Cada neurônio morto
um certo gás químico
que alegra a mente
precipita a alma
castiga o corpo.
Posso agora mesmo
morrer engasgado
com minha saliva.
Ou logo ao sair
cair da escada
bater com a testa
na quina do corrimão metálico.
Seria fatídico
até patético
mas não assombroso
quando se percebe
que o passado é estrume
as minhocas engordam
os peixes dançam.
Tolo é aquele
que ousa,
ao anoitecer,
andar sobre o telhado
sem fazer ruídos
à procura de estrelas.
Talvez com a morte súbita
porém crônica
dos meus neurônios
encontre o elo perdido
entre meu tênis branco
e o cadarço sujo.
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