Porque é preciso comentar a visão do mar hoje.
Ver o mar, ouvir o mar, gratuitamente.
Sem pressões de ter que caminhar para exercitar-se ou ficar saudável ou purgar-se pelos excessos cometidos - tudo a mesma coisa, afinal.
Sem pressões do tempo curto, de voltar para compulsoriamente concluir um trabalho, de voltar -vigilantes patéticos - antes que o sol esquente demais, cumprindo a sina e o ritual de temer os raios solares e o câncer e a destruição do planeta. Cronometramos a exposição ao sol, evitamos a dor de cabeça, agendados no vídeo que nos monitoriza sem cessar.
Tudo isso é insuportável.
Importa ver os peixinhos, deixar estar, descobrir um caramujo enorme fora de seu invólucro, seus tentáculos/ventosas envolvendo as plantinhas na busca do alimento, parar, fazer sua analogia da deglutição, cercar novamente as plantinhas...
E viver o deserto do mar, a solidão do homem no mar.
Sem palavras.
Verdes Mares. Foto de M.Vítor
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