Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Salvador Allende - Em 11.09.1973

(Discurso do Presidente Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973, dia do golpe de Estado e coordenado apoiado pelos EUA e que derrubou o governo da Unidade Popular e implantou um Sanguinária ditadura militar comandada pelo general Pinochet. O Palácio presidencial foi bombardeado pelos militares e Allende morreu de armas na mão resistindo ao golpe.)


"Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio Magallanes. Minhas palavras não amargura Tem, mas decepção. Que Sejam elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou comandante da Armada, eo senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou diretor geral dos carabineros.

Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que uma semente que entregamos à consciência digna de Milhares e Milhares de chilenos, não PODERÁ ser ceifada definitivamente. [Eles] tem a força, poderão nos avassalar, mas não se detem os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e os fazem uma Povos.

Trabalhadores de minha Pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que sempre Tiveram, uma confiança que depositaram em um homem que foi apenas intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que respeitaria a Constituição ea lei, e assim o fez. 11/09/08 Ernesto
Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem uma lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação Criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, Vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus PMSP.

Dirijo-me a vocês, sobretudo à mulher simples de nossa terra, à camponesa que nos acreditou, à mãe que soube de nossa preocupação com as crianças. Dirijo-me aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que continuaram trabalhando contra a Sedição Auspiciada pelas associações profissionais, associações classistas que também defenderam os lucros de uma sociedade capitalista.

Dirijo-me à juventude, Aqueles que cantaram e deram sua alegria e seu espírito de luta. Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, Aqueles que Serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo está há tempos presente; nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as Vias Férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio daqueles que tinham uma Obrigação de agir. Estavam comprometidos. A historia os julgará. 11/09/08 Ernesto
Seguramente a Rádio Magallanes será calada eo metal tranqüilo de minha voz não chegará mais um vocês. Não importa. Vocês continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto vocês um. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi leal à Pátria. O povo sacrificar defensor deve-se, mas não se. O povo não DEVE se deixar arrasar nem tranquilizar, mas tampouco pode humilhar-se.

Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que uma traição pretende-se impor. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará um Perfídia, a traição ea covardia. "


www.cecac.org.br

Sady Cabral - Por Norma Hauer


Ele nasceu no dia 10 de setembro de 1906, em Maceió, vindo, ainda criança, para o Rio de Janeiro, onde, em 1923 ingressou na Escola Dramática Musical , estudando teatro e música.
Como teatrólogo, iniciou sua carreira na Companhia Teatral de Lucília Perez, trabalhando também com Leopoldo Fróes, diretor de teatro famoso nos anos 20

No início dos 30, foi convidado por Ademar Casé para atuar em seu programa, na época levado ao ar pela Rádio Mayrink Veiga. Ali Trabalhou Sady no Teatro Sherlock, no qual Alziro Zarur fazia o papel principal, continuando em "Defensoress da Lei", título que substituiu o Teatro Sherlock ", Zarur quando passou para a Rádio Guanabara.

Nessa mesma época conheceu Custódio Mesquita com ele e escreveu uma opereta de nome "A Bandeirante". Foi então que compuseram "Velho Realejo", "Mulher" e "O Pião" e deram para Sílvio Caldas gravá-las.
O sucesso foi imediato!
Em 1941, ainda com Custódio Mesquita, Compos uma bonita valsa "Bonequinha", gravada por Carlos Galhardo.

Mais tarde, com Davi Rambey, escreveu os choros "Sapoti" e "Cachorro Vagabundo", além do samba "Ciúme".

Continuou sua vitoriosa carreira, personificando vários personagens na TV, sendo o mais marcante o de "Seu Pepe", em novela da Rede Globo.

Nos "anos de chumbo" teve uma experiência desagradável no Teatro Municipal de São Paulo: encenando a peça de Sheakespeare "Júlio César", produção de Ruth Escobar e direção de Antunes Filho, quando em certo momento houve um pequeno acidente: Sady caiu no palco; tentou agarrar-se a uma parte da cortina lateral, mas não se sustentou, despencando de grande altura. A platéia achou graça e os artistas, terminada a peça, não voltaram ao palco para os cumprimentos.
Esse é um pequeno episódio da vida do sempre aplaudido Sady Cabral.
Aos 80 anos, a 23 de novembro de 1986, ainda em São Paulo, Sady partiu para uma viagem sem volta, deixando aqui seu grande talento.


Norma Hauer

Pensamento Para o Dia 10 de Setembro-Liduina Vilar.


No poema a seguir,o poeta Espanhol Juan Jimenez entendeu o ir devagar como um estar perto de si mesmo.Com isso,ele disse algo importante sobre a arte de viver em geral:

"Não corra,
ande devagarinho:
basta você chegar perto
de si mesmo.

Ande devagar, não corra,
pois o filhinho de seu "eu"
eternamnte recém-nascido
não consegue segui-lo. "

Reflitam com carinho:Liduina Vilar.

UMA FESTA, UMA SAUDADE - PARA CLAUDE BLOC - Por Edilma Rocha

Convite Para a festa de Bodas de Prata no Crato Tênis Clube

O Bolo (Amigas: Marineida, Araci e Letícia)


Missa das Bodas e aniversário da neta Daniela Bloc (1 ano)
(celebrada em casa por Monsenhor Montenegro)

Agradecimento aos amigos
Nos salões iluminados dos arcos tradicionais do Crato Ténis Clube, recebiam os amigos, o casal Hubert e Janine para celebrar 25 anos de casados. Toda a sociedade, os Rotarianos e moradores da Fazenda Serra Verde faziam as homenagens ao querido casal francês. Um lindo bolo confeitado com espumante champagne enchia de expectativa a todos na hora do discurso.

Minha adorada esposa; Minha querida mulher; Minha metade; Minha mãezinha; Meus filhos; Minha caríssima família; Meus amigos:
Há um quarto de século, há 25 anos, há 9.125 dias, há 219.000 horas, tive a honra e a fortuna de me casar com Janine... Janine... Janine. Naquela época difícil, época de guerra, de tristeza, de desgraças, tive a sorte imensa de encontrar no meu caminho a mulher mais doce, mais terna, mais meiga, mais compreensiva, mais amorosa do mundo. Minha Janine, que depois de ter transposto tantos obstáculos comigo, de ter suportado tantas amarguras na vida e vencido tantos empecilhos, continuará sendo exatamente a mesma companheira.

Evidentemente, meus amigos, com o passar do tempo, apareceram alguns cabelos brancos na minha Janine, como desapareceram 80 por cento dos cabelos de Hubert, os anos nos marcaram com rugas inevitáveis, a guerra, as privações, as preocupações e os anos nos vincaram com marcas inapagáveis, mas tenho certeza absoluta que se o Dr. Bernard pudesse ver os corações de Janine e Hubert, e Janubert, nesta hora, encontraria ainda dois corações jovens e vibrantes, unidos por laços sólidos, inquebrantáveis, por assim dizer, imortais, dois corações que sempre se completaram.

Diz a cultura matuta que homem que chora não é homem - segundo esta teoria, eu apesar de ter fabricado cinco filhos, não sou tão homem, porque, meus queridos, vocês não podem imaginar o esforço super humano que estou fazendo agora, agora mesmo, para não verter algumas lágrimas de emoção, de emoção não, de emoçãozona, lágrimas de gratidão, lágrimas de amor por uma mulher única no universo, que durante 25 anos soube amar como se ama, soube dissimular meus inúmeros defeitos, fechar os olhos nas horas devidas, perdoar meus ímpetos errados, enfim em entregar seu coração puro com uma generosidade cheia de carinhos extraordinários.

Agora, peço a todos os presentes, postos de pé, de bem quererem comigo saudar Janine, a mulher que pode ter sido igualada mas nunca superada com estrepitosa salva de palmas.
Permitam-me, enfim, beijar na frente de vocês a alegria de mulher, minha companheira que me suportou durante 25 anos de alegrias e de sofrimentos, JANINE!

Obs.: discurso publicado na revista Região número 1 - ano 1971

Monsenhor Ágio Augusto Moreira - Um poema vivo - Por: Socorro Moreira




Na década de 80 eu resolvi estudar música. Aprendi a ler em pentagrama, solfejei, mas admiti que tinha pouca destreza ou nenhuma, para tocar um instrumento. A convivência com o Pe. Ágio, por uns tempos , nas noite amenas do Belmonte, valeram-me um rosário de festas, considerando as contas de alegria.
Em 1964/65 eu tinha sido sua aluna no Ginásio. Ele nos ensinou Inglês por dois anos. Não sei se aprendemos a dominar a gramática inglesa , mas aprendemos a cantar em inglês, uma infinidade de canções. Na realidade não me parecia aula de língua estrangeira. Tínhamos com ele, uma aula de canto orfeônico. Minhas colegas da época que o digam!
Devo-lhe uma infinidade de visitas. Quero que me repita , mais uma vez, sobre o valor do mel de abelha, na longevidade, e conservação da juventude. Aliás, o que de mais revigorante a alma deseja , alem da música ? Quando a gente perde o desejo de ouvi-la, buscá-la, cantá-la, aprendê-la , a vida está por um fio, ou já nos abandonou de vez.
O prazer de sentir a música é o meu termômetro de sanidade física, mental e espiritual.
Com Mons. Ágio descobri que ela está no ar ( as notas), e que podemos arrumá-las , atávica ou sistematicamente ... A música obedece aos sentimentos !


*Durante uns anos contribui para a Sociedade lìrica do Belmonte , cujo valor era descontado no meu Imposto de Renda. Depois fui embora, e esse hábito foi negligenciado. Seria bom que voltássemos às contribuições ...!
-Tenho muito medo que o tempo não seja eterno, quanto penso !

Socorro Moreira

Pinceladas Surdas - Por : Edilma Saraiva

.

Minha alma descoberta
Sempre colada na dor
Desisto e retorno
Como uma festa
Sem viver o amor

Sem saudades viver
As horas que separam
Dois corpos distantes
Colados em não sei o que

Telas de sonhos
Que nunca viverão
Sabores, ternuras
Restam apenas ilusão

Meu sorriso é falso
Alegria muda
Coração no alto
Pinceladas surdas
.
(Edilma Rocha )
.
Foto: Grace Kelly
.

George Méliès- Viagem à Lua


Georges Méliès (8 de dezembro de 1861 — 21 de janeiro de 1938) foi um ilusionista francês de sucesso e um dos precursores do cinema, que usava inventivos efeitos fotográficos para criar mundos fantásticos.

Méliès, além de ser considerado o "pai dos efeitos especiais", fez mais de 500 filmes e construiu o primeiro estúdio cinematográfico da Europa. Também foi o primeiro cineasta a usar desenhos de produção e storyboards para projetar suas cenas. Era proprietário do Théatre Robert-Houdin em Paris, que havia pertencido ao famoso ilusionista francês Jean-Eugène Robert-Houdin.

Tudo começou quando o cineasta ganhou um protótipo criado pelo cinematógrafo inglês Robert W. Paul e ficou tão entusiasmado com o mesmo, que saía filmando cenas do quotidiano em Paris. Um dia a sua câmara parou de repente, mas as pessoas não paravam de se mexer e quando ele voltou a filmar, a ação feita na filmagem era diferente da ação que ele estava filmando. A esta trucagem ele deu o nome de stop-action; criou várias outras como perspectiva forçada, múltiplas exposições ou filmagens em alta e baixa velocidade.

Um de seus filmes mais conhecidos foi Le voyage dans la Lune ("Viagem à Lua") de 1902, em que usou técnicas de dupla exposição do filme para obter efeitos especiais inovadores para a época.


Durante uma década, criando filmes fantasiosos e que divertiam crianças e adultos, Georges Méliès foi considerado o melhor cineasta do mundo. Chaplin o chamou de "o alquimista da luz".

Méliès estava presenta na plateia que assistiu, em 28 de dezembro de 1895, os Irmãos Lumière fazerem a primeira projeção de um filme na história.

D. W. Griffith, que viria a ser um dos grandes diretores da história do cinema, disse "a ele tudo devo".

Lançado em 1997, o filme Une Séance Méliès ("Uma Sessão Méliès") homenageou o cineasta compilando 15 filmes seus apresentados por sua neta Madeleine Malthete-Mélies.

Com Le voyage dans la Lune, Méliès foi para a lista dos "1001 filmes para ver antes de morrer", de Steven Jay Schneider.

Wikipédia

Carmina Burana - O Fortuna, Imperatrix Mundi

A roda da fortuna, no codex dos Carmina Burana.Os carmina burana ( do latim carmen,ìnis 'canto, cantiga; e bura(m), em latim vulgar 'pano grosseiro de lã', geralmente escura; por metonímia, designa o hábito de frade ou freira feito com esse tecido) são textos poéticos contidos em um importante manuscrito do século XIII, o Codex Latinus Monacensis, encontrados durante a secularização de 1803, no convento de Benediktbeuern - a antiga Bura Sancti Benedicti, fundada por volta de 740 por São Bonifácio, nas proximidades de Bad Tölz, na Alta Baviera. O códex compreende 315 composições poéticas, em 112 folhas de pergaminho, decoradas com miniaturas. Atualmente o manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional de Munique.

Carl Orff, descendente de uma antiga família de eruditos e militares de Munique, teve acesso a esse códex de poesia medieval e arranjou alguns dos poemas em canções seculares para solistas e coro, "acompanhados de instrumentos e imagens mágicas”.

Carmina Burana - O Fortuna, Imperatrix Mundi

Em Latim Em Português
O Fortuna, Ó Fortuna,
Velut Luna És como a Lua
Statu variabilis, Mutável,
Semper crescis Sempre aumentas
Aut decrescis; Ou diminuis;
Vita detestabilis A detestável vida
Nunc obdurat Ora oprime
Et tunc curat E ora cura
Ludo mentis aciem, Para brincar com a mente;
Egestatem, Miséria,
Potestatem Poder,
Dissolvit ut glaciem. Ela os funde como gelo.

Sors immanis Sorte imensa
Et inanis, E vazia,
Rota tu volubilis Tu, roda volúvel
Status malus, És má,
Vana salus Vã é a felicidade
Semper dissolubilis, Sempre dissolúvel,
Obumbrata Nebulosa
Et velata E velada
Michi quoque niteris; Também a mim contagias;
Nunc per ludum Agora por brincadeira
Dorsum nudum O dorso nu
Fero tui sceleris. Entrego à tua perversidade.

Sors salutis A sorte na saúde
Et virtutis E virtude
Michi nunc contraria Agora me é contrária.
Est affectus
Et defectus E tira
Semper in angaria. Mantendo sempre escravizado
Hac in hora Nesta hora
Sine mora Sem demora
Corde pulsum tangite; Tange a corda vibrante;
Quod per sortem Porque a sorte
Sternit fortem, Abate o forte,
Mecum omnes plangite! Chorai todos comigo!

Piervittorio Rossi (org) Carmina Burana. Testo latino a fronte, Milano, Bompiani, 1989.

Truffaut-Jules et Jim-Le Turbillon De la Vie-, Jeane Moreau

Projeto "Água pra que te quero!"- Nívia Uchôa

Eneagrama - Os 9 tipos eneagramáticos ( Descubra o seu tipo)

O eneagrama foi uma idéia originalmente trazida por G.I.Gurdjieff para o Ocidente (principalmente França e Alemanha), após 20 anos de peregrinação pelo Oriente. Mais que trazer uma visão dos tipos humanos representa um esquema para a compreensão de todos os fenômenos envolvendo a humanidade. Em 1970, o Eneagrama foi transmitido por Oscar Ichazo para um grupo de pessoas recrutadas principalmente pelo Psiquiatra Chileno Claudio Naranjo e reunidas na cidade de Arica, no Chile. Claudio Naranjo e outros participantes deste grupo transmitiram este conhecimento para outras pessoas nos Estados Unidos e em centros específicos da América do Sul. Diversos estudos e escolas de Eneagrama surgiram e passaram a explorar este conhecimento antigo e desenvolvendo aplicações bem sucedidas na Psicologia, na Espiritualidade, no mundo dos negócios, nas artes e em diversos outros campos do conhecimento.

Os 9 tipos
Uma importante observação antes que se discorra sobre os 9 tipos: apesar de ser divulgado atualmente e de forma mais ampla como um sistema psicológico de 9 tipos, o eneagrama é na verdade um símbolo representativo de qualquer processo evolutivo ou criativo que ocorra dentro do 'raio de criação'(Gurdjieef).

Segundo os ensinamentos do 'quarto caminho' (Gurdjieef), algumas leis cósmicas universais podem ser aplicadas no sentido de se conhecer qualquer fenômeno, seja físico, biológico, psicológico ou espiritual. O processo de aprendizagem destas leis, leva-nos a conhecer o princípio original que rege o acontecimento de todas as coisas. Destaca-se duas leis fundamentais que são a essência do conhecimento do eneagrama, a lei de três, e a lei de sete ou lei das oitavas. O eneagrama é a representação gráfica do processo de interação destas duas leis.

A aplicação do eneagrama aos 9 tipos psicológicos (como aborda vasta literatura atualmente), é fato recente. Portanto devemos tomar um certo cuidado se pretendemos nos apropriar devidamente deste conhecimento, uma vez que o modelo dos nove tipos, ainda que válido e eficiente como ferramenta psicológica, é reducionismo e não encerra de forma alguma o conhecimento sobre o tema. Para uma introdução ao assunto devemos pesquisar os escritos de P.D. Ouspesky e Bennet.

Tipo Eneagramáticos :
1 Perfeccionista, Reformista A organização Ser correto Ira Perfeição Crítica
2 Prestativo, Manipulador Os outros Ser querido Orgulho Vontade Auto-esquecimento
3 Bem-sucedido, Competitivo A auto-imagem Ser admirado Vaidade Harmonia Mentira
4 Individualista, Romântico As formas Ser diferente Inveja Origem Insatisfação
5 Observador, Pensador O conhecimento Ter conhecimento Avareza Onisciência Isolamento
6 Questionador, "Advogado do diabo" A autoridade Estar seguro Medo Força Timidez
7 Sonhador, Impulsivo A palavra Ter satisfação Gula Sabedoria Otimismo
8 Confrontador, Líder A justiça Ser respeitado Luxúria Verdade Vingança
9 Pacifista, Preservacionista O corpo Estar tranqüilo Indolência Amor Apatia


TIPO 1: O PERFECCIONISTA.

Pessoa: Juizes em geral; Profissão: Advogados e Juízes, Gestores da Qualidade; Animal: Formiga; Centro Preferido: Ativo; Centro Apoio: Emocional; Centro Reprimido: Teórico; Vício: Raiva; Sentimento: Falta de Confiança; Ferida Original: Traição; Vive no: Presente;

Infância: São crianças que tiveram pais extremamente severos de modo que aprenderam a demonstrar desde cedo, sentimentos adultos.

Sua tentação: Retitude (ser correto); Buscam: Ser perfeitos; Acabam: Perdendo a humanidade; Sua felicidade: Perfeição;

Caract. Comuns: Necessidade de fazer tudo perfeito; Centralizadores; Moralistas; Mundo dicotômico (preto ou branco, 8 ou 80); Insatisfeitos; Fazedores de listas; Críticos; Irritação com a desordem; Lentos nas decisões;

Caract. Maduras: Empreendedores; Organizados; Justos; Realistas; Íntegros; Disciplinados; Éticos;

Caract. Imaturas: Impacientes e intolerantes; Manipulam através do certo & errado; Sempre têm razão; Apego exagerado a detalhes; Dificuldade em lidar com o prazer; Auto-culpa; Não confiam em ninguém.


As pessoas do Tipo 1 são muito perfeccionistas, por serem exageradamente exigentes, tão exigentes que são considerados frescos. Seu vício emocional inconsciente é a raiva, porque não encontra a perfeição que deseja.

Por serem muito exigentes consigo e com os outros, são muito difíceis de agradar, preocupam-se com o mínimo detalhe. Sua exigência os torna pessoas rígidas e intolerantes. Sentem que as coisas estão incompletas.

Percebem a tudo na dicotomia de certo ou errado ou de adequado ou inadequado, sem termos intermediárias. Parecem autoritárias, por serem reprovadoras e rígidas, seguindo firmemente regulamentos e formalismos. Consideram-se eficazes.

Essas pessoas são disciplinadas, comportam-se de maneira adequada seguindo regras e formalidades acima de tudo, tendo dificuldades para ser espontâneas. São objetivas, determinadas e comprometidas, preocupam-se demais em fazer o que que tem que ser feito, dando prioridade às tarefas principais. São pessoas sérias e sinceras, levam as coisas muito a sério por menor que sejam.

São pessoas críticas e punitivas. Constantemente fazem autocrítica e esperam sempre serem criticados, consideram as críticas construtivas, que os ajudam a encontrar imperfeições para melhorar, mas ficam muito preocupados com as críticas recebidas, buscando melhorar. Pensando que os outros também esperam críticas, criticam os outros com o objetivo de ajudar. Dificilmente aceitam elogios, principalmente genéricos, porque dificulta no reconhecimento de suas próprias conquistas.

São cheias de regras. São esforçadas, trabalhadoras e organizadas, acreditando que isso as faz merecedoras. Consideram as coisas boas que têm como provas de suas virtudes, não como coisas para desfrutar. Buscam ser independente dos outros e evita que os outros sejam dependentes delas.

Trabalham normalmente em áreas em que seu esforço pode ser medido, como por exemplo áreas de contabilidade, financeiras, de organização e de métodos. Elas são base em organização e realização das tarefas, mas sua exigência excessiva atrapalha nas relações com os outros.

Seu ponto de estresse é 4, incorporando o vício inveja, e seu ponto de segurança é 7, incorporando a loquacidade, quando criativas.


Tipo 2 - Amigável e orgulhoso
As pessoas do Tipo 2 são prestativas, porque gostam de ajudar os outros preocupando-se mais com os outros do que consigo. Seu vício emocional inconsciente é o orgulho, que por serem prestativos, acham-se capazes e independentes.

São amigáveis, carismáticas e atrativas, sendo o tipo de pessoa que os outros gostariam de conhecer. São boas como amigas e queridas onde vivem. Elas têm uma capacidade boa de perceber os problemas alheios. Preocupam-se cuidadosamente com as pessoas, cada uma de forma particular, com o objetivo de apenas agradá-las.

São sensíveis para perceber os estados de espírito daqueles que desejam agradar. Comportam-se de maneira diferente com cada pessoa, mas não estão sendo falsos por isso. Oferecem graciosamente seu tempo e energia para ajudar outras pessoas, e suas habilidades e recursos estão normalmente disponíveis. Dificilmente se recusam a ajudar os outros e chegam a fazer sacrifícios pelos outros.

São confiantes, consideram-se capazes e auto-suficientes, que sabem e podem fazer. Odeiam pedir algo a alguém e odeiam receber ajuda alheia. Procuram em manter a imagem idealizada, para não ferir seu orgulho. Sentem-se mal quando não conseguem ajudar alguém. Costumam se consideram boas a ponto de não ter necessidade de competir. Consideram-se bem-intencionadas.

Preferem lidar com a vida cotidiana e relações humanas, sendo sugestivas. Por serem mais centradas nos outros, tornam-se agressivas quando não atendidas. Sentem-se menosprezados se ajudam alguém que não reconhece sua ajuda, podendo expressar uma raiva ou emoção que surpreende os outros.

Sua ingenuidade e generosidade os tornam voluntariosos e úteis, são teimosos e contraditórios. Têm pouco tempo para se dedicar a uma única coisa. Por cuidarem tanto dos outros, acabam esquecendo de si e suas próprias necessidades e desejos.

São sedutoras, adulam os que gratificam seu orgulho, apenas aqueles que parecem dignos de serem seduzidos, podem desprezar os que não consideram dignos. Elas podem ser manipuladoras e chegam a colocar as pessoas umas contra as outras, por serem amigas de várias pessoas.

Trabalham normalmente em áreas em que há relacionamentos com pessoas, como por exemplo vendas, relações humanas e secretariado. Por adorarem envolvolver-se com pessoas, atrai pessoas para perto de si, com facilidade.

Seu ponto de estresse é 8, incorporando o vício luxúria, e seu ponto de segurança é 4, incorporando a estética (bom gosto), quando criativas.


Tipo 3 - Egoísta e mentiroso
As pessoas do Tipo 3 são progressistas, fazendo um trabalho bom com o objetivo de prosperar. Seu vício emocional inconsciente é a mentira (engano), por criarem uma imagem falsa para conseguir admiração dos outros.

Vivem em busca do sucesso, sendo egoístas, cujo objetivo é beneficiar-se. São pessoas frias, que disfarçam sua frieza com uma imagem humanista e uma falsa generosidade. Inventam e conseguem inventar desculpas com muita facilidade.

Têm facilidade para disfarçar seus sentimentos. Expressam apenas os sentimentos necessários para obter seus interesses, que na maioria das vezes são falsos, reprimindo seus outros sentimentos, os mais sinceros. Em sua ganância, agem manipulando as pessoas com suas mentiras e exigências, sendo impessoais. São chamadas de camaleão por se comportarem de forma diferente com cada pessoa, fingindo se comportar com as idéias dos outros, nunca demonstrando pensamentos e emoções próprias.

São calculistas e visam o reconhecimento, sendo muito vaidosas. Elas se tornam hostis se não receberem o reconhecimento e a admiração de que desejam. Consideram-se eficientes e superiores. Para elas, o importante é o objetivo, os resultados e a eficiência, não se importando com os mínimos detalhes. Para elas "os fins justificam os meios".

Relacionam-se com as pessoas apenas para que elas as ajudem a alcançar seus objetivos, sendo falsas com as pessoas úteis a elas, exigindo das pessoas mais do que elas podem fazer. Evitam contato com pessoas que não são úteis para elas, agindo de forma educada e gentil com desculpas falsas, tornando-se inacessíveis.

São autoconfiantes e demonstram ser talentosos em relação aos outros. Preocupam-se em ser admiradas pelos outros, por vaidade e para manter sua auto-estima. Talvez confundiram admiração com amor, por serem admirados quando crianças por terem algo especial, passando a procurarem por admiração. São pessoas presunçosas.

Só fazem algo se receberem algo em troca, sua ação generosidade os dão em troca admiração e respeito. São pessoas que só fazem algo para serem bem-sucedidas. Por vaidade, consideram o fracasso como experiência e culpam os outros, não admitindo que fracassaram.

Trabalham normalmente em áreas em que há possibilidades de crescimento, como por exemplo vendas, advocacia, administração, consultoria, assessoria, política e trabalhos autônomos. São boas para trabalhar, devido sua eficiência, objetividade e dedicação, tendo boas idéias para conseguir as metas. Sua habilidadede negociação os ajudam a conseguir o que querem. Elas são descomprometidas, mudam de lado ou abandonam algo quando encontram algo melhor. Por isso têm problemas em relacionamentos mais íntimos.

Seu ponto de estresse é 9, incorporando o vício preguiça, e seu ponto de segurança é 6, incorporando a responsabilidade, quando criativas.


Tipo 4 - Insatisfeito e emotivo
As pessoas do Tipo 4 são as que mais sofrem, são sentimentais e exageram seu sofrimento. Seu vício emocional inconsciente é a inveja, devido sua insatisfação.

As pessoas do tipo 4 são as que mais apresentam diferenças entre si, elas têm dificuldade de perceber seu vício de inveja, por isso têm dificuldades de se identificarem no eneagrama, mas reconhecem sua insatisfação.

Para elas sempre falta alguma coisa ou várias. Suas atitudes são aparentemente masoquistas, fazendo comparações constantemente e pensando que nada têm. Tendo inveja, tornam-se pessoas mordazmente críticas, muitas vezes irônicas e queixosas. Por isso são exigentes e detalhistas e se sentem enganadas, como se conspirassem contra elas.

São sensíveis e instáveis, podendo ter ações histéricas, mudando de humor de forma repentina ou facilmente. Consideram-se injustiçadas.

Elas conseguem perceber o que a maioria das pessoas não percebe, devido sua sensibilidade de percepção. Assim percebe as coisas boas do mundo e isso gera sua sensação de inferioridade que provoca inveja.

Valorizam coisas que são insignificantes por pensarem ter muita imperfeição em si ou consigo. São românticas por idealizarem uma vida com alguém onde tudo é maravilhoso. São criativas, mas pouco objetivas. Por comportarem-se tragicamente, têm tendência a se tornarem artistas. As artes são uma forma delas expressar seus sentimentos. São individualistas e têm pouco contato com o mundo exterior.

Buscam um significado para sua vida e querem amor, são melancólicos e sofrem por pensarem serem inferiores, sofrendo por um motivo inventado. Elas exageraram a expressão do sofrimento para obter algo, tendo uma vida dolorosa. Para elas, desejar é mais importante do que possuir.

Elas evitam sentimentos comuns em relacionamentos, colocando metas que podem ser impossíveis. Sua vida está relacionada a sentimentos e relacionamentos.Às vezes, para elas, quanto mais distantes, mais perfeitas as pessoas lhes parecem.

São pessoas autênticas, por causa de sua crítica e a exigência de originalidade, e solidárias com o sofrimento alheio. Gostam de ser especiais e únicas e têm carência de atenção. Quando a vida se banaliza podem ter crises emocionais ou existenciais.

Trabalham normalmente em áreas em que a criatividade e a originalidade possam ser expressadas, como por exemplo artes, psicologia e jornalismo. Gostam de coisas diferentes, querem expressar seus sentimentos, usando sua criatividade.

Seu ponto de estresse é 2, incorporando o vício orgulho, e seu ponto de segurança é 1, incorporando a organização (planejamento), quando criativas.


Tipo 5 - Observador e estrategista
As pessoas do Tipo 5 são observadores, são individualistas e não participam dos acontecimentos, fazendo planejamentos de suas ações. Seu vício emocional inconsciente é a avareza, porque temem perder algo ou têm desconforto ao gastar alguma coisa.

As pessoas do tipos 5 vivem mais como observadores dos acontecimentos e preferem se manter fora deles, por isso são frias e aparentemente anti-sociais, tendendo a tornarem-se tímidas. Preferem não se envolverem nos eventos, mas querendo ver melhor sem perder seu senso crítico. Preferem estar consigo mesmos, envolvidos em atividades que só dizem respeito a si próprios.

Tendem a ignorar as relações e emoções nas questões da vida. São metódicas e apáticas, dificilmente mudam seu estado emocional e ficam indiferentes com as coisas, as notícias recebidas são pensadas e não expressadas. Não expressam seus sentimentos.

Sentem necessidade de retenção, de acumulação de bens e conhecimento, tendo avareza, porque não conseguem se livrar das coisas que tem, querendo protegê-las, como temessem que se perdessem algo resultaria em um esvaziamento catastrófico e que seria necessário posteriormente. Às vezes abrem mão de conseguir algo para não perder o que já tem.

São pessoas frias e calculistas, que crêem na mente como meio de conseguir as coisas, substituindo emoções por pensamentos. São internamente perfeccionistas, precisam ficar sós para pensar, refletir e inclusive reviver sentimentos, por isso usam a estratégia de autodistanciamento. Consideram-se lógicos e prudentes.

São reservadas, objetivas, analíticas e sérias, sendo mais intelectuais, tendo uma curiosidade pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais. Preferem o racionalismo ao empirismo, nunca desejando o que não seja lógico e nunca expressando sentimentos, que para elas são inadequados. Adoram informação, podendo ter muitos interesses ou alguns em assuntos entendidos por poucos, por isso apreciam a leitura e os livros de informações.

Seu individualismo as torna auto-suficientes, são medrosas. Precisam de tempo para refletir antes de dar respostas e sentem desconforto para decidir sob pressão. Procuram minimizar suas próprias necessidades e reivindicações. Sua vida é organizada de uma maneira compartimentada, para elas as pessoas ao seu redor são divididas de acordo com as atividades. Gostam também de se preparar antecipadamente para os eventos e odeiam surpresas.

São pessoas distantes e inacessíveis, que dão respostas curtas e diretas aos outros, afastando-se das pessoas e mostrando pouca ou nenhuma apreciação pela presença delas, ignorando facilmente as pessoas ao seu redor, incomodando-as. Por isso têm dificuldades para se relacionarem com os outros.

Trabalham normalmente em áreas de planejamento, como por exemplo engenharia, pesquisa e informática, áreas de ciências exatas. São bons para fazer análises e estratégias, sendo eficientes em planejamentos.

Seu ponto de estresse é 7, incorporando o vício gula (por bens, pessoas e principalmente conhecimento), e seu ponto de segurança é 8, incorporando a determinação, quando criativas.


Tipo 6 - Cuidadoso e medroso
As pessoas do Tipo 6 são desconfiadas, porque tem medo de que ocorra algo ruim e preferem preparar tudo com cuidado, mas nunca se sentem seguros. Seu vício emocional inconsciente é o medo, por isso agem com cautela.

São pessoas atentas, inseguras e intuitivas, preferem estar preparados e evitar improvisos. Preferem o que connhecem e se preparam para o que não conhecem, como o futuro que é incerto. Procuram clareza em regras e regulamentos, são muito ansiosas e não suportam suspense.

São pessoas desconfiadas e estão sempre em alerta, sua necessidade de segurança fazem elas tomarem precauções contra qualquer ameaça real que perceberam. São realistas e se preocupam demais com o perigo, por isso questionam as ações que fazem e as que as outras pessoas fazem.

Elas são pessoas vigilantes, que pensam que percebem sempre o que os outros estão escondendo. São sociáveis, gostam de ficar em conjunto com outras pessoas, porque sentem-se seguros quando estão entre as pessoas que conhecem. Consideram-se cautelosas e realistas. São dependentes e precisam sempre de um referencial, como um líder, para sustentação.

Não gostam de obedecer às ordens dos outros e procuram questionar intensamente as intenções dos outros, porém são muito leais, principalmente com o grupo, criando um espírito de equipe no grupo de trabalho com muita lealdade. Para elas a melhor defesa é o ataque. Assim elas tem desconfiança sobre as reais intenções dos outros e uma pré-disposição a interpretar os outros como ameaça.

Preferem evitar os problemas a arcar com as conseqüências. Podem variar de reservadas e tímidas a francas e confrontadoras, mas só estão seguros se o problema for de probabilidade impossível. Preferem ficar mentalmente ocupadas para não pensar, para evitar que pensem em ameaças.

São organizadas, comprometidas e criativas. Questionam as próprias decisões, os motivos dos outros e a segurança de qualquer situação, imaginam as piores situações como uma maneira inteligente de pensar, prevendo possibilidades ruins e procurando evitá-las.

Quando estão com medo, preocupam-se em escapar do problema. Geralmente não percebem que são medrosos. São contestadores e procuram por erros e ameaças, mas são corteses e alegres. Costumam a ficar irritadas com pessoas que não previnem desastres ou considera os desastres muito improváveis.

Trabalham normalmente em áreas de gerências de pessoas e procedimentos, como por exemplo áreas de produção, financeira e relações humanas. O que as ajuda são sua capacidade de perceber riscos e de críticar os processos, prevendo as falhas, mas o rigor por segurança é exagerado e atrapalha.

Seu ponto de estresse é 3, incorporando o vício vaidade, e seu ponto de segurança é 9, incorporando a tranquilidade.

Tipo 7 - Feliz e otimista
As pessoas do Tipo 7 são muito otimistas, vendo tudo de forma boa e sempre demonstrando alegria. Seu vício emocional inconsciente é a gula, porque buscam sentir prazer.

São pessoas bem-humoradas e adoram se divertir. São muito otimistas, vendo tudo como fosse melhor e esperando as possibilidades boas. Alimentam muitas ilusões e fantasias. São pessoas ativas e encantadoras por causa de sua alegria e entusiasmo, expressam muita alegria. Odeiam desprazer e evitam entrar em contato com qualquer eventual dor ou sofrimento.

Facilmente se entediam com as coisas, e ficam saciadas rapidamente, por isso odeiam rotinas e evadem dos padrões e regras. Odeiam ficar paradas e procuram sempre estar fazendo algo que lhe agrade. São imaginativas e criativas, adoram estimular sua imaginação, tendo muitas idéias e planos, que às vezes são impossíveis de existir.

Por serem otimistas e acreditarem no melhor, têm dificuldades em perceber os valores alheios, porque para elas as coisas são perfeitas não percebendo o que realmente é bom. Consideram-se improvisadoras. São muito loquazes.

São pessoas superficiais, sobrecarregam com atividades como meio de fugir das dificuldades emocionais, assumindo vários compromissos simultaneamente, mas têm dificuldades para completá-los. Têm boa agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, mas dão prioridade ao prazer.

Para eles é muito divertido inventar e iniciar atividades que envolvam outras pessoas. Têm tendência a ser humoristas, por ter prazer em diversão e buscá-la. Abandonam qualquer plano que saibam que pode falhar, quando não sabem dessa possibilidade são positivistas. Não refletem sobre o que os outros pensam.

São pessoas manipuladoras, quase sendo charlatãs, facilmente convencem os outros e são insistentes. Consideram a realidade como sua imaginação positivista. Consideram-se confiáveis, apesar de poderem ter segundas ou terceiras intenções, devido à quantidade de seus interesses. Como otimistas, confiam nos outros e acreditam neles.

Gostam de ter muitos pensamentos e idéias, chegando a pensar que eles são ilimitados e e sentem capazes de resolver qualquer problema, são intelectualmente analíticas. Chegam a ser presunçosas e arrogantes, mas são pessoas brincalhonas que preferem ser crianças, evitando responsabilidades e rotina.

Trabalham normalmente em áreas em que não há rotina e é necessário o uso da criatividade, como, por exemplo marketing, vendas, planejamento e negociação. São bons para resolver problemas devido sua criatividade e otimismo, mas são indisciplinados e irresponsáveis, tendo dificuldades com normas ou pessoas rígidas e evitando a rotina.

Seu ponto de estresse é 1, incorporando o vício ira, e seu ponto de segurança é 5, incorporando a objetividade (habilidade de observação), quando criativas.


Tipo 8 - Desafiador e autoritário
Nunca pedem perdão. A princípio, são sempre contrários a qualquer novidade

As pessoas do Tipo 8 são rebeldes e autoritárias, porque gostam de desafiar e dominar os outros sem se preocupar com os outros. Seu vício emocional inconsciente é a luxúria, que está relacionada ao seu hábito de dominar os outros e serem sexualmente sádicas.

São autoritárias ao extremo, querendo que tudo seja do seu modo, desprezando a opinião alheia. São pessoas que adoram desafios e odeia ambientes pacatos. Expressam-se de forma direta e objetiva, tendo facilidade em fazer escolhas e reações imediatas a situações.

São pessoas insensíveis, apegadas à força, à justiça e ao poder, sendo dominadoras e agressivas. Gostam de exagerar seus pensamentos, desconsiderando o pensamento dos outros. Gostam de agir, mas não de discutir. Consideram-se realizadoras.

São firmes em suas ações, confrontadoras em suas relações, sendo pessoas rebeldes, que gostar de ir contra. Para atingir seus objetivos são insistentes, teimosas e determinadas. Irritam-se com facilidade e fazem ações radicais facilmente.

Em discussões, podem ficar muito irritados, mas depois seu rancor pode ser esquecido. Odeiam e desprezam pessoas sensíveis e fracas. Buscam o confronto como forma de impor sua supremacia, muitas vezes por simples prazer. Gostam de conquistar e de serem vistos como pessoas fortes.

Gostam de vingar injustiças, consigo e com os outros, defendem veementemente os oprimidos e chegam a cometer absurdos para proteger ou vingar em nome de quem foi injustiçado. São agressivas, mas não percebem sua agressividade. São corajosas, grossas e seguras, sendo intimidadoras.

Exigem a verdade e dizem sempre o que pensam. Sua ética de justiça é pessoal. Quando alguém não concorda com elas, pensam que está sendo desafiadas, querendo que todos participem. Evitam interioridade e adoram desafiar os outros, para obter estímulo de vida, seus alvos são os mais desafiadores e também os mais evasivos.

Não se preocupam com os outros, para conseguir o que querem preferem tomar, não importando com o que os outros pensam. Dificilmente fazem pedidos, mas quando pedem são autoritários. Têm facilidade em mandar e liderar, dando prioridade à realização, assumem o controle de tudo que fazem, desde as coisas mais banais até as mais significativas.

Trabalham normalmente em uma área relacionada à liderança, como por exemplo liderando empresas. Sendo confiantes e negociadores, procuram crescer, usando métodos diretos e eficazes. O que querem fazer, elas fazem, sendo realizadoras. Podem ser bons líderes, cuidando firmemente dos interesses do grupo, mas só quando coincidem com os seus próprios.

Seu ponto de estresse é 5, incorporando o vício avareza, e seu ponto de segurança é 2, incorporando a generosidade (fazer doação, piedade), quando criativas.


Tipo 9 - Preguiçoso e pacifista
As pessoas do Tipo 9 são tranqüilos, que gostam de preservar a paz e evitam confrontos. Seu vício emocional inconsciente é a indolência, por causa de sua tranqüilidade, indecisão, busca por ócio e por adiar suas tarefas.

São pessoas lerdas, mas são agradáveis, carismáticas e amigáveis, gostam de manter a paz e a ordem, por isso não são competitivas e são mediadoras, dando prioridade ao bem comum. Distraem-se facilmente, raramente é intencional, parece que é por desinteresse.

Apesar de serem calorosas, tolerantes e acomodadas, são pessoas apáticas, que desenvolveram um estado de anestesia para não sofrerem atritos com a realidade. Tendo preguiça de mudar ou agir, adaptam-se facilmente ao ambiente. Dificilmente tomam decisões, mas quando toma são repentinas e firmes.

Expressam serenidade e calma, mesmo não sendo estes seus sentimentos reais. São indecisas, ou por apatia ou por indolência, fazendo-as aceitar qualquer opção. Consideram-se pessoas distraídas, confusas, com memória fraca e conciliadoras.

Sendo mediadoras, são indicados para resolver conflitos e divergências, mas costumam ceder muitas vezes para evitar ou resolver o conflito. São indecisas e procrastinadoras, adiam o que têm que fazer. Deixam até as mais altas prioridades por último, chegando a realizá-las no último momento, muitas vezes esquecem tarefas importantes.

Têm dificuldades em saber o que pensam ou sentem, o que as leva a adotar desejos alheios. São pessoas flexíveis, preservacionistas e solidárias. Tornam-se dependentes dos outros, emocionalmente ou economicamente, devido sua indolência.

Ficam em silêncio em discussões. Preferem que sua vida seja calma, estruturada, previsível e confortável. Vivem através dos outros, como a família, a nação ou grupo de trabalho, sentindo se valorizadas assim.

Trabalham nas mais variadas áreas, porque sua facilidade em se adaptar lhes permite trabalhar em mais áreas e se manterem trabalhando, apesar de resistirem inicialmente à mudanças. Normalmente estão nos setores administrativos, secretariado, atendimento ao público e auxiliares.

Seu ponto de estresse é 6, incorporando o vício medo, e seu ponto de segurança é 3, incorporando a capacidade de realização (ter sucesso), quando criativas.




Wikipédia (saiba mais)

Amor. Teatro de Revista

O amor é coisa simples, é uma valsa adocicada
Um fim de tarde com as réstias de sol vinda dos quintais
Invadindo a cozinha.

O verdadeiro amor sempre me lembra um fim de tarde.
Eu copiando os quadros do Renoir aos dez anos de idade
A chuva de verão, a faca sangrando os figos para o sabor dos olhos,
O cheiro de domingo, a ânsia pelo momento certo de cruzar olhares
De enlaçar línguas, de invadir-se em cheiros

É calma a esperar o soneto que guardo aqui,
Pacífico e revolto, na véspera de sair entre os dedos
Como se corressem feito o suor em meu corpo

É o voo das folhas, o passo da moça
A perna morena, a violência do olhar.
O negar-se por outros, é o chegar no momento
É um tormento tão doce, e se assim não foste, não era amar.
Foto: Mário de Oliveira

A outra face da lua - Lilith


A Lilith astronômica

A Lua descreve uma trajetória elíptica ao redor da Terra. Uma elipse possui dois pontos focais e aquele que fica vazio foi denominado Lua Escura, Lua Negra ou Lilith. Isto se constitui numa definição um tanto simplificada, pois, na realidade, a Lua e a Terra movem-se ambas ao redor de seu centro comum de gravidade, e a trajetória da Lua não é uma elipse exata, mas um tanto oscilante. Assim é necessário estabelecer a diferença entre a órbita média da Lua, que é uma elipse levemente alongada, e a órbita real, que oscila ao redor da órbita média devido a diversas interferências. Assim como há um Nodo Lunar “médio” e outro “real”, e como há uma elipse “média” e outra “real”, também há uma Lilith “média” e outra “real”. Escrevo real entre aspas salientando que o Nodo da Lula só é “real” umas duas vezes ao mês, quando a Lula se encontra realmente sobre ele, já que no resto do tempo, ele é tão “irreal” quanto o Nodo Médio. A propósito, quando se trabalha com um ponto tão próximo à Terra, devemos considerar o efeito paralaxe, isto é, devemos ponderar que um determinado ponto da Terra é visto a partir de um certo ângulo de um ponto no céu. A Astrologia observa os planetas sob o ponto-de-vista geocêntrico, ou seja a partir da Terra, e não de maneira topocêntrica, a partir do ponto de vista de um observador.

A Lua também já foi definida como um apogeu da órbita lunar, isto é, como aquele ponto da órbita mais distante da Terra. Ambos os pontos, o apogeu e o segundo ponto focal, localizam-se no eixo maior da elipse orbital, chamado também de linhas das apsides. Vistos da Terra, estão na mesma direção, portanto, ocupam o mesmo lugar no Zodíaco. O segundo ponto focal se encontra a uma distância aproximada de 36.000 km da Terra, enquanto o apogeu a cerca de 400.000 km. À parte dessa diferença de distâncias, as duas definições podem ser consideradas equivalentes. Tendo em vista que a órbita da Lua move-se para frente continuamente no espaço, a Lua Negra percorre o Zodíaco cerca de 40º por ano. Uma revolução completa demora 8 anos e 10 meses.
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A interpretação de Lilith
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"Durante meus anos de prática astrológica, tenho utilizado a Lua Negra em todas as minhas análises de mapas natais, como complemento da interpretação da Lua. Jamais pensei em ignorar esta influência. A Lua Negra descreve nosso relacionamento com o Absoluto, com o sacrifício como tal, e mostra-nos como abrimos mão de certas coisas. Em trânsito, a Lua Negra indica-nos alguma forma de castração ou frustração, freqüentemente nos assuntos relacionados ao desejo; uma incapacidade da psique; ou uma inibição em geral. Por outro lado também indica nossas áreas de autoquestionamento, a nossa vida, nossos trabalhos, nossas crenças. Acho que é isto é importante, pois nos dá a oportunidade de abrir mão de algo. A Lua Negra mostra onde podemos deixar que a Totalidade fale dentro de nós, sem atravessar um “eu” pelo caminho, sem erigir um muro formado pelo nosso ego. Ao mesmo tempo, ela não nos indica a passividade. Ao contrário, simboliza a firme vontade de mantermo-nos abertos e confiantes, de deixar que o Mundo Transcendental infiltre-se em nós, confiando inteiramente nas grandes leis do Universo, naquilo que chamamos Deus. A fim de nos preparar para essa abertura, a Lua Negra cria um vazio necessário."

(Joëlle de Gravelaine in "Lilith und das Loslassen", Astrologie Heute Nr. 23)

Tradução: Maria-Fernanda Alves Guimarães

O astronauta - Baden Powell

As Valquírias - Mitologia Nórdica

As Valquírias de Odin



São os espíritos femininos chamados de Valquírias, que aguardam os guerreiros em Valhala (morada de Odin); e nenhuma descrição dos Deuses da batalha estaria completa sem elas. Nas descrições dos poetas, elas aparecem como mulheres usando armadura e montadas em cavalos, passando rapidamente acima do mar e da terra. Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala. Às vezes, porém, as Valquírias são retratadas como as esposas de heróis vivos. Supostamente, as sacerdotisas humanas se transforma­riam em Valquírias, como se fossem as sacerdotisas de algum culto.



Reconhecemos algo semelhante às Norns, espíritos que decidem os destinos dos ho­mens; as videntes, que eram capazes de proteger os homens em batalha com seus encantamentos; aos poderosos espíritos femininos guardiões apegados a certas famílias, trazendo sorte a um jovem sob sua proteção; e até a certas mulheres que se armavam e lutavam como homens, das quais existe alguma evidencia histórica nas regiões em tomo do Mar Negro. Pode também haver a lembrança das sacerdotisas do Deus da guerra, mulheres que presidiam os ritos sacrificais quando os prisionei­ros eram condenados à morte apos a batalha.



Aparentemente, desde tempos remotos, os germanos pagãos acre­ditavam em ferozes espíritos femininos seguindo os comandos do Deus da guerra, espalhando a desordem, participando de batalhas, agarrando e talvez até devorando os mortos.



O conceito de uma companhia de mulheres associadas a batalhas entre os germanos pagãos é ainda mais enfatizado pelos dois encantamentos que sobreviveram até os tempos cristãos. Um vem de Merseburgo no sul da Germânia, e é um feitiço para abrir as correntes. Ele descreve como certas mulheres chamadas "Idisi" (termo derivado do nórdico antigo, "dísir" - Deusas) se sentavam juntas, algumas travando fechos, outras segurando a equipagem e outras ainda puxando as correntes. Concluindo com estas palavras: "Salta fora das amarras, foge do inimigo".

Pode ser comparado a esse um feitiço em "Old English" contra uma dor súbita. A principio parece um feitiço simples e inócuo, até a dor ser visualizada como sendo infligida pelas lanças de determinadas mulheres sobrenaturais. Nesse ponto, o feitiço assume uma postura heróica.

"Ruidosas eram elas, eis que eram ruidosas,
Cavalgando sobre a colina.
Tinham a mesma e única intenção,
Cavalgando pela terra;
Protege-te agora para escapar desse mal.
Sai pequena lança se aqui tu estás.
Sob o escudo de luz eu me coloquei,
Quando as poderosas mulheres
Preparavam o seu poder
E enviavam suas lanças ferinas"...


Mais adiante no encantamento são mencionadas armas atiradas pelos Deuses, e a impressão é que temos aqui algo que era originalmente um encantamento de batalha, como o de Merseburgo, que foi passado de geração em geração pelo mundo, até poder ser evocado por razões prosaicas. Uma segunda sugestão de mulheres sobrenaturais em outro encantamento é o termo "sigewif", mulheres da vitória, usado para descrever um enxame de abelhas.



Abrir e fechar correntes e amarras, atirar lanças e o poder de voar são atividades associadas à Odin. Em Hávamál (expressão daquele que é Grande), ele entoa um encantamento para providenciar "correntes para os meus adversários". Provavelmente não são amarras físicas, e sim para a mente, do tipo descrito em Ynglinga Saga (relatos dos antigos reis da Suécia):



"Odin sabia como agir de modo que seus inimigos em batalha ficassem cegos ou surdos ou tomados pelo pânico, e suas lanças não espetassem mais do que varinhas de condão".



Um exemplo vivido dessa condição é encontrado em uma das sagas da Islândia, Hardar Saga (36). O herói Hord estava fugindo de seus inimigos quando subitamente foi dominado pelo que e descrito como "corrente de guerra" (herfjgturr). Ele foi conjurado por meio de magia hostil:
A "corrente de guerra" veio para cima de Hord, e ele livrou-se uma e duas vezes. A "corrente de guerra" atacou uma terceira vez. Em seguida, os homens conseguiram cercá-lo formando um círculo de inimigos, mas ele lutou ate sair do círculo e matou três homens.



Essa atitude não deve ser confundida com pânico em batalha 'pois Hord era um homem excepcionalmente corajoso e um esplêndido guerreiro. Parece, antes, uma espécie de paralisia, como a que se experimenta em um pesadelo. Três vezes ele conseguiu se libertar, mas quando a corrente o atacou pela quarta vez, foi cercado novamente e morto. Vale dizer que um dos nomes das Valquírias é Herfjgturr, "corrente de guerra", a mesma palavra na passagem acima. A interpretação sugerida de um dos nomes das Alaisiagae, Friagabi, como "concedente da liberdade", pode ser relevante nessa conexão.



A literatura nórdica antiga nos deixou um retrato das dignificadas Valquírias montadas em cavalos e armadas com lanças; mas também sobreviveu um quadro diferente, mas rústico, de mulheres sobrenaturais ligadas a sangue e sacrifício. Criaturas fêmeas, às vezes de tamanhos gigantescos, despejam sangue sobre um distrito onde haverá uma batalha; às vezes, elas são descritas carregando cochos de sangue ou montadas em lobos ou são vistas remando um barco em meio a chuva de sangue caindo do céu.



Essas figuras geralmente são augúrios de luta e morte; elas às vezes aparecem para os homens em sonhos, e são descritas mais de uma vez nos versos dos escaldos, nos séculos X e XI. O mais famoso exemplo de uma visão em sonho e mencionado em Njáls Saga(sagas das famílias islandesas), que teria acontecido antes da Batalha de Clontarf, travada em Dublin em 1014. Um grupo de mulheres foi visto tecendo uma tapeçaria tétrica formada das entranhas de homens e pesada com cabeças decepadas. Elas estavam colocando a cena do fundo, que era de lanças cinza, com um carmesim. Eram chamadas pelos nomes das Valquírias. Um poema é citado na Saga, que teria sido recitado por elas, no qual declarariam que são elas que decidem quem deve morrer na batalha iminente:


"Tecemos, tecemos a teia da lança,
Enquanto vai adiante o estandarte dos bravos.
Não deixaremos que ele perca a vida;
As Valquírias tem o poder de escolher os aniquilados...
Tudo é sinistro de se ver, agora,
Uma nuvem de sangue atravessa o céu,
O ar esta vermelho com o sangue de homens,
Enquanto as mulheres da batalha entoam sua canção".



Esse poema, conhecido como "Darradarljod" ou "Passagem das Lanças", pode não ter sido necessariamente composto a respeito da Batalha de Clontarf; já foi sugerido que alguma outra batalha na Irlanda o teria inspirado. De qualquer forma, temos aqui, em um período relativamente prematuro, um retrato das Valquírias, "mulheres de batalha", que está de acordo com as outras descrições de terríveis criaturas fêmeas decidindo sobre a sorte dos guerreiros em batalha.



Outras figuras que mostram uma grande semelhanca as Valquírias dessa espécie são encontradas nas historias dos povos celtas. São elas, Morrigu e Bobd, mencionadas nas sagas irlandesas. Elas costumavam aparecer no campo de batalha ou às vezes se tomavam visíveis antes de uma batalha. Podiam tomar a forma de aves de rapina e geralmente faziam profecias de guerra e massacre.



A associação dessas mulheres de batalha com as aves de rapina que voam sobre um campo de batalha e interessante. No poema em "Old English, Exodus", o adjetivo para "escolhendo os aniquilados", "welceasig", é usado para descrever o corvo; e um dos mais antigos poemas em nórdico antigo, "Hrafnsmál" é em formato de um diálogo entre um corvo e uma valquíria. O corvo junto ao lobo é mencionado em praticamente todas as descrições de uma batalha em poesia composta em "Old English", e os dois animais eram considerados as criaturas do Deus da guerra, Odin.



Essas notáveis semelhanças entre as figuras de mulheres de batalha sobrenaturais na literatura dos escandinavos e dos germanos pagãos de um lado, e dos povos celtas de outro, são significativas. Conforme o escritor, Charles Donahue, sugeriu que havia uma crença em ferozes espíritos de batalha ligados ao Deus da guerra numa época em que os celtas e germanos viviam em contato próximo, durante o período romano.



Sem dúvida, a figura da valquíria na literatura nórdica se desenvolveu em algo mais dignificado e menos sanguinário como resultado do trabalho de poetas durante um considerável período de tempo. As criaturas alarmantes e terríveis que sobreviveram na literatura apesar desse esforço parecem, no entanto, mais próximas em caráter daquelas que escolhiam os aniquilados, conforme eram visualizadas nos tempos pagãos. (Os Deuses da Batalha)

Deuses e Mitos do Norte da Europa H. R. Ellis Davidson


Fonte :
http://www.templodeavalon.com/modules/mastop_publish/?tac=As_Valqu%EDrias_de_Odin

Imagens :
Google

COMPOSITORES DO BRASIL

Por Zé Nilton


Todas as quintas-feiras, a partir das 14 horas, é levado ao ar o programa COMPOSITORES DO BRASIL, pela Rádio Educadora do Cariri.
Amanhã, dia 10, vamos falar de Guerra Fria, Corrida Espacial e a Música Popular Brasileira. A contextualização entra como um pré-texto para falar mesmo de música, de compositores brasileiros e suas formas de cantar, encantar e desencantar o cosmo e o objeto de desejo da corrida espacial, a lua.
Começaremos pelo uruguaio/brasileiro, Fábio, à procura de “Stela” (1968), ecoando sua belíssima voz pela imensidão do universo:
Stela,
Em que estrela você se escondeu
Em que sonho você vai voltar
Quanta espera de você”.
Nesta mesma linha vem João Gilberto, e também solta (ou prende) a voz, indagando por onde anda a sua amada, perdida nos confins do espaço sideral, no “Samba da Pergunta” ou “Astronauta” (1970):
“Ela agora

Mora só no pensamento

Ou então no firmamento

Em tudo que no céu viaja

Pode ser um astronauta

Ou ainda um Passarinho
...............

Pode estar num asteróide

Pode ser a estrela D’alva

Que daqui se olha

Pode estar morando em Marte

Nunca mais se soube dela

Desapareceu”.
E falando diretamente da lua, bem antes do grande conflito, o excelente Custório Mesquista saia na frente na defesa da iluminadora dos amores, revelando em tom de cumplicidade, em “Se a Lua Contasse” (1933) sua arrebatadora paixão, o fazendo na magistral interpretação de Aurora Miranda:
Se a lua contasse
Tudo que eu sei
De mim e de você
Muito teria o que contar...
.......
Somente a lua foi testemunha
Daquele beijo sensacional
Nesse momento foi tal o enlevo
Que a própria lua sentiu-se mal”.
Bem depois, Renato Rocha, com a música “A Lua” (1981), desconserta Custório Mesquita quando canta a Lua e seus ciclos insensantes, através do MPB4:

“A lua,
Quando ela roda é nova
Crescente ou meia, a lua é cheia
Quando ela roda
Minguante e meia
Depois é lua nova... mente quem diz
Que a lua é velha”.
Até o nosso Chico Buarque entra no assunto e faz uma referência direta à chegada do homem à Lua, em 1969. Reclamando, ele canta em “Essa moça tá diferente” (1970):
Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som
Faço-lhe um concerto de flatua
E não lhe desperto emoção
Ela que ver o astronauta
Descer na televisão.”..
Na sequência, vem “O astronauta”, de Helena dos Santos, (1970), com Roberto Carlos; “Eu vou pra lua”, sem ligar-se muito no acentuado “machismo” de Ari Lobo (1960); “ Na lua não há” (1963), a primeira música de Helena dos Santos gravada pelo Rei, depois de muito perseguí-lo e implorá-lo; “Marcianita” (1960), um twist fantástico com Sérgio Murilo. O grande Adelino Moreira espatifa todo o romantismo poético dos nossos compositores e declara em Boêmio Demondê (1963), no vozeirão de Nelson Gonçalves que:
“Minha seresta,

Não terá pinga na rua,

Não terá luar nem lua,

E nem lampião de gás,

Porque a lua,

Nesses tempos agitados

Já não é dos namorados,

Romantismo não tem mais”.
Por fim, Armando Cavalcanti e Kleucius Caldas já haviam assegurado, na composição “A lua é dos namorados” (1961), através de Ângela Maria, que não deveria ser nada disso, porque
Todos eles estão errados,
A lua é dos namorados”...
Muitas e muitas músicas sem dúvida temos no nosso cancioneiro popular. Contudo, procuramos aquelas mais próximas do contexto da Guerra Fria e da Corrida Espacial.
Este será o tema do Programa COMPOSITORES DO BRASIL, de amanhã.
Quem ouvir, verá.

O Vazio Revelado - Por Claude Bloc

Meu dia vazio se materializou na forma de uma pessoa. Era ele, o vazio com um nome. Descobri que meu ser estava oco, que só havia em mim, bem tênue, a essência de um sentimento, só a essência. Eu solfejava, me distraía tentando preencher aquela lacuna, e me expunha ao tempo numa daquelas tardes quentes em que o vento sopra devagar. Pois é... e a brisa soprou sobre ele, e através dele passou. Foi assim que ele, tão vazio de mim, descobriu que estava destinado a não-ser.

Para apaziguar minhas incertezas e esse delírio reflexivo, em certos momentos eu queria dormir (seria uma fuga?), noutras ficar parada debaixo do chuveiro, sentindo a água fresca escorrer-me pelo rosto, pelos ombros, queria viajar pelo espaço sideral na crista de algum sonho... Eu realmente apreciava tudo isso, meus não - fazeres, minhas não-atividades. Eram momentos em que ele (o vazio) também podia fazer-se nada sem ser cobrado, justamente porque eram horas convencionadas à espera. E ele vivia à espera.

Gostava de ler, mas isso não me tornava mais sábia, nem mais preenchida. Sendo feita de vazio, não havia nada em mim que segurasse conhecimento, afeto ou lembrança. Assim, ele também não se afeiçoava a ninguém, e nem sofria. Não retinha sentimentos, assim como não retinha saudades confinadas.

Podia-se dizer que o vazio era preguiçoso, mas preferia pensar que era um gosto pessoal. Fazer coisas! Não podia simplesmente passar a existência em branco? Ele só queria não-ser. E pensei: o que aconteceria se ele se recusasse ser alguma coisa? Não me ocorreu idéia alguma.

Então, aos poucos, deixei-me estar na cama. Procurei interromper esse fluxo de esvaziamento total. Essa apatia. Percebi que o vazio age como se ele não vivesse conosco. Como se ele, sendo invisível, não desse para ser sentido. Mas, sente-se! E sente-se como uma chama que queima. Queima a alma e quer mais e mais, mas que fica pelo menos e menos.

E é numa hora dessas que ajo e reajo. Porque o vazio dita as horas que são os dias, e os dias que formam as semanas, os anos que são a nossa vida. E assim se vive lado a lado com um vazio, que apesar de invisível é sentido.

Senti-lo, é admitir a derrota? Não sei. Só sei que com ele nos resta apenas a ausência de tudo. É estar num mar de falsos sentidos para detectar nossos limites, bem humanos, do que conhecemos realmente. Senti-lo é estar para fora de nós mesmos e da nossa prisão terrena.

É nesse vazio, no éter que preenche todo o espaço, que absorve tudo e não deixa nada, que eu me ponho. E nunca saberei se esse nada é apenas o que lá existe. Nada e tudo ocultos num vazio revelado... O vazio que adormece em meu ombro e murmura baixinho: “pede um desejo”.
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Texto por Claude Bloc
Imagem: Google Imagens
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Nas trilhas do sol - Pachelly Jamacaru e Célia Dias


Célia Dias (Nas Trilhas do Sol)


Nas trilhas do sol
Rebusco as canções
Presentes do tempo
Que brotam na gente
E se espalham no vento...

Nas trilhas do tempo
Rebusco as pessoas
Presentes do sol
Que brilham na gente
Em qualquer estação...

Nas trilhas do sol e do tempo
Rebusco outros elos
Entre o céu e o momento de um lugar...





Fonte : CD Balaios da Vida de Pachelly Jamacaru

Tabule + Pão Árabe - Um bom antepasto. - Por Socorro Moreira


Em 1987, eu morava em Bela -Vista-MS. Aos domingos, almoçávamos no restaurante da Dona Ana : eu a população da cidade, quase inteira. Um dos pratos mais requisitados era o Tabule. Provei naquela época , pela primeira vez, e tratei logo de necogiar com a Dona Ana , a receita. Afinal pra quem vinha do Ceará era uma grande novidade.


Não só aprendi ( um prato fácil, prático, refrescante e saudável), como integralizei ao meu cardápio doméstico. Até quem não gosta de pepino, digere bem.

Tabule

Ingredientes:

3 tomates
1 cebola pequena
1 xícara de trigo para quibe
1 punhado de cebolinha
1 punhado de salsinha
1 punhado generoso de hortelã
1 ½ pepino
azeite
suco de limão
pimenta do reino
sal.

Modo De Fazer:

Lave o trigo em uma peneira; após isso, coloque o trigo de molho por uns 15’.

Corte os tomates ao meio retire as sementes e corte-os em quadradinhos, descasque os pepinos, corte-os ao comprido, retire as sementes e corte-os em quadradinhos também.

Rale a cebola, bata muito bem a salsinha, cebolinha e a hortelã. Coloque esses ingredientes em uma travessa funda (saladeira) .

Escorra o trigo e coloque-o num pano de prato e torça bem para sair toda a água, deve ficar bem seco. Coloque junto na saladeira.
À parte, misture o limão, o azeite, o sal e a pimenta (opcional), misture tudo muito bem e jogue por cima do que está na saladeira, misture.

Cubra a saladeira, coloque na geladeira.

Coma com pão árabe , na entrada da refeição principal.
*Eu acrescento pimentões coloridos, passas, e shoyo ( ao invés de sal). Na falta do hortelá , uso o manjericão.

Traduzir-se - Ferreira Gullar



(Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (nasceu dia 10 de setembro de 1930, em São Luis, Maranhão, Brasil); poeta brasileiro.

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar

Lembrando Henry Purcell

"Henry Purcell (Londres, 10 de setembro de 165921 de novembro de 1695) foi um compositor britânico. Apesar de uma vida relativamente breve, Henry Purcell permanece um dos mais importantes compositores ingleses. Sua facilidade em compor para todos os gêneros e públicos, sua popularidade na corte durante reinados de três monarcas e sua vasta produção de odes cortesãs, música cênica, anthems' sacros, canções e catches seculares, música de câmara e voluntaries para órgão são uma prova clara de seu prodigioso talento.
Compôs as
óperas Dido and Aeneas e A tempestade. São famosas suas Lições para cravo, suas Odes, Hinos, composições religiosas e bem assim, sonatas e fantasias para viola."



Saturno - O Senhor do tempo - Por : Stela Siebra Brito

Que tem feito você do seu tempo? Você é aquela pessoa que está sempre dizendo “não tenho tempo”? Ou você tem tempo de sobra e não sabe como usá-lo adequada e qualitativamente?
Em Astrologia as questões de tempo nos remetem a uma reflexão de ordem saturnina. Saturno, o Senhor do Tempo, regulador e disciplinador, nos dá o limite e nos conduz a, persistentemente, consolidarmos nossas ambições. É através do esforço e da perseverança gerados por Saturno que podemos sair da linearidade de nossas vidas para atingirmos a realização de nossas aspirações.
O símbolo gráfico de Saturno representa a cruz para cima, num convite a uma elevação, a uma construção da psiquê, a um assenhorar-se.

O caminho e o tempo usados para essa elevação exigem uma atitude de paciência e austeridade, porque para se chegar à colheita dos frutos é requerido um tempo para preparar o terreno, adubando-o, plantando as sementes, deixando que se enraízem, florem e frutifiquem. É uma questão de perseverança e tempo.

Uma das muitas dificuldades de realização que as pessoas têm esbarra na impaciência de esperar, em dar o devido tempo para as coisas acontecerem, amadurecerem. O amadurecimento, o estar pronto para a vida, é um outro aspecto relacionado com o tempo saturnino. Os ciclos de Saturno nos conduzem, através das cobranças e limites, a um grau de responsabilidade que pode muito bem ser expressa em saber usar bem o tempo e assim estruturar a psiquê.

Aos 7 anos, quando da primeira quadratura de Saturno, a criança já tem que cumprir pequenas tarefas e se vê diante de importantes restrições, que se acentuam na primeira oposição, por cerca dos 14 anos.

O adolescente quer conduzir sua vida, mas falta-lhe experiência. Aos 21 anos as cobranças continuam e surgem novos aprendizados de comprometimento, responsabilidade e disciplinas. Aqui a pessoa começa, também, a cobrar de si mesma. Mas é quando acontece o primeiro retorno de Saturno, entre os 28 anos a 29 e meio, que a pessoa atinge realmente o início da maturidade emocional, com um grau de responsabilidade e estruturação de vida, que vai aumentando durante o percurso de Saturno. Um novo ciclo se inicia até os 59 anos, quando então a pessoa está no auge da maturidade. E novamente outro ciclo começa. São ciclos de estruturação que vão possibilitar o assentamento do ciclo anterior.

Saturno semeia e planta. A maturidade traz a graça de se poderem colher os frutos, que se revelam em disciplina, precisão, prudência e realização. O poeta Carlos Drummond expressa no seu poema Idade Madura que já não carece das palavras, pois tem “todos os elementos ao alcance do braço. Todas as frutas e consentimentos”.
“ (...) Dentro de mim, bem no fundo,
há reservas colossais de tempo,
futuro, pós-futuro, pretérito,
há domingos, regatas, procissões”.


Stela Siebra Brito