Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 25 de maio de 2011

No parlamento inglês Obama fez o reconhecimento - José do Vale Pinheiro Feitosa

Quem assistiu ao noticiário da tarde ou assistirá ao da noite de hoje, 25 de maio, ouvirá uma notícia histórica. O primeiro presidente de uma república a falar no parlamento Inglês local antes franqueado apenas à monarquia inglesa.

O presidente Obama falou para os representantes do povo inglês. Só que o importante da matéria não é bem o fato, embora demonstre a angústia de um tempo anglo-saxão. O importante da matéria, ouvirão, é Obama afirmar a hegemonia Americana e Inglesa e dos seus aliados europeus em face da movimentação dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

É possível que o jornalismo brasileiro se amue no costumeiro complexo de vira lata. Fique fazendo sinais de que o poderoso do mundo puxou as orelhas do Brasil. Pois é, antes os Beatles nem vinham ao Brasil e, no entanto, Paul teve vida nesta semana no Rio. Pois o poderoso do mundo, Obama que mata, citou o Brasil e seus aliados como pólo adverso ao mundo anglo-saxão.

Agora ao resultado: hoje o presidente do EUA reconheceu o que nunca antes fora reconhecido, existem dois pólos no mundo. Os velhos rapinadores do colonialismo, do neocolonialismo e do imperialismo enfrentando as ex-colônias agora com alguma condição de ditar regras também.

E o mais importante do avanço histórico: antes os anglo-saxões enfrentavam um pólo socialista e quase perdem a Europa para este pólo, mas agora o jogo é dentro do capitalismo. Todos os pólos em disputa estão no campo capitalista. Aí a novidade é maior e os efeitos mais transformadores.

Maiores e transformadores por que não se trata de confrontos de modelos diferentes, mas de uma “luta” por mercados dentro da camisa de força do mesmo sistema. Como a mãe natureza já reclama e os códigos do mercado são livres para consumi-la, é de se esperar desta briga grandes efeitos e a busca desesperada por outro mundo.

Como a conquista do espaço sideral ainda é uma virtualidade de sonhos, não tem como na era do renascimento, do mercantilismo e do iluminismo conquistar outras terras em outros mares, só nos resta construir outro mundo aqui mesmo nas nossas relações humanas.

O frio chegou. Apr​oveitem os vinhos - Por Heládio Teles Duarte

Foto: Heládio Teles Duarte

DEGRADÊ


DEGRADÊ

Algumas preciosidades morrem baixinho, em degradê. Como morrem as tardes. Como morrem as flores. Como morrem as ondas. Quando a gente percebe, já é noite e o céu, se está disposto a falar, diz estrelas. Quando a gente percebe, as pétalas já descansam o seu sorriso no colo do chão. Quando a gente percebe, o canto da onda já enterneceu a areia. Muitas dádivas que nos encontram, que nos encantam, têm seu tempo de viço, sua hora de recado, e seu momento de transformação em outro jeito de lindeza.

A noite também é bela do jeito dela. As pétalas caídas viram húmus para fertilizar o solo que dirá a vez de outras flores sorrirem. A areia molhada conta a canção da onda e da sua acolhida terna para a nossa vida descalça. Lutar contra a impermanência da cara das coisas é feito tentar prender o azul macio das tardes, segurar o viço risonho das flores, amordaçar as ondas. É inútil.

Costumamos esquecer que não podemos impedir a mudança: tudo dança a coreografia sábia e implacável da impermanência. Mas a música daquilo que verdadeiramente nos toca com amor, não importa o quanto tudo mude - e tudo muda -, não deixa nunca mais de tocar e viver, de algum jeito, no nosso coração

Ana Jácomo: do BLOG anajácomo.blogspot.com

NUMA CASA DO SERTÃO - Por Mundim do Vale.

Nesse verso popular
Eu vou rimar as verdades,
Das coisas de utilidades
Que tem lá no meu lugar.
Se o leitor precisar
De arapuca, alçapão,
Canário e currupião
Eu dou a dica segura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Tem embrulho de farinha
Para botar na coalhada
E uma panela virada
Na entrada da cozinha.
Quando é de manhazinha
A mulher traz um caixão
Cheio do coco babão
Pra comer com rapadura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Tem casa de caboré
No reboco da parede
Quando um cai numa rede
Faz o maior rapapé.
O povo pensa que é
Um feitiço ou maldição
E roga a Frei Damião
Pra tirar a criatura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Um retrato desbotado
De um candidato a prefeito,
Um moinho com defeito
E um cachimbo apagado.
Uma carta de um cunhado
Chegada do Maranhão,
Esperando um cidadão
Pra decifrar a leitura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Um pote na cantareira,
Cambito no armador,
Chocalho no corredor,
Retrato na cristaleira.
Uma velha roçadeira
Comida da corrosão,
Fivela de cinturão
Com dois dedos de largura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Uma tifanga amarela
Numa porta estendida,
Toda suja e encardida
Que o caçula mijou nela.
Uma velha na janela
Fazendo uma oração
E uma moça no oitão
Procurando uma aventura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Gata parida na cama
Com os filhotes mamando,
O menor fica miando
Porque não alcança a mama.
Os maiores fazem trama
Pra desnutrir o irmão
E depois da confusão
Toma leite com fartura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Fumo de rolo, rapé,
Bico de pua, sovela,
Prato, colher e tigela,
Foice,facão e quicé,
Caco de torrar café,
Cabresto, mão de pilão,
Gato embaixo do fogão
Aproveitando a quentura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Tem na sala de jantar
Uma mesa de umburana,
Que uma vez por semana
O avô vem almoçar.
Tem máquina de costurar
Sendo daquelas de mão.
Mas quando tem precisão
Faz uma boa costura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Onde era o armazém
Temguarda-chuva encostado
Que a tempo não é usado
Porque a chuva não vem.
Desprezado tem também
Os dois tubos de feijão,
A madeira do portão,
Dobradiça e fechadura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Num buraco mora um rato
Com direito adquirido,
mas vem sendo perseguido
Pelo danado do gato.
O rato acha muito chato
Viver na perseguição
Mas o gato faz questão
De manter sua postura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Um velho pai de chiqueiro
Ainda dando o recado
E um carneiro cevado
Cochilando no terreiro.
Uma frango no poleiro
Olhando sem direção,
Sem saber por qual razão
Tem que dormir na altura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Rimei a variedade
Das coisas que o sertão usa,
Sei que ninguém me acusa
De faltar com a verdade.
Se o leitor é da cidade
Pode até não ter noção,
Mas o sertanejo irmão
Sabe que é verdade pura.
TUDO QUE A GENTE PROCURA
TEM NAS CASAS DO SERTÃO.

Mundim do Vale.

Questão de "CARÁTER" - José Nilton Mariano Saraiva

Um recém-nascido, terminantemente rejeitado pelo próprio (e aristocrático) pai, a ponto de não poder ostentar seu sobrenome; uma mulher, mãe-solteira, profissionalmente realizada, porém atormentada e solitária, pagando um alto preço (o exílio), por ter-se aventurado numa relação proibida: um homem já maduro, casado, e academicamente reconhecido, mas que, em função de conveniências políticas e, também, para salvar o próprio casamento, somente admite o adultério depois de pressionado, embora negue uma paternidade indesejada: uma esposa, traída e infeliz, que embora intelectual bem sucedida, é humilhantemente obrigada a conviver com a sombra de uma “outra”, numa forçada acomodação de interesses.
Em “A História Real-Trama de uma Sucessão”, de Gilberto Dimenstein (páginas 152-153), conhecemos, com detalhes, lances da relação extraconjugal entre o então Senador e futuro Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, com a jornalista global Mirian Dutra, mãe de Tomás, à época com oito anos de idade, produto de um equívoco, prematuramente órfão-de-um-pai-vivo.
O mais estranho, em tudo isso, foi a hermética blindagem, autêntica conspiração de silêncio, patrocinada pelos Diretores de Redação das principais revistas e jornais nacionais, conhecedores privilegiados da matéria, que sonegaram da população, às vésperas de uma eleição presidencial, tão preciosa informação, sob o débil e inconsistente argumento de NÃO se tratar de um “fato jornalístico”, embora numa outra eleição, por um fato semelhante, tenham enxovalhado com um dos candidatos (Lula da Silva), tornando-se partícipes ativos da mudança então verificada no rumo da história.
História, aliás, testemunha e reveladora do “caráter” de duas personalidades antagônicas: de um lado, um homem simples, humilde, pouco letrado, mas sensível e presente ao assumir o produto de uma relação adúltera, agregando-lhe o sobrenome; de outro, um homem nascido em berço-de-ouro, herdeiro de família tradicional, detentor de títulos e honrarias mil, mas insensível e incapaz de admitir e reconhecer o filho gerado, condenando-o a carregar apenas o sobrenome materno; e, ainda por cima, desrespeitando acintosamente a ex-companheira, ao insinuá-la uma mulher de múltiplos e vários homens, porquanto mãe de um filho de pai desconhecido (já que dele não era).
Questiona-se: pode um jornalista, ao bel-prazer, sustar indefinidamente a publicação de uma matéria de interesse coletivo, por “sugestão” de políticos influentes, como foi feito na ocasião ??? O que se constitui em um “fato jornalístico”, digno de ser levado ou não ao conhecimento público ??? Onde a ética jornalística, ditada por manuais e normas inflexíveis, pode determinar seja ele (o fato jornalístico), imputado aleatoriamente para situações idênticas ??? Até quando a liberação de verbas publicitárias por parte de um Governo determinará o escamoteamento da verdade, sob o pueril argumento de “falta de provas” ???
Com a palavra, os senhores Diretores da Redação.

Post Scriptum:
Texto elaborado em 19.04.2000. Posteriormente, depois de ser eleito e exercer a Presidência da República em duas oportunidades (de 1995 a 2002) e após o falecimento da esposa, só então – ufa !!! - FHC resolveu enfim reconhecer oficialmente Tomaz, agregando-lhe o sobrenome e destinando-lhe a “mesada” respectiva.
Questão de “caráter” (ou a falta de).

Taturana e a Ordem Divina - José do Vale Pinheiro Feitosa

Taturana acredita na ordem divina. Cada coisa que acontece no mundo é ligada a outras tantas que igualmente estão acontecendo. Entre um jornal velho e outro que junta para vender para reciclável, Taturana não apenas entende a ordem, como chega a ver uma linha tênue ligando todas as manchetes.

Mas Taturana isso não pode ser apenas a coincidência da ideologia dos editores e donos de jornais? Perguntei e ele me respondeu mais rápido do que a diarréia do Português: não deu tempo de pensar e nem de acender a luz e já estava todo breado.

Não senhor, tudo se liga mesmo, de verdade como minhas juntas ligam meus dedos! Veja ontem (a conversa é hoje, tá) o Netanyahu foi aplaudido de pé no Congresso dos Estados Unidos, o Código Florestal com aditivo e tudo do PMDB foi aprovado, o Pimenta da Veiga foi preso após 11 anos que deveria ter sido e os BRICS não estão gostando de levar um FMI dos Europeus.

Taturana! Mas que retalho mais doido é este teu? Não existe uma única coincidência que não seja as manchetes terem acontecido no mesmo dia. Não existe ordem nenhuma nisto.

Ele deu um murro no papelão que dobrava e terminou, com esta força, de dobrá-lo para melhor acomodá-lo no seu carrinho de feita. Terminou de aplicar a força e seu olhar veio fulminando em direção à minha observação.

É a classe cidadão! Eu e tu, por exemplo. Um na rua comendo cada dia o que colhe naquele dia e tu com este ar gordo de quem tem guardado para comer por muitos anos.

Que é isso Taturana? Tu estás me estranhando? Por falta de argumento está querendo me agredir?

É a classe mesmo! É a divisão da humanidade em classes! Os israelenses são da classe alta e os Palestinos da baixa; os grandes donos de terra levantaram a poeira e esconderam o individualismo do pequeno agricultor; o Pimenta da Veiga é a prova de que rico só paga prisão no juízo final e os BRICS não agüentam mais o FMI do Europeus por que sabem quem paga a conta na entrada e na saída.

Mas Taturana assim tudo pode ser explicado. Basta hierarquizar os eventos e tudo se explica não pela ligação entre eles, mas pela hierarquia.

Tá bem! Então acabe com a hierarquia para ver o que acontece? Outras coisas acontecerão no mundo, mas não estas.

O Netanyahu nem existiria pois há muito que haveria paz na Palestina, as Florestas e as plantações existiriam por equilíbrio e não por pressão dos negócios, o Pimenta da Veiga nem ousaria matar pois não haveria impunidade de classe e o FMI nem existiria, pois nações também não. Apenas nós assim como conversamos agora embora não concordemos em nada do que dizemos um ao outro.

Classe? Isso é coisa do passado. Isso morreu com o muro de Berlim.

Ia com o meu resmungo me afastando do olhar convicto do Taturana quando pisei na merda que o rapaz que passeia com oito cachorros de madame havia deixado para as minhas sandálias franciscanas se atolarem até a soleira do pé. Era uma merda de classe.

PROJETO FIM DE TARDE DE VOLTA AO CARIRI


A Sertão Pop Produções está trazendo de volta o projeto "FIM DE TARDE". A idéia é retomar os benefícios que o horário diferenciado desse projeto nos proporciona. Além de termos mais tempo para curtir a noite de sábado, esse projeto visa também se adaptar aos novos rumos que os eventos estão tomando por conta dos horários que a SEMACE está liberando.
Para esta edição, contamos novamente com o auxílio luxuoso das bandas NIGHTLIFE E LOS THE OS, que prometem fazer um fim de tarde bem gostoso para todos, assim como também gostoso é o local do evento, o TERRAÇUS - Bar e Petiscaria.
Naturalmente será um FIM DE TARDE e início de noite maravilhoso!

SERVIÇO

FESTA FIM DE TARDE
Música ao vivo com as banda Nightlife e Los The Os
DATA: 28/05/2011 - A partir das 17:30h
LOCAL: Terraçus Bar e Petiscaria - (AV. PEDRO FELÍCIO CAVALCANTI - TRIÂNGULO DO GRANGEIRO)
INFORMAÇÕES: (88) 9666.9666 ou 8824.2131