Um fim de tarde com as réstias de sol vinda dos quintais
Invadindo a cozinha.
O verdadeiro amor sempre me lembra um fim de tarde.
Eu copiando os quadros do Renoir aos dez anos de idade
A chuva de verão, a faca sangrando os figos para o sabor dos olhos,
O cheiro de domingo, a ânsia pelo momento certo de cruzar olhares
De enlaçar línguas, de invadir-se em cheiros
É calma a esperar o soneto que guardo aqui,
Pacífico e revolto, na véspera de sair entre os dedos
Como se corressem feito o suor em meu corpo
É o voo das folhas, o passo da moça
A perna morena, a violência do olhar.
O negar-se por outros, é o chegar no momento
É um tormento tão doce, e se assim não foste, não era amar.
Foto: Mário de Oliveira
2 comentários:
Nem podia ser mais lindo esse gosto de figo de amar.
Viajei nos meus romances unificados , no teu poema.
A fotografia é quase uma relíquia .Vontade de tirar cópias, e sair pregando nas paredes , até virar uma revista de recreio.
Pernas para o ar. E o amor nas mãos, e no olhar.Diz a revista teatro , que no fim de todos os atos, os dois vão casar !
Sávio, se sair um poema por tarde , a vida sai do vazio , e deixa de vadiar. O amor é o lado ócio do trabalho. E ainda tem gente que considera o osso, e pelo amor vive complicado !
Abraços, menino que sabe fazer arte!
Socorro. Muito grato não só pelo comentário mas sobretudo pela receptividade que tive aí, chegando de supetão em sua casa. Ótimo poder conversar sobre você e ver sua motivação para com seu blog, para com a vida e para com a arte de um modo geral. Aos poucos estou voltando aos poemas. Mas sempre de olho no cariricaturas.
Beijos.
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