Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 29 de junho de 2012

URCA lança edital para inscrições de propostas artísticas do III Palco Sonoro da URCA/BNB, na ExpoCrato 2012


A Reitora da Universidade Regional do Cariri (URCA), Professor Otonite Cortez, nomeou Comissão do Stand da Instituição, na ExpoCrato 2012. A URCA torna público edital para inscrições de propostas para seleção de espetáculos artísticos, visando a montagem da Programação do III Palco Sonoro da URCA/BNB, que se realizará das 18 horas às 22 horas, no período de 10 a 14 de julho de 2012. O Espaço, desde que foi criado, passou a ser um dos locais mais atrativos do parque durante a festa, aos que buscam apresentações alternativas e de qualidade artística, com ênfase aos artistas da região.  A coordenação geral da comissão estará a cargo de Marlene Menezes de Sousa, e como coordenador de Palco Interativo, o Professor do Departamento de História da URCA, Carlos Rafael Dias.

Veja abaixo edital na íntegra para seleção dos espetáculos artísticos:

EDITAL DE SELEÇÃO DE ESPETÁCULOS ARTÍSTICOS PARA O III PALCO SONORO URCA/BNB

A Comissão do Stand da Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Coordenadora Geral, MARLENE MENEZES DE SOUSA e o Coordenador de Palco Interativo, CARLOS RAFAEL DIAS, nomeados pela portaria nº 269/GR, torna público o presente Edital que se destina à inscrição de propostas para seleção de espetáculos artísticos visando a montagem de programação do III PALCO SONORA URCA/BNB, que se realizará entre as 18 e 22 horas do período de 10 a 14 de julho de 2012, no Stand da Universidade Regional do Cariri – URCA, durante a realização da Expocrato 2012, em Crato, Ceará.

As normas, critérios e requisitos necessários à participação no Edital são os seguintes:

1. As propostas de espetáculos deverão se coadunar com a temática central do Palco Sonoro URCA/BNB: As múltiplas formas de interpretar a música de Luiz Gonzaga (Tributo ao Centenário de Nascimento do Rei do Baião).

2. As propostas de espetáculos deverão se inscrever no link do III Palco Sonoro URCA/BNB, localizado no site www.urca.br, ou pessoalmente na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário – PRODUN da URCA, localizada na rua Cel. Antonio Luiz, 1161, Pimenta, Crato, Ceará, no de 28/06 a 3/07 de 2012. As inscrições na PRODUN-URCA deverão ser efetivadas no horário das 8 às 12 horas e de 14 as 17 horas. O resultado da seleção será divulgado no dia 6 de julho de 2012, através do site da URCA e por outros meios disponíveis.

3. As propostas deverão conter material de áudio e/ou vídeo com uma amostra do espetáculo, além de uma fotografia e de um release e/ou currículo do evento. Este material deverá ser enviado para o e-mail palcosonoro@gmail.com ou entregue diretamente no endereço especificado no item 2. Os inscritos que enviarem o material por e-mail deverão assegurar-se do seu efetivo envio. Para tanto, devem checar o recebimento de um e-mail da Coordenação do Palco Sonoro URCA/BNB acusando a recepção do material ou manter contato com a referida Coordenação, através do telefone (88)8813.0213 ou (88)3521.2832.

4. As propostas de espetáculos deverão ter a duração de uma hora, sem tolerância para menor ou maior duração.

5. Os espetáculos selecionados, no máximo de 20 serão programados para horário e dia determinados a critério da Coordenação do Palco Sonora URCA/BNB. Não haverá mudança da programação divulgada, salvo conveniência da Coordenação e com consentimento dos responsáveis dos espetáculos alvos dessa mudança.

6. Os espetáculos selecionados e efetivamente realizados, conforme normas, critérios e requisitos constantes deste Edital receberão uma ajuda de custo no valor de R$ 540,00(quinhentos e quarenta reais), já descontados os encargos e taxas de praxe. O pagamento da ajuda de custo será feita de acordo com previsão divulgada pela Fundação de Desenvolvimento Tecnológico do Cariri – FUNDETEC, situada na rua Teófilo Siqueira, 734, Pimenta, Crato, Ceará.

7. No ato de assinatura de contrato de compromisso para realização dos espetáculos, será divulgado e entregue aos responsáveis dos espetáculos o documento NORMAS DO PALCO, que regulamentará todo o procedimento da apresentação dos eventos artísticos.

Crato (CE), 27 de junho de 2012.

MARLENE MENEZES DE SOUZA                            CARLOS RAFAEL DIAS
COORDENADORA GERAL                      COORDENADOR DE PALCO INTERATIVO

Fonte: Assessoria de Comunicação da URCA

quinta-feira, 28 de junho de 2012

AGENDA CARIRIENSE DE ESPETÁCULOS ARTÍSTICOS – 28/06 a 01/07


Dia 28/06 (Quinta-feira)
Espetáculo Vórtice, com a Allyson Amancio Cia.de Dança e grupo Zabumbeiros Kariris (com coquetel de lançamento do CD com a trilha do espetáculo)
Horário: 20h00
Local: SESC Crato (Rua André Cartaxo)

Cordel no Cariri (60 Anos do Banco do Nordeste), com o poeta  João Bandeira
Local: Largo da Igreja do Rosário (Barbalha - CE).

Dia 29/06 (Sexta-feira)
Tributo a Luiz Gonzaga, com o grupo Zabumbeiros Kariris
Horário: 20h00
Local: SESC Juazeiro (Rua da Matriz, 227)

Rock cordel, com a banda Hostile Inc (Fortaleza)
Horário : 19h30
Local: Centro Cultural BNB Cariri (Rua São Pedro, Juazeiro)

Arraial no centro
19h30: Apresentação da Quadrilha Princesa do Cariri (Crato)
20h30 Apresentação da Quadrilha Arraiá do Patativa (Assaré)
21h30 Show com o Grupo Aluizio do Acordeon (Crato - CE). 60 min.
Local: Largo da RFFSA (Crato)

Dia 30/06 (Sábado)
Música vocal com Juliana Roza (Fortaleza)
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural BNB Cariri (Rua São Pedro, Juazeiro)

Dia 01/07 (Domingo)
Show do Al Capone Tá É Bebo
Horário: 17h00
Local: Antigo Skate Park (Vila Alta, Crato)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O estilo de Miguel Costa Barros:



 A rapadura do Cariri

(Excertos do capítulo “Itaiçaba e Crato” – páginas 38 a 41 do livro “Itaiçaba”
--  publicado em 1995 --  de autoria  do professor Miguel Costa Barros).
 


Dizem: “Quem bebe a água de Crato vem aqui de novo”. Longe de mim afirmar o contrário. Experimentei, na própria pele, a força desta sentença. De modo diferente. Sem vir a Crato, ainda menino, já saboreava a doçura cratense, a inolvidável rapadura do Cariri (...)

No caminhão Chevrolet, seu Joaquim Romão vinha comercializando sal, os produtos de sua padaria e outros negociáveis, de aceitação por aqui (...) Quando estirava a trajetória até Crato, daqui saía com carrada completa de rapadura. Ia negociando-a pelo Médio e Baixo-Jaguaribe. Porém ficava reservada uma partida para Passagem de Pedras. Nós a conhecíamos por rapadura do Cariri. Impunha-se pelo seu peso e dimensões. Grande, larga, alta. Chamava atenção a sua altura de quatro dedos. Não era preta nem loira. Digamos mulata. Sabor e doce ímpares.
hoje os mais velhos perguntam pela rapadura boa do Cariri. Com tristeza, tenho que responder que a Usina Manuel Costa Filho e alguns engenhos usam a cana para açúcar e cachaça. Talvez uns seis engenhos produzam rapadura, misturada com açúcar de má qualidade, prática que descaracterizou a renomada rapadura do Cariri. Que espetáculo de sabor e cheiro que tinha (...).

Faz tempo, por conseguinte, que conheço a rapadura do Cariri. Desde cinco a seis anos de idade”.

domingo, 24 de junho de 2012

São João Batista -- por Mons. Vitaliano Mattioli (*)


CRATO, 24 de junho de 2012 (ZENIT.org) - Como no céu estão muitas estrelas de varios tamanhos e luminosidades, assim entre os santos estão alguns que brilham de uma luz mais intensa. Um destes é São João Batista. Jesus disse falando dele: “Em verdade eu vos digo: entre todos os nascidos das mulheres, não surgiu quem fosse maior que João Batista” (Mt., 11, 11).
Ele constitui o fim de uma época e o início duma outra, o ponto de encontro na historia do mundo: é o ultimo profeta do Antigo Testamento e o que iniciou o Novo apresentando o Cristo como o Messias esperado. O mesmo Jesus o chama de limite quando diz: “A lei e os profetas até João Batista” (Lc, 16,16).

A sua existência pode ser dividida em três etapas, que exprimem a sua semelhança com o Cristo. Por primeiro o encontro com Jesus antes de nascer. Duas mulheres se encontram; duas parentes: Maria, jovem, grávida de Jesus; Isabel, sua prima, idosa mas também ela grávida de João. Dois meninos ainda não nascidos que misteriosamente se encontram e se reconhecem. João ainda não fala, mas a sua mãe experimenta no seu corpo o relacionamento dos dois meninos: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc., I,41). A vocação de João pode-se comparar com a vocação dum outro grande profeta: Jeremias. Ele diz: “Veio a mim a palavra do Senhor: antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia; antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações” (Jer., I, 4-5). Nesta visita a presença do menino Jesus santifica o menino João e o elege consagrando-o para monstrar ao mundo o Messias.

A segunda etapa é um outro encontro. Todos dois agora têm 30 anos. Jesus inicia a sua missão e para João chegou o momento de apresentar o Messias esperado: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo., 1, 29). É o ponto mais alto da missão de João, mas tambem o momento da sua eclipse, da sua descida. A sua missão está para terminar. Admiramos a grande humildade junta à verdade. Não ha sedução de poder ou de interesse que tenha força de obscurecer a luz de sua consciência. Quando as pessoas perguntaram : “Quem es tu?”, ele com muita honestidade respondeu: “Eu não sou o Cristo. Eu sou a voz de quem grita no deserto” (Jo. 1, 19-23). Não era ele a luz; ele devia somente testemunhar a luz verdadeira. Diz o evangelista João: “Veio um homem, enviado por Deus, seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz” (João, 1, 6-7).

Ele era uma pessoa muita querida; muitos discipulos escutavam com devoção as suas palavras. Mas agora que Jesus inicia a sua missão ele convida o povo para escutar a palavra de Jesus. Ele era somente uma voz; Jesus ao contrario era a Palavra de Deus. Ele deve ir embora. A sua missão está terminada. Por isso diz: “É necessario que Ele cresça e eu diminua” (Jo. , 3,30).

A voz se faz muda. Em redor dele se faz o silêncio, que se conclue com o silêncio do cárcere.

A terceira etapa. A identificação com Cristo no testemunho e na morte. Jesus em frente a Pilatos disse: “Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade” (Jo., 18,37). Por isso foi condenado a morte. Tambem João chegou no mundo para testemunhar a verdade, que o único Messias é o Cristo. Mas tambem para testemunhar a verdade moral. Ao rei Herodes disse claramente: o teu comportamento não é conforme à moral natural. Por isso foi conduzido na prisão e matado, martire da verdade. Com a sua morte João preanuciou a morte de Jesus, que ofereceu a sua vida para testemunhar a verdade da sua divindade.

A voz de João ressoa até hoje. A sua mensagem tem uma grande atualidade.

O fim da sua vida foi de apresentar o Jesus como o Cristo, o Messias. Tambem hoje o povo deseja conhecer o Cristo. Mas precisa que alguem mostre o Cristo. Como cristãos comprometidos, São João nos convida a ser testemunhos de Cristo; mostrar o Cristo na sua totalidade, sem vergonha. Hoje o mundo precisa de Cristo, da sua pessoa, da sua doutrina, do seu carinho, do seu perdão. Esta é a nossa missão como batizados e como crismados: testemunhar Cristo e a sua doutrina na sua totalidade, sem medo.

Como João na realização desta sua missão encontrou a alegria e a felicidade, assim nós podemos chegar à verdadeira paz do coração somente vivendo integralmente a nossa realidade cristã.
João evitou qualquer compromisso com a verdade, com as exigências morais. Até a morte. Hoje se diz que a mensagem de Cristo, apresentada pela Igreja, é dura, que não é possivel escutá-la e pratica-la. Não devemos cair nesta tentação. Como João, tambem nós devemos ser coerentes e apresentar com a nossa vida a beleza da moral cristã, que não é uma moral de opressão mas de libertação. É a palavra de Cristo que nos liberta. A pertença ao Senhor requer o sentido profundo de referência e reconhecimento. Precisa coragem de fazer rupturas. Devemos recuperar a nossa personalidade e ter a força de monstrar a verdadeira autonomia, isto é viver um cristianismo integral. Sem medo. São João nos ofereceu o exemplo; nós devemos imitar-lo.

São João parece perder enfrente à violência do tirano Herodes. Ele pensava que matando o profeta tinha a capacidade de parar a sua voz. Mas na verdade tambem o tirano faleceu e permanece mudo. Ao contrario a voz e a mensagem de João ressoa tambem hoje e continua para sempre. A violência e a maldade nunca podem vencer. No final a verdade vence sempre. Os cristãos hoje são perseguidos; a Igreja parece morrer. Mas isso não é possivel. São João nos exorta: Não tenhais medo. Cristo é o vencedor. Ficais juntos com Ele e tambem vós como eu, sereis os vencedores.

***
(*) Monsenhor Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e no Pontificio Instituto São Apollinare de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Depois de sua aposentadoria na Itália, fixou residência na cidade de Crato, Brasil onde é missionário Fidei Donum na Diocese de Crato.

Obs- A ZENIT, com sede em New York (EUA) é uma agência de notícias internacional sem fins lucrativos integrada por uma equipe de profissionais e voluntários convencidos da extraordinária riqueza da mensagem da Igreja Católica, em particular de sua Doutrina Social, como luz para compreender a atualidade.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O dia que o Brasil foi consagrado ao Coração de Jesus (por Armando Lopes Rafael)


Pouquíssimas pessoas conhecem este fato, já que na putrefação moral e decadência administrativa a que lançaram o Brasil, ele é propositadamente esquecido. Sequer é eventualmente divulgado. Era o dia 24 de julho de 1955.
Na cidade do Rio de Janeiro, ocorria o encerramento do 36º Congresso Eucarístico Internacional. (foto ao lado) Diferente de hoje, a população brasileira – àquela época -- era quase totalmente católica. E, por iniciativa das nossas autoridades, ocorria na então capital brasileira (só em 1960 a capital seria mudada para Brasília), a solenidade do “Ato de Consagração Cívica Nacional do Brasil ao Sagrado Coração de Jesus”.

Para tanto, um documento, com a assinatura de 58 senadores, 250 deputados federais, 55 ministros (do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior do Trabalho, do Tribunal de Recursos, do Superior Tribunal Militar e por 60 vereadores que representavam o povo do Distrito Federal) pedia o reconhecimento da realeza divina de Jesus Cristo e a consagração do Brasil ao seu Sagrado Coração.
Eis os termos desta consagração:

“Coração Eucarístico de Jesus, Coração do Homem-Deus, Coração de Cristo Rei, Salvador da humanidade, Senhor dos senhores, Juiz Supremo dos indivíduos e das Nações. Nós, como legítimos representantes do povo brasileiro, aqui vimos entregar-Vos os destinos da nossa Pátria, que vos foi consagrada pelo episcopado Nacional em presença do Chefe do Governo, no alto do Corcovado.

“Neste momento culminante de nossa história, atendendo ao apelo de milhares de vozes, no mais alto plebiscito de Religião e Patriotismo, vimos ratificar esta consagração ao Vosso Divino Coração.

“A Vós consagramos todos os Estados e Territórios do Brasil com suas riquezas naturais, suas empresas e realizações, suas riquezas materiais, seu patrimônio espiritual e moral.

“Reinai em nossos lares, santificando todas as famílias desde a mais abastada até as mais pobres.
“Reinai em todas as atividades dos homens. Sede a luz dos homens de estudo, a defesa da Pátria pelas Forças Armadas, a sapiência dos Legisladores, a justiça dos Magistrados, a orientação do Governo.

“Agradecemos as Vossas dadivosas bênçãos à nossa Pátria, e, reconhecendo nossos erros e ingratidões, pedimos Vosso perdão e misericórdia.

“Por Maria Santíssima, a Virgem Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, suplicamos Vossas bênçãos para felicidade do nosso Povo agora e sempre. Amém.”

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Temor nas cidades – por Cláudio Lembo (*)

A insegurança social se amplia por toda a parte e se acentua na América Latina. O fenômeno não é apenas brasileiro. Encontra-se presente por todos os países em graus diversos. Alguns sofrem as intervenções do narcotráfico com intensidade. Outros, os conflitos entre gangs. Muitos ainda são afrontados pelos meliantes que assaltam e não poupam vidas.

Há um indiscutível mal-estar permeando as sociedades. Muitas vezes, aqui como em outros continentes, os governos são causadores deste sentimento de fragilidade.
Governantes corruptos ou indecisos conduzem mal os assuntos de Estado. Levam à sociedade uma ideia de fraqueza e oportunismo. A política conduzida, como "cosa nostra", envolve e enfraquece a todos. Esta vulgarização dos assuntos políticos, tratados como tema de submundo, empobrece o conteúdo ético da missão do político. Este deve ser exemplo de conduta. Não pode se utilizar do código dos malfeitores.

Tudo apodrece. As relações sociais. Os relacionamentos entre empresários. A ligação entre alunos e professores. Os vínculos trabalhistas. Até mesmo as crenças religiosas. Avança este mal-estar por todos os segmentos sociais. Alunos se revoltam contra as autoridades universitárias. Populares entram em confronto sangrento com polícias, como se deu no Paraguai. Tratados internacionais não são respeitados, mesmo que preserve quem não deveria, em tese, receber proteção, tal como se dá nas relações entre Bolívia e Brasil, no momento.

O narcotráfico age com desenvoltura na Colômbia e no México. Mata. Corrompe. Destrói a legalidade. Em outros países, governos cerceiam a liberdade de expressão. As pessoas se encontram vulneráveis. Expostas a todos os riscos. As autoridades proferem belas palavras. Agem com extrema parcimônia contra a delinquência. É estranha a situação. As pessoas, no decorrer dos séculos, concentraram-se nas cidades em busca de segurança física. Procuraram conquistar segurança política: ao conquistar o voto e livremente expressar suas vontades.

Perderam, paradoxalmente, a autoestima. Todos se sentem ameaçados. Agredidos. As autoridades não expressam com clareza suas posições. Tudo em circunlóquio. Nada é direto. Capaz de trazer conforto psicológico. A cidade, construída para oferecer segurança, tornou-se a armadilha para os cidadãos de boa conduta. Desarmados, sofrem os ataques da má vida. O episódio é universal. Mais acentuado nesta América Latina. Seria oportuno que as universidades – despidas de ideologias – examinem os acontecimentos de todos os países e de maneira especial os ocorridos no Brasil.

Assaltos a residências. Arrastões em bares e restaurantes de todas as categorias. O estouro de caixas eletrônicas. Os sequestros relâmpagos. Enfim, um amontoado de violências. As autoridades se mostram frágeis. Incapazes de enfrentar com clareza a situação. Fazem reuniões palacianas. É pouco. Deviam consultar especialistas. Ouvir a experiência de policiais acostumados ao diuturno da tragédia humana. Dar-lhes palavras de incentivo. Oferecer equipamento qualificado para as operações contra a criminalidade. Os meios de comunicação, por seu turno, deveriam, a partir de um Código de Conduta próprio, compreender que o assunto segurança precisa ser tratado com limites.

O noticiário alarmante – mesmo que baseado na verdade dos fatos – conduz a uma histeria coletiva de consequências amargas. A sociedade fica estática. Apavorada. Sem ação. Todos têm motivos para colaborar em uma busca da segurança cidadã. Ninguém pode fugir a sua responsabilidade: principalmente os governantes.
(*) Cláudio Lembro é ex-governador do estado de São Paulo.                                                                                       

domingo, 17 de junho de 2012

Discutir pra quê? ou “Quid est veritas?” Por Mateus Mota Lima


Tomar uma cerveja e debater nunca foi tão difícil. Tente tratar de um assunto mais complexo ou incômodo e verá do que falo. Pior ainda: tente criticar uma teoria, um comportamento ou discorde do seu interlocutor apresentando firmes argumentos e logo sinta-se um malfeitor, perturbador de uma ordem que se define por não ser ordem alguma.

Um dos colegas vai logo fazer uma careta e ignorar-lhe solenemente. Outro iniciará uma conversa – não retrógrada como a sua – a respeito dos últimos acontecimentos da novela das oito. Os demais, perplexos por sua incivilidade, vão sentenciar sua deplorável conduta com palavras que sequer sabem o significado – inquisidor, intolerante, orgulhoso, fascista, preconceituoso, etc.. – e voltarão às suas casas com a cândida certeza de terem prestado um serviço à humanidade, reprimindo o sub-humano que teimava em não aceitar o que Dráuzio Varela e Jô Soares já haviam revelado aos simples mortais.

Tudo por causa de seu nefasto intuito de usufruir da função milenar dos bares.

É claro que a ignorância de muitos é um dado sociológico que explica várias das razões que levam as pessoas a agirem de tal modo, mas acredito que há antes um fator mais decisivo: o desprezo pela verdade.

Uma lição que tomei em minha vida - e que me empenho em cumprir – é que devo sempre aceitar a verdade – seja sobre as coisas, teorias ou sobre mim – mesmo que me seja dita pelo pior inimigo, da forma mais odiosa possível. Isso porque deve-se aproveitar de tudo para ser melhor e somente a verdade é capaz de apontar o caminho certo a ser seguido e o errado a ser evitado.

O que vejo entre muitas pessoas com quem convivo é precisamente o oposto: despreze tudo, mesmo que seja a mais reluzente verdade, para que as idéias que você elegeu – por comodidade ou apego emocional, sem qualquer investigação racional séria – não sejam questionadas e você possa seguir a vida inteira, uma vez turvada a inteligência, sob o império dos mais baixos desejos, os quais se tornam a fonte da “verdade”.

Não é que tais pessoas estejam simplesmente enganadas, mas que elas não se importam em estar ou mesmo evitam descobrir se estão. Talvez seja este o principal motivo de tantos se dizerem agnósticos… Sem querer generalizar, a maior parte dos agnósticos que já conversei a respeito de sua posição não sabem em que e porque desacreditam e em que e porque acreditam, além de não fazerem o mínimo esforço para saírem da cômoda situação de um agnosticismo teórico e de um ateísmo prático.

É essa falta de interesse por saber o que é verdadeiro que conduz muitos a evitarem as perguntas que, no fundo, suscitam-lhes a certeza de que estão errados. É por isso que é bem mais fácil aceitarem a tão em moda ditadura do relativismo. É por isso que as boas companhias para se tomar uma cerveja se tornam cada dia mais raras.

Esse desprezo, no entanto, não é nada novo e se queremos aprender com a história é bom lembrar que foi um “Quid est veritas?” que levou a humanidade a cometer seu maior crime.

Fonte: http://revistavilanova.com

(Postado inicialmente no Blog do Crato, por Antônio Sávio)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Padre Artur Redondo S.J. -- outro santo que viveu em Crato


   
Faz muito anos, a primeira vez que ouvi falar no padre Arthur Emilio Azevedo Redondo, S.J. Foi quando li uma nota – publicada num jornal de Crato – na qual a freira Irmã Costa, da Congregação das Filhas de Santa Teresa, já falecida, agradecia a cura de uma enfermidade irreversível nos olhos dela, graça alcançada por intercessão do Padre Redondo. O médico desenganara a religiosa e anunciara a cegueira para sua visão. Ela não se abalou. Pediu a Deus, tendo como intercessor o Padre Redondo, que tal desgraça não acontecesse. E morreu velhinha, mas enxergando.

Tempos depois, passando por uma rua do bairro Parque Recreio, na cidade de Crato, li numa placa: Rua Padre Redondo. Soube que o sacerdote vivera alguns meses nesta cidade, como diretor espiritual do Seminário São José. Passagem rápida, mas que – semelhante a um meteoro – deixara um rastro luminoso em Crato, mercê suas virtudes de que era dotado.

No início desta semana recebi de um irmão residente em Fortaleza, o livro “Padre Artur Redondo–Um modelo de mansidão e amor a Deus”, escrito por Vinicius Barros Leal. Graças a este livro fiquei sabendo que o sacerdote jesuíta viveu e morreu -- entre 1916 e 1966 --, na cidade serrana de Baturité, aonde seus restos mortais encontram-se sepultados. Para sua sepultura acorrem centenas de fiéis, a fim de agradecer as mais diversas graças alcançadas. Já se estuda – na Arquidiocese de Fortaleza – a abertura de um pedido do processo para beatificação do Padre Redondo.

Português de nascimento, Padre Redondo – segundo Vinicius Barros Leal – nasceu na Vila Nova de Foscoa, situada à margem do Rio Douro, a 27 de junho de 1873. Passou a infância no arquipélago de Açores e após concluir os estudos em seminários portugueses foi ordenado sacerdote no dia 19 de janeiro de 1896, aos 23 anos de idade. Pouco tempo depois entrou para a Companhia de Jesus. Trabalhou em Lisboa e em 1906 foi enviado para a Inglaterra. Retornou a Portugal em 1910, mas a República recém proclamada expulsou todos os jesuítas daquela nação. Padre Redondo ficou exilado na Espanha até 1925, quando seus superiores o mandaram para o Brasil.

Na nossa pátria atuou inicialmente em Salvador da Bahia e Ubá, em Minas Gerais. Em 1926 foi transferido para Baturité, Ceará, onde permaneceu durante 40 anos, até sua morte, com exceção de rápidos intervalos quando morou em São Luís do Maranhão, Fortaleza, Aracati e Crato.

Sobre o padre Redondo assim escreveu o padre Monteiro da Cruz, S.J.: “O Padre Redondo, em vida fez muitas graças extraordinárias. Deu vista a uma cega e deu vida a um morto, contaram-me. A sua vida era a presença de Deus. Diante dele não era preciso crer: via-se um crucificado com Cristo. Alegre e acolhedor. Nunca o vi falar mal de alguém. O seu silêncio tinha a luz de oração ininterrupta. Que majestade sacerdotal e que simplicidade de criança quando celebrava o Santo Sacrifício da Missa! Lembro-me de ter-lhe dado a Comunhão, e em profunda reverência, ao dizer-lhe: “O corpo de Cristo”, respondeu-me: “Creio”. Era um santo!”.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Geração que só se avista bem depois - Emerson Monteiro

Dias que lembram os que tombaram heróicos nas estradas e viraram meras cruzes de fumaça e vapor barato, a refazer de saudades um passado que nem existiu de forma total. Andou nas trilhas dos dissabores, festivais, ou das matas escondidas em noites abandonadas ao furor do destino. Vêm os nomes dos autores disso, desse quase nada, dessa ambulância gritando palavrões nos becos abandonados... Dores reais em forma de canções, violões salpicando ausências e amores, calabouços e aplausos, anonimato de bêbados, drogados nos isolamentos. Um quê de saudade invadiria o panorama, quando hoje morreu também Nélson Jacobina. Lá, outros muitos, os que não resistiram às doses duplas das escandinávias solidões da imensidade, imensuráveis, toscas e pós. Às luzes das ribaltas angustiadas na ressaca dos lenços acenados às pressas dos vagões de carga estremecidos e metálicos. As pontes explodidas e os guetos escuros das trombetas de um só e mesmo apocalipse de amarguras mórbidas, indivíduos e saudades ululantes dos nossos compositores geniais e seus palcos em festa, sempre e sempre, ainda que por dentro corações esfacelados, turmas unidas para não sangrar ainda mais, quais porcos espinhos reunidos em volta das fogueiras de bares madrugadeiros. Essa tonta geração de dormir nas praias afastadas, a fim de não destoar o coro dos contentes. Movimento de barcos à deriva, tambores de tribos exterminadas em blocos de concreto de réquiens alegres. Assim, falar desses marinheiros mareados, trombos nas veias dos sistemas oficiais, saltimbancos e andarilhos das estrelas, que marcaram seu tempo nosso tempo, viajantes da imaginação pura, naqueles turnos melancólicos de transformação duvidosa, no futuro próximo dagora. Horas de luta e abandono, motores da esperança do que mudaria com reservas e deixaria um travo de inautenticidade no céu das bocas de quem viveria o êxodo de fases nucleares e zumbidos de naves cruzando ares das doces felicidades senhoras das bestas, preço por demais exorbitante em homens e armas, sonhos e mistérios. Só bem depois, agora, portanto, mergulhariam nas vagas dos caracóis dos cabelos e das irreverências praticadas consigo no passado das notas tristes e muralhas intransponíveis. Haverá, por isso, e doravante, uma história disposta a quem quiser contar e ouvir, sorrir e falar das boas construções dos mágicos azuis da persistência no Tudo disfarçados, em tributo a esses guerreiros, por isso e muitos mais.

terça-feira, 5 de junho de 2012

"A FESTA" do Facebook

Aproveitando a véspera do feriado de "Corpus Christy", a Sertão Pop Produções está trazendo este evento que promete ser super especial. Com a participação de duas maravilhosas bandas da cena caririense, "A FESTA" será animada pela banda GAFIEIRA BAD VIBE, a nova banda de samba-rock daqui do Cariri, que mistura o velho e o novo samba-rock, transformando samba de mesa em samba groove, tocando o melhor de SEU JORGE, TIM MAIA, FUNK COMO LE GUSTA, ADONIRAN BARBOSA, NOEL ROSA e muitos outros nomes da música brasileira, e o grande trabalho do músico AQUILES SALES com o seu projeto TOCA RAUL, sucesso já consagrado no Terraçus Bar e Petiscaria, local onde vai rolar "A FESTA".
"A FESTA" do facebook será um grande encontro dessa galera massa que vai CURTIR, COMENTAR e COMPARTILHAR a alegria de estarmos juntos nesse universo virtual e que será concretizado em um encontro de corpo e alma nessa noite delirante!!
Vamos nessa?
E lembre-se, no dia seguinte É FERIADO!!!!!


"A FESTA" do facebook é pra você curtir, comentar e compartilhar dessa alegria. Estrelando GAFIEIRA BAD VIBE e AQUILES SALES TOCA RAUL. Nesta quarta-feira, no TERRAÇUS Bar e Petiscaria, dia 6, véspera do feriado de Corpus Christy. Acesse a página do evento no Facebook. Curta, comente e compartilhe com os seus contatos e vamos fazer um evento super gostoso.

https://www.facebook.com/events/424559017575546/?ref=notif&notif_t=plan_user_invited

DATA: 06/06 - Quarta-feira
LOCAL: TERRAÇUS - Bar e Petiscaria
HORA: 21h
VALOR DA ENTRADA:  10 Reais

sábado, 2 de junho de 2012

As fotos de Heládio Teles Duarte

A Barbalha de Santo Antônio foi a primeira cidade do Cariri a prestar homenagens a Luiz Gonzaga pelo centenário de nascimento de um dos maiores ícones do Nordeste



Segundo o autor do boneco, esta homenagem é para Edilmar Norões. Mas muita gente jura que é para Francisco José, repórter da Rede Globo. Quem tem razão? Com a palavra o leitor.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Convite Filme: "Cego Aderaldo - O Cantador e o Mito"

A Cariri Filmes e o Cine Ceará têm o prazer de convidá-lo para a exibição (hors concours) do filme: 

“CEGO ADERALDO - O CANTADOR E O MITO”,

um documentário de Rosemberg Cariry

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Local: Cine Ceará - Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 - Centro, Fortaleza/CE)


Data: 03 de junho (domingo)


Horário: 21 horas


Entrada gratuita!


Sinopse: Cego Aderaldo (1878 – 1967) foi não apenas o maior nome da poesia cantada e improvisada no Brasil, foi também um mito nacional. Cego Aderaldo adotou e criou, como filhos, 26 crianças. A todos deu estudo e profissão. Inovador e criativo, foi exibidor de cinema na década de 30 e levou a cantoria para grandes capitais, onde era saudado como personagem da dimensão de Padre Cícero e Lampião. A sua obra influenciou a música popular e as artes brasileiras, nas décadas de 50 e 60. O filme conta a história deste artista extraordinário, revelando as suas lutas e as suas vitórias, mostrando as dimensões do homem que, superando todas as adversidades, voa até a glória e se encanta no mito.

Ficha Técnica:
Roteiro e Direção: Rosemberg Cariry
Produção Executiva: Bárbara Cariry
Direção de Produção: Teta Maia
Direção de Fotografia e câmera - Daniel Pustowka   
Montagem: Rosemberg Cariry e Firmino Holanda 
Técnico de Som:  Yures Viana
Patrocínio: Secretário do Audiovisual – SAV/MinC e TV Brasil.
Informações: Cariri Filmes Fone:(85) 3244 6944