Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 24 de abril de 2011


Ceni
- Claude Bloc -

Ceni (bebê)
 Despertei cedo e olhei novamente algumas fotos sobre a mesinha de cabeceira. Adriana as trouxera na noite anterior lá da casa de Ceni. Eram fotos que Nenem havia preservado em seus guardados por muito tempo. Fotos de que eu nem me lembrava, mas que me fez rever personagens de minha vida.

Quanto a Ceni, nem me lembro a última data em que eu a havia visto pela última vez. Acho que lá pelo início dos anos 70 quando Daniela era um bebê. Ceni era uma menina quieta e de olhar sonhador e triste. Ela estava na minha casa para fazer companhia a Daniela e para brincar com ela, enquanto as coisas da casa eram providenciadas. Um belo dia Nenem a levou de volta pra casa e eu segui minha vida indo pra Fortaleza para receber Flávia minha segunda filha e depois fui para o Rio onde morei 8 meses. Desde então nunca mais nos vimos.

Faz tempo que eu andava procurando por Ceni. Minha vida, porém, me empurrava sempre para longe dela e quando eu ia pro norte ela estava no sul, ou coisas assim. Quando falava em Ceni  sempre me lembrava de tê-la balançado na rede para dormir, quando eu estava de férias em Serra Verde. Me lembrava igualmente de quando ela começou a andar. Ela tinha muito medo de ficar em pé e como ficava muito tensa, demorou para tomar a decisão de ir adiante. De andar de fato. 

Ao vir pro Crato, recentemente tive notícia de que Ceni veio aqui visitar Mundinha sua madrinha. Fiquei aguardando um contato, até que sábado falei com Jose, sua filha. Adriana, minha afilhada, foi lá em Juazeiro encontrar com a família de Ceni. Foi assim que recebi as fotos. Fiquei de vê-la logo. Saudade longa.

Ceni (aos 9 anos)
Ceni (aos 17 anos)

Claude Bloc

Foto1 - Ceni (bebê)
Foto2 - Ceni (09 anos)
Foto3 - Ceni (17 anos)

E o túmulo estava vazio! – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Na madrugada daquele domingo, pela contagem dos judeus, o terceiro dia após a morte de Jesus, duas mulheres se dirigiram ao túmulo onde o haviam sepultado. Pretendiam perfumar o corpo dele. Ao se aproximarem, houve um grande tremor de terra. Perceberam que a pedra que fechava o sepulcro estava retirada e um ser de luminosidade intensa e radiante estava sentado sobre a pedra. Era um anjo, um mensageiro enviado por Deus! Os guardas que vigiavam o sepulcro, tremendo de medo, ficaram como que paralisados, como se estivessem mortos. As duas mulheres também ficaram amedrontadas. Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo, o Jesus que vocês procuram está vivo, ressuscitou, conforme havia anunciado!” Elas saíram correndo para comunicar aos demais discípulos o que havia acontecido e que o mestre não estava mais no túmulo. De repente, Jesus ressuscitado apareceu a elas duas dizendo que fossem para a Galiléia e avisassem aos discípulos que ele iria se encontrar com eles. (Cf. Mt 28, 1–10).

Essa passagem do Evangelho anunciado na Vigília Pascal celebrada nas últimas horas desse sábado, me fez lembrar os últimos dias de vida do meu saudoso pai. Ele enfrentou há 46 anos, com a mesma idade com a qual me encontro hoje, o sofrimento e as dores que uma terrível moléstia o vitimou, com muita serenidade e a mesma esperança que aquelas duas seguidoras de Jesus demonstraram. A confiança de quem realmente viveu o projeto que Jesus nos deixou, acredita nele e espera pela ressurreição dos mortos. Aquelas duas mulheres acompanharam Jesus enquanto ele pregava pelas estradas e povoados da Galiléia e foram testemunhas da sua paixão morte e ressurreição. Enquanto elas esperavam por alguma coisa, os guardas representantes dos inimigos que levaram Jesus à morte vigiavam o túmulo para que nada acontecesse.

O projeto de Deus anunciado por Jesus e vivido com toda intensidade pelo meu pai, não nos leva à morte, mas é caminho para a vida. Aquela mesma fé na ressurreição, que meu pai demonstrou nos seus últimos momentos de vida, é um convite para todos que com ele conviveram para que continuemos a viver o projeto que Jesus nos deixou.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo