Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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terça-feira, 15 de março de 2011

ENCONTRO COM AMIGOS


Rosangela e Edilma
Sem palavras...

MISTÉRIO - Por Edilma Rocha

Uma escultura em bronze de Balzac nu com os braços cruzados, de autoria do escultor francês
"Auguste Rodin" (1840-1917), desapareceu do Museu de Israel, em Jerusalém.
O Museu ficou em reformas por um determinado tempo e a escultura foi retirada do jardim e guardada até o término das obras. Quando tudo finalizou o Balzac  tinha desaparecido misteriosamente. Esse fato foi percebido a 3 meses atrás, mas só agora  foi divulgado.
A escultura em homenagem ao escritor Honoré de Balzac (1799-1850), mede 1,27 metro e pesa 63,5 quilos. Não poderia sair do local em que estava guardada, carregada apenas por uma pessoa.
Por onde andará Balzac nu ?  Aguardamos as noticias do misterioso furto em Jerusalém.

Edilma Rocha

MEU SÓCIO - Por Marcos Barreto de Melo

Nasci e me criei no sítio São José, numa área de propriedade do meu pai, onde ele criava gado e praticava a agricultura, tendo como atividade principal a cultura canavieira. Quando menino, perambulava pelo engenho e pela bagaceira. Pegava carona em lombo de burro e ia até o “corte de cana”. Lá, sentado sobre a esteira de cana, chupava a cana torcida e a garapa escorria pelo bucho para depois juntar-se à poeira das veredas por onde passavam os burros transportando a cana para o engenho. Era um tempo de muita liberdade onde a criançada saía de pé no chão, pisando na areia ou na lama, lavando os pés nas levadas que cortavam as áreas alagadiças do brejo e ainda montava cavalo de pau levando o gado para o curral, se fazendo de vaqueiro.
Com tanta liberdade, ainda menino já me interessava em praticar alguma atividade que pudesse me trazer alguns dividendos. Assim, criava um porco em sociedade com um morador e ainda uma meia dúzia de galinhas.
Bem próximo ao engenho ficava uma casa grande de alpendre, construída pelo meu avô paterno e para onde a família se mudava durante todo o período da moagem. Eu não alcancei este tempo. Quando me dei por gente, nela já morava um antigo morador do meu pai. E foi nesta casa que eu vi uma criação de capotes (guinés). Disse a este morador que também queria criar capotes e ele prontamente me presenteou com uma quantidade de ovos capaz de dar início ao meu tão sonhado empreendimento. Seria este o meu primeiro grande negócio. Fazia contas e mais contas do quanto ganharia com a venda dos ovos e de alguns exemplares.
No início, tudo correu bem. Quase todos os filhotes se criaram, o que é muito raro de ocorrer. Entusiasmado, tratei logo de preparar uma nova ninhada. Como estávamos no verão, quase todos os filhotes desta segunda ninhada também chegaram à idade adulta. O capote tem a característica de por seus ovos longe de casa e dos olhos do dono. Era uma trabalheira para encontrar os seus ninhos. Sempre havia um cachorro esperto de plantão e decidido a colher os ovos antes de mim. Havia também uma simpatia de matuto, segundo a qual não podíamos pegar os ovos com a mão e sim, com uma colher de pau. Segundo esta simpatia, se pegássemos com a mão, a fêmea poderia perceber que o seu ninho havia sido descoberto e mudar-se para outro local ainda mais escondido. Toda tarde, próximo ao anoitecer, eu saía com uma panela e uma colher de pau para a colheita do dia.
Mesmo com todo este trabalho, preparei a terceira ninhada aproveitando o final do verão e confiante nas perspectivas de bons negócios. Com três ninhadas passeando pelo terreiro da casa, o que representava algo em torno de 60 capotes, sentia que estava no rumo certo e que o meu negócio era mesmo promissor. E para incrementar a venda dos ovos, ganhei da minha cunhada Norma, de Fortaleza, algumas embalagens de isopor vazias, algo que não havia no Crato neste tempo. E por coincidência, a caixa trazia a inscrição Ovos São José, já que eram vendidos pelo antigo mercantil São José.
De bem com a vida e com os negócios, aos doze anos de idade eu já fazia planos mais ousados, baseando-me no crescimento vertiginoso da minha criação de capotes.
Mas, como diz o provérbio popular, “Deus quando dá a farinha, o diabo vem e rouba o saco”. E foi o que ocorreu comigo.
Numa tarde de janeiro, época chuvosa, um amigo muito íntimo da família visitava o meu pai quando, para o meu azar, desfilou à sua frente todo o meu rebanho de capotes, naquele maior alarido. Tudo aconteceu na hora mais imprópria. Esse desfile fora de tempo foi o bastante para despertar neste visitante o interesse em também criar capotes. Imediatamente chamou-me a compor uma sociedade com ele. Ele pagaria os ovos e eu me encarregaria do restante, ou seja, eu ficaria com o trabalho e o que nascesse seria de nós dois. Diante do olhar do meu pai, eu não tive outra opção a não ser concordar com esta bela proposta.
Negócio fechado, no dia seguinte eu parti para a luta. Acontece que estávamos na quadra chuvosa e o momento não era propício para iniciar uma criação de capotes, já que estes bichinhos são muito frágeis e vulneráveis a doenças. Mas, toquei em frente o projeto. Afinal, o meu sócio nos visitava com muita freqüência, era gente da família e uma vez por semana jantava conosco. A cada visita, ele me perguntava sobre o progresso de nossa criação e, quando eu ia lhe responder, o meu pai se adiantava e dizia a ele que estava indo tudo muito bem. Na verdade, de trinta filhotes que nasceram metade morreu nas primeiras chuvas. Restaram apenas quinze, que foram morrendo aos poucos de doenças ou no bico de um gavião faminto. Eu queria dizer isto ao meu sócio, mas meu pai não deixava. E o meu sócio, certo de que tínhamos trinta capotes já adultos, inventou de comer um capote a cada semana, toda vez que jantava lá em casa. Com isso, eu via definhar o meu rebanho ao tempo em que também ia abaixo o meu sonho de criador. De sócio, ele passou a ser um verdadeiro predador. Pior do que qualquer ave de rapina. E o pior de tudo é que abolira de vez qualquer outro tipo de carne do seu cardápio. Sempre pedia à minha mãe que preparasse para o jantar um capote “dos nossos”. Nunca vi alguém gostar tanto assim dos meus capotes.
Revoltado e indignado com a situação e sem poder dissolver a sociedade, aproveitei-me da ausência do meu pai que fora passar uns dias na fazenda, em Pernambuco, e me vinguei para sempre deste meu sócio incômodo. Vendi tudo que ainda restou para o dono de um restaurante, e com o dinheiro apurado comprei um relógio da marca Hernavim. E depois, conversando com os meus botões, falei: quero ver agora quem é que vai tomar o meu relógio.

Marcos Barreto de Melo

PROGRAMA CARIRI ENCANTADO – SONORIDADES (16/03/2011)

MANEL D´JARDIM & CONVIDADOS – ARRANJOS E FLOREIOS MUSICAIS

Foto capturada do blogue Cultura do Cariri

Manel D’Jardim, de acordo com o ponto de vista, pode ser definido como um músico endiabrado ou um músico divino; ou, talvez, a melhor definição possa ser as duas conjugadamente: um músico divinamente endiabrado. Afinal, bem e mal são faces de uma mesma moeda.

O escritor José Flávio vieira, foi por demais feliz e preciso ao falar sobre o talento e a personalidade sempre controversa de Manel D’Jardim:

“Se existem almas penadas, um poeta nosso definiu, com a genialidade única dos poetas, Manel D’Jardim é uma alma empenada. Com a mesma maestria com que empena aquela tradicional maneira de pensar e sentir a natureza, nosso artista empena o som, empena os costumes e as etiquetas, empena aquela embolorada maneira de arpejar o violão. Extremamente lúcido na sua loucura, Manel mostra a todos que a beleza e a verdade se escondem na dissonância da vida e que para transformar o planeta é preciso abrir novas sonoridades, criar novas veredas, transvê e desformar a harmonia imutável deste mundo. Seu violão derrama as pétalas das flores do jardim que floresce no seu sobrenome e na sua alma. Úmido de irreverência, prenhe de rebeldia, seu som mais desperta e fustiga que tranquiliza. É como se ensinasse a todos que a reta certamente não é o menor caminho entre dois pontos e que é preciso provar da fruta doce do bem e do mal. (...) Empenem e empinem as asas da imaginação e curtam a música sacrossantamente profana desta alma empenada”.

O programa Cariri Encantado Sonoridades vai, portanto, empenar os ouvidos, avisados ou desavisados, com a sonoridade de Manel D’Jardim & Convidados.

REPERTÓRIO MUSICAL
1. Paula e Bebeto (Caetano Veloso e Milton Nascimento)
2. Maninha (Abidoral Jamacaru e Cláudia Rejane)
Participação: João do Crato e Abidoral Jamacaru
3. Na baixa do Sapateiro (Ari Barroso)
4. Leia na Minha Camisa (Luiz Carlos Salatiel e Geraldo Urano)
Participação: Luiz Carlos Salatiel
5. Something (George Harrison)
Participação: Hélio Ferraz
6. É (Gonzaga Júnior)
Participação: Demontier Dellamone
7. Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)
8. O Poeta (Abidoral Jamacaru e Xyco Chaves)
Participação: Abidoral Jamacaru
9. Me Deixa em Paz (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro).
Participação: Leninha Linard
10. Punk da Periferia/Rock do Segurança (Gilberto Gil)
Participação: João do Crato
11. Nossa Canção (Luiz Ayrão)
Participação: Luiz Carlos Salatiel
12. Bye Bye Brasil (Chico Buarque de Hollanda)
Participação: Zé Nilton
13. O Xote das Meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
14. Quem Fez o Mar Sofrer (Abidoral Jamacaru)
Participação: João do Crato
15. Semente do Amor (Mu e Moraes Moreira)
Participação: Rinaldo

FICHA TÉCNICA
O programa Cariri Encantado Sonoridades é produzido pelas Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados – OCA, e transmitido todas as quartas-feiras, das 14 às 15 horas pelas ondas sonoras da Rádio Educadora do Cariri AM 1020.
Seleção musical e redação de Carlos Rafael Dias.
Apresentação de Luiz Carlos Salatiel.
Operação de áudio de Iderval Silva.

Código do Consumidor - Por José de Arimatéa dos Santos

O Código do Consumidor veio para ajudar todos nós consumidores. Em países sérios nem precisa por que o empresário sabe que se não atender bem em seu estabelecimento perde o freguês. A obrigação nossa é exigir bom atendimento e o que consumimos seja de ótima qualidade. Analisar os rótulos quanto ao vencimento e exigir que o produto comprado esteja de acordo com o contrato assinado por nós, os fregueses. Aqui ainda capenga o bom atendimento ao consumidor. São vários os casos que vemos na mídia de consumidores que reclamam do atendimento nas operadoras de celular, nas faltas de energia(apagões) e as agências reguladoras de vários setores da economia não dar bolas para nós consumidores. Eu pergunto quantas vezes a fornecedora de energia foi aos meios de comunicação dar satisfação das várias faltas de energia? Ou então da mesma forma a empresa responsável pela internet falou a respeito das vezes que os celulares e computadores ficam sem sinal? Vamos ficar só nesses dois casos.
Muita coisa melhorou desde o advento do Código do Consumidor e esperamos que todo cidadão comece a exercer seu verdadeiro papel de cobrar melhor atendimento nas repartições públicas e principalmente cobrar dos políticos as promessas de campanha. É também direito do consumidor exigir que sua rua esteja bem limpa e iluminada, além de melhorias para a cidade. Cuidar verdadeiramente do que é nosso. A administração pública não deve ser cabide de emprego para apaniguados e puxa sacos. Seriedade e ética. É isso que o consumidor consciente quer. Que todos os cidadãos exerçam seu verdadeiro papel de consumidor!
As datas comemorativas são muito importantes, pois assim podemos ver e analisar friamente como andam as leis aprovadas pelos legisladores. O Código do Consumidor já tem 21 anos de vigência e nesse dia 15 de março que é o dia do Consumidor merece uma reflexão em todos os sentidos. A lei é válida para valer quando o cidadão exige o seu cumprimento e nós consumidores podemos e devemos exercer de fato a cidadania ao exigir produtos e atendimento de acordo com a lei. Acredito que vale também como exercício para escolher ótimos representantes na política. Só depende de todos nós.

LUMINAR - Boletim de Divulgação em Ciências Humanas e Espiritualidade

LUMINAR - Boletim de Divulgação em Ciências Humanas e Espiritualidade
NÚCLEO DE ESTUDOS EM CIÊNCIA, ESPIRITUALIDADE E FILOSOFIA.
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI
NÚMERO 01/ABRIL 2010

(Texto recebido pela Internet http://luminar.no.comunidades.net/)

Editorial
Este ano, inauguramos o Boletim do Núcleo de Ciência, Espiritualidade e Filosofia - NECEF, Intitulado Luminar - Boletim de Divulgação em Ciências Humanas e Espiritualidade [http://luminar.no.comunidades.net/]. Nosso objetivo é poder oferecer aos alunos e demais leitores o acesso a textos, pesquisas e novidades relevantes que englobam o espectro temático das Ciências Humanas e Espiritualidade.
Em cada boletim, teremos as sessões de artigos, resenhas, dicas de filmes e agenda.
Nesta primeira edição, o professor Dr. Bernardo Melgaço nos presenteia com o artigo 'Por Que Precisamos Amar Uns Aos Outros?', no qual discute dentre outras coisas, a natureza humana do ego. Em outro momento, o Conselho Espírita Internacional oferece algumas informações sobre A Doutrina Espírita e o Espiritismo, como forma de divulgação desta filosofia de vida.
Também nesta edição, algumas notícias interessantes, como a aprovação da Lei Geral das Religiões e o Reconhecimento de Títulos do Mercosul. Na sessão Dicas de filmes os leitores terão acesso a três excelentes indicações. A sessão Agenda dará acesso a diversos eventos científicos que estão por acontecer, tanto no Brasil como no exterior, este ano de 2010.
Convidamos os interessados com escritos originais, afins com o nosso projeto editorial, a enviar-nos seus trabalhos - artigos, notas, resenhas, comentários ou opiniões -, desde que atendam às nossas normas de publicação e linha editorial.
Aos articulistas deste número, queremos manifestar nosso agradecimento por sua competente colaboração.
Gislene Farias de Oliveira e Cláudia Moura Pierre
Editoras do Boletim

AMANHECENDO COM A POESIA...

Silêncio
- Claude Bloc -

Hoje o silêncio calou meu sonho
E saiu pela janela
Voando feito um anjo
Na noite da minha vida...

Falei baixinho
Pra não espantar a lua
Pra não atiçar o sol...
Mas o silêncio
Quis voltar pra minha casa
Colhendo toda poesia
Que escrevi pra te agradar...

Claude Bloc