Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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segunda-feira, 15 de março de 2010

Passeando

Cada neurônio morto
um certo gás químico

que alegra a mente
precipita a alma
castiga o corpo.

Posso agora mesmo
morrer engasgado
com minha saliva.

Ou logo ao sair
cair da escada
bater com a testa
na quina do corrimão metálico.

Seria fatídico
até patético

mas não assombroso
quando se percebe

que o passado é estrume
as minhocas engordam
os peixes dançam.

Tolo é aquele
que ousa,
ao anoitecer,

andar sobre o telhado
sem fazer ruídos
à procura de estrelas.

Talvez com a morte súbita
porém crônica
dos meus neurônios

encontre o elo perdido
entre meu tênis branco
e o cadarço sujo.

Juca de Oliveira



Juca de Oliveira (nascido José de Oliveira Santos em Itapira, 16 de março de 1935) é um ator e dramaturgo brasileiro.

Filho de Antônio de Oliveira Santos, cuja profissão era fazer "rolo", como diz brincando Juca, o filho famoso, que é trocar cavalo por burro etc. Juca estudou em São Roque e posteriormente se mudou para a capital do estado, onde entrou na Faculdade de Direito. Fez também um teste vocacional, em que ficou sabendo que sua inclinação era ser ator. Aquilo o empolgou tanto, que ficou sabendo da existência da Escola de Arte Dramática de São Paulo e nela ingressou. Não demorou muito para que desistisse de Direito, para se dedicar à profissão de ator. Conheceu ali Aracy Balabanian, Glória Menezes, e vários outros, que seguiram com ele a profissão que escolheram.

Começou então pelo teatro. Entrou logo para o famoso TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), onde fez inúmeras peças, como: "O Semente" , "O Pagador de Promessas", "A Morte do Caixeiro Viajante" . Passou para o revolucionário Teatro de Arena, e ali fez: "Eles não usam Black-Tie" , "O filho do cão", de Gianfrancesco Guarnieri, entre outras. Na época militava politicamente, Era de esquerda comunista, e por isso se auto-exilou na Bolívia. Na volta, se ligou à TV Tupi de São Paulo. E começou a fazer inúmeros TV de Vanguarda e TV de Comédia, na época dirigidos por Benjamin Cattan. Fez "Essa noite se improvisa" , "Em moeda corrente do país", tendo como parceira Vida Alves. E aí aconteceu o sucesso extraordinário da novela "Nino, o Italianinho" de Geraldo Vietri.

Passou para a Rede Globo e recebeu consagração nacional, como um dos maiores atores do Brasil. Jamais, porém, deixou de fazer teatro, sua grande paixão. Montou companhia própria e aí descobriu sua outra grande vocação, a de autor teatral. As casas estiveram sempre lotadas, quando Juca de Oliveira montou "Meno Male", "Hotel Paradiso", "Caixa Dois". Essas são comédias, o que não era esperado, pois como ator, Juca é dramático.

Nas 60 peças em que atuou como ator, fez quase sempre o papel central, aquele que dá a linha mestra à história encenada, e que por isso sempre são os personagens mais pesados. Casado pela segunda vez, na primeira com Cláudia Mello e na segunda com Maria Luiza, há 23 anos. Sua filha Isabel estuda Biologia e também é fazendeira e cantora. Juca de Oliveira diz que adora a "tribo artística", que pode ser "estigmatizada", como ele diz, mas à qual tem muito orgulho de pertencer. E agora está pensando em entrar na sua "essência caipira", e a transportar para o teatro.
wikipédia

Bruno Barreto



Bruno Barreto (Rio de Janeiro, 16 de março de 1955) é um cineasta brasileiro. Foi casado com a atriz Amy Irving, ex-esposa do cineasta americano Steven Spielberg.

Teve seu primeiro longa-metragem, Tati, a Garota, financiado por sua avó, Lucíola Villela e foi um dos produtores do filme Menino do Rio, crônica sobre um grupo de adolescentes cariocas que vivem à beira-mar.
Começou a tomar gosto pelo universo cinematográfico em casa, filho de Lucy e Luiz Carlos Barreto, fundadores da Produtora LC Barreto, responsável pela produção e co-produção de filmes de grande sucesso nacional e internacional já há mais de 40 anos em atividade no país. Dessa forma desde pequeno já demonstrava intimidade com a câmera ao realizar diversos curtas-metragens.

Sua atuação como diretor veio aos 19 anos, quando dirigiu Dona Flor e Seus Dois Maridos, com Sônia Braga ao lado de José Wilker e Mauro Mendonça.

Ao combinar humor e sensualidade com doses certas, contou a história baseada no romance de Jorge Amado, e como resultado foi um grande sucesso nacional e reconhecido pela crítica, e com essa obra o diretor ganhou o Kikito de melhor diretor no Festival de Gramado de 1977. Lançado em 1976, Dona Flor se transformou no maior sucesso nacional de público com doze milhões de espectadores, só perdendo a liderança na década de 90 com o lançamento do longa-metragem Titanic, observe-se que apesar de um grande número de público a arrecadação não atingiu 10% do faturamento do filme Titanic.

Morou por nove anos nos Estados Unidos, estreou como diretor em Assassinato Sob Duas Bandeiras em 1990, estrelado por Amy Irving, sua esposa na época. Em seguida, dirigiu O Coração da Justiça em 1992. Três anos mais tarde ele trabalhou novamente com Amy Irving no drama romântico Atos de Amor.

Em 1998, filmou Entre o Dever e a Amizade, com Stephen Balwin.

Em 1996, volta para o Brasil para dirigir O Que é Isso Companheiro?, com grande elenco formado por Fernanda Torres e Pedro Cardoso, entre outros. Foi indicado ao Oscar na categoria Melhor Filme Estrangeiro.

Ao retornar à cidade natal filmou e dirigiu a comédia romântica Bossa Nova em 2000, tendo o Rio e a música popular brasileira dos anos 60 como elementos centrais da história e contando com talentos como Amy Irving, Antônio Fagundes, Drica Moraes e Débora Bloch. O longa-metragem representou o Brasil como "Hors Concurs" no Festival de Berlim no ano 2000.
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wikipédia

Por Geraldo Urano



Um rostinho bonito escondendo um intelecto presunçoso é a maior chaga da humanidade. Os donos do mundo são bonitinhos e casam-se entre si. O campo estar aberto para os destruidores e dominadores. Na fauna selvagem não há lugar para o homem. Ele é muito cruel. A beleza e a prepotência andam de mãos dadas. O balão da dominação explodirá em pleno ar. As serpentes com lã de carneiro povoam o mundo. Os bons continuam sofrendo as dores de Cristo. Mundo cavalheiro de aves de rapina. A pilantragem dos ímpios e a picaretice dos felizes. Os acomodados ocupam e dominam todas as posições; monopolizam e se escravizam, comem, chupam e lambem todo o dinheiro do mundo. Na madrugada do mundo os cheios de si mesmos conspiraram contra os que têm Deus. Aviões carregados de lantejoulas e bugigangas riscam os céus e o meu nariz. A televisão é um jardim e a petulância, sua flor. Mas a miséria humana é cheia de pedras preciosas. As formigas são tão ociosas. Elas bebem gotinhas de sangue por todo o meu corpo; deixam a bandeira do Brasil pelada.

Por Geraldo Urano



O homem é um animal que se acalma rápido: basta não querer ser melhor do que ele. Liberdade não se discute. Esse tubarão chamado homem, esse galo de briga, é infinitamente maior do que ele mesmo. O que o homem é, está muito além do que ele pode fazer. A civilização bebe petróleo e fala mal dos cachaceiros da esquina. Ninguém está dentro de ninguém. Toda terra é sagrada, e todo povo, escolhido! Toda manhã, principia; todo entardecer, acalma; toda noite, propicia. As vacas ficaram inteligentes, tomando o lugar das mulheres, e os homens passaram a dar leite. O mar apodrecera e sobre ele flutuava a lua, qual canoa furada. Foi quando as crianças começaram a falar línguas estranhas, a demonstrar poderes nunca antes concebidos. Naves cor-de-rosa pousavam, espalhando uma música linda pelo ar. Mulheres de cabelos vermelhos, outras de cabelos azuis, surgiam do nada. Sete arco-íris surgiram no céu e o espírito de todos os animais apareceu. E logo um maior do que ele se avistou. E outro ainda maior. Seria o espírito das estrelas? Foi quando apareceu são francisco, tocando os grandes sinos de ouro de uma catedral que apareceu no céu. E ele entoava, com muitos anjos, um aleluia. Aí eu acordei. Estava em uma festa e alguém me estendia um copo de cerveja.

Por Geraldo Urano

Aquela adolescente de olhos negros chamada América do Sul, deixou o coração-poeta do velho Mao Tsé-Tung a delirar. Apenas o prateado vento polar presenciou o diálogo.

O Silêncio é um pedacinho do céu que desce até o ser humano.

(E.Psichai)
foto: Mônica Cabral

Cores em festa - por Ana Cecília S.Bastos





O meu fotógrafo favorito,Mário Vítor , meu filho querido, acaba de ter suas fotos aceitas na XV Bienal de Arte Fotográfica em Cores. A "Pisciana" (primeira à esquerda) ganhou menção honrosa.

Dias de cores e corações em festa!

Maiores detalhes no endereço: http://www.flickr.com/photos/mvitor/1863478957/

Passante - por Ana Cecília S. Bastos





por vezes quedo-me hirta
imitando os passantes

a chuva chove a si mesma e eu
desespero-me de ser


Sem título. Foto de Mário Vítor.

Nostalgia do deserto - por Ana Cecília S. Bastos







Porque é preciso comentar a visão do mar hoje.

Ver o mar, ouvir o mar, gratuitamente.
Sem pressões de ter que caminhar para exercitar-se ou ficar saudável ou purgar-se pelos excessos cometidos - tudo a mesma coisa, afinal.
Sem pressões do tempo curto, de voltar para compulsoriamente concluir um trabalho, de voltar -vigilantes patéticos - antes que o sol esquente demais, cumprindo a sina e o ritual de temer os raios solares e o câncer e a destruição do planeta. Cronometramos a exposição ao sol, evitamos a dor de cabeça, agendados no vídeo que nos monitoriza sem cessar.
Tudo isso é insuportável.

Importa ver os peixinhos, deixar estar, descobrir um caramujo enorme fora de seu invólucro, seus tentáculos/ventosas envolvendo as plantinhas na busca do alimento, parar, fazer sua analogia da deglutição, cercar novamente as plantinhas...


E viver o deserto do mar, a solidão do homem no mar.
Sem palavras.

Verdes Mares. Foto de M.Vítor

Raio - por Ana Cecília S.Bastos







Em Brasília, a chuva era açoite,
a cidade atônita.



Raio. Foto de Joselito Britto (outubro de 2007).

Azul sem fim - por Ana Cecília S. Bastos



Na calada da noite,
esboço um frágil exercício de recolher palavras,
escritos extraídos do silêncio.

Fluxo que acontece à minha revelia,
enquanto pastoreio nuvens,
deserta de mim,
ausente do concreto.

O chão, impossível sempre.
O infinito que salva.

Azul-sem-fim. Foto de Mário Vítor.

A poesia de Ana Cecília S. Bastos






Olhos alados.
Palavras sem trégua.
Mas não escrevo, poesia distante.
Meu manuscrito circulando.
Leitores reticentes.
Dentro de mim o dragão, olhos alados.

Sou um continente e seus rios que correm, mansos e em fúria.
Sou as palavras desatadas quando algo me desperta, algo
gratuito e fortuito disperso
em algum atalho,
eu sem caminhos.

Apenas um caminho, e eu distante.
Rios fluem mansamente.
Persisto no erro, furiosamente.
Rios fluem, e sou eu.


Perco a palavra e o destino.
Só o amor de Deus me salva,
a mim,
que não fiz por merecer.

Remando contra a corrente. Foto de Mário Vítor.

Versos soltos - Socorro Moreira


Suporto o calor
A ausência do amor
Alegria de existir,
enquanto a vida se escoa,
e o dia não chega de partir.

.
Tenho a inquietude
Das almas perdidas
Tenho a tolerância
Das almas vadias
Espero a noite
Estrelas do dia
As que o céu esconde
Guardam fantasia

.

Meu amor tá pronto
Pra qualquer instante
Fugaz e estranho
É meu desencanto
Mas por um instante,
Meu momento vive!

.
Espero um trem,
Na estação vazia
Um vôo atrasado,
Um pneu furado
Um galope louco,
Num cavalo bravo...

.
E as noites teclam
Desesperançadas
Alegrias, festas
Já mortificadas

.
E o meu coração que saiu do peito?
E cadê a morte que não vi primeiro?
Estou aqui nesse santuário
Esquecendo os sonhos
(Os que eu não alcanço...)
Dentro de mim
Vivem sem descanso
E você em mim,
Vive por inteiro!

Uma frase com 2064 anos ... - Colaboração de Edmar Cordeiro


Uma frase com 2064 anos...


Não reeleja político algum para cargo que esteja ocupando.

Nas próximas eleições, haverá renovação de 2/3 do Congresso.

Façamos uma faxina.

Nem esses, nem indicados por esses.

Não vote sem conhecer a história dos candidatos.

Não vote porque alguém pediu.

Se não tiver candidato limpo, vote nulo.

Pensamento para o Dia 15/03/2010



“Deus está presente em todos. Ele reside em cada coração. Então, não confine Deus a um templo, a uma mesquita ou a uma igreja. Onde está o homem, aí está Deus! Sem conseguir compreender isso, você critica os outros. Para superar esse hábito, pergunte a si mesmo: ‘Quem eu adoro?’ ‘Quem estou criticando?’ Deus está presente em todos. Então, quando você critica os outros, isso resulta em criticar-se. Quando ama os outros, você ama a si mesmo. Não importa quem você critique, isso alcança Deus; quem quer que você difame, também estará difamando Deus (Sarva Jeeva Thiraskaaram Keshavam Pratigacchati). Quem quer que você cumprimente, essa saudação alcança Deus (Sarva Jeeva Namaskaram Keshavam Pratigachchhati).”
Sathya Sai Baba

QUINTA-FEIRA TEM FORRÓ DE PRIMEIRA

O Pranto e a Flor


Não há mais pranto.

Quando as lágrimas que me restavam
cristalizaram,
sob a luz tênue, constante e constelar das estrelas.

Enxergando o que já fui,
meu olhar busca o que ainda não sou.
Os momentos passados integram-me no presente.
Revivências de outrora permeiam minha memória
e procuro a flor da maturidade em si.

Como encontrar a lua cheia dentro de mim?

Concentro a força do pensamento
em um lamento de sofrer intenso.

Na travessia da mudança interna
Em companhia da Natureza,
não me sinto só.

Conforto-me,
aguardando o tempo de amadurecer.
O fruto da flor,
O verso autêntico, firme e claro,
nascido do universo do Eu interior.
                               
                                                         Lua Nova, 15 de março 2010.

(Texto escrito por Ceci
e imagens do site http://www.flickr.com/)


Palma

- Claude Bloc -
.. (por do sol na Lagoa da Fazenda - Sobral)

.
Este poema emergiu da noite
da essência dos meus sentimentos
... e me levará pelo tempo
com olhos livres e límpidos
até a margem de meus sonhos .

A noite se confundirá
com os assovios do vento
com o rumor dos mares
e encontrará descanso
nas areias claras
onde me deito
e onde o sol da manhã
procura se estender a cada dia.

Este poema morará inteiro
dentro de mim
e mesmo nas tardes lisas e eternas,
ele voará com suas asas brancas
por sobre meus pensamentos
até voltar à noite, em silêncio,
ou quando puder encontrar
um cais seguro,
uma mão aberta e na palma
tua lembrança.
.
Texto e foto por Claude Bloc
.