Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
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claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Engrandecer-se - por Domingos Barroso

Quem tirou minha armadura
não sabia que toda brisa
de planície arenosa
purifica almas -

eis-me renovado
espinhas carnais no queixo

o olhar firme
bem mais contemplativo.

Lavo os pratos,
ouço os devaneios do meu filho

[entre os dentes uma espinha de peixe
me pede mais cuidado com as sensíveis gengivas]

...

Quem arrancou do braço meu escudo
não imaginava que a lua do pântano
encanta nosso lado sombrio

surpreendente como um suspiro
sem nada desejarmos.

Lavei os pratos,
meu filho comeu seu macarrão

e talvez ainda me faltem roubar
os cílios envelhecidos -

muito fracos não caem
orgulhosos se agarram
às últimas remelas.

Os Olhos - Por : Domingos Barroso


Os olhos
não sei bem a cor a dar-lhes

o que mais impressiona
e o sorriso que desvendo

e digo que é um sorriso
mais enigmático que os olhos

não sei bem a força a dar-lhes
mas sinto que os olhos
gêmeos do sorriso

são tão verdadeiros
quanto o encanto
que me atinge
...


Foto: Daniela Moreira

Daniela Moreira tem os olhos da minha mãe ! - por Socorro Moreira


Quando eu era pequena, achava minha mãe tão linda, que um dia cismei que era filha adotiva. Eu não tinha aquele rosto de feições perfeitas, como se tivesse sido feito á lápis.
Hoje observando a leva de netas, descubro que a sua beleza está na geração seguinte. Ainda bem ! Era beleza demais pra ficar escondida, e não ser perpetuada , na sua descendência.
Quando tornei-me adolescente senti um certo prazer em não ser tão bela, e ter herdado o charme do meu pai. Aquele lá era mesmo irresistível... !
Quando fiquei mais velha, percebi que estive sempre fora dos padrões de beleza , e isso me estimulou a ser diferente.
Quando amadureci, descobri que beleza não pôe mesa , e que ela se transforma , irremediavelmente,com o passar do tempo. O que a gente não perde é o brilho do olhar e a ternura do sorriso. Quem faz a beleza é o amor que a gente sente !

Canjica cratense ( curau de milho verde) - para Glória Pinheiro


Ingredientes:
3 copos de leite de gado
12 espigas de milho verde
1 xícara de açúcar
1 colher de manteiga
1 copo de leite de côco
1 pires de queijo ralado
1 pitada de sal.
canela em pó

Preparo:

Corte o milho com uma faca e bata no liquidificador com o leite ou rale e coe espremendo bem. Adoce (1 xícara de açúcar aproximadamente) e leve ao fogo mexendo sem parar ate sentir gosto de cozido. Acrescente o leite de côco e a manteiga.
Coloque numa travessa e polvilhe canela em pó.

Bagaço de Milho - Aproveite-o para fazer um bolo de milho.
Bolo do bagaço do milho
4 ovos inteiros
1 1/2 xícara de açúcar
1 copo de leite de côco
1 copo de leite de gado
2 colheres de manteiga
1 pires de queijo ralado
1 pires de côco ralado
1 xícara de maisena
Bagaço de milho da canjica .
.
Modo de preparo :
Misturar todos os ingredientes no liquidificador .Forma untada e polvilhada

Perfeição - Domingos Barroso

A cruz ao ombro
para que o corpo
permaneça plantado

e a alma não se atreva
além dos céus.

A cruz ao ombro
para que o corpo entenda
da leveza dos sonhos

e a alma não se iluda tanto
com outras verdades.

Não é covardia a mão trêmula,
a companhia enlouquecida dos anjos.

A cruz ao ombro
deixa claro -

é bom viver feito boi
com as patas fincadas

o sol nos olhos
carrapatos na parte de baixo

e muita indiferença.

para um mestre do samba

sim
em completo silêncio aguardamos
também com o peito cheio de dor
aquele samba sobre o infinito

de nada sabemos e por isso calamos
aguardando até hoje
o teu samba sobre o infinito

quebre o silêncio por favor
para que os defeitos deste mundo
não tenham efeito sobre nós
quando ouvirmos bem fundo
o teu samba sobre o infinito

nós que de nada sabemos
e por isso calamos

Francisco Tárrega - 1852 a 1909

Francisco de Asís Tárrega Eixea nasceu em Vila-real, em 21 de Novembro de 1852, em uma casa situada junto ao santuário de San Pascual Baylón. Seus pais, FranciscoTárrega Tirado, e sua mãe, Antonia Eixea Broch, trabalharam como caseiros para as Madres Clarissas.
Devido a ocupação de seus pais, o pequeno Francisco ficou aos cuidados de uma babá.Um dia, Francisco fugiu de sua ama, caindo em um riacho perto de sua casa. Isto lhe causou um forte choque, danificando sua visão para sempre.
Seu pai pensou que Francisco poderia perder completamente a vista, de maneira que se mudaram para Castellón para que participasse de aulas de música e, em caso deficar cego, pudesse ganhar a vida tocando algum instrumento. Foi curiosamente um músico cego, Eugeni Ruiz, quem ensinou a Tárrega suas primeiras lições musicais. E outro cego, Manuel González, também conhecido por "O cego da Marina" foi quem o iniciou no mundo do violão. Este ganhava a vida tocando violão, e sabia muito bem todos os truques para animar a generosidade do público, segredos que ensinou ao jovem Tárrega.
Sua fama começa a crescer e seu sentimento interpretativo cativa o publico. Em 1881 se muda para França. Depois de um maravilhoso concerto em Lyon, chega a Paris onde conhece as personalidades mais importantes da época. Atua em vários teatros, sendo convidado a tocar para a Rainha da Espanha, Isabel II, e prossegue sua viagem até Londres. Dali volta a Novelda para contrair matrimônio com sua prometida Maria Rizo.
Mas a sorte não estava do lado de Tárrega e em Janeiro de 1906 um derrame deixa paralítico a metade esquerda de seu corpo. A recuperação foi lenta e penosa.
Tárrega se recupera e inicia de novo suas turnês. Em Outubro de 1908 sente saudades e volta a Castellón . Daí parte para Novelda em 1909, voltando a Valencia, Cullera e para oferecer alguns concertos. Em Picanya compõe sua última obra, "Oremus",terminada em 2 de Dezembro. Em 3 de Dezembro se sente mal e volta a Barcelona, permanecendo em sua casa da rua Valencia até 15 de dezembro de 1909 de madrugada,quando falece. Seus restos repousam no cemitério de Castellón, onde pode-se visitar seu panteão.

www.violaomandriao.mus.br

TOQUEI SEU ROSTO..

Um dia
toquei seu rosto.
Traços marcantes
Olhar penetrante
Pele macia
Lábios provocantes
O estojo aberto
As côres esperando
O toque das mãos
E a beleza realçando
Aos poucos surgindo
O glamour escondido
Na simplicidade
De uma linda amiga
Toquei seu rosto
A artista fez arte
A amiga fez Diva

O Jogo - Rejane Gonçalves

Procura-nos a Morte quando já somos tão pouco.
Quando o que nos dá a condição, senão a possibilidade de seguir ao lado dessa gente, é apenas um corpo semelhante aos que do nosso lado passeiam. Todavia mover os pés nesse ritmo próprio do caminhar, trotar com essas criaturas de uma calçada à outra, não nos confere a imponência de um puro sangue, nem tampouco oferece à Morte a garantia de que apertará nos braços um indivíduo, ainda, senhor absoluto dos seus restos de sonhos, ânsias e quereres
A Vida matreira e ladina com suas mortes cotidianas, sutis, mas atrozes, a nos infligir, dificilmente entrega um corpo cujo espírito ainda esteja envolto na integridade de suas emoções. Ela que dispõe e impõe, olha da janela envidraçada a ridícula figura da Morte que ao se abaixar para pegar o fardo o faz sempre com a convicção de que o peso a ser suportado vai ser imenso, e ao levantar-se com um urro como que para se ajudar, acaba desequilibrando-se com a leveza da carga. Nesse momento, Vida e Morte, como duas velhas comadres que estivessem em abstinência da companhia mútua, cruzam os olhares ávidos de uma para outra calçada; e gesticulam e gritam e gemem e movem-se como se existisse uma fluidez ao abraço ou à trincheira. As duas comadres enfrentam-se.
E nós somos um leve embrulho arremessado no ar num jogo frenético, destituído do calor das torcidas e da sonoridade das multidões. Bola disforme jogada cada vez com menos precisão de Uma para a Outra, até que a Morte, a mais sensata dentre elas, lembre-se de sua tarefa milenar, bote-nos debaixo do braço e saia praguejando.





Rejane Gonçalves

Quando chove, assim amanhece o Cariri...( 19.11.2009)- Foto de Heládio Teles Duarte

Inspire-se ... Prosa ou Verso , deixe o seu registro !

O CHAMADO QUE VEM DO ESPÍRITO E O ENTARDECER DA VIDA: VIVA A CONSCIÊNCIA ALTERNATIVA!



Todos nós sabemos que um dia teremos que atravessar uma ponte e partir para um outro lugar-consciência-mundo. E ninguém escapa do “trem” que sempre passa nesse nosso mundo familiar e deixa alguns na estação e leva outros para uma travessia numa viagem incomum. Nos acostumamos a aceitar naturalmente que o “trem” passe enquanto estamos em nossas atividades cotidianas automáticas.

É o outro que se vai e não eu! – assim pensa a maioria.

Poucas vezes refletimos sobre o significado desse momento de rompimento com a vida concreta - familiar e social. A dinâmica da vida profissional, ideológica e social não nos dá muitas chances para refletir e sentir.


Na universidade poucas vezes realizamos comentários filosóficos profundos a respeito desses momentos tão incomuns do sol-vida caindo-morrendo no horizonte dos sentidos comuns. Tomamos mais ciência sobre essa questão quando estamos doentes ou diante da perda de um parente ou amigo, ou mesmo diante de uma guerra ou catástrofe inesperada.

Então, nos sensibilizamos da existência da função da morte e do valor da vida, por isso queremos continuar vivos e com saúde (adiando cada vez mais o entardecer da vida) com os nossos membros inteiros e nossos órgãos em perfeito funcionamento mecânico, elétrico e psicológico.

Quando estamos jovens não queremos nem pensar nesse entardecer e decaimento – isso é coisa de velho! – infelizmente pensamos assim.

A cultura do jovem sarado e da juventude moderna, que adora uma aventura e um padrão de comportamento de consumo fácil, cria a ilusão de que a vida é um estado de ânimo e crença na modernidade dos costumes e consumos imediatos e fáceis sem calcular suas conseqüências evolutivas.

Até que chega um dia da prova final e a verdade do Espírito é captada finalmente pelos nossos sentidos e corpos sutis. De repente somos chamados e não conseguimos fingir que não ouvimos o convite. Ele se aproxima e nos diz, através de um verbo-princípio, que só nos realizamos de fato numa nova travessia de uma experiência inédita da consciência alternativa que jamais havíamos se quer imaginado existir. Surge o conflito e o medo na relação metafísica buberiana do Eu-Tu.

No início caimos num vazio da existência e assim perdemos temporariamente a força psicológica que nos prendia à conexão da gravidade racional terrena – ficamos sem rumo! Constatamos surpresos que existe uma outra realidade paralela ao nosso ser – tão invisível e tão próxima!

Como é difícil ver e aceitar esse paradoxo sutil! A morte física é um acontecimento (o outro lado da moeda existencial) e não um fim em si mesmo. Viver em dois mundos – eis o desafio do Espírito na relação com a Alma e o Corpo!

Por que não estamos familiarizados com esse epifenômeno multidimensional?

Porque nos falta sensibilidade fina ou desenvolvida para se despertar e encontrar o Sentido Verdadeiro de Evolução ou Ascensão Ontológica (Metafísica-Espiritual). O hábito da auto-reflexão racional cria um mundo sem os parâmetros sutis e doces da sensibilidade pura e suave.

Charles Chaplin no último discurso do filme O Grande Ditador, nos deixou esta preciosa mensagem de grande sensibilidade:

“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens...levantou no mundo as muralhas do ódio...e tem nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será violência e tudo será perdido”.


Então, nos recordamos da mensagem do poeta e cantor:

“Tenha fé em Deus, Tenha fé na vida.
Tente outra uma vez...
Não diga que a canção está perdida.
Beba pois a água viva está na fonte.
Você tem dois pés para atravessar a ponte.
Há uma voz que canta.
Há uma voz que dança.
Há uma voz que gira bailando no ar.
Basta ser sincero e desejar profundo.
Você será capaz de sacudir o mundo.
...Viva ...viva a Sociedade Alternativa” Raul Seixas

Prof. Bernardo Melgaço da Silva –

Saudades de Nápoles- por Rosa Guerrera



Morei alguns anos na Italia .Vivi ali uma parte da minha infância , depois um bom período da minha adolescência e mais tarde uma pousada como mulher. Tudo é fascinante naquele país .Posso afirmar que conheço quase todas as cidades, da Calabria até a Toscana , e sem desmerecer a arte existente em Florença, a história dos tempos de Roma ,a arquitetura maravilhosa de Siena , os castelos medievais de Luca ,a beleza incrível de Pisa , o sonho real que Veneza nos oferece, tenho pela cidade de Nápoles verdadeira paixão. Sinto no povo napolitano muita coisa de mim ,..híbrido, liberto, desprovido de vaidades, amante da música , dos bares, do vinho, do amor , dos sonhos, hospitaleiro, meio rude as vezes, outras vezes cheio de um romantismo impossível de se descrever.Passear em Nápoles numa charrete , percorrer suas praças, suas ruas estreitas,ou suas largas avenidas, admirar suas fontes , sua arquitetura ainda rústica, é algo repousante demais. Qualquer restaurante da orla marítima que a gente entra , tem sempre um cantor improvisado despejando suas alegrias ou mágoas num dialeto bem napolitano que nos cumprimenta como fossemos velhos conhecidos . As pequenas cidades arredores de Nápoles são também de uma beleza ímpar : Sorrento, Herculano, Pompéia, Amalfi retratam paisagens impossíveis de se esquecer. O golfo de Nápoles abre-se em forma de anfiteatro em direção ao mar , delimitado pelo Vesúvio e pelo cabo Posilipo, sendo considerado um dos mais belos golfos do mundo em pleno Mediterrâneo, sem comentarmos a beleza da Ilha de Capri.
Contam que Nápoles teve como origem a antiga cidade grega de nome Neapolis , conquistada pelos romanos no século IV A.C. Em resumo Nápoles irá sempre me fascinar pela sua historia , sua arte e sua cultura , apesar de ter o seu povo um ritmo frenético , caótico , viciante , mas que acorrenta com o seu jeito peculiar o coração da gente.E o meu inegavelmente ficou desde a primeira vez que lá estive , dividido entre Recife e a popularmente conhecida como “ terra das canções e dos grandes amores” a cidade de Nápoles.
rosa guerrera



Um Heroi Chamado Zumbi - Cordel

Um Herói Chamado Zumbi
Autor: Antônio Héliton de Santana
....................
Você conhece Zumbi?
Zumbi, o grande guerreiro
Liderança de Palmares
Comandante derradeiro
Defensor da liberdade
Herói negro brasileiro?

Zumbi herói nasceu livre
No Quilombo dos Palmares
Como pássaro na mata
Como golfinho nos mares
Como a voz que livre voa
Atingindo céu e ares.

Num ataque ao Quilombo
O menino foi levado
Para o lugar Porto Calvo
A um padre foi doado
Ao padre Antônio Melo
Que o criou com cuidado.

Batizou logo o menino
Com o nome de Francisco
Conto a história ligeiro
Nem pestanejo, nem pisco
Se penetrar nos meus olhos
Qualquer poeira ou cisco.

Zumbi aprendeu a ler
Tornou-se até coroinha
O Português e o latim
Na memória ele tinha
Menino inteligente
Tirava até ladainha.

Ao completar quinze anos
Retornou para o seu povo
Voltando para o Quilombo
Quebrou a casca do ovo
Pra lutar por liberdade
Construir um mundo novo.

Ele foi reconhecido
Francisco, era Zumbi
Menino, há muitos anos
Levado longe daqui
A esperança voltou
Olha o menino aí.

O fato de ter voltado
Para a sua comunidade
Em nada atrapalhou
A relação de amizade
Com o tal de padre Melo
Seu amigo de verdade.

Zumbi tornou-se guerreiro
Defensor da liberdade
Por isso ele foi morto
Esta é a pura verdade
Porém, continua vivo
Em todo que tem vontade.

Que tem vontade e luta
Pelo bem desta nação
Para que haja justiça,
Emprego, casa e pão;
Terra para quem trabalha
Pra ter fim a servidão.

O primeiro passo é
Com o povo se juntar
Se uma mão lava a outra
Comece a organizar
Mesmo o sal quando é pouco
Ajuda a temperar.

O exemplo de Zumbi
Não é só pra ser lembrado
Ele continua vivo
Se você tem o cuidado
De defender bem a vida
Já lhe dei o meu recado.

Comunique-se com grupos
Procure informação
Leia o que for possível
Importante a formação
Quem tem boca vai à Roma
Diga-me se é ou não.

Agora é começar
Você é novo Zumbi
Essa idéia não morreu
Vive mexendo aqui
Dentro do meu coração
E mexe no seu aí.
.............................
Imagem
Google Imagens
Fonte
http://movimentonegropb.vilabol.uol.com.br/helitonpalmares.htm. ...

O Quilombo dos Palmares - Cordel

O QUILOMBO DOS PALMARES
Antônio Heliton de Santana
.....................
Você sabe o que é
O conhecido Quilombo
A comunidade negra
Resistindo a todo tombo.
Pra viver em liberdade
Mudando o toque do bombo?
x
Dos Quilombos do Brasil
Palmares é exemplar
Ficava em Alagoas
Não se pode duvidar
Umas trinta mil pessoas
Viveram tão bem por lá.
x
Os negros, índios e brancos
Uma total harmonia
Viveram a fraternidade
Que se sonha hoje em dia
Uma vida igualitária
Motivo de alegria.
x
Palmares, comunidade,
Comunidade rural
Os bens por lá produzidos
Repartidos coisa e tal
Conforme a necessidade
De cada um, em geral.
x
A outra parte dos bens
Era pra se prevenir
Em tempo de luta e seca
Outra parte pra servir
Pra tocar por ferramenta
E armas não vou mentir.
x
A vida livre, de irmãos
Atraía a negrada
Fugiam para Palmares
Era longa a caminhada
Em busca de liberdade
A hora era chegada.
x
Para conter os escravos
Senhores proprietários
Como também o governo
Que eram os mandatários
Atacavam o quilombo
Um bando de salafrários.
x
Foram vinte os ataques
Ao Quilombo dos Palmares
Numa o chefe Ganga Zumba
Num piscar de olhares
Foi ferido e fugiu
Em busca de outros ares.
x
Temendo outros ataques
E não poder resistir
Ganga Zumba fez acordo
Pro governo garantir
Uma terra pra viver
O que disso pode vir?
x
Moravam nessa terra
Os em Palmares nascidos
Os fugitivos escravos
Para os donos devolvidos
Diante desse acordo
Palmares foi dividido
Palmares foi dividido.
x
Parte ficou com Zumbi
A outra com Ganga Zumba
Leia direito aqui
Por vinte anos Palmares
Inda pode resistir.
x
Ao todo foram cem anos
De vida em fraternidade
Resistindo aos ataques
Lutando contra a maldade
Lutando pra viver livre
Num mundo de igualdade.
x
O Domingos Jorge Velho
Chefe da expedição
Que destruiu o Quilombo
Com ataques de canhão
Destruiu o Quilombo de Palmares
Porém, sua lembrança não.
x
Inda há comunidades
Que foram velhos quilombos
Se isso for provado
Sentado não leva tombo
A terra passa pros negros
Me disse isso um pombo.
x
Quem garante o direito
É a Constituição
A lei maior do Brasil
Mas com organização
Com luta, com exigência
Com a reivindicação.
x
Recuperar essas terras
É dever do quilombola
Do negro lá do quilombo
É conquista, não esmola
O negro que é bem vivo
Quem engana? Quem enrola?

........................

Imagem

Google Imagens

Fonte

http://movimentonegropb.vilabol.uol.com.br/helitonpalmares.htm. ...

Pensamento para o Dia 20/11/2009



“Não há qualidade maior no homem que o amor altruísta, que se expressa no serviço aos outros. Tal amor pode ser a fonte da verdadeira bem-aventurança. A relação entre Karma e Karma Yoga deveria ser adequadamente compreendida. A ação (Karma) feita com apego ou desejo produz a escravidão, enquanto a ação altruísta, desprovida de desejo, se torna o caminho que leva à libertação (Karma Yoga). Nossa vida deveria tornar-se uma Comunhão Divina (Yoga), em vez de uma doença (Roga).”
Sathya Sai Baba



Odete Pimentel - A mãe de Rosa Maria Pimentel Guerrera


"Seu romantismo às vezes me fazia inveja, sabe mãe?
Que capacidade extranha de amar também a natureza !"
(rosa guerrera)

Liev Tolstói - por Fúlvio Detoni


Liev Tolstói, também conhcido como Léon Tolstói ou Leão Tolstói ou Leo Tolstóy, Lev Nikoláievich Tolstói é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Além de sua fama como escritor, Tolstói ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e idéias batia de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza. Junto a Fiódor Dostoiévski, Gorki e Tchecov, Tolstói foi um dos grandes da literatura russa do século XIX. Suas obras mais famosas Guerra e Paz, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da literatura. Sua vida na literatura foi escrita por Jay Parini, uma biografia que relata a realidade do escritor na sua vida intima, como seu interesse por homens, que na obra fala sobre um fato em que sua mulher Sofia sabendo de seus interesses homosexuais, recitava para seus amigos seu diário intimo para feri-lo. Helen Mirren e Chtistopher Plummer são Sofia e Tolstói, que está nas telas dos cinemas da Inglaterra até o final do ano.

Morreu aos 81 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando vive uma vida simples.

por Fúlvio Detoni

Dia da Consciência Negra




O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de Novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.

O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.

A semana dentro da qual está o dia 20 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra.

wikipédia

Um poeta do Araripe- Raimundo Elesbão de Oliveira

A vida passa,como passa a sombra,
Passa no tempo, mas em si não passa,
Pois nada passa no sentido eterno;
Ela age em tudo e todo Cosmo abraça.
.
Raimundo Elesbão de Oliveira
Do livro "A Vida e o Verso"
Editora de Sonhos
Crato-Ceará

Convite - por Emerson Monteiro




PÉROLAS DE SENSIBILIDADE: EU GOSTAVA TANTO DE VOCÊ (PADRE FÁBIO DE MELO) - TEXTO RECEBIDO PELA INTERNET



Eu acho que a gente vive tão mal, que às vezes a gente precisa perder as pessoas pra descobrir o valor que elas têm. Às vezes as pessoas precisam morrer pra gente saber a importância que elas tinham, e isso aconteceu uma vez na minha vida.

Estava eu na minha casa, de manhã, quando recebi um telefonema dizendo que minha irmã estava morta. Minha irmã mais nova, cheia de vida... de repente não existe mais.

Fico pensando assim, que às vezes, na vida, o ensinamento mais doído seja esse: quando na vida nós já não temos mais a oportunidade de fazer alguma coisa, o inferno talvez seja isso - a impossibilidade de mudar alguma situação. E quando as pessoas morrem, já não há mais o que dizer, porque mortos não podem perdoar, mortos não podem sorrir, mortos não podem amar, nem tão pouco ouvir de nós que os amamos.

Eu me lembro que uma semana antes de minha irmã morrer, ela havia me ligado. Foi a última vez que eu falei com ela, e eu me recordo que naquele dia eu estava apressado, com muita coisa pra fazer, e fiz questão de desligar o telefone rápido. Sabe quando você fala, mas fala na correria, porque você tem muita coisa pra fazer? E foi assim... se eu soubesse que aquela seria a última oportunidade de ver minha irmã, de olhar nos olhos dela, de falar com ela, eu certamente teria esquecido toda a pressa, porque quando a vida é assim, e você sabe que é a ultima oportunidade, você não tem pressa pra mais nada. Já não há mais o que eu fazer, e essa é a beleza da última ceia de Jesus.

Não há pressa, o momento é feito para celebrar, a mística da última ceia está ali, Jesus reúne aqueles que pra ele tinha um valor especial, inclusive o traidor estava lá.
E eu descobrir com isso, com a morte da minha irmã, que eu não tenho o direito de esperar amanhã pra dizer que amo, pra perdoar, para abraçar, dizer que é importante que é especial.

O amanhã eu não sei se existe, mas o agora eu sei que existe, e às vezes, na vida, nos perdemos... Eu me lembro quantas vezes na minha vida de irmão com ela, nós passávamos uma semana sem nos falarmos, porque houve uma briga, uma confusão. A gente se dava o luxo de passar uma semana sem se falar, e hoje eu não tenho mais nem 5 minutos pra conversar com alguém que foi importante, que foi parte de mim.

Não espere as pessoas morrerem, irem embora, não espere o definitivo bater na sua porta. Nós não conhecemos a vida e não sabemos o que virá amanhã. Viva como se fosse o último dia da sua história. Se hoje você tivesse que realizar a sua última ceia, porque é conhecedor que hoje é o último de sua vida, certamente você não teria tempo pra pressa. Você celebraria até o fim, e gostaria de ficar ao lado de quem você ama.

Viver o cristianismo é fazer a dinâmica da última ceia todos os dias. Viva como se fosse o último dia da sua vida; viva como se fosse a última oportunidade de amar quem você ama, de olhar nos olhos de quem pra você é especial.

E depois que minha irmã morreu, um tempo bem passado, eu descobrir porque eu gostava tanto dessa música que vou cantar agora. Ela não fala de um amor que foi embora; o compositor fez para a filha que morreu em um acidente; então, fica muito mais especial cantá-la e descobrir o cristianismo que está no meio das palavras, porque é assim, quando o outro vai embora é que a gente descobre o tamanho do espaço que ele ocupava.

Não sei por que você se foi,
Quantas saudades eu senti,
E de tristezas vou viver,
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou a minha vida
Viveu, morreu
Na minha história;
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado,
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato.
Não quero ver pra não lembrar,
Pensei até em me mudar...
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!
Eu gostava tanto de você!

Agora o triste da música é que a gente precisa conjugar o verbo no passado, a pessoa já morreu, já não há mais o que fazer. Mas não tem nenhum sofrimento nessa vida que passe por nós sem deixar nenhum ensinamento...

Tem que nos ensinar, não dá pra sofrer em vão. Alguma coisa a gente tem que extrair...

Extraia o sofrimento e descubra o ensinamento. Se ele algum dia me tocou e me deixou algum ensinamento, eu faço questão de partilhá-lo com você agora. Depois da morte da minha irmã eu faço questão de viver a vida como se fosse o último dia.

Já que o passado é coisa do inferno, e a gente não está no passado, muito menos no inferno, resta a possibilidade de mudar o verbo, de trazê-lo para o presente e de cantá-lo olhando para as pessoas que são especiais. Quem sabe cantando pra ela nesse momento...

Se ela está ao seu lado, se você tem algum amigo que mereça ouvir isso de você, alguém que faz diferença na sua história...

Ao invés de você dizer que gostava, você diz que gosta!

Vamos mudar o verbo! Vamos amar a vida! Vamos amar as pessoas antes que elas vão embora!

E eu...

EU GOSTO TANTO DE VOCÊ! EU GOSTO TANTO DE VOCÊ!

Na Semana da Música ... " A Orquestra de Ray Conniff "

RAY CONNIFF ( 06/11/1916 - 12/10/2002 )


Um dos poucos gênios musicais comercialmente de sucesso em nosso tempo, nasceu em 6 de novembro de 1916 em Attleboro, Massachusetts. Tendo contato com a música deste a mais tenra idade, seu pai era trombonista de uma banda da cidade e, sua mãe tocava piano. Quando jovem ainda no colégio em Attleboro, Ray e alguns de seus colegas decidiram formar uma "dance orchestra".

Aprendendo alguns "truques" com seu pai, Ray começou a praticar trombone tocando como primeiro trombonista da banda. Foi neste grupo que Ray Conniff fez o seu primeiro arranjo, que agradou em cheio seus colegas, uma interpretação de "Sweet Georgia Brown". Ao término do colégio, Ray conseguiu seu primeiro trabalho como profissional com Dan Murphy, "Musical Skippers" em Boston. Ele tocou trombone, fez arranjos e dirigiu o caminhão da banda.

Certo dia. um amigo lhe disse que Boston estava pequena demais para um musico de seu talento, Ray então decidiu tentar a sorte na "Big Apple", como é conhecida Nova Iorque pelos americanos. Chegando a Nova Iorque na mesma época em que estava nascendo o "swing" e, antes de achar trabalho fixo, Ray Conniff tocou com as bandas locais e praticava o instrumento se sua devoção. Contudo, a sorte estava a seu lado, e ele encontra seu primeiro trabalho pago como trombonista e arranjador na banda de Bunny Berigan.

Após uma permanência de 15 meses com Berigan, Bob Crosby contratou-o em 1939. Ray tocou com a banda de Crosby por um ano antes de se juntar á banda de Artie Shaw. Foi nesta época que reputação de Ray Conniff como arranjador começava a se estabelecer, bem como seus solos de trombone começavam a ficar conhecidos. Depois de Shaw veio Glen Gray e depois com a eclosão da Segunda Guerra, Ray passou dois anos prestando serviço militar fazendo arranjos para a Radio das Forças Armadas em Hollywood.

Sendo dispensado em 1946, começou a fazer arranjos para Harry James. Quando emergiu "be-bop" , no final dos anos 40, Ray, cujo gosto musical não combinava com este estilo, resolveu parar com seus arranjos por algum tempo. Esta interrupção em sua carreira trouxeram a Ray Conniff tempos difíceis, tanto emocional quanto financeiramente. Durante este período, aprendeu regência e, envolveu-se em um exaustivo estudo musical desenvolvendo o que considerava a "formula mágica" dos arranjos.



No inicio dos anos 50, houve uma grande virada na carreira de Ray Conniff e isto ocorreu quando ele conheceu Mitch Miller da Columbia Records, que o contratou como arranjador. Em 1955, Ray consegue sua primeira chance para provar sua teoria musical. A gravação foi com Don Cherry, "Band Of Gold". Tornou-se sucesso instantaneamente. Desta forma tem inicio uma série de gravações "Conniff-arranged" para a Columbia, que resultaram em muitos discos de sucesso. Entre os quais podemos destacar Johnnie Ray, "Just Walking In The Rain", Frankie Laine "Moonlight Gambler", Guy Mitchell, "Singing The Blues" e Marty Robbins' "A White Sport Coat". Ray também foi responsável pelos arranjos espetaculares de Johnny Mathis em "Chances Are", Wonderful, Wonderful", e "It's Not For Me To Say".

O sucesso de Ray Conniff como arranjador e maestro para outros artistas, levou a Columbia a permitir que ele gravasse um disco com seu próprio nome. Ele foi o primeiro artista a usar vozes e arranjos vocais como uma seção da orquestra como se fossem instrumentos, for exemplo, as vozes femininas juntamente com trompetes, saxes alto ou clarinetas; as vozes masculinas com trombones ou saxes nas notas baixas. O primeiro disco de Ray Conniff, "'S Wonderful", esteve entre as 20 mais durante nove meses. A revista Cash Box elegeu Ray como "o mais promissor maestro de 1957". He ganhou o mesmo prêmio novamente em 1958. Em 1959, os DJs elegeram a orquestra e côro de Ray Conniff " a melhor orquestra de estúdio." Lá pelo início dos anos 60 , as vendas dos discos de Ray Conniff explodiram. A orquestra e côro de Ray Conniff eram bastante solicitados. Ray, que se orgulha de ter conseguido reproduzir o som em seus shows ao vivo da mesma forma que em estúdio, trouxe ao público o primeiro show ao vivo em estéreo, "Concert in Stereo", no mundo.

As platéias experimentaram a sensação de três canais de som sendo transmitidos pelo teatro com o auxilio de um sofisticado sistema se som estéreo. A crítica aclamou estes concertos como o "evento musical dos anos 60".

Ray Conniff também apresentou o seu "Concert In Stereo" na TV Americana e, em sucessivas tournês pelos Estados Unidos, Alemanha, Áustria e Suíça. Ele também tocou com grande aclamação no Sahara-Tahoe Hotel em Lake Tahoe e no Sahara Hotel em Las Vegas. Durante este período, Ray tinha o coral destacado da orquestra e que ganhou fama por cantarem as letras das músicas tornando-se conhecidos como os "Cantores de Ray Conniff". Durante os anos 70 Ray apresentou o seu show "Happiness Is Music" por toda a América do Sul, Japão e Inglaterra (incluindo o famoso Royal Albert Hall em Londres). Ele também se apresentou na Casa Branca durante a guerra do Vietnã.

Em 1974, Ray foi o primeiro artista popular do ocidente a ser convidado pela então União Soviética a gravar um disco em Moscou. Ray Conniff que agora está com 80 anos, ainda grava aproximadamente um novo álbum ao ano. Além disso excursiona anualmente com seu show pelo Brasil com sai orquestra e coral completos tendo sempre casa cheia com pessoas de todas as idades, canta, dança e corre para cima e para baixa no palco como um jovem de 20 anos, regendo cantando, conversando com a platéia e tocando seu trombone - Fazendo o que mais sabe. O repertório de Ray Conniff inclui clássicos da era das "Big Bands", adaptações de temas clássicos, temas de filmes e de peças da Broadway hits da atualidade e música latina.


Ray tem sobrevivido no mercado musical por mais de 60 anos e já gravou mais de 90 discos até o momento e, já vendeu mais de 65 milhões de discos. Ele foi agraciado com o Grammy Award por sua gravação de "Somewhere My Love", duas indicações para o Grammy, mais de 10 discos de ouro, CBS Records - Prêmio de melhor artista em vendas em 1962 e um sem número de prêmios internacionais.

Além de seu trabalhos nos discos "Ray Conniff Live In Rio" e "I Love Movies", Ray Conniff lançou um disco com musicas exclusivas de Roberto Carlos, chamado “ De Ray para o Rei ”, como Amigo, Emoções, Cama e Mesa, Café da Manhã, Lady Laura, Nossa Senhora, Amor a Moda Antiga, entre outros. Alguns dos grandes sucessos de Ray Conniff no Brasil: La Mer, Love Is A Many Splendored Thing, Only You, Besame Mucho, Perfidia, Aquellos Ojos Verdes, Cheek to Cheek, New York New York, Cuando Calienta el Sol, Tammy, Trhee Coins in The Fountain, Midnight in Moscou, Taste of Haney, Red Roses for a Blue Lady, Y’ve Got You under My Skin,etc.

Ray Conniff morreu no dia 12/10/2002, na cidade de Escondido, Califórnia (EUA), vítima de um derrame, poucos dias antes de completar 86 anos.

Fonte

Imagens - Google Imagens

http://encontrodeorquestras.com/Biografia-de-Ray-Conniff.php


Serenar - Por Claude Bloc


Novamente andei sem palavras por uns dias: me sentia quase esvaziada desse ânimo que me é comum e peculiar... Parecia-me carregar uma ansiedade saturada de tudo, como se quase tudo estivesse em silêncio dentro de mim ou talvez, e possivelmente, fosse apenas minha mente cansada.

Fiquei me perguntando o que havia acontecido com os meus dias, com meus pensamentos... Minhas idéias haviam escapulido. Eu não conseguia construir um parágrafo sequer. Me inquietava a quietude das palavras que deslizavam transparentes em minha mente. Só sei que essa ausência de sentido me consumia lentamente, quase me obrigando a verter pela noite meus gritos interiores. Isso provocava em mim reações estranhas e adversas ao que costumo ser. Percebi que só tinha na mente pensamentos pardos, opacos e desbotados do encanto de sempre.

Então, viajava simplesmente em ansiedades acumuladas... Correções umas atrás das outras, intermináveis trabalhos para o Mestrado, o ir e vir de uma cidade à outra, enfim, minha vida corrida de todas as horas.

Procurei alento. Deitei-me várias vezes para encostar-me no travesseiro e lhe pedir conselhos . Esvaziei a mente deste mau caminho, dessa agitação que se refletia em refluxos. Procurei distrair-me, por exemplo, com a queda das folhas no jardim do mano, com o cheiro das flores, com as abelhas pousando aqui e ali. Vi também o beija-flor sorrateiro soprando o vento com suas asas... percebi que tudo seria um refúgio se assim eu quisesse. Refuguei ao marasmo das horas tantas vezes que perdi a conta. Com isso, eu apenas me distanciava ainda mais do que teoricamente é real.

Não, absolutamente hoje não me sinto ou me julgo infeliz. Sou dessa natureza sertaneja que muitas vezes me devora mesmo sem eu saber. Adoro esse cheiro de mato entranhado em minha alma, o cheiro no chão molhado, os sons de risadas de outros tempos, o estigma da singeleza e da naturalidade.

Por isso, decidi serenar essa agonia. Peguei novamente o gosto por essas letrinhas que agora me passam pela frente e me trazem de volta outros inúmeros prazeres que a vida me traz. Voltou-me o som da música e o prazer de viver suas letras. E hoje, eis-me de novo escrevendo como uma criança que não sabe mais viver sem seu brinquedo predileto. E se vocês não sentiram minha falta, senti sim, muita falta de vocês.


Abraços...


Texto por Claude Bloc
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