Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quinta-feira, 31 de março de 2011

A calçada dos Piancós


--- De que adianta ainda continuar vivendo, meus filhos? Nem mais no Crato, eu moro !

Quando o velho Felinto pronunciou aquela frase, os filhos quase que piraram. Já vinham percebendo que, depois dos oitenta, o pai decaíra, andava mais capiongo e ensimesmado. Logo ele que sempre se mostrara tão expansivo e, até então, enfrentara os ataques inexoráveis do tempo com galhardia e bom humor! Acreditaram que devia se tratar de alguma depressão – um dos demônios da velhice – já que, recentemente, Felinto havia perdido a esposa e um dos seus amigos mais diletos: Sampson. Ficara como um Mateu sem Catirina , sem Mestre e sem Jaraguá. Como encontraria forças para brincar o Reisado da vida? Aquela frase, no entanto, feriu os tímpanos dos familiares : a depressão talvez fosse apenas um dos acompanhantes do séquito terrível da demência. Felinto , desorientado, dava mostras que nem mais percebia que estava na sua cidade querida, companheira dileta de toda uma vida! Com o passar dos dias, no entanto, os filhos se tranqüilizaram um pouco. Embora Felinto permanecesse sorumbático e pensativo, não mais demonstrou sinais de desorientação. Claro que poderia ter se tratado de um curto circuito , um daqueles que frequentemente antecedem a explosão final das turbinas da lucidez. Os filhos, então, se aproximaram mais do velho e insistiram , dia após dia, em testes de memória. O pai foi aprovado em todos com distinção e louvor, como se dizia na juventude dele. Um dia, por fim, conseguiram , com alguma relutância, uma declaração de Felinto que terminou por demonstrá-lo mais vívido e sábio como jamais pensariam. Terá sido, quem sabe, o clima proporcionado por aquela noite de lua cheia, confidente e cúmplice das peripécias do nosso Felinto desde os tempos mais remotos. O certo é que , como no teatro, com iluminação perfeita, nosso candidato a gagá desembuchou seu monólogo. Tivera, até ali, uma vida longa e feliz. Uma pitadinha de sucesso, algumas gotas de fracasso, muitas xícaras de desejos, colheradas de prazeres, copos de dissabores... Mas foi com esses ingredientes que conseguiu montar a palatável receita da sua existência. No outono e inverno dos seus anos, no entanto, começou a perceber que o bolo começara a azedar e, quiabando dia após dia, terminou nos últimos meses a se tornar intragável. Olhando para trás, pelo retrovisor, percebeu claramente que a morte , como um curare nos vai paralisando paulatinamente: o fim instala-se a crédito. E foram muitas e muitas mortes no último quartel : o tesão, a mobilidade, a saúde, a esperança, o vigor físico, a esposa e o amigo de todos os momentos: Sampson. Com a velhice ele se transformara numa coisa obsoleta. Já não falava a língua dos jovens e, pior, os últimos remanescentes do seu idioma haviam todos respondido à chamada inexorável da velha da foiçona. Como uma vitrola imprestável servia apenas à curiosidade pública. Via-se como uma peça de museu, exposta periodicamente à visitação . Tantas mortes seguidas e continuadas o tinham abatido, mas nada fora tão forte como a percepção que tivera há uma semana. Lembrou do Crato da sua juventude, procurou-o vila afora e simplesmente não mais o encontrou. Onde estava encantada a cidade encantada que conhecera algumas décadas atrás? As casas coladinhas uma na outra, aconchegadamente, sem muros, quem imaginaria se transformariam nos presídios de segurança máxima da atualidade? Os vizinhos eram quase que familiares que moravam num outro quarto da casa. Estavam sempre próximos e havia uma contínua troca de pequenos favores de lado a lado. A televisão e o rádio de algum morador mais abastado eram objetos de uso comunitário. Claro que as fofocas pululavam na vilazinha de muro baixo, mas nada se compara à frieza e à indiferença dos dias atuais. As calçadas eram uma extensão da casa, uma espécie de Centro de Convenções da família, ainda não tinham sido açambarcadas pelas ruas, pelos postes, pelas placas de propaganda. As ruas, então muitas ainda sem calçamento, faziam-se o playground das crianças, o parque de diversão da molecada: o palco do pião, da bila, da bandeira, do chicote queimado, do pega, da bola. Não haviam ainda sido invadidas pelo carro e pela moto. Os cinemas , cujo escurinho fora cúmplice de namoricos e apalpadelas, haviam fechado as portas. Os clubes sociais sobreviviam às custas de bandas de forró com sua apologia única e repetitiva à cachaça e à raparigagem. Naquele dia chegara à conclusão aterrorizante e definitiva : já não moro mais no Crato! Suportou até a ação do apagador do tempo sobre sua história, mas pareceu-lhe insuportável quando a isso se associou o extermínio puro e simples da geografia. Tanto que avisou aos filhos: não sei se vale a pena esperar a cobrança da última prestação, estou pensando, seriamente, em me adiantar e saldar antecipadamente a minha dívida para com a morte. Os filhos de Felinto entenderam as razões do pai e decidiram respeitar o curso de colisão que tomara, afinal sempre fora um ótimo e destemido timoneiro. Ontem, no entanto, no jantar, Felinto pareceu, estranhamente, mais alegre e palrador. Disse aos parentes que desistira da derradeira empreitada. Recobrara as forças. Para uma récua de filhos incrédulos ele explicou a súbita guinada que dera no Titanic da sua existência, já indo em direção do iceberg . Passara na Caixa D´água nestes dias e tivera uma visão consoladora. Estava lá , triunfante, a Calçada dos Piancós. Todos sentados, à noite, com suas cadeiras do lado de fora, contando as últimas e mais picantes novidades da cidade, juntos com muitos amigos. De um lado a TV ,ligada à tomada por uma gambiarra, transmitia um fabuloso Fla-Flu, em pleno calçamento. Corria uma cervejinha solta e , a um canto, um dos meninos assava uma carninha numa churrasqueirinha de roda de fusca. Felinto, imediatamente, banhou-se na alegria de outrora.Parecia Noé ao avistar a pomba com o galho de mato no bico. Restava ainda uma esperança. Nem tudo estava perdido.

--É preciso avisar ao IBAMA, ainda existem os últimos exemplares da espécie mais ameaçada de extinção nos dias de hoje: Gente, gente de carne e osso !


J. Flávio Vieira

Pensem num cabra arretado! Mafuá do Malungo

Pensem num cabra arretado! ~ Mafuá do Malungo

FELIZ ANIVERSÁRIO, GABI !








FELIZ ANIVERRIO, GABI!

Um abraço do Cariricaturas para você!



- Imagem formatada por Claude Bloc a partir de uma foto de autoria de  Dihelson Mendonça.



Brincando com Diferenças II - Claude Bloc / Aloísio

Brincando com Diferenças II

Claude Bloc:

Eu gosto de desafio
Você de desafiar
Eu vou de fio a pavio
E você já quer parar?

Você gosta de cantar
E eu de filosofia
Se quer me desafiar
Respondo com alegria

Você gosta de piano
Eu gosto de violão
Você aprecia samba
Gosto de samba-canção

Então entre nesta roda
Brinque de rimar comigo
Faça verso à sua moda
Pois quero contar contigo

Aloísio:

Se parei, eu recomeço
Deixo tudo pelo avesso
Não deixo a amiga em falta
Me desculpe os tropeços

Seguindo com a mesma linha
De fio em fio tecendo
E qualquer moda eu topo
Neste tema remexendo

Não vou colocar aqui
Palavras do mesmo tema
Se paro na encruzilhada
Com você não tem dilema

Gosto de cantor de feira
Disto você também gosta
Se acabam as diferenças
E fica empatada a aposta

Eu daqui de Salvador
Vou ficando por aqui
Espero a continuação
Que vem lá do Cariri

31 DE MARÇO - DIA DA SAÚDE E NUTRIÇÃO

No dia 31 de março é celebrado o Dia da Saúde e da Nutrição. É um momento oportuno para pensarmos na nossa própria saúde e hábitos alimentares. Afinal, é preciso ter a consciência de que comer bem vai além de satisfazer a fome. Alimentar-se é consumir nutrientes e prover energia ao corpo, além de ser uma atividade social que reúne família e amigos, proporcionando momentos agradáveis.

Alimentar-se de forma saudável é, no entanto, mais do que uma questão de saúde, é a busca de um melhor desempenho em todas as nossas atividades. Adotando uma alimentação saudável, melhoramos o nosso dia-a-dia.
Os nutricionistas, profissionais que estão nos bastidores da alimentação, contribuem não só para o preparo de uma comida gostosa, mas, sobretudo, para uma alimentação saudável e consequente melhoria na qualidade de vida. Tudo isso faz dele um profissional de importância cada vez maior em todas as áreas do conhecimento em que a alimentação seja fundamental para promover, manter e recuperar a saúde, sem que se perca o prazer que uma refeição deve proporcionar.
O nutricionista lida, também, com questões sociais, econômicas e culturais. Há no mundo, atualmente, distúrbios alimentares que vão da desnutrição à obesidade. Esse profissional deve estar preparado, portanto, para criar situações favoráveis à prevenção e ao tratamento dessas patologias, visando sempre à saúde de todos.
Profissionais e pacientes devem se alinhar ainda mais para que a saúde fique em primeiro lugar e para que as “dietas malucas”, bem como outros modismos, façam menos vítimas. Nunca duvide da importância do nutricionista, invista em uma consulta e mude a sua vida!
Aproveite, então, para fazer um balanço do que você anda comendo e considere metas e cuidados a serem seguidos.

Fonte: Bem Leve

O "analfabeto" e "Doutor honoris causa" - José Nilton Mariano Saraiva

A tradicionalíssima Universidade de Coimbra (Portugal) foi criada em 01/03/1290 (há mais de 700 anos, portanto), e é uma das maiores instituições de ensino superior e de pesquisa do mundo. Em seu portfólio curricular oferece todos os graus académicos em arquitetura, educação, engenharia, humanidades, direito, matemática, medicina, ciências naturais, psicologia, ciências sociais e desportos. Devido à excelência do ensino ofertado, possui aproximadamente 22 mil estudantes, abrigando uma das maiores comunidades de estudantes internacionais em Portugal.
Pois foi essa legendária Universidade, por sugestão unânime do seu corpo diretivo, que resolveu conceder ao “despreparado” e “analfabeto” brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o título de “Doutor honoris causa”, em reconhecimento ao profícuo trabalho nos oito anos em que respondeu pela Presidência da República do Brasil, oportunidade em que consolidou-se e foi reconhecido como um dos maiores estadistas do mundo.
Fato é que, nunca dantes na história de Coimbra, houve uma cerimônia tão concorrida, já que todos os seus grandes doutores (acadêmicos consagrados em todo o mundo) estavam lá, incluindo Gomes Canotilho, Castanheira Neves, Coutinho de Abreu e Boaventura de Souza Santos, dentre outros. Na oportunidade, fizeram questão de justificar tal concessão, conforme transcrições abaixo.
Joaquim Gomes Canotilho, professor de Direito da Universidade de Coimbra: “Enquanto presidente, Lula levou a mensagem da promoção da paz a todos os fóruns do Mundo. Ostenta já várias condecorações e honrarias, nacionais e internacionais, mas temos a honra de a Universidade de Coimbra ser a primeira a conferir o grau de doutor “honoris causa” ao cidadão Lula da Silva”. O professor aproveitou para destacar o significado simbólico deste reconhecimento: “É um cidadão do Mundo, um estadista global, um lutador contra a miséria, a fome e a desigualdade. Afirmou-se como engenheiro da paz e da justiça. Deu sempre ressonância mundial à língua portuguesa. O grau de doutor sobre proposta da faculdade de direito é a expressão simbólica da sua imensa sabedoria. Peço-vos, por tudo isto, magnífico reitor, que ordeneis a imposição de insígnias doutorais ao eminente humanista e homem de estado aqui presente, o ex-presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva”, concluiu.
Já Coutinho de Abreu, também professor de Direito de Coimbra, foi mais incisivo e contundente: “Longo é já o tempo em que Lula da Silva, sem nunca deixar de aprender, vem ensinando na Universidade-Universalidade. Ensinando-fazendo, fazendo-ensinando, tentando, com muitos mais, melhorar o mundo. Se Lula tem dado tanto, inclusive a Portugal, é justo que a cidade de Coimbra também aberta ao Mundo, à cooperação entre os povos e à interação das culturas, no respeito pelos valores da independência, da tolerância e do diálogo, dê a sua mais alta distinção a Lula”, resumiu Coutinho de Abreu, concluindo com a afirmação de que esta distinção é “o profundo reconhecimento a um homem persistentemente generoso e solidário”.

Pezinho de Serra - Por Heladio Teles Duarte



................................... O encontro cerúleo acontece, nos céus e nas águas
                             O som da cascata, nos faz relaxar
                             O verde de várias tonalidades, ameniza nosso árido clima
                             Os pássaros com seus sonoros cantos, a todos encantam
                             É assim mesmo, nosso pezinho de serra.
                                                                                                        Heládio

quarta-feira, 30 de março de 2011

Brincando com diferenças - Aloísio

Brincando com diferenças


Não entro num desafio
Só pra poder agradar
Eu nasci na beira rio
E você na beira mar

Eu venho do interior
Você vem da capital
Sou das festas juninas
Você ama o carnaval

As diferenças de estilo
Já vão se pronunciar
Você fala das baleias
E eu falo do jundiá

Eu só vivo para a noite
Você vive para o dia
Cumpro meu compromisso
Enquanto você o adia

Eu andei em carro de boi
E você ia na jangada
Andava devagarzinho
E você na disparada

Se eu digo que é caju
Você diz que é u’a manga
Se eu uso uma bermuda
Você já quer vir de tanga

Cada qual com sua crença
Tudo é questão de fé
Você com galho de arruda
E eu uso figa de guiné

Eu gosto da lua cheia
Você gosta da lua nova
Gosto muito de poesia
Você só vem com prosa

Se eu como caruru
Você come tacacá
Cada qual com seu estilo
Fique lá que eu fico cá

Não fique me provocando
E nem fazendo arrelia
Pois eu gosto de brincar
E fazer muita folia

Isso ficou mui parecido
Com um desafio de feira
Terminando esta estrofe
Acabou-se a brincadeira

Aloísio

APELO DA ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DO CRATO

A AFAC-ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DO CRATO, solidaria à situação das famílias cratenses que perderam seus pertences na ultima enchente, apela para a solidariedade dos cratenses residentes em Fortaleza, e pede a doação de lençóis, toalhas, roupas usadas, alimentos não perecíveis e/ou cestas básicas.

As doações poderão ser entregues nos endereços abaixo:

AUDITECE Associação dos Auditores Fiscais do Tesouro do Estado do Ceará
Rua Frei Mansueto Nº 106 (entre a Av. Abolição e Av. Beira Mar)
Bairro Meireles
Fortaleza – CEARÁ

CASA DO LEÃO – Lyons Clube de Fortaleza
Rua João Cordeiro 2181 (entre as ruas Padre Valdevino e Av. Antônio Sales)
Bairro Aldeota
Fortaleza – CEARÁ

As doações serão enviadas, APÓS A SEMANA SANTA, para o CORPO DE BOMBEIROS EM CRATO-CE para distribuição entre famílias cadastradas pela Defesa Civil do Município.

CONTATOS DA AFAC:

Wilton Soares: (85) 9613-3936
Graça Barreto: (85) 9959-5242
Amarillo Santana: (85) 9621-6702
Luis Santos: (85) 9621-7016
Pedro Jorge: (85) 8785-6582
Cicera Policarpo: (85) 3246.3662


A AFAC AGRADECE A AJUDA DE TODOS

REPASSE ESSA INFORMAÇÃO PARA OS SEUS AMIGOS

ARTE DE AMAR


ARTE DE AMAR

Você se encostou num barranco.
Eu me encostei em você.
Fiz cócegas no seu sovaco,
você se riu todinha.
“Você está com a bunda suja
de terra”, eu falei e você se riu.
Eu me encostei mais em você.
Você estava fria como uma lagartixa.
Fechei os olhos e você ficou verde,
abri os olhos e você era vermelha
como o fogo, me queimava.
“Qual a cor do amor?”, eu perguntei
e você nem respondeu, vermelha só.
Passarinhada bateu asas, voou.
Você nuinha na terra vermelha.
Só nós dois sozinhos no mundo,
aprendendo as lições de amar.
O mundo é mais que um barranco,
quando se aprende a arte de amar.
 

            "Poemas de amor", 1999.



Sutilezas da mata - Por Claude Bloc


Capemba de coco babaçu


Cansanção em flor (queima do mesmo jeito)


Um cocho natural (retendo água da chuva)


Um cogumelo festeja a umidade


Há flores de todas as cores


Orquídeas...


Um "soldadinho" atento


Um processo natural de (re)fertilização
.

 Espinhos da macaubeira.


A água fazendo arte. Formas em suspense...
.

Está nas nossas mãos preservar tudo isso!

Fotos e texto por: Claude Bloc
Local: Sítio Fundão - Crato - CE

NATURALMENTE...

Os caminhos são muitos, a umidade e o cheiro da terra nos fazem um convite irrecusável.


Não importa se a trilha se fecha, seguimos adiante em busca desse ar puro e verdejante.


Os sorrisos tornam-se mais fáceis e mais fartos, como o mais puro alimento da alma.


O céu, o verde, o beijo da natureza.


 No abraço a tradução do sentimento mais nobre. A acolhida da mata.


Louzinha se aplica e explica o nome das plantas, a função de cada uma. Uma aula em campo aberto.


E nós onde vamos? As pedras não confundem nosso caminho.


As águas se acomodam serenamente depois da voragem das chuvas... 


E o silêncio impera nas engrenagens que emperram por falta de tato e de tempo.


É fácil seguir esse caminho sem esquecer que amanhã é outo dia.

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Fotos registradas no Sítio Fundão (Crato - CE) por ocasião da reinauguração da Casa-sede

Foto 3: Claude 
Foto 5: Adriana, Louzinha, Gilvany, visitante.
Foto 6: Adriana, visitante, Louzinha (ambientalista)

Sítio Fundão reabre acervo - Texto de Antonio Vicelmo

 
Crato  inaugurou, hoje de manhã, a casa sede do Sítio Fundão, uma Unidade de Conservação Ambiental, localizado no sopé da Serra do Araripe, a 3Km desta cidade.



A solenidade, marcada para as 10 horas, contou com a presença do presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Paulo Henrique Lustosa, e do superintendente interino da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Ricardo Araújo.



A entrega da área contou com presenças de autoridades locais dos três Municípios da Região do Cariri diretamente beneficiados - Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. A solenidade será antecedida de uma caminhada às margens do canal do Rio Granjeiro que foi parcialmente destruído pelas chuvas. Os ambientalistas querem chamar a atenção para os problemas ambientais do Município.


A restauração da casa obedeceu fielmente à planta original, construída pelo antigo proprietário, ambientalista Jéfferson da Franca Alencar (falecido), em taipa, técnica construtiva vernacular à base de argila (barro) e cascalho, com o objetivo de erguer uma parede, única no Estado, com dois andares.

O antigo proprietário teve o cuidado de conservar não apenas toda a vegetação (flora e fauna), mas o acervo material, inclusive, um engenho de madeira que não foi restaurado.





A restauração da casa de taipa é apenas o início de um amplo projeto do Governo do Estado que contempla a nova sede do escritório da Semace - Cariri e uma unidade da Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA), além da restauração do engenho de pau que, no momento, encontra-se coberto pelo mato.




Por enquanto, até o acesso para o Sítio é difícil. Só passa carro com tração nas quatro rodas. Josa justificou que não teve condições de recuperar o acesso porque as chuvas não permitem a entrada de um trator. Os visitantes terão que deixar os veículos do lado de fora do parque e caminhar cerca de 1Km.

O parque disporá de segurança armada para proteger os visitantes, alunos secundaristas e universitários que terão, no local, ambiente propício às pesquisas relacionadas ao meio ambiente. Toda e qualquer visitação, em grupo, obrigatoriamente deverá ser guiada, ou seja, acionada junto a gerência do parque. Pesquisadores e pessoas interessadas em conhecer mais uma Unidade de Conservação Ambiental do Estado podem dirigir-se à Semace do Crato para obter melhores informações quanto a sua utilização.


Localizado a apenas 3 quilômetros do Centro da cidade do Crato, o Parque Estadual Sítio Fundão foi criado pelo Governo do Ceará em junho de 2008, quando deixou de ser uma propriedade particular. É gerenciada pela Semace, com vegetação nativa preservada e, ainda, flora diversificada.

Texto de Antônio Vicelmo (com algumas adaptações)
Repórter

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=954780

Fotos de Claude Bloc

terça-feira, 29 de março de 2011

PROGRAMA CARIRI ENCANTADO SONORIDADES

CONEXÕES MUSICAIS: BELCHIOR, APENAS UM TROVADOR LATINO-AMERICANO

Belchior não é apenas um cantor e compositor brasileiro; é um grande poeta e autor de manifestos musicais representativos de toda uma época e de várias gerações de jovens. Nasceu em Sobral, Ceará, em 26 de outubro de 1946. Depois dos baianos tropicalistas, foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

Durante sua infância no Ceará foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano. Foi programador de rádio em Sobral, e em Fortaleza começou a dedicar-se à música, após abandonar o curso de medicina. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino, entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.

Ainda criança conheceu o Cariri, trazido pelo pai, numa inesquecível viagem de trem. Desde então, sempre tem retornado à região; ultimamente para realizar shows, em apresentações que reúnem grande público, a exemplo das que aconteceram na Expocrato, em 1997, e na Festa de Santo Antonio, em Barbalha, em 2005.

Sua obra é, portanto, admirada pelos caririenses, tendo influenciado muito compositores locais, tanto pela sua elaborada música e intrigantes arranjos e interpretação, como pela sua poesia ao mesmo tempo contundente e lírica.

O programa Cariri Encantado Sonoridades, em conexões musicais, apresenta Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, ou apenas Belchior, um trovador latino-americano.

Programação Musical
1. Apenas Um Rapaz Latino Americano
2. Todo Sujo de Batom
3. Na Hora do Almoço – Participação: Ednardo
4. Sujeito de Sorte
5. Alucinação
6. Não Leve Flores
7. Caso Comum De Trânsito
8. Divina Comédia Humana
9. Terral - Participações: Ednardo e Amelinha
10. Tudo Outra Vez
11. Comentário a Respeito de John
12. A Palo Seco – Participação: Los Hermanos

Obs.: Todas as composições são de autoria de Belchior, exceto Terral (Ednardo) e Comentário a Respeito de John (Belchior e José Luiz Penna)

Ficha Técnica
O programa Cariri Encantado Sonoridades é produzido pelas Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados – OCA, e transmitido todas as quartas-feiras, das 14 às 15 horas pelas ondas sonoras da Rádio Educadora do Cariri AM 1020.

Pesquisa, redação e apresentação de Carlos Rafael Dias. Operação de áudio de Iderval Silva.

Agenda Geraldo Junior - Abril/Maio Ceará e Paraíba

Shows Geraldo Junior e Banda, Abril/Maio Ceará e Paraíba:

Dia 27/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza CE às 12h

Dia 27/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza CE às 18h30m

Dia 28/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri - Juazeiro do Norte CE às 19h

Dia 29/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Sousa PB às 19h

Dia 30/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Sousa PB às 19h

Dia 01/05 Teatro Violeta Arraes - Fundação Casa Grande - Nova Olinda às 19h

Abraços,

A Nossa Amizade - Daniel Hubert Bloc Boris (Jacques)

 
A Nossa Amizade
 

Estendo-te a mão
Com as cores da alegria
Na magia do pensamento
Abre-se a janela lúdica
O meu afeto e meu carinho
O meu melhor de mim
A minha amizade
O maior segredo do poder
( é o querer)
São cores vivas
Cores fortes
Cores vibrantes
Como são cores cativantes
Ofereço-te como rosas do meu jardim

         
 Dedico esse poema ao amigo Dr. Heládio   
                                                                               Daniel Hubert Bloc Boris (Jacques)    

                   

segunda-feira, 28 de março de 2011

A PALAVRA AMOR






A PALAVRA AMOR

Meu pai nunca disse a palavra amor.
Impossível imaginar.
Cumprimentava minha mãe: Bom dia!
Boa tarde!
Dava a mão. Nenhum gesto de carinho.
Mas levava café para minha mãe na cama.
A voz dele enchia a casa.
Enchia de um sossego bom que não pode ter
nome melhor que amor.
Gritava arroooi!!! quando trovejava, a gente dizia
            que era o grito de chamar a chuva
e esse grito não tem nome melhor que amor.
A gente se lembra dele, do meu pai,
            como quem reza.
Gozado! Ele não fazia nenhum gesto de carinho
            para a gente ou para a minha mãe.
Fazia doce de fio de ovos, fazia vassouras de noite
            na cozinha, trabalhava feito doido na roça,
falava da gente com orgulho, falava dos mortos
            com orgulho, dava orgulho ver ele falar,
            sempre de bem com a vida.
Para que é que serve a palavra amor?
                                              
_________________


Li este poema no auditório lotado do SESC de Bauru, em 1999. Depois me envergonhei dele: não é um bom poema. Rasguei-o, nem me lembrava dele quando a minha prima Zilda o comentou – a minha irmã tinha uma cópia, que deu à Zilda. Depois encontrei um vídeo daquela apresentação no SESC – é um pouco mais longa, eu tentei consertá-la encurtando-a. Eu estava escrevendo os 40 poemas de amor e, sem querer (!), saiu este. Porque não era um poema de amor – à minha mulher, como os outros – e porque era ruim, deixei-o fora do livro “Poemas de amor”. Hoje, pelo que ainda possa significar, dedico-o aqui justamente à minha mulher.

_____________

MUDANÇAS...

Fonte: Google /Imagens

1. Alega-se que a autoria é de Camões. Tenho minhas dúvidas. 
2. Há  um erro de concordância: "mudam-se o ser" em vez de "muda-se o ser"

Detenham-se na mensagem compreensível.

Diante do espelho

 
Nos achamos melhores
e mais bonitos do que somos.
                                             
                                                           Daniel Hubert Bloc Boris (Jacques)