiosos e amantes do esporte. O time adversário era o reserva para a primeira exibição neste estilo. Quando entramos em campo, aplausos, assobios e bravos se ouviam no ar. Se tinha algum namorado por lá, agüentou firme até o final da partida. A bola rolou e as meninas graciosas corriam sem perder a elegância e a graça. Catarina era a nossa goleira e pegava todas as bolas garantindo a nossa vitória, Tereza Patrício foi chamada peito de aço, pois matava todas as bolas. Edilma, ponto-esquerda, Fátima a artilheira, Marilac centroavante, Lindomar e Edna faziam a defesa. De vez em quando uma paradinha de Lindomar Para ajeitar os cabelos. E o time foi um sucesso num placar de 6x1.
A foto histórica foi clicada por Satisfeito e o time seguiu por um bom termo arrebentando os corações dos torcedores do Votoran e os suspiros dos rapazes.
Ficou a saudade de uma época de ouro em que tudo tinha um sabor sem igual. Saudade das amigas que a tanto tempo não encontro. Saudade dos olhares de admiração e censura de uma pequena cidade do interior. Mas que aqui revive as lembranças daquelas meninas que orgulhosamente exibiram o seu belo par de pernas com graça elegância e talento.

Edilma Rocha

Guerreiros do sol e donzelas da chuva (e a origem da palavra baitola)



Por Carlos Rafael Dias

Lampião, facínora e herói, súdito e rei, temido ao empunhar um Wincherster .44 ou punhal de três quinas, mais parecia uma donzela prendada quando empunhava, igualmente, uma singela maquininha Singer para bordar os seus bornais. Dizem as más línguas, que ele era chegado a uns cafunés de Arvoredo, um dos seus lugar-tenentes. Além de tudo, o famigerado bandido era dono de um ego continental, de onde sua imensa vaidade derivava. Segundo Frederico Pernambucano de Mello, na sua colossal obra Guerreiros do Sol: Violência e banditismo no Nordeste do Brasil, Lampião, quando esteve em Juazeiro do Norte, convocado que foi pelo Padre Cícero e Floro Bartolomeu para receber a incumbência de combater a Coluna Prestes, sussurrou para o fotógrafo que fez aquela que é considerada sua foto clássica: “Seu Lauro, bote meu olho baixo na sombra”. Esta foto do Rei do Cangaço é equivalente à fotografia clássica de Che, feita por Alberto Korda. Portanto, imagens antológicas de dois facínoras, dois heróis, dois mitos.

Ainda sobre a clássica obra de Frederico Pernambucano de Mello, cuja leitura apenas iniciei, o prefácio da primeira edição, de 1984, traz a pena competente de Gilberto Freyre, autor de uma tirada genial acerca do título do livro: “(...)ao sertanejo do Nordeste – região de muito sol, como que masculinizante – ter faltado maior convívio com a água: uma água como que feminilizante. Feminilizante da própria culinária, nos sertões, tão masculinamente ascética. E feminilizante, também, através de uma frequência de banho de rio, de ação, além de higiênica, recreativa, esportiva, refrescante e capaz, como há quem suponha ser o caso entre gentes árabes, de atuar psicologicamente sobre impulsos bravios, atenuando-os e até adoçando-os”.

Interessante, também, é a força do progresso na extinção do cangaço, a despeito de “um cangaço pós-lampiônico que repontará nos anos de 1950 e 60, em grupos reduzidos, a exemplo de Floro Gomes Novais, o capitão Floro da ribeira do Ipanema, com cinco homens, entre Alagoas e Pernambuco[1]”. Igualmente interessante que, mesmo contrariando a força do progresso dizimador do fenômeno, esses cangaceiros pós-lampiônicos ostentavam um item da modernidade, pois todos usavam óculos escuros para protegerem as vistas do sol causticante do sertão. Talvez, além do xaxado, ritmo “sincopado como um tiroteio[2]”, estes cangaceiros extemporâneos também dançassem ao som do iê-iê-iê recém-lançado, na época, por Elvis Presley e os Beatles. Dúvida à parte, o certo é que o cangaço exerceu um forte fascínio na rapaziada influenciada pelas ondas da contra-cultura que varreram, inclusive, até os mais distantes grotões do Nordeste brasileiro. Em Recife, temos, por exemplo, toda uma cena underground cujo ícone principal é Lampião, vide os estereótipos de Alceu Valença e do seu lugar-tenente, o guitarrista e arranjador Paulo “Lampião” Rafael. Na capa do antológico disco Espelho Cristalino, Alceu posa a la Lampião (é lamp, é lamp, é lamp!).

Mas voltando ao progresso que veio apressar, no mínimo, o fim da era lampiônica, Frederico Pernambucano de Mello escreve que “curiosamente, quando as estradas de ferro e de rodagem conseguiram devassar, em caráter definitivo, os domínios até então reservados à pata de burro dos almocreves – que, ao lado dos ciganos, eram quase que os únicos novidadeiros daquelas paragens – despejaram sobre as cabeças dos sertanejos serodiamente quinhentistas todos os avanços sedimentados em três séculos de vida litorânea relativamente dinâmica. Nas zonas rurais, ainda que nas escassas manchas urbanas sertanejas, isto se deu de modo acelerado e doloroso”.

Permitam-me, caríssimos leitores, dar uma guinada sobre o próprio corpo, visto que não desviarei o tema. O processo de modernização ocorrido no sertão nordestino fez parte da ação de dominação imperialista perpetrada pelos países industrializados no decurso da Segunda Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX. Na América Latina, vigorou o chamado imperialismo informal, caracterizado pela ausência de dominação política sobre as áreas periféricas. Essas áreas conservam sua situação de países independentes, mas têm sua economia voltada para o mercado externo, produzindo as matérias-primas que interessam aos países industrializados, e caindo em uma verdadeira dependência econômica com relação a esses países centrais. Essa dependência é agravada pelos maciços investimentos de capital estrangeiro, visando a implantação de uma infra-estrutura viabilizadora de exportações (ferrovias, rodovias, postos, silos, usinas e instalações frigoríficas etc).

Portanto, no final da década de 1930, o Nordeste brasileiro, fruto dessa ação do capitalismo imperialista, estava relativamente modernizado, sendo o trem e as estradas de ferro os símbolos dessa nova era. O cangaço, bem como outras mazelas obsoletas, não se encaixava mais neste novo panorama. Precisava ser extirpado, e o foi, quase que totalmente.

Pra finalizar, visto que este texto está mais comprido do que a Estrada de Ferro de Baturité, peço vênia aos meus leitores para contar uma versão da origem da palavra baitola, expressão, pelo que consta, nascida por consta da espirituosa verve do sertanejo cearense. Por ocasião da construção da Estrada de Ferro de Baturité, sob os auspícios do capital inglês, havia um engenheiro, também inglês, que era cheio de trejeitos e frescuras. Por isso, os operários da obra nutriam uma certa antipatia pelo gringo; antipatia esta que chegava às raias da exasperação quando ele, autoritariamente, exigia maior empenho na condução da faina. Ele era, particularmente, insuportável quando, com sotaque carregadíssimo, orientava na fixação dos trilhos de acordo com a bitola estabelecida, gritando freneticamente: prestem atencion na baitola. Pronto. Surgiu então este corrosivo vocábulo, que até hoje serve para designar toda pessoa chata, arrogante, boçal e cheia de frescuras.

[1] Informação que consta na legenda da foto de Valderedo Ferreira (lugar-tenente), o chefe Floro e Faísca, publicada no citado livro de Frederico Pernambucano de Mello.
[2] Idem ibidem.

Eu vi Hiroshima - Kurihara Sadako



Nada se vê em Hiroshima.

Hiroshima: cidade de prédios e carros.

Casais de blue jeans cochilam
em bancos situados nos parques
uma criancinha corre atrás dos pombos sobre a relva.

O cogumelo atômico,
o cenotáfio -
São apenas gotas para instantâneos.

Não, isto é o que eu vi.
Pessoas sentadas em grupos como ascetas
sobre o meio-fio defronte ao cenotáfio.

Movendo-se lenta
e silenciosamente,
ligados em testes nucleares subterrâneos
no deserto de logínquos países
e no silencioso ruído das cinzas mortíferas
que explodem no ar,
gente que já viram o inferno atômico.

Pessoas sentadas no meio-fio
que conversam com mortos,
reunem-se aos mortos
para clamar pela paz.

Isto foi o que vi.
Gente em Hiroshima
sentados nos meio-fios
clamando pela paz.


Kurihara Sadako ( 1913 – 2005 Hiroshima - Japão ) Tradução de Emerson Teixeira

Kurihara Sadako, a poetisa hibajusha (vítima da bomba atômica) nascida na cidade infelicitada pelos homens, sobrevivente atômica.

Kurihara (1913-2005) é a poeta do pós-bomba, símbolo de um tempo novo e terrivelmente doloroso, ensaísta, ativista e líder do movimento antinuclear, que legou à posteridade 100 ensaios e 400 poemas sobre a experiência traumatizadora.

Sadako é um símbolo de amor à vida, representante de um povo que a perdeu imensamente em guerras. Apóstola da paz, por sua produção literária, mas não só por ela, observa:

Hiroshima não é, de modo algum, algo que ocorreu no passado... Hiroshima é um lugar no futuro, onde podemos ver até onde pode nos levar o militarismo, a corrida armamentista, sua destinação; é o maior ponto cego da espécie humana, que serve como referência para o mundo”.

Tríade da Beleza : Telma, Edilma e Fáfa Saraiva ( mães e filhas , em gerações distintas) - Por Socorro Moreira


Fafá- ( filha de Edilma e neta de Telma Saraiva - foto pintura by Telma Saraiva)






Edilma Rocha - filha de Telma e mãe de Fafá -foto artística by Telma Saraiva



Telma Saraiva - mãe de Edilma e avó de Fafá - a estrela maior - Foto Júlio Saraiva - (pintado por ela).



O acervo fotográfico de Edilma Rocha é assustadoramente rico.Tenho a sensação de que sou o Tio Patinhas ( longe de ser avara), solta no seu cofre de moedas. Mas , recolho-me à minha insignificância , e assumo a falta do poder falar sobre a arte, beleza e poesia dessas mulheres de forma sucinta e bela.

Peço inspiração às nuvens, ao sol, e sinto-me uma folhinha branca , sem clorofila, vagando e pairando aqui e ali, com a boa vontade no peito e um sorriso na cara.

Como não ? A beleza emociona-me !
..." Arte é forma, forma é beleza, beleza é poesia"... (Adélia Prado)




Pensamento para o Dia 06/08/2009


“Um homem comum (Manishi) transforma-se em um grande sábio (Maharishi) ao se engajar no serviço altruísta. Verdadeiramente falando, o mérito que pode ser obtido do serviço não pode ser alcançado mesmo com a prática de austeridades rigorosas. O serviço torna os seres humanos mais próximos uns dos outros, e promove afeto e amizade. Sem os sentimentos de amizade e amor ao próximo, não se pode obter intimidade com o Senhor. Instale em seu coração o sentimento de que o serviço que presta a seu próximo é serviço a Deus.”
Sathya Sai Baba

As tias e o assassinato do homem de Neandertal - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Sete horas e ainda tomavam o café da manhã. A madrugada tirara as tias da cama. Rosinha levantou-se para beber uma caneca de água bem gelada lá pelas 2:30 horas quando ouviu barulho no curral. Abriu a janela e os bezerros estavam soltos, mamando o leite do dia. Tentou tanger os bichos sozinha. Bezerro mamão é o diacho: tange de um lado, ele corta as pernas da vaca e vai direto para o outro já com a boca no bico do peito.

Não teve jeito, gritou pelas irmãs e foi uma luta para enfrentar a bezerrada doida por leite abundante. A força da juventude dando dribles nas três. Maria puxou um pau para escorar a porteira do curral do bezerro só que ele segurava a porta do galinheiro e as poedeiras se espalharam em algazarra de tetéu na madrugada. Raimunda, no escuro esbarrou no cocho dos porcos e foi de corpo ao macio úmido do estrumo do curral.

Resultado: às 4 horas estavam as três suadas, sujas do indesejado, tomando banho. Diga-se que aquecido por chuveiro elétrico. Deitaram para assuntar o dia amanhecendo e caíram no sono. Por isso o café tão tarde. Sem leite, só a coalhada do dia anterior. Terminaram e foram ler as notícias na internet. Chegaram na manchete considerada por elas a do dia: “Humanos podem ter assassinado Neandertal há mais de 50 mil anos.”

- Que coisa mais horrível! Mundinha está com raiva do mundo para ler notícia desta?
- E o estudo indica que o homem moderno pode ter contribuído para o fim do homem de Neandertal.
- Eu bem que desconfiava. Por isso é que só respeito gente do tempo antigo. Agora é só guerra. Nos tempo dos nossos avós e de pai, ninguém assassinava outro, podia matar, mas matar é diferente.
- Rosa, e onde já se viu que matar é diferente de assassinar?
- A notícia está dizendo: o assassinato contribui para o fim do outro. Matar era olho no olho, era no suor, no perigo para os dois. Tanto um podia ir se ter com o Padre Eterno quanto o outro. Este negócio de assassinato é na covardia, de tocaia, coisa de sicário.
- Menina não é assim não. A notícia é de 50 mil anos atrás. Era antes de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Moisés e até de Abrahão.
- E então por que é que só hoje estão dando a notícia?
- É estudo de universidade. Leia aqui: o que temos é um ferimento na costela com uma série de possíveis explicações.
- Então, isso é conversa de baú. Pode ser uma queda, ser tanta coisa e como se pode dizer que foi o homem moderno?
- Olhe aí Mundinha: o estudo não conclui de forma definitiva quem foi o responsável pela morte e nem qual a razão.
- E qual o motivo desta notícia?
- Botar mais culpa neste já tão culpado homem moderno.
- É mesmo. Vou dizer uma coisa para vocês, eu já estava me sentindo muito da culpada. Se o homem moderno tivesse mesmo matado este Neandertal eu iria passar a manhã pedindo perdão a Deus.
- E por que menina?
- Naquela hora que peguei o pau que escorava a porta do galinheiro, o que eu queria mesmo era tacar o malho bem no meio da testa daqueles bezerros.
- Apaga este computador! Vamos dar uma caminhada até a Lagoa da Besta.

HIROSHIMA - Aug 06/1941



APELOS À PAZ

Bento XVI uniu-se a um encontro religioso pela paz, no Japão, em memória do bombardeamento atômico sobre Hiroshima, a 6 de Agosto de 1945. Numa mensagem por ocasião do 20° aniversário do I Encontro de Oração dos Líderes Religiosos no Monte Hiei, o Papa Bento recorda que "a paz é um dom de Deus e uma obrigação de cada indivíduo".Escrevendo que "a razão da paz supera a irracionalidade da violência", Bento XVI indica que "o pranto do mundo pela paz, protagonizado pelas famílias e comunidades no mundo inteiro, é ao mesmo tempo uma oração a Deus e um apelo a cada irmão e irmã de nossa família humana".
A mensagem é dirigida ao líder do budismo Tendai, Kahjun Handa, por ocasião do encontro que aconteceu este fim-de-semana, na memória de Hiroshima. Os budistas japoneses desta corrente querem assim "manter vivo o espírito da Jornada de Oração pela Paz", convocada em Assis por João Paulo II a 27 de Outubro de 1986.Entre líderes religiosos reunidos no Monte Hiei encontravam-se o Cardeal Paul Poupard e D. Félix Machado, presidente e subsecretário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.
"Que as vossas orações e cooperação sejam preenchidas com a paz de Deus e fortaleçam a vossa resolução de dar testemunho da razão da paz", concluía a missiva do Papa.Neste dia 6 de Agosto, no Parque da Paz de Hiroshima, mais de 45 mil pessoas, entre sobreviventes, residentes, visitantes e autoridades de todo o Mundo cumpriram um minuto de silêncio em honra das vítimas."O Japão seguiu o caminho da paz nos 62 anos que decorreram desde a II Guerra Mundial. As tragédias de Hiroshima e Nagasaki não devem repetir-se nunca, em nenhum lugar da terra", disse Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês.

Para Assistir, Amar e Recordar...

Uma das músicas populares de que mais gosto, é "Laughter in the Rain" do Neil Sedaka. Um grande sucesso, música bela, tem uma letra linda... Para vocês, nessa manhã nublada de agosto, que choveu na madrugada, "Laughter in the rain". Atenção: Para evitar ouvir 2 sons ao mesmo tempo, pare antes o player da rádio Chapada do Araripe, no canto superior direito do Blog.




Letra:

Strolling along country roads with my baby
It starts to rain, it begins to pour
Without an umbrella we're soaked to the skin
I feel a shiver run up my spine
I feel the warmth of her hand in mine

Oo, I hear laughter in the rain
Walking hand in hand with the one I love
Oo, how I love the rainy days
And the happy way I feel inside

After a while we run under a tree
I turn to her and she kisses me
There with the beat of the rain on the leaves
Softly she breathes and I close my eyes
Sharing our love under stormy skies

Oo, I hear laughter in the rain
Walking hand in hand with the one I love
Oo, how I love the rainy days
And the happy way I feel inside
I feel the warmth of her hand in mine

Oo, I hear laughter in the rain
Walking hand in hand with the one I love
Oo, how I love the rainy days
And the happy way I feel inside
Oo, I hear laughter in the rain
Walking hand in hand with the one I love
Oo, how I love the rainy days
And the happy way I feel inside

Por: Dihelson Mendonça

"Quatro Estações" - Ponto cem , na nossa Gastronomia. -


Jantei no "Quatro Estações com a minha família.Com tantas boas informações , fui conferir.
Em frente ao velho prédio da UEC e da casa do Estudante - a casa dos Barreto. Família tradicional , de tantos nossos mestres.
A arquitetura foi mantida.Apenas revitalizada por uma pintura de muito bom gosto ( verde menta e suas nuances) e terna elegância. Tudo "clean!"
Nada disso seria novidade , antes de provar o cardápio oferecido. Perfeito em qualidade de atendimento , e culinária.
Voltarei lá ,nas tantas vezes , em que a fome apertar, e quando o meu apetite desejar algo especial. Tipo uma bacalhoada à Gomes Sá. Aprovadíssima. O grupo( éramos 6 ) elogiou o filé ao medalhão e a carne de sol com macaxeira.
Parabéns aos idealizadores. Parabéns ao espírito empreendedor dos proprietários : Dona Neide Barreto e filhas.
A Maria Pia é sem dúvidas alquímica , em se tratando de paladar .
Saimos com um cheirinho de jasmim .
-A gente perfumando a noite ...!