Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Histórias
***


Ponto por ponto
Passo a passo
Entro em compasso
Ao vento, no espaço
Sem contraponto
Não ato, nem desato.

Abraço o tempo
De grandes maresias
Dias claros, noites frias
Me solto, me embaraço
Nas frestas da alegria.

Não quero ser além do que esperas
Sou branda quando falo
Sou tudo o quanto quero
Não busco estrelas inatingíveis
Não busco sonhos impossíveis
Conto pontos, conto fatos
E me encanto quando penso
Nas histórias que dirias
Porque sei que tu ririas
Do meu jeito de te ouvir. 

Claude Bloc


Somos folhas em branco - Emerson Monteiro


Quem dá significado aos objetos e acontecimentos, e às outras pessoas, é a cabeça da gente, a mente da gente. Por isso, preocupações sujeitam atrapalhar o compasso de esperar os minutos seguintes. Todo penso é torto, no que diz a experiência. E peru é quem morre de véspera, noutra cogitação. Fôssemos viver de pensar, renderia quase nada, vez que significados inexistem na realidade, quando eles só representam o produto do que se pensa. A gente importa as visões e as trabalha na oficina da cabeça, ferreiro insistente, quando já se tem tanta coisa para cuidar; e ainda saímos juntando troços e fazendo fogueiras no juízo, cipoal do desassossego.

Enquanto isto, o mecanismo das pessoas possui um dispositivo interno que solucionará o drama de tais preocupações. Lá bem no centro, no meio da ciranda apressada dessas coisas em atividade, mora a paz.

A fim de chegar a esse lugar importante carece, no entanto, concentrar o esforço gasto com o pensamento, a energia gasta nos movimentos que criam os sentidos na tela da imaginação. Manusear com gosto este procedimento produzirá resultados jamais vistos. No mínimo evitar-se-á as chamadas depressões mentais, os buracos sem fundo que constrangem e reduzem o peso da alegria que temos e poucos usam com rotina. Durante os quadros escuros da caminhada, precisa esquecer o que desafina o instrumento individual. Aqui ao lado de você reside a outra possibilidade de viver com satisfação cada minuto, independente da ânsia dos resultados. Limpar as leiras da responsabilidade e germinar plantas boas.

Plantar bons frutos hoje, no momento presente, e aguardar resultados favoráveis. Catar as sementes das histórias vividas, selecionar as melhores e fincar com gosto nas terras infinitas do coração. Todo tempo é tempo de felicidade. Evitar o mal e fazer o bem, aos outros, à natureza, a cada ser, inclusive a si próprio. Encher a própria bola servirá de motivo de viver bem e com sabedoria. Certos das leis da Natureza, tratemos de corrigir o rumo da viagem e conduzir o barco às águas tranquilas das estações seguras, livres dos traumas e contradições que sumiram na fumaça dos vícios de antigamente.

Essa modalidade valiosa de aplainar estradas no horizonte iluminado de sol sempre funcionará. Largar hábitos que diminuem a satisfação de crescer representa oportunidades positivas. Expulsar os insetos do território e dormir melhor, no exercício de olhar acima das perturbações desnecessárias; quanta coerência em agir desta maneira.

Ouço dizer que o olho do furacão é de pura calma. A agitação fica no entorno em que os ventos sacolejam o espaço. Mas no miolo as correntes de ar impacientes guardam inteira harmonia. A lição desse fenômeno explica como controlar a máquina do pensamento e evitar as desordens em volta. Buscar de tal modo o ponto do equilíbrio, que ocasionará surpresas agradáveis e dias abençoados.

Pensamento do Dia - Clarice Lispector...

"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências, me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos."




Clarisse Lispector

IMAGEM


Busco uma imagem no ar...
Nas pessoas
Nos gestos
Nas palavras...
Busco uma imagem na natureza
Nos animais
nas fotografias
Nos acontecimentos...
Busco uma imagem na imaginação...
Através da música
De um conto
De uma poesia...
Embaralham no meu pensamento...
E me encanto
na dança das imagens
Em movimento
Busco a arte em qualquer lugar...
Crio, invento
Alimento meu ego
Sinto que existo e faço existir...
A busca de uma nova imagem
faz parte de mim...

Edilma Rocha

PÉROLAS DOS BASTIDORES - Por Claude Bloc


A CARA DO SERTÃO

Mundim,
Latada toda enfeitada
Lua branca, pé no chão
Sanfona preta e dourada
Pandeiro e violão
Muita menina faceira
Mulher falando besteira
É A CARA DO SERTÃO

Mundim do Vale rimando
Seus versos lá no oitão
O som de galo cantando
No armador um gibão
Uma casinha de taipa
Pois disso ninguém escapa
É A CARA DO SERTÃO

Baião de dois na panela
Garapa, milho, feijão
Café torrado no caco
Gergelim e agrião
Capote bem temperado
Carne de porco e de gado
É A CARA DO SERTÃO

De noite o céu estrelado
E o som de um violão
Fogueira, xote e xaxado
No peito a emoção
Saudade de um passado
Que sempre será lembrado
É A CARA DO SERTÃO

Claude Bloc

Um livro sobre João Paulo II – por Armando Lopes Rafael




Li-o de um folêgo, como se costuma dizer. O livro (“João Paulo II, Peregrino da Esperança”, publicado pela Reader’s Digest) é formado por uma sequência de depoimentos de pessoas que conviveram sobre Karol Wojtyla – mais conhecido como Papa João Paulo II, recentemente beatificado.


Vejam uma parte do depoimento dado – em 2001 – pelo jornalista Lucjan Kydrynski: “Chegou-nos com pouco mais do que a roupa do corpo... Na altura, vivíamos na Rua Felicjanek, em Cracóvia. Tínhamos uma casa com três quartos num terceiro andar. Um quarto, o maior, era ocupado por umas senhoras alemãs que trabalhavam num escritório em Cracóvia. Nós ocupávamos os quartos restantes. Nós éramos eu, a minha mãe, irmã, irmão e, depois da morte do seu pai, Karol Wojtyla. Por alturas da véspera de Natal de 1940, Karol esteve na nossa casa a ver o meu pai.


Acabou por se mudar para nossa casa por alturas de Fevereiro de 1941. Ficou durante cerca de 18 meses. Karol possuía um pequenino canto para si – primeiro porque não havia muito espaço e depois porque tinha muito poucas coisas. Quando chegou lá a casa, possuía pouco mais do que a roupa do corpo. A ocupação alemã dava-nos poucas possibilidades de ter objetos pessoais. Para além disso, mesmo que ele tivesse querido trazer a sua mobília, não havia onde a pôr. Mas ele não era do tipo de possuir muita coisa. Mas trouxe-nos amizade, gentileza, alegria – e isso já era muitíssimo. (...)

Ou este testetemunho, dado pelo bispo polonês, Tadeusz Pieronek, quando Karol Wojtyla já era um jovem bispo. A ver: “Por que ficar preocupado? Ainda hoje lembro uma das expedições que fiz à Sicília com o arcebispo Wojtyla durante um intervalo nos debates do Concílio do Vaticano.
Era o primeiro dia de Novembro, o Dia de Todos os Santos. Fomos todos de comboio com o bispo Pietraszka, enquanto Wojtyla viajou sozinho. Visitámos muitas cidades, de Palermo a Catânia. Também subimos ao monte Etna de teleférico. A neve era espessa e caminhar era difícil. E, acima de tudo, era perigoso. Além disso, o tempo estava a acabar e aproximava--se a hora do avião para Roma.
Wojtyla não estava minimamente preocupado com tais assuntos. No caminho de volta, ele parou na encosta do Etna e começou a recitar o breviário. Aproximámo-nos, nervosos, e dissemos: «Por favor, arcebispo, o avião não espera, e está aqui a rezar.».
No entanto, ele não nos prestou atenção. Continuou a rezar.
Chegámos ao aeroporto 15 minutos depois do que era suposto. Mas acontece que o avião tinha esperado. O arcebispo de Catânia sabia que o arcebispo Wojtyla iria naquele voo e arranjou maneira de atrasar a partida. Entretanto, no aeroporto, Wojtyla aproximou-se de nós e disse com um sorriso: «Estão a ver? Está tudo bem. Por que ficar preocupado?”
E são muitos outros depoimentos – constantes no livro “João Paulo II, Peregrino da Espeança” – sobre a figura marcante do Papa. Uma pessoa mediática – significando que “vendia bem” na mídia, porque possuía uma noção do exato sentido de tempo e espaço. E talvez por isso mesmo, segundo o bispo Jan Chrapek: “João Paulo II teve a sensibilidade de saber que, apesar de tudo, os meios de comunicação não podem substituir o encontro do homem com outros homens, o encontro do homem com a natureza e, com certeza, não pode mediar o enconto do homem com Deus, em que o único mediador só pode ser outro homem, ainda mais quando esse homem é o Papa”.

É hoje, é hoje...

O HOTEL ENCOSTA DA SERRA convida para a inauguração do SALÃO IRMÃOS ANICETO e EXPOSIÇÃO DE QUADROS DECORATIVOS, Artes & fotografias de: Pachelly Jamacaru. Esta brilhante iniciativa, faz parte de uma nova visão da atual administração do hotel, onde os valores culturais em seus diversos segmentos são reconhecidos e valorizados.

Data: 08 de Julho/2011
Local: HOTEL ENCOSTA DA SERRA
Av. Pedro Felício Cavalcante - Caminho do Clube Recreativo Grangeiro
Horário: 19hs


Inauguração do Salão Irmãos Aniceto

Exposição de Quadros Decorativos, Pachelly Jamacaru.