Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 25 de julho de 2009

Noturno - Por Socorro Moreira


É assim que o ausente

entra em nosso sonho ...

Como Eros !

.

Chega energia amorosa

em penas , em pautas, em dó

Chega pela "vereda tropical",

assobiando " la mer "

.

O corpo todo a esperar ....

A cara recebe o pimeiro vento,

o primeiro raio

.

Traz no hálito

o cheiro do céu

Na madrugada

traz e deixa

o pó das estrelas.

HOJE EU VI DEUS - Por JOAO MARNI


Na cura inexplicável dos enfermos;
...no sim da minha amada e nos filhos que vierem;
...na chinela de mãe e no olhar incisivo de pai;
...no sorriso e nas gargalhadas das crianças;
...na felicidade dos pais ao verem felizes os filhos;
...na força da superação que é a cara da criança que cobre distâncias e come poeira em busca de sua escola, pelo caderno puído e pelo chão que é a sua escrivaninha, na descoberta e na alegria indescritível da primeira palavra ao juntar as letras;

...no olhar perdido do idoso e na memória para longe;
...na graça que seria morrermos antes dos filhos;
...no sangue do santo e do herói;
...na mão estendida e na divisão do pão;
...no pensar; e pensar é vagar, é viver em total liberdade;
...no amanhecer, no entardecer e na noite estrelada;
...na chuva, na garoa, na neve, no granizo e na aurora boreal;
...nas tempestades, nos furacões, nos vulcões, nos maremotos e terremotos;
...nas águas límpidas das fontes e córregos e no barulho das cascatas;
...nas quatro estações;
...nos cinco sentidos, mesmo se um dia a vida parecer não ter sentido;
...no pólen que as abelhas carregam nas pernas;
...no ninho do beija-flor e na casa do joão-de-barro;
...no estômago do urubu;
...na confiança dos sabiás pelo ninho na varanda da nossa casa;


...no vento que balança as folhas e também os cabelos da minha amada;
...no vácuo absoluto;
...na bola azul que é nosso planeta;
...na descentralização da terra por Galileu, desnudando nossa presunção;
...nas elipses de Copérnico e nas eclipses daí advindos;
...no mínimo do átomo, no máximo das supernovas, das supergaláxias e no buraco negro;
...na igualdade entre os homens sob seu justo olhar;

...na advertência ao homem e no perdão que lhe concede;
...na transformação do homem, qualquer homem, em pó!!!


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p.s SOCORRO, obrigado pelas suas palavras gentis.
A nossa casa estará sempre de portas abertas para voces.
bjs
Fotos de Claude Bloc

O Fantasma da Ópera - Por Zélia Moreira


Bom mesmo seria ver direto da Broadway, mas se você não tem tempo , vontade e/ou grana, tenho aqui uma alternativa: vá às Lojas Americanas e adquira por R$12,99, o dvd do filme.
Chegue em casa, coloque no aparelho de DVD, acomode-se na cama ou na sua poltrona preferida, relaxe, e sinta o maior prazer, assistindo "O FANTASMA DA ÓPERA".
Vamos aos comentários :
A história, narrada pela primeira vez por Gaston Leroux, em 1908, mostra a solitária vida de um gênio musical desfigurado(Charles Dance), que "assombra" um imponente e misterioso teatro parisiense. No entanto, uma jovem soprano(Chistine ) , desperta seus sentimentos mais profundos(amor, ira, ciúme, ódio).
Sucesso absoluto nos palcos Britânico e Americano, tem uma versão para o cinema do ano de 2004(a melhor).
O compositor e produtor musical britânico, Andrew Lloyd Webber( Memory/ Cats, Don't cry for me , Argentina, Evita..), assina a trilha sonora(a mesma da versão para o teatro) e divide o roteiro com o diretor Joel Schmacher. Tem no elenco Gerard Butler(Fantasma) e Emmy Rossum(Chistine), como personagens principais.
O filme é muito bom até mesmo pra quem não gosta de ópera.
Deixo aqui registrado uma das cenas.
Vale a pena conferir!






Tenham medo dos contos de Luiz Arraes

Everardo Norões

Luiz Arraes é um escritor pernambucano que conseguiu se desvencilhar do demônio do regionalismo. Sem despedir-se de nosso universo diário – pois é dele que desenraíza a matéria-prima de seus contos –, sua narrativa pode mover-se em qualquer espaço onde houver uma fresta para a travessia da luz. Luz que tem o vigor e a precisão de um laser, pois corta como bisturi e escolhe o lugar certo da ferida.
Ele também se livrou da influência de mestres, cuja obra, a cada passo e a cada estação, costuma arrebanhar discípulos entre os escritores mais jovens. Sua admiração por Augusto Monterosso, o contista guatemalteco, nada tem a ver com o tamanho de seus contos, nem com a estratégia de sua narrativa. Nos contos que escreve, Luiz Arraes adota dois elementos que o circunscrevem no rol dos contistas mais modernos: a brevidade de uma leitura que não expurga a forma e “aquela intensidade como acontecimento puro”, de que trata Julio Cortázar no ensaio sobre Poe. Uma intensidade em que cada palavra deve concorrer, segundo o escritor argentino, para fazer do conto “uma verdadeira máquina literária de criar interesse”.
Ao desviar-se daquelas limitações – a infecção regionalista e o estigma de algum antecessor –, Luiz Arraes não receou desbrenhar o caminho solitário da criação e soube permanecer arredio a essa espécie de mímesis tão pouco aristotélica.
Qual a chave do enigma? A decifração pode estar contida numa das frases do conto O tudo e o nada, publicado no livro O remetente (7Letras: Rio de Janeiro, 2003): “Eu, vocês notaram, não tenho medo das grandes palavras nem de lugar-comum”.
Pouco importa se o narrador é, ou não, o alter ego do autor. A linguagem objetiva, quase coloquial, não carece de floreios. As grandes palavras residem, primeiro, nas epígrafes, recorrentes em muitos de seus contos e saídas da pena do filósofo alemão Friedrich Nietzsche ou do escritor anglo-indiano Salman Rushdie, de um dito popular ou do filósofo brasileiro Gustavo Corção. Pouco importa. A grande palavra que serve de mote conduz à tessitura da fábula, à ilustração do preceito. No final de um texto em que o coloquial predomina, o leitor é duplamente surpreendido: tanto pela chave que fecha as portas da narrativa como pelo arremate sentencioso, que se nos afigura como uma frase de Montaigne ou o fecho de uma fábula. Porém, fábula que rompe com todos os cânones. Primeiro, a concepção aristotélica de nela só admitir os animais. Em seguida, a de La Fontaine, que as escrevia para “agradar e instruir”. Talvez seja melhor falar de apólogo, que pode ser definido como uma narrativa curta susceptível de ilustrar uma verdade moral.
Ocorre que nos contos de Luiz Arraes há uma subversão que nos dificulta defini-los de acordo com os preceitos de praxe. A “moral” ou a “verdade” que deles irrompe transtorna e incomoda. Revela a feiúra de nosso cotidiano. A feiúra se inscreve na soleira do que se costuma chamar a “modernidade”. “Pois o importante para a arte não é mais mostrar o que é apenas ‘belo’, escreveu Baudelaire – o poeta francês reconhecido como fundador da “modernidade” –, que não conseguia conceber um tipo de Beleza em que não existisse Infelicidade. E no conhecido ensaio A desumanização da arte, de 1924, Ortega y Gasset já observava, com propriedade, que a arte “obriga o bom burguês a sentir-se tal como ele é: bom burguês, ente incapaz de sacramentos artísticos, cego e surdo a toda beleza pura”.
O conto O remetente, que empresta o título ao livro, pode ser lido como uma alegoria sobre a própria condição do autor: o personagem envia cartas anônimas às pessoas de seu conhecimento, com o objetivo de criar situações incômodas, transtornar aqueles para quem a vida é “mais vazio do que plenitude”. Até que desiste do intento e resolve escrever para si mesmo, ao reconhecer que é melhor recebê-las do que se dar ao trabalho de enviá-las.
Os contos de Luiz Arraes são como essas cartas, incômodas, que gritam dentro de nós. Incômodo e emoção, como no conto O sonho da criança pobre: aquela que sonha com a mãe sem roxo na cara, com o pai sem bafo de álcool, com alguém capaz de lhe passar a mão na cabeça. Aquela que, finalmente, apenas aprendeu a sonhar cheirando cola e, desde então, “sonha acordada e, quando dorme, tem pesadelos”.
Tenham medo das narrativas de Luiz Arraes.
Não são amenas como as narrativas edulcoradas, que tratam de algum passado épico, ou de amores bem-sucedidos.
Tenham medo dos contos de Luiz Arraes.
Sobretudo se quiserem esquecer, no aconchego de vossos quartos congelados de um último andar, que existe uma outra cidade: a que sonha em assaltar nossos sonhos.
Como os colonizados de Frantz Fanon.
___
A ilustração do fundo é de Francisco Toledo, pintor mexicano.
___

Stand by me - Por César Augusto


(Essa canção diz, não importa quem é você, qual o seu destino na vida, em algum ponto, voce vai precisar de alguém ao seu lado)


Esse é o resultado do esforço de um grupo de músicos no mundo todo. O dinheiro apurado nessa produção vai para uma organização de nome "Playing for changes", que ajuda comunidades ao redor do mundo a melhorar suas qualidades de vida. O grupo já construiu a primeira pequena escola na Africa.

Uma inspiração para muitos de nós, senão todos nós.


Cesar Augusto

"SWAY" - Para João Marni e Fátima Figueirêdo - Por Socorro Moreira





Estou vivendo em tempos de festa, como uma colegial nas férias de Julho.

Quinta-feira , nos reunimos na casa de J.Marni. Madruguei por lá .Fui ficando pelo carinho do casal, pela discoteca do João. Difícil outra igual !

Hoje voltamos lá. E no claro do dia, avistei o Cariri do alto da sacada, e de todas as janelas da casa. Eles recebem os amigos com elegância e coração rasgado !

Música de boa qualidade.Tudo de boa qualidade. Abrem os braços, "a radiola ", e as palavras :

"Tá vendo ? Deus existe !

E essa casa é Dele , esse panorama, jardim, música e o carinho que habita, no coração dos afins.

Eu acho todo mundo bom, todo mundo lindo...Meu coração é assim!

Sou-LHE grato pelo ar que respiro, e sinto !

A música que eu mais gosto ?

Marimba.

Porque me faz lembrar de Cândido (meu pai) ! "

-( Marimba ? Marimba não é um instrumento como é o berimbau ?)

E fui atrás de "Marimba" pra oferecê-lo , na nossa amplificadora blogal.

Aliás estamos ficando como somos : musicais e poéticos. Que a arte e o amor ao Cariri promova a reunião e interação dessa tribo, que arma a sua oca nessa toca, criando e recriando , mais uma história.


Padre Gomes e o Río de la Plata...

Padre Antonio Gomes de Araújo. Meu professor e um dos maiores historiadores do Ceará, da escola de Capistrano de Abreu. Batina negra, com larga faixa a esconder um 38 duplo, segundo as más línguas. Temido – não só dos alunos – , um dia, em plena aula, caiu da cadeira. Ninguém ousou mexer-se. De súbito, levanta-se, aponta o indicador e sentencia:
-Agora, podem rir!
Numa de suas aulas, a temível inquirição, feita sempre de surpresa.
- Quem foi o descobridor do Rio da Prata?
Apesar de bom aluno de sua matéria, não sabia responder.
De pronto, um colega sopra:
-Juan Diaz Solis!
Salvei-me e nunca mais esqueci
Juan Diaz Solis.
Às margens de Colonia del
Sacramento, Uruguai, relembro o episódio.
E saboreio as Cronicas del Rio de La Plata, seleção e prólogo de Horacio Jorge Becco, publicadas pela Ayacucho, excelente biblioteca on line do governo bolivariano da Venezuela. E ali está o relato de Francisco Lopez de Gomara (1511-1560), “cronista da Índias”, que nunca esteve por estes lados, mas ouviu de outros os relatos que escreveu, entre os quais “o da empresa de conquista do Rio da Prata, em que o navegante Juan Diasz Solis encontrara uma terrível morte nas mãos dos índios no ano 1516”...

Vida de Violeiro


Vida de Violeiro

Onde nasci me falavam
(desde que me entendo gente)
de famosos cantadores,
violeiros repentistas,
e eu pretendia ser um.
Dentre os mais considerados,
Inácio da Catingueira,
um gênio no desafio,
e o grande Cego Aderaldo,
a quem Baden celebrou
nas notas de um ponteado.
Vejam só, que ricas rimas,
o mundo perdeu de mim:
nem viola, nem repente,
e, como diz um parente,
nem retórica, nem dim dim.
Mas,
(e graças a Deus em tudo,
pra tudo, se acha um mas)
quando eu tinha quinze anos
escrevi em redondilha
sextilha que diz assim:
“Eu tinha catorze anos
quando minha mãe nasceu,
sol brilhou sobre o seu medo
e espiou dentro do meu,
eu tinha catorze anos
quando minha mãe morreu”.
Meu pai, hoje vos confesso,
naquele tempo me dava
um lugar de acompanhante
no coro dos enjeitados:
(isso era o que eu achava)
lugar para mim, jamais
de “puxador” de bendito,
um posto alto demais.
No entanto
(graças a Deus inventaram
conjunções adversativas),
consegui que aquele verso,
por incrível que pareça
abrisse os olhos do velho
ao talento que surgia:
- Quem sabe puxei aos Sátiro!,
ramo antigo da família
que cultivava o repente,
tinha alguns que eram letrados,
dizem, tão inteligentes,
porém estudaram tanto
que na plena juventude
doidos varridos ficaram.
Em suma, sem o saber,
meu pai me reconhecia,
quem sabe, até me incluía
na linha do Zé Limeira,
o poeta do absurdo,
e para brindá-lo agora
transcrevo um seu breve estudo:
“Nessa vida de viola
vivo pra diante e pra trás,
nunca mais tive alegria
depois que perdi meus pais,
minha vida é de caboclo,
quatro é muito, cinco é pouco,
dez não dá, sete é demais”.

Assis Lima

O CAMINHO DA ESPIRITUALIZAÇÃO



"Para que o ser humano se espiritualize, o caminho não é, como alguns, indevidamente, pensam, permanecer estático em posição de lótus, mas sim, a elaboração constante dos grandes sentimentos e pensamentos. Estes, para serem bem definidos, bem elaborados e polidos, necessitam experimentar as sensações materiais a fim de que, através da sensibilidade, das adversidades da vida e das situações, sejam bem elaborados independentemente das pessoas e das circunstâncias" (ANÔNIMO,1988, p.120).

Estilhaços - Por Emerson Monteiro



Lembro como se fosse ontem meu primeiro dia no Banco do Brasil, na agência de Brejo Santo, Ceará. Era 27 de junho de 1967, uma terça-feira. Chegara no dia anterior para a posse. Meu pai fora de tarde me levar, na mesma pick-up Chevrolet em que eu depois aprenderia a dirigir. Morávamos em Crato. Cobríramos a distância em torno de 90km por caminhos de terra, inclusive na BR-116, porquanto naquele tempo havia asfalto só até Barbalha. José Ferreira, cunhado de minha mãe, casado com tia Nailée, me receberia em sua casa, defronte do Brejo Santo União Clube, e me hospedaria durante os quatro anos em que ali permaneceria.
O expediente começava às 13h. Sob uma árvore da longa praça principal da cidade, enquanto aguardava abrirem as portas da agência, conheci João Batista Carvalho, um outro do mesmo concurso e que se apresentaria como eu, para naquele dia também iniciar sua jornada profissional. Ambos trajávamos camisa branca de manga longa e gravata no pescoço. Dois precários (bancários novos, assim denominados pelos colegas veteranos).
Desde então testemunharia aquele período cheio de contradições, no mundo contemporâneo em convulsão, do trecho entre Brejo Santo e Crato; apenas em raros fins de semana aquietava canto no lugar do trabalho. Nas sextas-feiras de tarde, ou começo de noite, arrumava numa pequena bolsa alguns pertences e seguia para a estrada em busca de transporte. Deixara em Crato história rica de sonhos e relacionamentos. Gostava de cinema, bares, festas, passeios ao pé da serra e dos meus familiares, namoradas, etc.
Brejo Santo possuía seus atrativos, porém o peso dos sentimentos telúricos cratenses me arrastava de volta ao meu segundo berço, aonde chegara com quatro anos, em 1953. Sempre nutri pelo Crato uma quase paixão, fascinado por sua moldura de serras, as encostas do Lameiro em longas caminhadas a pé, o barro branco a colar na pele, bananeiras, pássaros, frutas doces, belas morenas; suas praças, sua gente, a água saborosa, a efervescência cultural, a política estudantil, informação vinda de fora pelas livrarias e bancas de revistas; o Jornal A Ação, que produzia com Vicelmo, Pedro Antônio, Armando Rafael, Huberto Cabral e Padre Honor, por mais de ano, com boa repercussão na comunidade; o Jogral Pasárgada, que fundara com outros seis jovens, no Colégio Diocesano, e sua larga demanda de apresentações.
Lembro, no entanto, de entrosamentos valiosos que estabeleci em Brejo Santo, tanto junto aos colegas do Banco, na maioria de outras localidades, quanto junto aos naturais do município, gente de reconhecida hospitalidade, laboriosa e de senso de realização, haja vista o progresso que, nos dias atuais, lhe movimenta e destaca no elenco das comunas interioranas, naquela fase só de modestas proporções.
Nessas pessoas especiais de quem preservo lembranças benfazejas, José Lirismar Macedo ocupa espaço próprio. Dada sua formação de radialista que vivera em centros maiores e trabalhara em importantes emissoras, Lirismar guardou consigo vivências que bem nutriram a nossa aproximação. Por seu intermédio, conheci e passei a admirar autores exponenciais da música brasileira e da literatura universal.
Ele despertou meu gosto por figuras inigualáveis tipo João Gilberto, Carlos Lira, Dorival Caymmi, Tom Jobim e outros, sobretudo da bossa nova, no âmbito musical; na literatura, dada influência sua conheci importantes obras, quais Os velhos marinheiros, de Jorge Amado; e Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse, peças chave de minha formação, no meio de outras mais; e autores como o mineiro Fernando Sabino, para citar alguns poucos e trazer à tona poucos dos detalhes de nossas agradáveis conversações.
Nos finais explosivos dos anos 60, época demolidora e definidora dos rumos da história recente, ao meu lado, para compartilhar das minhas apreensões de resto de adolescência, havia a personalidade marcante deste amigo, o qual permanece no crivo fiel do meu reconhecimento em preito de notável consideração.

Clã Brasil e Marinês -- por José do Vale Pinheiro Feitosa


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Coração de bêbado: chora por tudo. Pois não é que ao abrir no youtube neste endereço http://www.youtube.com/watch?v=indT4s2hTgI o caroço dos olhos ficou com ilha cercado de água por todos os lados. Umas meninas bem bonitinhas, com os rostos do meu coração, a altura da minha estatura, um modo de ser nordestina como esta vida inteira. Alguém por favor post direito este Clã Brasil e a voz de arranca saudades da Marinês.

PENSAMENTO PARA O DIA – 25/07/2009


PENSAMENTO PARA O DIA – 25/07/2009
A pessoa torna-se o que pensa (Yad bhavam thad bhavathi). Portanto, as pessoas devem cuidar para que seus pensamentos sejam puros e bons. A vida humana é a expressão dos pensamentos da pessoa. Os pensamentos que surgem na mente preenchem a atmosfera com ondas de energia. As ondas de pensamento são muito poderosas. Portanto, nossos pensamentos deveriam ser sublimes e sagrados. Nenhuma idéia má deveria afetar nossos pensamentos. Pensamentos maus conduzem inevitavelmente a ações más. Quando pensamentos cruéis vêm à mente, os homens comportam-se como animais cruéis. Quando, ao contrário, existem pensamentos bons e amorosos em um homem, eles o divinizam e o capacitam a executar atos bons e sagrados. Portanto, o coração de todo homem deveria estar preenchido com amor, compaixão e bondade.
SATHYA SAI BABA

Pograma de Auditório - Rolado Boldrin ( colaboração de Glória Pinheiro)


Um cumpadi meu, meu querido conterrâneo, foi um belo dia fazer um passeio pela capital de São Paulo. Isso se deu naquela época dos boleros, lá pros anos 50 ou 60.
Muito bem: caminhava o dito cujo pela rua das Palmeiras, onde existia a famosa Rádio Nacional, quando, ao passar pela porta, se depara com uma multidão pronta para entrar no auditório onde se anunciava uma apresentação do então grande astro da música mexicana, Pedro Vargas, que fazia um enorme sucesso com todos os seus discos lançados no Brasil. Isso na forma de 78 rotações, a famosa ``bolacha preta´´ na época de ouro do disco.
Só para se ter uma ideia, os títulos apelativos das músicas do Pedro Vargas – e de outro cantor mexicano famoso na época, o saudoso Gregório Barros - eram
Mais ou menos assim: ``Perfídia´´, ``Pecadora´´, ``Hipócrita´´. Tudo na base do xingamento, do pejorativo, que era o que o povão que consumia disco gostava.
Pois bem: o meu cumpadi vê anunciado ali o grande cantor e resolve não deixar passar em branco a oportunidade única de assisti-lo, só para depois contar vantagem lá na minha terrinha.
Compra o ingresso, se abanca num bom lugar e assiste prazerosamente ao mexicano desfiar um rosário de umas 20 canções do seu repertório. Claro que, como é de praxe entre os artistas, ele deixou para o final os grandes sucessos, para atender os pedidos do público.
CANTOR (para o público) – Aora ustedes podem pedir lãs canciones que quieram.
Bastou isso para o pessoal do auditório começar uma gritaria, todos ao mesmo tempo.
FÃ – Perfídia!
OUTRO – Hipócrita!
OUTRO – Pecadora!
OUTRO – Malvada!
A gritaria ia por esse caminho quando o meu cumpadi achou-se no direito de também xingar. E no berro:
CUMPADI (gritando) – Ladrão... sem-vergonha... cafajeste... ordinário... fio duma égua...
Naturalmente, foi expulso da Rádio Nacional... o meu cumpadi.

(Rolando Boldrin)

Laboratório dos Repentes - Magali, Carlos,César e Socorro


Respeitando os humildes
Vivendo com amor e fé
Devemos sempre lembrar
Quem foi Maria Caboré

Humildade é uma virtude
Que nem todo mundo tem
Presumo que Magali
É dócil como ninguém !

Todo sábio é humilde
No silogismo da vida
Mas ser santo é difícil
É quase mesmo impossível

Entre o Crato e o Juazeiro
Não precisa haver o ódio
Se formos bons capanheiros
Juntos iremos ao pódio!
.

O Grangeiro é um parque
Onde a morada é divina
O panorama de lá
Avista meu Padim Ciço.
.
O Seminário do Crato
É um lugar de oração
De lá sai jovem letrado
Para assumir a missão.

A vida é assim mesmo,
Com completa acrobacia,
Para evolução e salto,
Precisa SABEDORIA

Se a verdade aparece
Nos escombros remexidos
No vento que ela dança
Se esconde uma mentira
Mentira tem pernas longas
Verdade tem cara limpa

Paixão é fogo de palha
Mas clareia o coração
Deixa o corpo todo aceso
E a alma em prostação.

O mote é : Sábado