Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lennon

E lá se foram trinta anos ! Dá para imaginar uma avalanche de minutos e segundos dessa? Quase onze mil dias esvaíram-se, sem que ao menos percebêssemos, pelo angustiante canal da ampulheta! E parece que foi ontem! Mal tinha chegado em Crato, pronto a exercer minhas atividades médicas, quando a notícia me atropelou: assassinaram Lennon ! Aquilo parecia uma loucura, uma alucinação. Como ? Ele que, chegando em New York, desencadeara uma verdadeira batalha pacifista, que conclamara todos a derrubarem barreiras ideológicas, geográficas, étnicas, políticas, em nome de uma paz holística? Que se posicionara frontalmente contra a barbárie da Guerra do Vietnam? Como um delírio daqueles poderia ter acontecido? Lembro : meio absorto e tonto, naquele dezembro de 1980 ensaiei meu primeiro texto após a volta e o publiquei aqui mesmo na Rádio Educadora e no Jornal “A Ação”. O sonho ,para mim, só naquele exato momento é que tinha sido assassinado.
Certo que vinte anos depois perderíamos o George e aí, definitivamente, constatamos que caíra por terra um dos mais fortes desejos da minha geração, ver novamente reunidos “The Beatles”, após um dos mais trágicos dias da nossa história sentimental, aquele pavoroso 08 de Abril de 1970. A perda de Lennon, no entanto, nos feriu muito mais profundamente que o desaparecimento de Harrison. Um pouco por conta da forma violenta e imprevisível com que ocorreu . Um outro tanto , pela prematuridade com que lhe arrancou desse mundo turbulento , mal tendo ele tingido os primeiros fios de cabelo com as águas dos quarenta anos. Mas principalmente por conta importância artística de Lennon. Ele sempre representara o contestador, o revolucionário, o transgressor do Fabulous Four. Ringo sempre fora mais intimista, George o mais tranqüilo e espiritualizado e Paul o mais certinho . Lennon trouxera não só suas poesia e música, mas untara os Beatles de atitude. Na verdade ele saltava à nossa frente como o artista mais verdadeiro, aquele que carrega consigo não só a capacidade poético-musical, mas principalmente a potência transformadora. Todo o sonho acabou virando pesadelo naquele 08 de dezembro de 1980, na calçada do Dakota, defronte de um Central Park triste e estarrecido.
Neste mundo afeito a cangapés e bundas-canastras não tem sido promissor o destino dos pacifistas. Quantos outros tiveram fim semelhante ? Gandhi, Cristo,Chico Mendes, Zumbi, Zé Lourenço, Luther King ... Como compreender a alma humana :meio anjo-meio demônio, meio cordeiro-meio lobo? O que Chapman, na verdade, conseguiu dizimar naquela sangrenta noite de inverno? Acredito que feriu de morte a esperança nos destinos da raça humana. Como compreender a sanha iconoclasta de se destruir aquilo que mais se ama? Em troca de quê? Um registro nos livros de história? A possibilidade de escrever o nome eternamente junto daquele que mais se admira, mesmo através dos piores impulsos e dos meios mais abjetos? Qual o futuro desta sociedade consumista , onde todos são transformados num mesmo amálgama ,sem qualquer individualidade e a fama fugaz e efêmera é perseguida sem qualquer escrúpulo?
Trinta anos nos dão o distanciamento necessário para entender os ínvios caminhos pro que trilhamos. Em minha casa eu adoro os Beatles e sou seguido na minha adoração por meus filhos e minha neta: três gerações ! Como isso é possível? Hoje que os sucessos não têm qualquer durabilidade! Axé, Lambada, Pagode, Banda de Forró se sucedem e são engolidos rapidamente , digeridos e excretados para a fossa do esquecimento, numa velocidade estonteante. O que imprime eternidade à música dos Beatles, quarenta anos depois da dissolução da banda? Como os faraós ao construir as pirâmides, eles edificaram sua obra para a imortalidade, intuitivamente conseguiram imprimir uma impressionante atemporalidade às suas músicas. Esculpiram em aço , em tempos de modernidade líquida e gelatinosa. Após a separação, todos fizeram carreira solo sólida e brilhante, mas nem de longe conseguiram alcançar a refulgência da banda o que terminou provando um contra censo físico : a força resultante do grupo era infinitamente maior que a soma das diversas forças artísticas separadas.
Ao contrário do previsto, o Sonho não se dissipou naquele oito de abril de setenta e nem foi trucidado dez anos depois na calçada do Dakota. O Sonho está vivo e continua sendo sonhado e embalando dias e noites mundo afora. O Sonho de Lennon virou epidemia e ele , como uma armadura, protege-nos , impedindo que a realidade não nos esmague.

J. Flávio Vieira

A poesia de Cacá Araújo

CANÇÃO DO AMOR DECIDIDO



Andei na rua, na chuva

Assim
Sem pudor, sem temor, com amor
Serei sempre tua mulher

Andei descalça, andei molhada
Inda chorei pela estrada
Pulei muro, andei no escuro
Só para ser tua mulher

Virei o carro em contramão
A mil fulanos disse não
Só para ser tua mulher

Estou te esperando na rede
Vem que eu estou com sede
De ser tua mulher

Estou te esperando com sede
Vem que eu estou na rede
Só para ser tua mulher

Sempre serei tua mulher


Cacá Araújo

Crato-Cariri- Ceará-Brasil
cacaraujo66@yahoo.com.br
http://artebrincante.blogspot.com/

Um samba para o Poeta Chagas

Para os que gostam de Chico Buarque


Alô, liberdade
Chico Buarque
Composição: Enriquez/Bardotti/Chico Buarque

Alô, liberdade
Desculpa eu vir
Assim sem avisar
Mas já era tarde
E os galos tão
Cansados de cantar

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Sutil melodia
Pra te acordar

Quem vai querer tocar trombeta
Pem pererém pererém
Pempem
Quem vai querer tocar matraca
Tracatracatraca
Tracatraca
Quem vai de flauta e clarineta
Fi firiri
Firiri fifi
Quem é que vai de prato e facaa
Taca cheque taca
Chequetaca checá
Quem vai querer sair da banda
Pan pararan
Pararan panpan
Hoje a banda sairá

Alô, liberdade
levante, lava o rosto
Fica em pé
Como é, liberdade ...
Vou ter que requentar
O teu café

Bom dia, alegria
A minha companhia
Vai cantar
Em doce harmonia
Pra te alegrar

Quem vem com a boca no trombone
Pom pororom
pororom pompom
Quem vem com a bossa no pandeiro
Chá carachá
Carachá chachá
E quem toca só toca telefone
Trim tiririm
Tiririm trimtrim
E quem só canta no chuveiro
Trá tralalá
Tralalá lalá
Quem vai querer sair na banda
Pan panpan
Hoje a banda sairá
Laiaralaialaialaiá
Hoje a banda sairá
Olá, liberdade!
O Cariricaturas é um blog coletivo, e respeita a liberdade de expressão dos seus colaboradores.
Embora não tenha cunho político, ele acata todo e qualquer posicionamento político ou religioso. Aqui o conflito é dissolvido pelo respeito incondicional.
Gosto de temas sobre artes (diversas), mas não abro mão de textos sobre Economia, Política , Futebol, ...( assuntos que eu não domino), mas que estimulam novas aprendizagens, visão sistemática do mundo .
A vida não é tão somente Música, Poesia e Filosofia !




Recife - Por Rosa Guerrera





Foi inaugurada oficialmente ontem a decoração natalina de Recife.
Pontes, rios, praças e avenidas já se vestem em cores para o periodo festivo .
Montada no leito do Rio Capibaribe uma árvore de Natal com 33 metros de altura , dá um destaque todo especial ao centro da capital pernambucana .As fotos aqui publicadas, falam melhor a beleza da nossa Veneza brasileira .

rosa guerrera

mande um samba

pensando em wilson moreira

mande um samba
que seja pela sombra
do dia salgado nas calçadas
à espera dos pés descalços
de quem não anda direito

um samba que dasabe
sobre o meu desgosto
desgaste do meu rosto
um samba que me salve a pele
feita com as tramas de todos
os desertos que deram nessa cidade

mande um samba
perdido com os terreiros
com os pretos com cachaça
para acordar-me desse medo
que o dia acabe medonho
com a ausência dessa batida
que só se sabe no partido
nas alturas do canto simples
a mil léguas dos diplomas

mande um samba
antes que seja tarde
e só sobrem plumas
incompatíveis com as pedras
sob nossos pés
pedras com a posse
de nossos ossos
no fim dessa tarde

um samba

Dânae



Dânae (ou Dánae) foi, segundo a Mitologia grega, uma princesa que foi alvo do amor de Zeus, de quem teve um filho. Dânae era filha de Acrísio, Rei de Argos, e de Eurídice.
Desapontado por não ter herdeiros masculinos, Acrísio procura um oráculo, o qual respondeu-lhe que, mesmo se escondesse no fim da Terra, seria morto pelo seu neto, filho de Dânae.
A princesa era ainda virgem e, para que jamais tivesse um filho, o rei aprisionou-a numa torre de bronze (segundo a tradição, poderá tê-la escondido também num quarto subterrâneo, cujas paredes se ergueram em bronze, ou numa caverna), que manteve constantemente vigiada por seus guardas mais valorosos. Pretendia, assim, evitar que ela lhe desse um herdeiro, seu futuro assassino.
Apesar de todos esses cuidados, Zeus, tomado de amores pela jovem e bela princesa, transmuta-se numa chuva de ouro, e penetra no edifício por um orifício no teto deste, caíndo sobre o colo de Dânae, engravidando-a.
Para alguns autores, esta forma alegórica subentende que o deus havia em verdade subornado regiamente aos vigias, a fim de assim entrar no claustro em que sua amada estava presa.

Foi assim gerado Perseu. Tomando ciência do ocorrido, ordenou Acrísio que fossem, mãe e filho, lançados ao mar, dentro de um baú de madeira. Foi a solução encontrada para que não atraísse contra si a ira do deus, matando-lhe um filho: as águas, supostamente, matá-los-iam.

Mas o destino não favoreceu Acrísio: a pedido de Zeus Posídon acalmou os mares, e ambos sobreviveram. Levados pelas correntes até a ilha de Sérifo, foram encontrados por pescadores que então os levaram até o monarca local, Polidectes.

Acolhidos por Dites (ou Dictis), irmão do soberano, este educa a criança. O rei acaba apaixonando-se por Dânae. Após alguns anos, pretende desposá-la mas, temendo que o jovem filho se opusesse, ordena-lhe que mate a terrível Medusa, esperando que este fracassasse, morrendo. Este monstro petrificava todos aqueles atingidos por seu olhar, mas o jovem herói consegue realizar seu intento e, na volta, jogos atléticos comemorativos são realizados em Lárissa.

Ali, na platéia, está presente o rei Acrísio. Este é alvejado por um dardo (ou disco, nalgumas versões) lançado por Perseu, cumprindo assim a profecia.

wikipédia


A arrogância como prática política na Prefeitura do Crato? - José do Vale Pinheiro Feitosa

O prefeito Samuel Araripe conquistou dois mandatos com inquestionáveis resultados eleitorais. A linearidade que se tira disso, normalmente, é que se conquistou um segundo mandato de forma consagradora, foi devido a bons resultados no primeiro mandato. Samuel traduz uma tradição familiar de gestores municipais.

Entre esta visão externa, especialmente para quem não mora na cidade, e o que ocorre no interior do processo de gestão da municipalidade, no entanto, transparece algumas nuances que parece traduzir algo mais. Há um tom arrogante, um tanto ameaçador a emanar-se das orientações políticas da prefeitura e em direção aos seus cidadãos.

Não é incomum uma reação exagerada, como se fosse um ataque pessoal, toda e qualquer crítica que algum eleitor faça sobre uma praça, uma iluminação pública ou sobre um lixo na esquina. Mesmo que se considere que a defesa exagerada e ameaçadora venha por textos assinados, nunca vêm de modo espontâneo, sempre há uma fonte de alimentação dentro da gestão municipal.

O quê Joaquim Pinheiro Bezerra de Meneses afirma ter ocorrido com a mãe dele nas dependências da SAAEC está exatamente nesta espécie de horror ao público e ao eleitor. É preciso que a sociedade saiba que ela não foi vítima apenas das grosserias de um funcionário destemperado e sem educação civil: ela foi vítima de uma política agressiva para salvar uma empresa municipal de água e esgotos em difícil situação financeira. Uma política que tem o consumidor de seus serviços como inimigo. Almina Arraes de Alencar Pinheiro foi a vítima emblemática desta política de facadas fenomenais no bolso do consumidor. Ela e todos os munícipes são os inimigos.

Fica evidente pelo relato de Joaquim que o funcionário visava isso mesmo: “tia avó de Governador”, “se mude para Pernambuco”, “vai pagar sim”....Ora se Almina Arraes pagar o que Dr. Procópio quer não é de se imaginar que a partir daí todos estarão sobre o poder de cobrança do que a SAAEC achar por bem cobrar. Sem argumento, sem novas medições técnicas e sem orientação ao público consumidor para uma melhor gestão destes recursos tão preciosos para a vida de todos.

Em minha opinião Samuel Araripe, no cargo legítimo de primeiro mandatário da cidade, tem o dever e a obrigação de zelar pelos serviços e claro pela saúde financeira da empresa municipal de água e esgoto. Isso todos compreendem e aplaudem. Mas infelizmente a prática revelada por Joaquim não é diferente daquela que mandou Pedro Esmeraldo catar 250 crianças para reabrir uma escola pública. É a mesma prática arrogante, travestida de uma aparente lógica de gestão equilibrada da coisa pública.

As empresas municipais, quase todas foram criadas ainda nos anos 60 e 70 pela extinta Fundação SESP e depois Fundação Nacional  de Saúde. Era uma política pública de saúde como modo de salvar vidas e dar qualidade às pessoas. Hoje a lógica financeira sobrepõe-se à finalidade da água de boa qualidade para todos e por isso o cidadão se torna o inimigo a ser cobrado, esfolado e responsável pela recuperação financeira a qualquer preço.

O caso de Almina Arraes de Alencar Pinheiro é esse mesmo e a sociedade do Crato tem de examinar se de fato quer que a condução ocorra deste modo.

Vida a dois - Emerson Monteiro

Das estatísticas recentes, e estatísticas viraram instrumentos que norteiam muitas ações desses tempos complexos, alguns números sacolejam as sólidas bases de qualquer cidadão pacato e desinformado, a exemplo do que ouvi na semana que passou, que, minuto a minuto, quatro senhoras casadas são espancadas por seus esposos em um dos lares deste País continental. Isto é, de 15 em 15 segundos se comente um delito, agressões brutais, estúpidas e inconcebíveis em qualquer mundo dito civilizado.
Ainda se ouvia, de épocas românticas, que em mulher não se bate nem com uma flor, para, noutras palavras, dizer que ninguém é saco de pancada, muito menos as representantes do belo sexo, quando, de supetão, rasgaram-se as empanadas da hipocrisia machista e a realidade fria dos números explodiu qual ferida interna de um corpo doente, desse mundo social cheio de aleijões e atrasos.
O desrespeito para com os semelhantes caracteriza fases lastimáveis da vida em grupo, impondo atitudes agressivas e a repressão do próprio sistema, contudo tratar os sintomas sem curar as origens do mal apenas mascara os conflitos, escondendo causas e multiplicando riscos posteriores.
Por isso, há mesmo que se buscar, no íntimo das pessoas, as razões virulentas de tanta perversidade, que constrangem os padrões da normalidade. Não dá mais para fingir que o problema pertence aos outros. Os pactos ora existentes reclamam doses maiores de sinceridade e mudança nas práticas contínuas que parecem longe de acabar.
As ausências de comunicação entre os que se casam demonstram quase nenhum compromisso de amizade e companheirismo, talvez, quem sabe?, só interesse material, sexual; daí, carências de religiosidade e vulgarização da maldade sujeitam a levar ao seio da família, porto seguro das tradições culturais e educativas dos filhos, durante todo tempo. Viver em comunidade começa no âmbito familiar, célula-mãe das sociedades, conceito repetido e pouco exercitado.
Quando um homem e uma mulher resolvem firmar os laços puros do matrimônio, deve haver responsabilidade, existir valores mínimos para formar o lar, sonhos de paz, apoio mútuo, trabalho, satisfação pessoal, experiências profissionais somadas, união de princípios; fora disso inexistiriam justas condições de constituir um casal no sentido pleno.
Assim, face aos acontecimentos desta hora crítica, apenas persistirá a esperança de transformar este chão comum onde vivemos e trazer de volta paz aos lares, mediante o carinho autêntico e valioso de quem acredita nas bênçãos que nascem dos laços sagrados da justa felicidade entre os casais.

Nelson Mandela - Por Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes




Minha mãe me presenteou com dvd excelente, o filme Invictus, produção de Clint Eastwood, com Morgan Freeman e Matt Damon, contando episódio na África do Sul, passado no início do governo de Nélson Mandela. Vale a pena ser visto.
No mesmo dia em que recebi o dvd, chegou às minhas mãos o livro Minha Vida, autobiografia de Bill Clinton. Vejam o que o ex-presidente americano diz sobre o líder africano na página 737:
"A esta altura eu já tinha me tornado um grande amigo de Mandela. Ele era uma pessoa notável, não só pela sua mudança impressionante do ódio à reconciliação nos 27 anos de prisão, mas também por ser ao mesmo tempo um político perseverante e uma pessoa atenciosa que, apesar do confinamento longo, nunca perdeu o interesse pela vida pessoal ou a capacidade de demonstrar amor, amizade e generosidade.
Tivemos uma conversa particularmente significativa. Eu disse: "Mandiba" - era esse o nome tribal de Mandela, que ele me pediu para usar - " eu sei que foi uma bonita atitude sua convidar os seus carcereiros para a posse, mas você de fato não odiava os que o mantiveram preso?" Ele me respondeu: "Claro que por muito tempo eu os odiei; Eles levaram os melhores anos de minha vida. Eles me maltrataram física e mentalmente. Não pude ver os meus filhos crescerem. Eu os odiava. Mas um belo dia, quando estava trabalhando na pedreira, martelando as pedras, me dei conta de que eles tinham tirado tudo de mim, menos minha cabeça e o meu coração. Isso eles não podiam levar sem a minha permissão. Assim, decidi não lhes entregar as únicas coisas que me restavam". Então ele olhou para mim e disse: "Você também deveria pensar assim".
Depois de respirar fundo, eu lhe fiz outra pergunta: "Quando você estava deixando a prisão, não sentiu o ódio aflorar mais uma vez?". "Senti", ele disse, "por um momento. Então pensei melhor, eles me tiveram por 27 anos e, se eu continuar a odiá-los, eles vão continuar a me ter. Eu queria a liberdade , e deixei passar".

Joaquim Pinheiro

A poesia de Domingos Barroso

Frio no Ventre

Cansa-me a eternidade da comunhão.
Dos laços.

A ventania se faz agora
dentro dos meus olhos.

Todas as lágrimas soluços.
Todos os suspiros flatulência.

Causa-me desgosto o peso dos objetos.
A memória refeita da sobra.

Meus dedos não cresceram tanto
mas envelheceram - em cada falange
as faces do velho índio.

Quanto mais longínqua a lembrança
inebriante o tombo.

A ventania se faz neste instante
dentro do que penso minha alma.

Como se sentem culpadas as paredes:
silenciosas banham-se da chuva.

Mesmo que pareçam frias e distantes -
amam os insetos.

Domingos Barroso

Nelson Ferreira- Por Norma Hauer


Foi em Pernambuco que ele nasceu no dia 9 de dezembro de 1902, sendo, ao lado de Capiba, um dos maiores compositores de frevos de todos os tempos. Seu nome NELSON FERREIRA.

Sua vida foi muito profícua, vivendo sempre em Pernambuco.

Mas há uma fase interessante em sua vida: quando passou um navio alemão em Recife , e seu pianista adoeceu, Nelson Ferreira o substituiu e foi "parar" na Alemanha.
Lá, conheceu uma bonita moça para quem, compôs uma de suas poucas valsas, de nome "Diga-me", que dizia:

"Oh., Princesa encantada de cabelos louros,
Você apareceu a mim como um tesouro"...

Diga-me, que só a mim você pertencerá,
Diga-me, que seus olhos castanhos são meus, só meus
Diga-me que nossas vidas são uma só vida
Diga-me, pelo amor de Deus."

Essa valsa foi gravada por Francisco Alves, que também gravou outra de Nelson Ferreira, de nome "Minha Adoração".

Apesar de pouco sair de Pernambuco, esteve no Rio de Janeiro no carnaval de 1957, com o conjunto de frevos "Vassourinha" e fez grande sucesso por aqui
com o frevo "Evocação".
Nelson Ferreira faleceu em 21 de dezembro de 1976, lá em seu estado natal,
Pernambuco. 

Norma


Kirk Douglas



Kirk Douglas (Amsterdam, Nova Iorque, 9 de Dezembro de 1916) é um actor estadunidense. É pai do também ator Michael Douglas.

Nascido Issur Danielovitch Demsky, seus pais, Herschel Danielovitch e Bryna Sanglel, eram pobres bielorrussos judeus. Na St. Lawrance University, Douglas fez parte da liga de boxe. Para tentar conseguir uma bolsa de estudos, entrou para um grupo de atuação. Seus talentos o pegaram despercebido — recebeu a bolsa junto com uma atriz que viria a ser conhecida como Lauren Bacall. Serviu na Marinha Americana no início da Segunda Guerra Mundial em 1941 até seu fim, em 1945. Depois da guerra, voltou para Nova Iorque e começou a atuar no rádio e em comerciais de televisão, enquanto tentava entrar para a Broadway.

Douglas recebeu a ajuda da atriz Lauren Bacall ao obter seu primeiro papel no filme The Strange Love of Martha Ivers (1946), onde estrelava Barbara Stanwyck.

wikipédia


Fotos Nívia Uchôa

Injustificável e inadmissível - José Nilton Mariano Saraiva

Até prova em contrário – e temos motivo de sobra pra duvidar que exista uma única e solitária – o senhor Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes é um cidadão detentor da mais alta credibilidade e respeitabilidade, mercê das suas qualidades humanas, morais e intelectuais e porque de tradicionalíssima e honrada estirpe familiar (os Arraes Alencar, originários da cidade de Araripe, mas radicados no Crato durante toda uma vida).
Não pode, pois, passar despercebida (ou ser olimpicamente ignorada), a indignada e seriíssima denúncia por ele veiculada no blog Cariricaturas (datada de 26.11.10), envolvendo um dos principais auxiliares do primeiro escalão da administração do município do Crato, senhor Dr. Procópio, atual presidente da SAAEC (tal denúncia deveria, sim, ser lida nas rádios e televisões do Estado, veiculada nos diversos meios de comunicação impressa da Região e distribuída à sua população).
É injustificável e inadmissível que um servidor público, mormente ocupando a posição que ocupa o senhor Dr. Procópio, se preste a investir de forma tão desrespeitosa, deseducada e descabida contra usuários de uma estatal municipal que trata com o distinto público, principalmente em se tratando de uma pessoa reconhecidamente digna e honrada como o é a senhora Almina Arraes de Alencar Pinheiro (mãe do Joaquim Pinheiro), beirando os 90 anos de idade, matriarca de um clã tão tradicional.
Segundo o relato compreendentemente indignado do senhor Joaquim Pinheiro (no Cariricaturas), por exercer na plenitude sua cidadania e cobrar explicações sobre o abusivo e escorchante aumento da sua conta mensal de água (passou de R$ 70,00 para incríveis R$ 1.200,00), irônica e grosseiramente à senhora Almina Arraes de Alencar Pinheiro teria sido sugerido transferir-se para o Estado de Pernambuco (onde um seu sobrinho é Governador) ou até – é vero, senhores, pasmem - arranjar um emprego que lhe permitisse pagar suas contas.
Há que se destacar, ainda, por dever de justiça, que a senhora Almina Arraes de Alencar Pinheiro anos atrás conseguiu o que a administração do Crato nunca houvera conseguido em termos de marketing: promover o nome da cidade do Crato na mídia nacional, ao mostrar como desenvolveu uma Cartilha de Informática para as pessoas da 3ª idade.
Em tão lamentável ocorrência, observa-se que de uma só “raquetada” o senhor Dr. Procópio (presidente da SAAEC) atropelou o Código de Defesa do Consumidor, investiu contra o Estatuto do Idoso e, principalmente – independentemente da sua condição técnica - denotou não se achar preparado para o exercício da delicada função pública.
Assim, na perspectiva do senhor prefeito do Crato limitar-se a vir a público externar insossas e burocráticas desculpas à família Arraes Alencar, vimos sugerir que a Câmara Municipal, associações comunitárias, clubes de serviço e a sociedade em geral demonstrem todo o seu repúdio e reprovação a tal tipo de comportamento ou atitude, cobrando do chefe da municipalidade providências mais sérias, duras e enérgicas (como a substituição do referido servidor ou a sua remoção para um cargo de retaguarda, onde não tenha que lidar com o respeitável público).

Estamos brincando de "AMIGO SECRETO" !




Escolha um amigo, entre os colaboradores do Cariricaturas.
Escreva em prosa ou verso algumas particularidades desse amigo, e deixe que os outros adivinhem.

Começando a brincadeira que ficará em aberto até o dia 25 de Dezembro.

Flamenguista sadio
Sagitariano, quase do último dia
Escreve para o coletivo
Aborda temas diversos
com competência e sabedoria
É cratense , mas adotou outra cidade como sua
Exerce várias profissões,
mas é escritor  por vocação , e aposentado
por tempo de serviço
Mediador, líder,  e conciliador
Pessoa que mora no coração de muitos
(pra não arriscar dizer de todos)
Amigo meu um tanto novo,
um tanto antigo ....
Mas amizade é planta,
que se cultiva
(Nesse caso te levo pro sol , e respingo-te
das  águas da nascente,
todos os dias).
Família  linda, bem construída:
Tem esposa amante, dois filhos varões,
nora, uma neta, e um netinho a caminho...
(Sem contar com  parentes e aderentes,espalhados por esse mundo de meu Deus,
dos quais, muitos são nossos amigos ou conhecidos)
Feliz Natal pra você, meu amigo !

Presente virtual:
Uma fantasia .
Desfile na Mangueira -Carnaval 2011.
Ala dos passistas, ou de Compositores,se preferir !

Se você sabe quem é... Diga !

E faça o jogo continuar  com uma postagem particular.

Cariricaturas em prosa e verso- Edição Especial



Título e capa, em estudo ( aceitamos sugestões)


Prefácio de José Flávio Vieira
Contracapa de José do Vale Feitosa


-Sem ônus para os escritores.
-Número de textos por autor : 2 + release + fotografia
-Reciprocidade : 5 livros para cada autor.

Autores convidados: todos os nossos colaboradores !

-Os textos deverão ser enviados para o e-mail de Stella ,até no máximo,
15 de Dezembro de 2010.

-Fase de revisão : o tempo necessário .

- stelasiebra@yahoo.com.br

Salpicão de Natal



Ingredientes

- 1 cenoura média ralada
- 1 1/2 talos de salsão limpos e picados
- 1 xícara (chá) de uva-passa branca
- 1 colher (sopa) de suco de limão
- 1 maçã verde
- 1 ½ talos de cebolinha verde picados
- ½ xícara (chá) de creme de leite light
- 4 colheres (sopa) de maionese light
- 2 colheres (sopa) de mostarda
- 2 fatias grossas de peito de peru em cubos


Modo de Preparo

Misture bem todos os ingredientes em uma tigela. Arrume o salpicão numa travessa, decore com salsão e uvas passas. Leve para gelar e sirva em seguida.


CyberDiet

George Sand



Autora de uma centena de obras, George Sand preocupou-se com a emancipação feminina
Aurore Dupin, baronesa Dudevant, que usava o pseudônimo de George Sand, cresceu no castelo de Nohant, influenciada pelo liberalismo aristocrático da avó paterna. Estudou num convento de Paris, onde desenvolveu tendências místicas. De volta a Nohant, viveu livremente, lendo e montando a cavalo, até seu casamento com Casimir Dudevant, em 1821.

A união, contudo, dissolveu-se, e Aurora foi para Paris. Colaborou com o jornal Le Figaro e escreveu, com Jules Landau, o romance Rose et Blanche. Em 1832 estreou como escritora independente, com o romance Indiana, inspirado em sua experiência da vida matrimonial, alcançando grande sucesso.

George Sand participou do movimento romântico, aderiu aos ideais socialistas de Saint-Simon e adotou o modo de vida da boêmia literária.

Colocando em prática suas teorias sobre a emancipação feminina, começou a usar trajes masculinos e tornou-se célebre por seus numerosos casos de amor, sobretudo por sua relação com Musset e Chopin. Seus romances, sentimentais e idealistas, em que os personagens se preocupam exclusivamente com o amor, conquistaram os leitores da primeira metade do século 19.

Seu romance Indiana é uma obra erótica e psicológica, um protesto contra as convenções sociais que cerceiam a liberdade da mulher. Na mesma linha escreveu Valentine e Lélia. No primeiro, uma jovem senhora apaixona-se por um camponês.

Mauprat, romance de 1837, é um romance passional, refletindo uma vaga aspiração ao progresso social. Mística e humanitária, George Sand entusiasmou-se também pelas idéias socialistas defendidas por Pierre Leroux.

George Sand participou ativamente dos acontecimentos políticos de 1848, endereçando apelos veementes ao povo. Após os episódios sangrentos de junho afastou-se da vida pública, retirando-se para Nohant, que lhe inspirara os romances O Charco do diabo, François, o bastardo, o melhor de sua obra.

Com o passar dos anos, o romantismo revolucionário de George Sand transformou-se em moralismo conservador. Ela também produziu romances ambientados entre a alta sociedade e obra autobiográficas, como Ele e ela, de 1859.
Goerge Sand escreve com fluência e sua obra completa abrange mais de cem volumes. Criou uma língua nova para o camponês, um meio termo entre o francês literário e o patois (dialeto popular encontrado da Bélgica e na França). Apesar das descrições realistas do ambiente rural, sua obra é essencialmente idealista. Escreve sobre o homem como gostaria que ele fosse, e não como ele é. Em conseqüência, alguns de seus personagens são artificiais ao extremo.

Suas heroínas desesperadas e seus heróis galantes e pálidos não conseguem captar o interesse do leitor moderno. Os diálogos são retóricos, os ideais mais romanescos que ideológicos. Os romances campestres são fastidiosos, sentimentais e elegantes demais para o cenário rústico em que são ambientados.

A autora buscou inspiração nos contos do alemão Berthold Auerbach e sua obra chegou a influenciar Turgueniev e Dostoiévski.

Enciclopédia Mirador Internacional

Bolinho de bacalhau

Receita: do chef Carlos Costa



Ingredientes:
2 kg de batatas cozidas e amassadas
1 kg de bacalhau dessalgado, cozido e desfiado
1 cebola média picada
3 dentes de alho amassados
2 ovos inteiros
100 ml de azeite
3 folhas de louro
1/2 xícara de salsa picada

Modo de preparo:

Colocar em uma panela em fogo médio o azeite e a cebola e deixar a cebola dourar só um pouco. Após, colocar o alho até soltar o aroma – não deixar fritar muito para o bolinho não ficar escuro. Depois, colocar o bacalhau e o louro. Em seguida, acrescentar a batata, salsa e os dois ovos para dar uma cor especial ao bolinho e mexer sem parar.

Quando a massa começar a soltar do fundo da panela, cerca de 2 minutos após colocar todos esses ingredientes, retirar do fogo e colocar em um recipiente para esfriar um pouco, cerca de 10 minutos. Quando a temperatura estiver suportável para enrolar – utilizando as mãos – começar a modelar o bolinho na mão untada com um pouco de azeite e o auxílio de uma colher, também untada com azeite para não grudar. Fritar imediatamente com óleo na temperatura de 220 graus e servir. Rende aproximadamente 30 bolinhos médios.

Suco de frutas

Minha Vida - Saúde Alimentação e Bem-Estar


O verão traz com ele a necessidade de beber muito líquido para manter o corpo hidratado, mas isso não significa que vale a pena matar sua sede com refrigerantes, não importa se com ou sem açúcar. Para se refrescar de verdade e garantir muita saúde, nada melhor que água e sucos naturais.

Os sucos, além de refrescarem, hidratam e fornecem muitos nutrientes ao organismo e precisam ser feitos a partir de frutas frescas. Nem pense em ao comprar os famosos (e adorados pelas crianças) sucos artificiais de pozinho, isso porque eles são ricos em calorias e contêm conservantes e corantes, que podem causar alergias, gastrite e até conter substâncias cancerígenas.

O consumo desse tipo de produto acaba causando um grande esforço do corpo para purificar e limpar todas essas substâncias maléficas.

Como se não bastasse, o consumo excessivo dessas bebidas coloridas e doces, mesmo sendo dietéticas, por terem um sabor acentuado, acabam educando erroneamente o nosso paladar a aceitar apenas esse tipo de sabor. Se você cai nessa "pegadinha", vai acabar achando a alimentação à base de frutas, verduras e legumes sem graça e sem gosto, sabia?

Quando 100% naturais, os sucos são boas fontes de fibras alimentares, principalmente se não forem coados ou peneirados. A utilização integral dos componentes das frutas pode garantir o acesso a minerais e vitaminas. Mas se seu dia-a-dia corrido esbarrar na dificuldade em preparar sucos a partir das frutas, o supermercado oferece boas alternativas, como sucos concentrados, sucos em caixinhas longa vida e as polpas congeladas. Mas, toda vez que sobrar um tempinho, lembre-se de preparar com as frutas in natura, ok?

Os sucos são boas fontes de fibras alimentares, principalmente se não forem coados ou peneirados.

Vale lembrar que, dependendo de como são feitos, os sucos podem ser bem calóricos. Até mesmo as frutas exigem controle no seu consumo, pois são ricas em frutose, que é também é um tipo de açúcar. Tente não adoçá-los ou substituir o açúcar refinado por mel, açúcar orgânico, mascavo ou adoçante mesmo, mas sempre com moderação.

Bebê-los 30 minutos antes das refeições é uma ótima opção, pois isso ajuda na absorção dos nutrientes que você estará ingerindo.

Além disso, é importante que os sucos naturais sejam consumidos em até 30 minutos depois de serem preparados para não perderem suas propriedades nutritivas, ok? Agora, veja todos os benefícios que sua fruta preferida lhe traz:

Abacaxi: é digestivo, além de diurético e antitérmico. Também acalma a garganta e ajuda a curar laringites.

Açaí: trata-se de um antioxidante natural, facilita a eliminação de radicais livres, devido ao seu alto teor de vitaminas E e C.

Acerola: ajuda a combater a debilidade, a fadiga do organismo, a perda do apetite, e também as gripes e infecções pulmonares.

Goiaba: contém ferro, tanino, vitamina A e muita vitamina C. Esta fruta promove o metabolismo das proteínas e ajuda a prevenir a acidez e fermentação dos carboidratos durante a digestão.

Laranja: fortalece as defesas naturais do corpo por ser rica em vitamina C. Ajuda a combater resfriados, gripes, febres e possui efeito anti-hemorrágico.

Limão: é rico em vitaminas A, B1 e C e sais minerais, por isso ajuda a curar gripes e resfriados.

Maçã: auxilia na tonificação do organismo. Contém substâncias que protegem o fígado e facilitam a digestão.

Mamão: estimula e tonifica o organismo. É ótimo para a digestão e contém substâncias antibactericidas, capazes de evitar infecções intestinais causadas por parasitas. Também protege as mucosas dos intestinos.
Todas as estrelas que caem
- Claude Bloc -

Meus olhos ancoram em águas profundas
em sonolentas pastagens,
nos reflexos das nuvens...
Assim mesmo e mesmo assim a vida caminha
e o vento arqueja
no final de tarde...
Um dia voltei a esse cenário
e percebi que o açude lamentava a falta
a minha falta
a falta de todos
e o tempo esperava que voltássemos
num tempo fora do tempo
sem deixar rastros...


As lembranças que tínhamos
perderam-se nessas águas
sem desvendar os segredos
sem se prender aos enredos...
porque à noite
todas as estrelas que caem
jogam-se nas águas desse açude
e acendem a nossa memória
como se a vida fosse uma concha cheia de silêncio
como se a vida fosse o espaço eterno
entre o sonho e a própria vida.

Claude Bloc