Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Destilar Veneno...


"Não devemos mostrar a nossa cólera ou o nosso ódio senão por meio de atos. Os animais de sangue frio são os únicos que têm veneno."

Arthur Schopenhauer

O "editar" textos - José Nilton Mariano Saraiva

Reza o velho (e sábio) adágio popular que “em panela em que muitos mexem a comida sai crua ou sai queimada”. Pois não é que na (vã) tentativa de sair da incômoda situação em que se colocou (teria usado inapropriadamente o termo “senilidade” na tentativa de descredenciar a respeitável octogenária D. Almina Arraes), a posteriori, no “discurso-defesa” proferido em sessão da Câmara Municipal do Crato, o líder do prefeito acabou metendo os pés pelas mãos ao (atabalhoadamente ou não) “transferir” ou “repassar” in totum para um aliado político (o atual presidente da SAAEC) o pesado ônus pelas graves acusações sofridas por aquela senhora (numa autentica versão crepitante do “fogo-amigo”), conforme se depreende do parágrafo que estranhamente não foi dado a conhecer ao distinto público, mas que diligentemente “transcrito” e veiculado pelo filho de D. Almina Arraes, Joaquim Pinheiro, na forma de comentário, a saber:

"Joaquim Pinheiro disse...
Vereador George,
Vc "esqueceu" de incluir no cariricaturas o parágrafo do seu aparte que transcrevo abaixo:
... foi exagero por parte da minha parenta que hoje é considerada na própria família como pessoa que está na iminência de ser interditada por conta da sua senilidade por questões já da idade, já criando fatos que não existiram ...(inaudível) inclusive, inclusive isto foi o motivo de defesa do próprio Presidente da SAAEC...
No dvd isto foi dito por S Excia, e não pela Vereadora Mara.
1 de novembro de 2011 18:57"

Como se vê, o “editar” textos - publicar só o que interessa e jogar pra debaixo do tapete aquilo que não é “conveniente” – não é e nunca foi uma política muito recomendável, porquanto alguém mais expedito e antenado poderá não concordar, divulgando-o ipsis litteris (como é feito, no momento).
E agora, vão também tentar descredenciar o Joaquim Pinheiro, já que ele deixa patente (também) não concordar com a estranha, risível e inacreditável “interdição” da mãe, conforme sugerido na peça do ilustre vereador-suplente ???
Papai

 (Claude Bloc)


Papai um dia me disse: estes são teus irmãos. E eu os abracei e os acolhi sob minhas asas. Amei-os, chorei suas dores, lamentei seus desacertos, vibrei com seus sucessos e brilhos próprios. Eu, a filha primogênita, tinha-os em mim como partes de mim. Seres de minh’alma. 


Enquanto pude os protegi, até que cada um tomou seu rumo e construiu seu caminho.


Papai não cercou nossa vida de luxos nem de vaidades vãs. Se um dia tentou dedilhar nossos destinos, o fez como um pai amoroso que cuida de suas crias. Sempre procurou nos ensinar que o melhor caminho é aquele da honradez e da verdade. 


Permitiu que caminhássemos com nossas próprias pernas, embora pudesse até vislumbrar réstias de desacertos e traços de tristezas em nosso olhar. Havia uma sabedoria implícita em suas atitudes... e nos deixou livres para que aprendêssemos a nos desembaraçar da vida.


Se no final da vida ele tropeçou em seus próprios pés, também foi dessa forma que nos mostrou com humildade que aquele não era o melhor meio de viver.


Enfim, nós, seus filhos, não podemos julgá-lo. Nenhum de nós esteve no front numa guerra, nenhum de nós perdeu a juventude lutando de forma sangrenta numa batalha que não lhe pertencia. Nenhum de nós perdeu tantos parentes e amigos numa só guinada. E, mesmo assim, mesmo exilado pelo trabalho aqui no Brasil, papai para mim foi um herói bem maior do que aqueles que muitas vezes são apregoados pelo mundo. Não só porque era meu pai, mas porque, como homem honrado e leal aos seus princípios, soube fazer de nós, seus filhos, pessoas de bem.


Hoje me penitencio com sua falta. Ele que foi muitas vezes incompreendido pelos que o amavam. Ele que se perdeu na solidão quando lhe faltou chão e trabalho. Ele que se enclausurou em si mesmo para amargar um insulamento voluntário. Preferiu mergulhar nos subterfúgios por não conseguir mais reverter sua vida e suas paixões.


Hoje não posso fazer mais nada a não ser manter suas lembranças e suas marcas em mim e em minha vida consumindo esta saudade eterna.

Claude Bloc

As luzes na visão - Emerson Monteiro


Quando o Sol nasce traz de dentro de si todas as cores para gregos e troianos contemplar numa admirável percepção. Independente do gosto das criaturas, clareia sem discriminação; brilha sobre maus e bons, luz intensa sobre as mais diversas e surpreendentes histórias. Mostra o filme das existências, isto livre de impor, a quem quer que seja, sua vontade poderosa, possibilitando a experiência viva do valor do olhar de todos.

Com isso, a chance de utilizar essa capacidade ofertada pelas tantas oportunidades indica o quanto resta aprender diante das películas exibidas no cinema esplendoroso da natureza humana. São as lições dos sonhos múltiplos, a generosidade que desenvolve o transcorrer dos filmes exibidos sem parar, sessão interminável. Hoje, uma superprodução a cores no jeito de Cecil B. DeMille e seus épicos imorredores tirados das páginas bíblicas. Amanhã, episódios em preto e branco dos contos de Edgar Allan Poe, recheados de surpresas e mistério. Na sala imensa os motivos mil para olhos abismados ganhar contornos variados, nos detalhes e no todo.

Caminhar, pois, ao sabor dos muitos instrumentos, a fim de melhorar qualidade, na mesa dos apetites vindos ao nosso gosto na função dos elementos. Buscar carinhosamente aprimorar esse saber pessoal diante dos meios, os valores individuais, eis o que praticar, invés de exigir dos outros. Descobrir no próprio ser as escolhas e realizar os instantes com sabedoria e bom gosto.

Conquanto o filme insista continuar todo tempo na tela do presente individual, cabe utilizar o enredo em proveito do aprimoramento, através das boas práticas adotadas. Ver o bem que queremos ao mundo inteiro, dentro de nós, através das lentes do enxergar, até que possa permitir crescimento amplo do amor, estilo inigualável onde nada muda se nós não mudarmos, qual ensinam os professores.

Além de tudo, há que continuar a projeção nas consciências, independente de questões particulares. As luzes das manhãs sempre chegam fortes à razão e ao sentimento e selecionar o que assistir só depende desse gesto das predileções do espectador, na visão mágica que se movimenta aqui em nossa frente.