Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Aconteceu comigo ...... por Rosa Guerrera


Há momentos na vida da gente nos quais nos sentimos como que encurralados por grilhões, , por problemas, por desespero, por doenças repentinas,como fossemos desabar no fundo de um poço sem fundo. É quando nos questionamos a cada instante o porque dessa problemática , onde o nosso Eu se perde num vazio sem respostas.Todos nós conhecemos essas chamadas más fases na nossa existência , e para superá-las se faz necessário muita Fé no coração e expectativa de dias melhores.
Claro que não sou uma exceção nessa regra , e mesmo procurando sorrir e brincar , atravessei um período crítico nos últimos meses.Não fosse a minha fé muitas vezes tão abalada , não sei como teria suportado tantos e constantes problemas de saúde . Faz anos que sou portadora de uma parestesia na lateral da coxa e apesar das crises de dormências e agulhadas , sempre soube ser um problema neurológico que até hoje a medicina não encontrou a cura , e os medicamentos são apenas paliativos .Talvez por intuição ou indicada por Deus , sem que ninguém opinasse, procurei um Angiologista na esperança de que talvez me fosse dado um outro medicamento para o problema existente.E qual não foi minha surpresa quando após a realização de um Doppler , foi descoberto que eu possuo vários ateromas em ambas as pernas o que dificulta também a circulação nos membros inferiores . E como não bastasse , uma maior obstrução foi revelada no exame na artéria ilíaca. Conversei com Deus naquele instante e por solicitação do angiologista fiz uma ressonância magnética com contraste . E como sou claustrofobica , sofri horrores durante o exame . A Fé no entanto não me abandonou um só instante. Mesmo angustiada na espectativa daquele resultado tão esperado .deixei nas mãos do Senhor o que viesse a acontecer comigo , fosse uma angioplastia, uma arteriografia , uma cirurgia, ou até mesmo a colocação de algum “stent’
E hoje , qual não foi minha surpresa ao entregar o resultado da ressonância ao meu Angiologista , quando escutei dele , que inesperadamente teria acontecido uma diferença muito grande entre o resultado do “ Doppler “ e esse da Ressonância , e que eu não estaria mais sujeita a uma cirurgia , mas apenas a tratamentos clínicos .
Fechei os olhos , e murmurei : “ Obrigada Meu Deus “....
E mesmo sendo considerada por algumas pessoas como uma criatura um tanto cética , eu tenho que aceitar que o ser humano nada é diante do poder Daquele que sabe ouvir nossas preces , mesmo quando não passamos de um pequenino grão de areia nesse oceano chamado Vida.

Por Norma Hauer

SIVAN CASTELO NETO
Foi a 27 de maio de 1904 que, com o nome de Ulisses Lelot Filho, nasceu em Campinas(São Paulo) SIVAN CASTELO NETO,compositor,músico,editor,pianista...Compôs músicas em quase todos os ritmos conhecidos, mas as que mais marcaram foram:"Se Ela Perguntar", gravada por Gastão Formenti e "O Amor é Assim",gravação de Sílvio Caldas.
Foi em emissoras de São Paulo que ele atuou por mais tempo,fazendo teatro humorístico, como o "Teatro Gracioso" na então Educadora(hoje Gazeta) de São Paulo(final dos anos 20) e "Teatro da Graça", na Bandeirantes (anos 30). Foi o incentivador de astros como Leny Eversong, Walter Forster, Blota Júnior e Nuno Roland.
Além de compor ,fazia letras em português de sucessos de Jerome Kern, Cole Poster, Irving Berlin, Augustin Lara, além de letras para melodias de óperas, operetas, e valsas vienenses.
Foi,ainda,criador de jingles,dando "vida" aos anúncios de rádio, antes muito sem expressão . Nestes os pioneiros foram Nássara (para Adhemar Casé) e Sivan Castelo Neto.
Como criador de jingles, fez o primeiro da Coca-Cola e o da Brahma, assim:
"Quem gosta de cerveja,
Bate pé, reclama:
Quero Brahma, quero Brahma".

Sivan Castelo Neto deixou dois filhos artistas:Vera Brasil, cantora e Berto Filho, locutor do programa Fantástico, da Rede Globo.
No dia 25 de maio de 2007 a ABI prestou uma merecida homenagem a Sivan Castelo Neto, dirigida por seu filho Berto Filho e por Ney Murce, neto de outro grande vulto do rádio brasileiro: Renato Murce.
Sivan Castelo Neto faleceu no Rio de Janeiro em 28 de fevereiro de 1984, sem completar 80 anos.
Norma

Por Norma Hauer

ELE TAMBÉM É COMPOSITOR
SÉRGIO CABRAL (pai)
Foi a 27 de maio de 1937, que nasceu, aqui no Rio de Janeiro, o escritor, jornalista, compositor, político, SÉRGIO CABRAL.
Conheci-o quando Vereador que elaborou a Lei n°985, de 9 de janeiro de 1984, criando a primeira APA (Área de Proteção Ambiental) para Santa Teresa. O projeto foi sancionado por Marcelo Alencar quando prefeito, ainda nomeado. Essa Lei, praticamente, "tombou" todos os imóveis do bairro.

Em 1988 ele prefaciou meu livro biográfico sobre Carlos Galhardo.

Aos 20 anos, Sérgio Cabral iniciou sua vida de jornalista, trabalhando no Diário da Noite; em 1961 passou ao Jornal do Brasil, de onde foi demitido por haver tomado parte em uma greve (e isso na "democracia").

Em 66 foi um dos fundadores do Teatro Casa Grande e em 1969 do jornal "Pasquim", suspenso pela ditadura, dois anos depois, quando Sérgio foi então preso com seus colegas do Pasquim.

Em 1972 foi redator da revista Realidade, outra que circulou em plena ditadura militar.
De 73 a 81 foi produtor de discos.

Eleito vereador nos anos 82-86 e 92, quando foi um dos "constituintes" da Lei Orgânica da cidade do Rio de Janeiro, que equivale a uma Constituição municipal.

Em 1993, a Câmara dos Vereadores o indicou para conselheiro do Tribunal de Contas do Município, de onde foi desligado, pela compulsória, ao completar 70 anos, em 2007.

Mas o mais importante foram as inúmeras biografias de artistas de nossa música popular.
São de sua autoria:"As Escolas de Samba"; "Pixinguinha-Vida e Obra";"ABC do Sérgio Cabral";"Tom Jobim";"No Tempo de Almirante";"No Tempo de Ari Barroso";"Eliseth Cardoso-“Vida e Obra";"Antônio Carlos Jobim-Uma Biografia";"Grande Otelo" e o mais recente “Ataúlfo Alves”.

Espetacular foi sua última obra:"Sassaricando - o Rio inventou a marchinha", recentemente apresentada em teatros aqui no Rio e em São Paulo.
Foi um grande sucesso !!! Primeiro, no Teatro Ginástico, depois no João Caetano , no Veneza e, por último, no Carlos Gomes.
Esperamos novos trabalhos de Sérgio Cabral.

Como ele é também compositor, deixo aqui a primeira estrofe de seu samba feito em parceria com Rildo Hora, "O MENINO DA MANGUEIRA"

"O menino da Mangueira
Recebeu pelo Natal,
Uma linda bateria.
Que lhe deu Papai Noel,
Um mulato sarará,
Primo irmão de D.Zica."
Norma

Pérola dos bastidores ...


José do Vale Pinheiro Feitosa disse...
Comemoro a nova postagem do Sávio. Faz falta em qualquer ambiente coletivo a amplidão do pensamento e dos vários modos de ver o mundo. O Sávio é estudioso, procura sustentar-se com fontes de leitura e persegue uma corrente do pensamento político que costuma ter embate com o pensamento de esquerda. Por isso, repetir o que diz Olavo de Carvalho que maladramente assim denomina o pensamento Marxista como uma corrente de modismo intelectual se torna mero jogo de um debate qualquer em determinado dia na cidade de São Paulo. Isso é forçar efetivamente a barra. Como o célebre exemplo do Debate com Caio Prado Júnior como se houvesse no escritor paulista uma grande falha intelectual. Aliás o Olavo de Carvalho, ícone do pensamento da direita nacional, nem por isso é apenas moda, mas repete este episódio com o mesmo tom farsante. O Prado Júnior não era uma mera enciclopédia do pensamento Marxista, ele tinha analisado grandes materiais da história brasileira a luz do método. Para negar a obra de Prado Júnior é preciso, primeiro, ir ao seu conteúdo, pois senão se torna apenas jogo de torcida entre direita e esquerda e nisso, o Olavo é primário.

No final o Mário Ferreira poderia ser algo parecido realmente com aquilo espetacular que os Enciclopedistas franceses e ingleses inventaram. Um inventário do pensamento e das descobertas humanas.

A genialidade deste homem pode bem ter sido a capacidade de articular o que pensadores tinham construído, a sua enorme presença de espírito para o debate, além é claro da capacidade de dar respostas na rapidez que agrade uma platéia. O que, convenhamos, assim dito, pode não ser nada a depender do graud de compreensão e conhecimento da mesma platéia. A depender tudo pode ser admirável até o desenvolvimento do pensamento de Proudhon cujo melhor contraponto a sua filosofia foi o próprio Marx. Aliás discutir filosofia sem contrapontos não discute nada.
Para apenas não termos um personagem que "derrubou o modismo do marxismo" que tal começarmos a discutir a decadialética do Mário, relembrando o código mosaico, são dez. Seria uma boa sugestão.

Por estradas poeirentas – Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A primeira vez que eu fui a São Paulo e Rio de Janeiro, foi um presente de quinze anos que ganhei dos meus pais e do meu tio Osório Ribeiro da Silva. Este me deu as passagens até São Paulo, através da sua empresa de ônibus Real Caririense. Restou a meus pais a parte financeira, que não era muita porque eu ia me hospedar na casa de familiares.

Ainda hoje sou agradecida àquelas pessoas que me proporcionaram essa agradável viagem. Para uma menina de quinze anos, tímida, que o lugar mais distante que conhecia antes era Fortaleza, foi uma grande aventura conhecer Rio e São Paulo.

Naquela época, até Feira de Santana a estrada não era asfaltada. Os ônibus viajavam de dia e pernoitavam nos hotéis. Foram muitas as aventuras, percorrendo muitas estradas, passando em vários estados e cidades, atravessando o Rio São Francisco numa balsa e tantas outras experiências que serviram para meu crescimento.

Não viajei sozinha, fui recomendada por meus pais à professora dona Lourdinha Esmeraldo, pessoa que gozava de grande respeito e prestígio na cidade do Crato pela bondade que possuía. Ela viajava também na compainha de dona Assunção Esmeraldo e da jovem Teresinha Esmeraldo. Três pessoas maravilhosas com quem eu convivi durante a viagem e, que me deram exemplos de bondade, amizade e solidariedade.

Na primeira noite que pernoitamos num daqueles hotéis, que chamávamos de “hotéis de beira de estrada”, quando nós quatro chegamos ao quarto, observamos que havia três camas e uma rede. Ainda bem que cada uma de nós levava dois lençóis: um para se enrolar e outro para forrar a cama, que sabíamos não ser higiênica. A rede exalava aquele mau cheiro por ter sido usada muitas vezes sem lavagem. Mas a boa educação nos manda que devemos tratar bem os mais velhos e por isso, eu me ofereci para dormir na rede. Dona Lourdinha logo disse que gostava mais de rede. Mas desconfio que ela, por ter tanta bondade no coração, quis nos poupar eu, dona Assunção e Teresinha de dormir na rede suja. Eu fiquei aliviada.

Quando chegou perto de Canudos, num local que só tinha um bar que servia café e bebida, o ônibus “deu prego”. Ficamos a manhã toda e parte da tarde nesse local, que não tinha o que comer. Dona Lourdinha, com a praticidade dela, perguntou o que tínhamos levado para a merenda. Eu tinha biscoito e uma lata de leite condensado, as outras tinham pão e mais biscoitos. Ela, como uma boa bebedora de leite, como a maioria dos Esmeraldo, gostou, porque misturando o leite condensado com café dá um gostoso café com leite.

Dona Lourdinha fez amizade com o motorista do ônibus e com os demais passageiros, medicando quando alguém adoecia, pois prevenida e experiente como ela era, tinha tudo que precisasse numa emergência: remédio para dor de barriga, dor de cabeça, mal estar e tudo mais. Eu e todos os demais passageiros sentíamos segurança em viajar com ela, uma verdadeira líder, ajudando a todos, que com a convivência se tornaram além de companheiros de viagem, amigos.

Depois de muita estrada, paradas para almoços, jantares e banhos chegamos a São Paulo. Dona Assunção ficou em Taubaté na casa de um filho. Dona Lourdinha, Teresinha e eu fomos para casa de meu tio Osório, que no outro dia, iria nos levar de carro ao Rio de Janeiro. Ele nos levou para jantar em um grande restaurante, mas chovia e o frio era tão intenso, que eu não pude aproveitar aquela noite, pois não tinha levado agasalho. Como eu era acostumada ao calorzinho do Crato me tremi de frio.

No outro dia seguimos viagem para o Rio de Janeiro. Dona Lourdinha ficou hospedada na casa de um irmão dela em Copacabana, juntamente com Teresinha. E eu fiquei na casa da minha tia Lili, bem próximo. Esta fez todos os passeios turísticos comigo: Pão de Açúcar, Corcovado, praias, cinemas e outras coisas mais. Com dona Lourdinha e Terezinha fui também a muito locais e pontos turísticos.

Tudo para mim era novidade, até o picolé Kibon, que ainda não tinha no Crato. Também foi a primeira vez que comi pizza. Lembro-me que Dionê Albuquerque, amiga de mamãe, que estava de férias no Rio, me telefonou convidando para almoçar uma pizza. Achei uma delícia!

Um passeio que muito me marcou foi conhecer a ilha de Paquetá, com suas charretes e tantas belezas naturais. Vendo aquelas lindas paisagens da ilha, lembrei-me do romance “A Moreninha” de Joaquim Manoel de Macedo, que ali era passado.

Meus primos cariocas me levavam para tomar sorvete e ficavam puxando conversa comigo, talvez me achando tímida.

Essa viagem me deu oportunidade de aprender muitas coisas e até fiquei mais desenrolada, vencendo um pouco a minha timidez. Aprendi a pegar ônibus sozinha para encontrar Dionê e juntas assistirmos a uma comemoração na praia. Era a festa dos quatrocentos anos do Rio de Janeiro. A praia estava lotada de gente para assistir as acrobacias dos aviões. Tudo muito bonito, quando de repente um dos aviões fez uma manobra tão baixa, que não conseguiu levantar vôo. Ouvimos um forte barulho. Era o avião caindo no mar. Todos ficaram calados, chocados por terem presenciado essa tragédia tão de perto, e saber que o piloto havia morrido ali na nossa frente. Eu fiquei assustada e trêmula por presenciar aquela tragédia. A multidão se dispersou e as comemorações foram canceladas naquele momento.

Toda a viagem, desde o momento que saí do Crato, e mais os dias que passei no Rio de Janeiro foram um aprendizado e uma aventura para mim. Convivi com pessoas que tinham um modo de vida diferente. E isso foi importante para o meu crescimento e amadurecimento pessoal.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Homens que você deveria conhecer: Mário Ferreira dos Santos




Publicado por Shâmtia Ayômide em 21.5.2010 às 02:56 em Mundo e Sociedade

Filósofo brasileiro, nasceu em Tietê, São Paulo, em 1907.

Na primeira vez que ouvi esse nome, eu pensei comigo mesmo: “Mais um brasileiro”. Ignorante, permeado pelo vitimismo típico de brasileiro, imaginava que filósofos eram só estrangeiros.

Curioso como sou, não resisti e decidi investigar a respeito, ao ler sobre a vida deste autor fiquei assustado. Não no aspecto negativo, mas no positivo, do tipo de susto que resulta em admiração. Dividirei com vocês as minhas impressões.

Antes do perfil, porém, uma pequena história.

DEBATES

Mário Ferreira dos Santos demoliu com maestria vários modismos intelectuais da época, com destaque ao vexame imposto a Caio Prado Júnior, um intelectual comunista muito prestigiado. Na ocasião, foi convidado para um debate, onde estariam figuras conhecidas como Luis Carlos Prestes. Após Caio Prado terminar sua apresentação, Mário se levantou e disse mais ou menos o seguinte:

“Me desculpe, mas creio que o comunismo tem elementos mais fortes que esses que expôs. Vou refazer sua exposição e assim depois farei a minha. Aqui está presente o secretário do partido comunista, e ele poderá averiguar se errarei em algo.”

Mário então refez a exposição de Caio de tal modo que alguns de seus amigos presentes, espantados, colocavam a mão na cabeça dizendo: “Meu Deus! O professor virou comunista!”. Depois que terminou a apresentação, Mário começou a sua própria exposição e refutou a si mesmo.

Tais demonstrações de força intelectual não eram raras na vida do filósofo.

Uma obra que nós levaríamos 500 anos para produzir

Quantidade nunca foi um critério bom para se avaliar a qualidade de um autor. Tratando-se de Mário Ferreira dos Santos, o volume de suas publicações – não só físico, mas também intelectual – é impressionante: cerca de 50 publicações formaram sua coleção Enciclopédia de Ciências Filosóficas. Sem contar outros ensaios e traduções diretas do grego, latim, alemão e francês.

É o único filosofo brasileiro a ter um verbete de uma página inteira numa enciclopédia de filosofia europeia, no caso a italiana, que o define como um filósofo de pensamento universal.

Ele trouxe Nietzsche para o idioma português, traduziu diretamente do alemão as obras Vontade de Potência (Der Wille zur Macht), Além do Bem e do Mal (Jenseits von Gut und Bose), Aurora (Morgenröthe) e o clássico Assim falava Zaratrusta (Also sprach Zarathustra).

Pensador fértil, em seus escritos ia de Nietzsche a São Tomas de Aquino, de Pitágoras a Proudhon. Ler Mário Ferreira é ao mesmo tempo entrar nas portas que ele abre para dezenas de outros pensadores. Como todo homem sábio, foi um tipo inclassificável, meio gnóstico pitagórico ou cristão tomista – no campo econômico era anarquista proudhoniano. Seu primeiro ensaio filosófico foi Se a Esfinge falasse, usando o pseudônimo de Dan Andersen, também usado na tradução do fabuloso Saudação ao Mundo, de Walt Whitman “Os narcisistas tendem para a política”

Ele é um dos raros bons introdutores de Nietzsche. Na sua obra As Filosofias da Afirmação e da Negação, Mário Ferreira diagnostica o fenômeno do niilismo moderno profetizado por Nietzsche, contudo um pensador de envergadura de Mário Ferreira nunca se limita a somente a problematizar. Ele aponta a cura e a solução. Na obra A Invasão Vertical dos Bárbaros, denuncia a decadência cultural brasileira, outra análise com o mesmo teor de denúncia encontramos em A Filosofia da Crise.

A universalidade de seu pensamento não se limita somente à filosofia em si. Escreveu também Análise de Temas Sociais (3 volumes), Tratado de Psicologia e Tradado de Economia (2 Volumes). O auge do seu pensamento é a majestosa Filosofia Concreta, que utiliza um método criado pelo próprio Mário Ferreira: a decadialética.

Deixou para quem desejar iniciar nos estudos filosóficos: História da Filosofia e da Cultura (3 volumes), o fantástico Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. Uma lida em alguns verbetes deste dicionário como (“Homem”, por exemplo) é o suficiente para perceber ai distância gritante entre Mário Ferreira e os pensadores da moda.

Filósofo e empreendedor

Mário era filho de um cineasta, sua juventude e infância decorreram no Rio Grande do Sul, onde se formou em Direito e Ciências Sociais. Depois, com cerca de 30 anos, retornou a São Paulo para ajudar o pai nas suas indústrias de filmagens. Antes, em Porto Alegre, ainda fez vários trabalhos como comentarista político e escrevendo artigos para jornais e revistas.

Era um tipo empreendedor, contrariando a imagem clichê que os brasileiros atuais têm de que filósofos são monges intelectualizados longe da vida prática. Com dificuldades em publicar seus livros, fundou suas próprias editoras, a Logos S.A. e a Matese S.A. Como todo bom brasileiro, não perdia uma partida de futebol. E às vezes colocava suas filhas para ajudá-lo nas suas traduções.

Foi pioneiro no sistema de venda de livro a crédito, vendidos de porta em porta. Ainda arranjava tempo para responder cartas de pessoas com problemas que procuravam sua sabedoria. Aliás, foi com o intuito de ajudar as pessoas que ele escreveu os ensaios de auto-ajuda Curso de Oratória e Retórica, Curso de Integração Pessoal e Convite a Psicologia Prática, todos tiveram sucesso entre empresários e outras pessoas notáveis da época.

Segundo suas diversas biografias, ele nunca foi à universidade para ensinar, exceto no seu último ano de vida, convidado por um amigo e admirador, justo na época em que seu problema cardíaco avançava – daí a curta duração das aulas.

Ele faleceu em casa, com os familiares presentes, seus únicos e verdadeiros aliados. Ao sentir que o suspiro final estava próximo, pediu para que fosse colocado de pé, pois considerava indigno que um homem morresse deitado. Sua luz se encerrou com ele pé rezando o “Pai Nosso”.

Um legado para as traças?

A Filosofia Concreta não deixou escolas ou discípulos. Não sei os motivos certos, mas é fato que a maioria dos brasileiros desconhece Mário Ferreira dos Santos (pois é, os leitores PapodeHomem são privilegiados). Seus livros ainda estão entregues as traças em sebos, apesar de serem de fácil leitura devido à didática de Mário e estarem sendo relançados por iniciativa dos familiares.

A tragédia cultural brasileira só não é pior graças à Internet. Atualmente leitores de Mário Ferreira se reúnem numa simplória comunidade do Orkut, onde trocam ideias a respeito de suas obras.

Mário Ferreira deixa aos brasileiros uma grande lição de vida. Em seu livro Filosofia Concreta, exorta os brasileiros a terem coragem de ousar. Poderíamos começar, no mínimo, ousando ler um de seus escritos, não?

Fonte: http://papodehomem.com.br/

Mário Lago



Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002) foi um advogado, poeta, radialista, letrista e ator brasileiro.

Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50.

Filho maestro Antônio Lago e de Maria Vicencia Croccia Lago,[1] e neto do anarquista e flautista italiano Giuseppe Croccia, formou-se em Direito pela Universidade do Brasil, em 1933, tendo nesta época se tornado marxista. A opção pelas idéias comunistas fizeram com que fosse preso em sete ocasiões - 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969[2]

Foi casado com Zeli, filha de militante comunista que conhecera numa manifestação política, até a morte dela em 1997. O casal teve cinco filhos: Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho, Luiz Carlos (em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes) e Vanda.[2]

Torcedor do Fluminense, chegou a declarar, na época do 1º rebaixamento do clube, que a virada de mesa em favor do tricolor carioca havia sido uma atitude vergonhosa de todos os responsáveis, envolvidos no esquema. Ele afirmava veementemente, que o time deveria ter voltado à divisão de elite do Campeonato Brasileiro no campo, e não no tapetão.

Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou sua militância política no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, então fortemente influenciado pelo Partido Comunista Brasileiro. Durante a década de 1930, a então principal Faculdade de Direito da capital da República era um celeiro de arte aliada à política, onde estudaram Lago e seus contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre outros.

Depois de formado, já como advogado, envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. Sua estréia como letrista de música popular foi com "Menina, eu sei de uma coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada além", da mesma dupla de autores.

Suas composições mais famosas são "Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves; "É tão gostoso, seu moço", com Chocolate, "Número um", com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.

Em "Amélia", a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular que "Amélia" tornou-se sinônimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.

Na Rádio Nacional, Lago foi ator e roteirista, escrevendo a radionovela "Presídio de Mulheres". Mas o grande público só ficou o conhecendo pela televisão, quando passou a atuar em novelas da Rede Globo como "O Casarão", "Nina", "Brilhante", "Elas por Elas" e "Barriga de Aluguel", entre outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha.

Autor dos livros "Na Rolança do Tempo" (1976), "Bagaço de Beira-Estrada" (1977) e "Meia Porção de Sarapatel" (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra: "Mário Lago: boêmia e política". A escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz homenageou Lago no carnaval de 2001.

Em dezembro de 2001, ganhou uma homenagem especial por sua carreira durante a entrega do Troféu Domingão do Faustão. No ano seguinte, essa homenagem pela carreira ganharia o nome de Troféu Mário Lago, se tornando anual e sendo entregue à grandes nomes da teledramaturgia.

Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito Parlamentar. Na sua última entrevista ao Jornal do Brasil, Mário revelou que estava escrevendo sua própria biografia. Estava certo de que chegaria aos 100 anos, dizia Mário, "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele".

Morreu no dia 30 de maio de 2002, aos noventa anos de idade, em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de enfisema pulmonar.
wikipédia

PETER PAUL RUBENS



Rubens nasceu fora da terra em que passou a maior parte de sua vida e à qual serviu com muito patriotismo, Flandres (hoje uma parte da Bélgica). Seus pais encontravam-se exilados na cidade de Siegen, no Sacro Império Romano-Germânico, por apoiarem a luta dos Países Baixos pela independência da Espanha. Além do crime político, o pai de Rubens ainda caiu em desgraça quando foi descoberto seu envolvimento amoroso com a Princesa de Orange, simplesmente esposa do líder do movimento separatista. Só escapou da condenação à morte porque sua esposa Maria Pypelinckx, a futura mãe do pintor, lhe concedeu um perdão público, fazendo a pena ser substituída por exílio.

Com a derrota dos separatistas em Flandres (o norte dos Países Baixos, Holanda, conseguiu a independência, mas o sul permaneceu sob autoridade espanhola) e a morte de seu pai, Peter Paul e a família (mãe e o irmão mais velho, Philip) retornam à cidade de Antuérpia, onde se instalam novamente e onde veio a se tornar católico, em 1589, dois anos depois da morte de seu pai. A religião figurou de modo proeminente em muitos dos seus trabalhos e Rubens mais tarde veio a se tornar uma das principais vozes do estilo de pintura da Contra-reforma católica.[1] Providenciam, então, uma educação de nível para os dois jovens, de forte caráter humanístico, como convinha aos valores da sociedade flamenga. Philip torna-se advogado, e Peter Paul, mesmo que estimulado pelo direito e pela filosofia, acaba se interessando mais pela arte – e em poucos anos ele deixará de ser o rapaz Peter Paul para tornar-se o conhecido Rubens.

Ao contrário de vários outros pintores posteriormente famosos, Rubens não enfrentou oposição da família pela carreira que escolhera – muito menos naquela região que valoriza até hoje sua tradição artística. Pelo contrário, recebeu estímulo e incentivo, desde que correspondesse ao talento que lhe fosse exigido; algo que não tardou a acontecer.

Já aos 15 anos tinha certeza da vocação e era aprendiz de pintores. Começou com Adam van Noort, depois Tobias Verhaeght e finalmente Otto van Veen, que exerceu sobre ele a maior influência. Foi Van Veen que fez nascer em Rubens uma grande admiração pela Itália e pela cultura latina clássica. Isso marcou toda a sua obra e o fez integrar a escola italiana e servir aos reinos latinos católicos, mesmo sendo germânico protestante.

Quando alcançou o título de mestre pela Corporação dos Pintores da Antuérpia (espécie de autorização que era necessária para se exercer uma profissão), desligou-se do tutor e acabou transferindo-se para a Itália, onde chamou a atenção do Duque Vicenzo Gonzaga de Mântua, que empregou o jovem flamengo como seu pintor oficial, sem, contudo, restringi-lo ao enclausuramento na corte. Rubens podia viajar a outras cidades, e inclusive prestar serviços a outros clientes. Nessas viagens, Rubens conheceu Florença e Roma, e passou um bom tempo estudando as pinturas de Michelangelo na Capela Sistina.

Não tarda a chegar a fama. A partir da primeira encomenda, feita pelo Cardeal da Áustria e muito bem recebida, sucedem-se várias outras, principalmente pinturas para igrejas e retratos da aristocracia. Pinta duques, condes e também burgueses, a classe em franca ascensão nos estados italianos. Fica famoso, e é conhecido entre as elites por ser, além de excelente pintor, uma pessoa de fácil relacionamento e grande simpatia.

Por essas qualidades, o Duque de Mântua o envia em missões diplomáticas, destacadamente à Espanha, onde acaba se familiarizando com a corte. Nessas ocasiões pintou seu famoso retrato equestre do Duque de Lerma, primeiro-ministro de Filipe III.


Dança dos aldeões, Museu do PradoAlguns anos mais tarde, porém, recebe uma notícia de que sua mãe está doente. Retorna à Antuérpia para vê-la, mas quando chega ela já está morta. Decide não sair mais de sua cidade natal e acaba ficando a serviço do governador espanhol para os Países Baixos, o Arquiduque Alberto de Habsburgo, e passa a trabalhar junto com seu antigo mestre Van Veen. Pinta, então, "Sansão e Dalila" (do qual falaremos em "Análise de Obra").

É nessa época que prospera em fama e patrimônio. Desposa a filha de um advogado bem-sucedido, dirige bem suas finanças e adquire um imóvel de médio porte para construir uma mansão, um pouco afastado da cidade. Rubens revela um terceiro talento, à parte da pintura e da diplomacia, que é sua hábil condução dos negócios.

Organiza, a partir de então, seu estúdio, que até a morte do pintor chegou a produzir dois mil quadros. Contava com um elenco de discípulos dos quais se destacaram vários, mais tarde, como Brueghel e Van Dyck. A produção dos quadros obedecia a um esquema montado por ele, segundo o qual ele realizava todos os primeiros esboços e encarregava os aprendizes de montar um modelo em escala menor, que era apresentado ao cliente. Se aprovado, Rubens traçava a lápis na tela e os discípulos colocavam a cor e o óleo, cabendo ao mestre de novo fazer a "arte final". É quando vêm "O Rapto das Filhas de Leucipo" (ver mais adiante) e "A Derrota de Senaqueribe".


Chegada de Maria de Médici em Marselha, 1622-1625. Louvre. Parte do grande ciclo de pinturas sobre a rainha da FrançaRubens possuía uma clientela literalmente poderosa, e que pagava em dia. Um dos mais belos trabalhos que realizou, então no auge de sua carreira, foi a série de quadros contando, alegoricamente, a vida da regente da França, a Rainha Maria de Médici. Seguindo os parentescos das casas reais europeias, Rubens acabou pintando para os principais reis, príncipes e duques de sua época.

Para Carlos I da Inglaterra, por exemplo, genro de Maria de Médici, pintou a "Alegoria de Paz e Guerra" entre outras obras. Para Filipe IV de Espanha (filho do antecessor), pinta quadros que retratam caçadas, para o palácio de veraneio real. Na Espanha, também, toma contato com Velázquez, provavelmente influenciando-o.

Foi a serviço da Espanha (da qual tinha cidadania, já que Flandres permanecia sob controle espanhol) que Rubens desempenhou as principais missões diplomáticas, principalmente negociando as pazes entre Espanha e França (católicos) e Inglaterra (protestante, com rei anglicano), durante as lutas da Guerra dos 30 Anos, que ele morreu sem ver terminada. E isso sendo Rubens um flamengo católico.

Após cumprir seu papel na busca pela paz mundial, que ele dizia tanto almejar, Rubens retorna finalmente à Antuérpia, de onde passa a produzir e enviar os quadros. A essa altura já é enviuvado, e seu irmão Philip morrera ainda jovem. Mas casa-se de novo, com a irmã mais nova de uma fidalga que Rubens retratara anos antes. E com ela tem seu filho. Desta fase são "O Julgamento de Páris" e "O Rapto das Sabinas".

Rubens morreu em 1640, rico e bem-sucedido. Teve êxito em tudo que fez e deixou para a posteridade um legado de muita arte e expressão do mais puro Barroco, de forma sincera e verdadeiramente vivida.
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E o amor tem jeito ? - por Socorro Moreira


Tem jeito pra acabar , embora saia enorme, e aos pedaços, diferente de como entrou - uma simples intenção de encanto , preservada dos malefícios e sortilégios, que entram de quebra , nas crateras do coração minado.
Amo sabendo que é pra sempre, porque não tenho direitos , nem deveres... Apenas cultivo um sentimento perfeito !
O que desejo, além de tudo, se o amor é tudo?!
Depois de tantos anos de exercício ( considero-me eterna paladina do amor) descobri que amor não precisa sair por aí, e nos deixar por dor.
Amo ainda, e cada vez mais...
Não amo o antigo, nem o passional.
Amo tudo, que não me faz mal !
Doravante e sempre
Vou amar você
que não é meu sempre !

Romy Schneider



Romy Schneider, nome artístico de Rosemarie Magdalena Albach (Viena, 23 de setembro de 1938 — Paris, 29 de maio de 1982) foi uma atriz austríaca que atuou no cinema europeu, especialmente no francês.
Romy Schneider era filha dos atores Magda Schneider e Wolf Albach-Retty, e muito bonita desde pequena. Com uma pele rosada e olhos azuis, Romy chamava muita atenção, mas só estreou no cinema aos catorze anos, no filme Quando Voltam a Florescer os Lilases, ao lado da mãe, que controlou sua carreira até que ela se casasse pela primeira vez.

Aos 17 anos, em 1955, Schneider tornava-se famosa ao viver Sissi, a Imperatriz-adolescente da Áustria, no filme do mesmo nome. Era uma personagem bonita, irreverente e capaz de quebrar todos os protocolos da nobreza européia de forma a conquistar o jovem Imperador austríaco Francisco José e os seus súditos. O filme conquistou as platéias do mundo todo e gerou mais duas continuações, Sissi, a Imperatriz e Sissi E Seu Destino, todos dirigidos por Ernst Marischka e interpretados por Romy, o ator Karlheinz Böhm e a mãe de Romy, Magda Schneider.

Já famosa mundialmente a atriz se recusou a continuar a viver jovens princesas inocentes e partiu para filmes mais adultos, escandalizando seus fãs em 1958 ao participar do filme Senhoritas de Uniforme, que contava a história de lesbianismo em um colégio feminino.

No mesmo ano Romy filmou Christine, e se apaixonou perdidamente pelo seu galã, o então também jovem e promissor ator francês Alain Delon.


Túmulo de Romy Schneider, em Boissy-sans-Avoir (Yvelines)O romance durou até 1963 e o casamento dos dois foi várias vezes anunciado e outras tantas adiado. Nessa época, ela se encontrou com o diretor Luchino Visconti que mudou radicalmente sua trajetória de atriz, dando-lhe um papel sexy e digno de uma grande atriz em Boccaccio 70.

Seu primeiro casamento foi com o diretor e cenógrafo alemão Harry Meyen, pai de seu filho David. Separaram-se em 1975 e logo depois se casou com seu secretário pessoal, Daniel Biasini, com quem teve uma filha, Sarah e que acabaria também por se separar. Quando morreu, vivia há pouco mais de um mês com o produtor francês Laurent Petain.

A atriz morreu aos 43 anos de uma parada cardíaca, em seu apartamento em Paris, onde vivia com o terceiro marido, a filha e uma empregada. Ela vinha se tratando de uma profunda depressão pelo suicídio do primeiro marido e, logo depois, pela trágica morte do filho de ambos, que ao pular um portão, foi perfurado pelas setas da grade, onde passava férias, e morreu na hora, com apenas 14 anos. Alguns dias antes de falecer, Romy se submeteu a uma operação para a retirada de um rim devido a um tumor.
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Pra você , sempre tão perto ! - por Socorro Moreira




Teu olhar se atenta numa estrada

onde barulhos normais escondem teu sorriso.

Paciente,recolho o absorto,

e solto da tua gaiola meu pássaro escondido.

Cada vez mais estreito é o caminho que nos liga

Tua rubrica é o passaporte dos meus sonhos.

Força poética ,

onde teu lápis e o meu papel ,

versam !

Morgana

Se deseja a mulher
deixar-me sem fala:
levante os braços
faça um cacho nos cabelos.

A alma boquiaberta sabe
da loucura que me habita.

Sou capaz de perder a decência.
A timidez infantil.

Avançar com a boca trêmula
a língua fora de órbita

beijar, lamber
as axilas.

Se deseja a mulher
transformar-se em bruxa
(a verdadeira natureza)

basta levantar os braços
fazer um cacho nos cabelos.

Não serei um bom moço.
Serei inconveniente.
Um bandido.

Se não ataco na hora
mais tarde invado sua casa
pela janela.

Dormindo não tem graça.
Não tem magia.

Hei de acordá-la
e lhe pedir: "por favor,
faça um cacho nos cabelos".

A CELEBRAÇÃO DO ENCANTAMENTO

Veja recente atualização da lista de homenageados na festa "A Celebração do Encantamento" no link: http://cariri-encantado.blogspot.com/

Ouvimos todos e consideramos algumas sugestões.

Luiz Carlos Salatiel
Presidente da OCA – Officinas de Cultura e Artes

O grande negócio da saúde - por José do Vale Pinheiro Feitosa

O fato de reconhecermos que praticamente todas as grandes atividades humanas se tornaram negócio no imenso mercado do capitalismo global, não as exime de profundas críticas. A questão dos transgênicos, por exemplo, aguçando a monocultura, é muito mais, pois é a reserva da natureza em mãos de multinacionais ávidas por lucro. Com isso “escravizam” ao comércio as coisas essenciais para a vida, como águas e alimentos.

Isso acontece nas coisas do “espírito” como a cultura e as artes. Absorve as normas gerais da sociedade como a ética e atinge quase toda a subjetividade que seria o território do indivíduo. A vida, desenvolvida por meio da troca mercantil é uma redução a preços e renda. Quem tem renda, pode pagar o preço; quem não tem, está fora.

Além de tudo, com o “espírito selvagem” do acúmulo monetário, uma subjetividade travestida de realidade, estabelece-se, como em compartimentos definitivos, as classes dos que podem e não podem. A competição como regra, gerando o mais capaz, apenas diz isso que a frase diz: seleção do mais capaz. Em absoluto não fala do mais ético, do mais solidário, da maior irmandade ou da mais perfeita humildade. Fala tão somente da capacidade de ganhar, acumular e daí impor sua vontade aos demais. Portanto é antidemocrático.

A falácia do mais capaz se camufla com a “fama”, o “sucesso”, a “hegemonia”, o “domínio”. Todas são características do autoritarismo, do totalitarismo e da agressividade sobre os demais. Portanto falamos do estímulo à violência, à canalhice, ao comportamento predatório. Por isso ao gerar este tipo de gente, a dinâmica origina inimigos da população, senhores da exploração do trabalho, rebaixamento dos valores éticos e morais e submete, como todo totalitarismo, toda a religiosidade remanescente, especialmente a institucional das igrejas estabelecidas.

Uma das críticas mais agudas é o que resultou na medicina mercantil. Modelo adotado no Brasil, inclusive por força Constitucional. Esta medicina é um grande campo para exploração das multinacionais da tecnologia de base científica. Tem os seus “capitães do mato” com uma voracidade desmesurada para o lucro, transformando qualquer erisipela num perfeito objeto de exploração e vantagens. O fetiche da mercadoria na saúde se tornou um dos mais cruéis possíveis. Assemelha-se muito àquele do Complexo Industrial Militar.

O objeto da medicina moderna é o procedimento, é este medidor de preço que move toda a ação. O velho termo “paciente” da medicina liberal cai como perfeição à exploração mercantil. O paciente está no centro cirúrgico – calcule os lucros -, se encontra no CTI – multiplique as cifras -, é mero procedimento ambulatorial – invente outros procedimentos adicionais. O modo como tudo anda, especialmente o Brasil, este continente dividido entre a “ética” européia e a americana, a “venda” é mais importante que a saúde.

O mais grave é que mesmo numa situação em que uma geração de profissionais de saúde que lutaram por um modelo mais Social-Democrata, que dirige o Ministério da Saúde, ainda não foi capaz de regular profundamente o uso da tecnologia em volúpia de lucro. Não existe nada que enfrente o atual modelo de exploração por procedimentos e isso é tão intensivo que tornou a Saúde Pública feita pelo Estado e a Saúde Suplementar financiada por fundos mútuos privados, em coisas absolutamente iguais. Os consultórios, as emergências, as enfermarias e os compartimentos de alta complexidade são iguais no SUS e na Saúde Suplementar. Aliás, tem uma pequena diferença na Saúde Suplementar: grandes “armários” vestidos de paletó preto com rádios transmissores na lapela, dispostos em portarias, portas de elevadores e corredores.

E tem uma coisa mais grave e que os partidos políticos não enfrentam. Os trabalhadores com carteira assinada caíram na grande rede do fetiche da mercadoria. Até mesmo o atual Presidente da República não consegue enxergar o problema. A verdade é que sindicatos cada vez mais negociam Planos de Saúde em substituição a ganhos em salário. A inversão da pauta é perfeita: ao invés de um imposto universal para financiar uma saúde pública nos termos primários da Constituição, os trabalhadores deixam de ampliar sua renda pessoal, em benefício do grande negócio da saúde.

Grande negócio cuja finalidade é o lucro. Nem marginalmente se pode considerar como “produtor” de saúde esta dinâmica mercantil.

Pensamento para o Dia 27/05/2010


“Cada pessoa deve levar sua vida de modo que não cause nenhuma dor a qualquer ser vivo. Esse é o dever supremo. Além disso, é dever de todo aquele que teve a chance deste nascimento humano de poupar uma parte das suas energias ocasionalmente para oração e repetição do nome do Senhor. É preciso dedicar-se a uma vida de verdade, retidão, paz e boas obras a serviço dos outros. É preciso ter medo de fazer atos que sejam prejudiciais a outras pessoas ou ações que causem pecado, assim como se tem medo de tocar fogo ou perturbar a cobra. Deve-se ter muito apego e firmeza na execução de boas obras, em fazer os outros felizes e adorar ao Senhor, do mesmo modo como agora se tem para acumular ouro e riquezas. Essa é a ação correta (Dharma) de cada ser humano.”
Sathya Sai Baba
(Des)Caminhos
- Claude Bloc -



Entre o céu e a terra, estava eu, em pleno setembro, suspensa, lá no alto, num fluir de roda gigante. A Praça da Sé estava cercada por um parquinho de diversões e a música estridente rodopiava por ali entrecortada pelas vozes animadas das pessoas.

A novena havia acabado fazia pouco tempo. O leilão desfiava seus lances um a um na voz do sacristão. Até o fim. Mamãe, nesse dia, estava surpreendentemente mais alegre. Sentada à mesa havia finalmente conseguido arrematar uma prenda. Papai era irrequieto e imprevisível. Passeava pelas mesas entre os amigos como uma borboleta. Brincava com as palavras fazendo alguma piada.

Percorri a calçada em frente ao patamar da Igreja. Estava lá em meio à algazarra, embebida numa nostalgia antecipada. Segui para o miolo da praça. As meninas rodopiavam em volta da fonte. Luzes coloridas brincavam nos esguichos da água. Que cores teriam os sonhos?

Os rapazes se reuniam em grupos e lugares estratégicos. Seguiam com os olhos as meninas. Arriscavam olhares, e, como num ritual, cortejavam a tímida resposta, um flerte, a flecha certeira de Eros. Muitos amores surgiriam depois daquele dia... frutos dessa troca de olhares, desse revoar de arcanjos.

Nesse dia em especial, a praça efervescia, mas como era de praxe, cedo da noite se ia para casa. A volta era silenciosa, deixava na gente um vazio infinito. O barulho da radiadora ainda vibrava nos meus tímpanos: “de alguém para alguém com amor e carinho”... Teria sido para mim? - O coração saltitava. - E se fosse? Qual seria a música? A nossa música?

Depois viria o silêncio. O tempo se interpondo entre a gente. Teria sido muito mais fácil escrever cartas de amor, para serem estendidas ao longo das estradas. Assim nos sobraria uma memória, numa solidão quase absoluta.

Ficaram os sonhos, porém, que nos acometeram juntos em busca da inviolável liberdade, dos (des)caminhos seguidos ao acaso, e da verdade contida nas páginas de nossa história.
Claude Bloc


Cyro Monteiro (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1913 — 13 de julho de 1973) foi um cantor e compositor brasileiro.

Costumava cantar informalmente em casa para os amigos, até que um dia, em 1933, Sílvio Caldas, que freqüentava sua casa, chamou-o para substituir Luís Barbosa em um programa da Rádio Philips. No ano seguinte foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde passou a cantar sempre em dupla com Luiz Barbosa e caracterizou-se por se acompanhar sempre com uma caixa de fósforos para marcar o ritmo.

Em 1936, fez a primeira gravação para o carnaval daquele ano, o que o projetou para o sucesso, levando-o a cantar ao lado de Carmen Miranda, Francisco Alves e Mário Reis. Um ano depois gravou seu primeiro grande êxito, Se acaso você chegasse, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Teve muitos outros sucessos nos anos 40, como Falsa baiana, Escurinho (ambas de Geraldo Pereira) e Boogie-woogie na favela (Denis Brean). Em 1956, participou como ator da peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes. Ainda nos anos 50 e 60 participou de programas de televisão como O Fino da Bossa e Bossaudade, gravou discos e fez muitos espetáculos.


Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciro_Monteiro"

DINO 7 CORDAS




Horondino José da Silva, conhecido como Dino 7 Cordas, (Rio de Janeiro, 5 de maio de 1918 — Rio de Janeiro, 27 de maio de 2006) foi um violonista brasileiro reconhecido como maior influência do violão de 7 cordas, instrumento musical no qual desenvolveu sua linguagem e técnica. Foi também um dos maiores instrumentistas de choro.

Nasceu na rua Orestes, no bairro carioca do Santo Cristo. Filho de Caetano José da Silva, fundidor do Lóide Brasileiro, e de Cacemira Augusta da Silva, conhecida pelo apelido de Filhinha. Seu registro de nascimento foi feito em agosto, motivo pelo qual em algumas obras importantes está consignada a data de 5 de agosto como sendo a de seu nascimento. Sua relação com o violão vem desde a infância. Seu pai era violonista amador, assim como outros amigos que freqüentavam a casa. Estava sempre atento ao movimento musical ao qual prestava enorme atenção. Começou a praticar inicialmente o bandolim, que abandonou pouco depois pelo violão.

Ao terminar o curso primário, empregou-se como operário em uma confecção de calçados. Por essa época já participava de festas e saraus familiares, onde revezava o violão com seu pai. Em uma dessas ocasiões, conheceu o pandeirista Jacó Palmieri e o cantor Augusto Calheiros, figuras que teriam grande importância para seu ingresso na vida profissional.

Por volta de 1934, passou a acompanhar Calheiros em espetáculos de circo, ganhando pequena remuneração que complementava a do trabalho na fábrica de calçados.

Por essa época, já dominava o repertório musical de toadas, valsas e sambas que aprendia através do rádio. Seu modelo de acompanhamento era fornecido pela dupla Nei Orestes e Carlos Lentine, violonistas do Regional de Benedito Lacerda, um dos mais sólidos regionais da época. Esse tipo de aprendizado foi definitivo em sua carreira. Daí vieram o repertório e a capacidade de acompanhar diversos gêneros, entre tantas outras peculiaridades.

Em 1943, quando o Regional de Benedito Lacerda exibia-se no programa "Piadas do manduca" de Lauro Borges, conheceu aquela que seria sua grande companheira, Dª Rosa, com quem teve um filho, Dininho, também músico (contrabaixista) com grande atuação na MPB. Em 1954, ao mandar fazer seu primeiro violão de sete cordas, o que o fez um dos pioneiros do gênero no Brasil, passou a ser conhecido como Dino Sete Cordas.

Em seus últimos anos de vida dava aulas de violão.

Morreu de pneumonia em 27 de maio de 2006 no Hospital do Andaraí. O corpo foi velado e sepultado no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Dino_7_Cordas"