Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 9 de março de 2011

A era do desperdício - Emerson Monteiro

A televisão mostrava imagens do seringal Nova Vida, município de Ariquemes, no estado de Rondônia. O que fora mata fechada virara cinza, após a ação de motos-serra e labaredas. Na trilha sonora, os números da tragédia. Haviam sido dizimados mais de quatro bilhões de dólares em madeira de lei abandonada nos desmatamentos. Quem atira com munição dos outros só dá tiro grande, enquanto a verde selva diminui a cada momento.
Isso numa fase brasileira quando tudo merece consideração, à custa dos fracassos administrativos para conter grileiros e predadores.
- Por que tanto esbanjamento? O planeta comum ainda terá de pagar quanto pela incompetência dos deslavados habitantes?
As respostas chegam por que sobram racionalizações e palavras: crise econômica, inflação, desleixo, alertas máximos, recessão, demanda reprimida, desindexação, subsídios, mercado externo, investimentos, privatizações, mercado interno, propriedade privada, macro-estruturas, monopólio, terceira onda, multinacionais, tecnologia de ponta, trustes, ganância, imperialismo. Nisto, a fome explode e o desemprego aflige os contingentes acuados de encontro ao futuro incerto.
Nos vários países, a perdição de descartar embalagens plásticas, metálicas, outros materiais raros e aperfeiçoados, sem qualquer intenção de reaproveitamento, demonstra a inabilidade humana para lidar com a sábia natureza.
A civilização refinou técnicas aplicadas em bases jamais concebidas. Veículos de massa anexaram ciências sofisticadas e não adotam conteúdo compatível, enquanto programas funcionam para embriagar as mentes de emoções irresponsáveis, como drogas eletrônicas. Dia seguinte, o tédio moral da falta de iniciativa das massas, que bloqueiam possíveis janelas com os espelhos da anemia crescente das sucessivas ressacas.
Preço da farra: a miséria dos países pobres para afirmação de imperadores contemporâneos que brincam de esconde-esconde nuclear, ou saem vadios na estratosfera, fotografando as luas de Saturno, galáxias a milhões de anos-luz, com todas as despesas pagas pelas nações, que nem águas têm para beber.
Boa-vontade e rigor, palavras símbolos numa época prever transformações dolorosas, na hora certa de cada coisa, pois dia de muito é véspera de pouco. Dia de tudo é véspera de nada!

En Várzea Alegre é assim - Por Claude Bloc


Várzea Alegre no Carnaval é pura efervescência. Pelas ruas e avenidas uma imensidão de pessoas aguarda ansiosa pelas novidades do ano. No Domingo de Carnaval a alegria começa a se espalhar pela cidade e a euforia toma conta de todos. É uma alegria sadia que contamina as pessoas de Rajalegre e os visitantes provenientes das redondezas.

Vem realmente gente de toda parte... A gente vê nas placas dos automóveis a origem daqueles que vão em busca de um momento especial e que ainda encontram ali um evento disputado que preserva as coisas boas de um Carnaval à moda antiga, cheio de uma vibração sincera e genuína, que ocupa os corações dos participantes e da platéia...

Não sou Varzealegrense. Estive em Várzea Alegre quando tinha uns 9/10 anos. Não aguenteva mais nem "sentir o cheiro" de Carnaval, mas posso dizer que depois deste ano senti novamente o entusiasmo infantil que me embalava "naquele tempo". Agradeço a Várzea Alegre por toda esta alegria!!!!

Vejam comigo:


Fideralina registra os primeiros momentos da passagem do Roçado de Dentro


Desempenho perfeito nas coreografias das alas. Criatividade a toda prova.


A animação contagiante e crescente dos que desfilavam iam envolvendo a platéia


No carro alegórico, a beleza e a ótima apresentação da figura em destaque.


A bateria ressoava nos corações de todos. Uma maravilha de desempenho.



A mágia dos mágicos passeava na rua.


As crianças deram show de harmonia...


As cores vibravam nos olhos da gente


Tudo muito bem organizado e visualmente belo.


Peço desculpas por não conseguir falar mais ainda dessas emoções todas que vivi nestes últimos dias. É que Várzea Alegre embalou direitinho minha expectativa e a encheu de boas surpresas. Um abraço a todos...

Claude Bloc

Dom Fernando Panico lança nesta quarta-feira a Campanha da Fraternidade 2011




Será neste dia 9, às 17 horas, na Catedral de Nossa Senhora da Penha, o lançamento da Campanha da Fraternidade 2011 na diocese de Crato. A solenidade de lançamento será feita pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico, (foto ao lado) dentro da celebração de uma missa.

A Campanha da Fraternidade é uma campanha realizada anualmente pela Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, sempre no período da Quaresma. Seu objetivo é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada, e um lema, que explicita em que direção se busca a transformação. A campanha é coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema da Campanha este ano é "Fraternidade e a vida no planeta”. Já o lema escolhido foi: "A criação geme em dores de parto".

O objetivo geral da campanha em 2011 é contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam a enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.

O mar dos teus olhos - homenagem à mulher



                  Jesus  Maria José - Portinari (foto na Igeja Matriz de Batataisi)


O MAR DOS TEUS OLHOS
 
O azul do céu e do mar nos teus olhos fundos.
Tudo são limites e enigmas, mesmo os teus olhos.
Neles uma rosa sangra como um punhal.

Delirávamos, em êxtase,
com a beleza da morte dentro dos teus olhos.

Quem nos disse da presença de Cristo
no mar trágico dos teus olhos?

Você tinha a chave na língua.
Eu carregava a âncora nos ombros.

Pescamos cestos e cestos de peixes no mar dos teus olhos.
Vamos dar de comer a multidões.

Você levantava muito alto um peixe cintilante na mão.
O peixe era belo como o crepúsculo.

Sentamo-nos à mesa e nos servimos de pão e vinho,
com o mistério da morte e da vida nos teus olhos e nos teus lábios.