Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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segunda-feira, 22 de março de 2010

LÁ VEM A LUA - Por Marcos Barreto de Melo

LÁ VEM A LUA
DE NOVO BULIR COMIGO
LÁ VEM A LUA
MEXER COM MEU CORAÇÃO

VEM DE MANSINHO
SACUDINDO A PAIXÃO
REVIRANDO A SAUDADE
PROVOCANDO A SOLIDÃO

LUA BONITA
POR QUE FAZ ASSIM COMIGO?
SE É POR CASTIGO
QUERO TE PEDIR PERDÃO

LUA BONITA
MEXA ASSIM COMIGO NÃO
PARE DE JUDIAÇÃO
DEIXE EM PAZ MEU CORAÇÃO



Marcos Barreto de Melo

a alma que não se molha

Meu infinito infortúnio
ou graça bendita
é de fato
minha fantasia:

mente utópica,
coração ansioso.

Uma combinação letal
de larvicida dentro dos olhos.

Culpados não existem.
O céu que arde.
As frias estrelas.

A loucura vem da infância
da eternidade

em que brincava o poeta
com as nuvens.

Tomou vulto o corpo
mas a alma continua deitada
sobre a imensa pedra de secar roupas.

As nuvens, bandidas, também mudaram:
nunca mais vi fisionomias reveladoras.

A Magia das Velas

A Magia das Velas

Uma vela acesa não serve apenas para iluminar,como era costume nos tempos em que não existia a luz elétrica.Atualmente,é mais um instrumento simbólico utilizado para direcionar nossas preces, pedidos e pensamentos, e conectá-los com o plano astral ou o ambiente das divindades.

Recomenda-se um incenso ao lado da vela.Esta prática faz com que os pedidos cheguem mais rapidamente ao plano astral.

Dependendo do tipo de ajuda que se deseja obter, deverá ser empregada vela de determinada cor.


Quando o tipo de auxílio for de caráter familiar.
Proporciona paz, harmonia, equilíbrio e afasta os maus fluidos.


Quando o tipo de auxílio referir-se a dinheiro, negócio, trabalho ou profissão.Nos dá força, poder e fé para podermos trabalhar e conseguir realizar bons negócios, trazendo dinheiro e riqueza material.

Quando o tipo de auxílio se relacionar com os estudos.Estimula a inteligência, aguça a sabedoria e amplia os horizontes intelectuais.

Quando o tipo de auxílio objetivar os relacionamentos afetivos,para encontrar a sua alma gêmea, fortalecer as relações de afeto e sempre que desejar, dirigir bons fluidos a alguém.

Quando o tipo de auxílio visa a saúde.
Para invocar a boa saúde física, fartura. Estimula a verdade e traz a calma.

Quando o tipo de auxílio se relacionar com problemas jurídicos.Para proporcionar força, coragem e dinamismo e também nas situações emergenciais.


Quando o tipo de auxílio almejar a espiritualidade.
Favorece a liberdade e tem o poder de transformar o ódio em amor ou transformar o negativo em positivo.

http://www.astral-online.com/velas/index.shtml

AGUAS MORTAS

Só agora, livre dos murmúrios que me perseguiam a eito, posso sentir o quanto é difícil cruzar a barreira da ficção enquanto a reflexão teórica ameaça danificar as imagens que se projetam adiante. Nenhuma imagem fala por si mesma. O rio morto é obra da minha paciência, hipérbole de miséria e a tumba sórdida dos esquecidos. Desceu inteiro, solitário, tristonho. Como foi ingênuo e ao mesmo tempo magnífico, levando peixes para o mar de peixes, até o fim da devoração. Já não chora enquanto escorre-se como uma lágrima ressequida sobre o cascalho do meu rosto. Já não urra mais em sonhos, nem sente a aflição do último veio que se esgota no curso do próprio silêncio. Desse veio restará apenas uma taça quase vazia, a cicuta de quem aí irá beber na sequidão do vale, até a hora do cortejo que vejo deixando a aldeia, parte do ofício da providência que não providencia.
A última campina já se foi, deu-se inteira a comer. Resta o lodo, que é o fim das águas, a solidão do homem que foge do gosto salobro de uma tarde devorada pela fome. No horizonte, aberto no desabraço das próprias asas, um pássaro perdido não sabe como se esconder no ar azul. Parece um pêndulo-negro à procura de um abrigo, ou do desabrigo que o mantém indeciso entre continuar ali pairado, ou flanando baixo até cair no solo firme. Poder emudecer ante o que vai sumindo é quase uma virtude. Flutuando sobre o cascalho, sepulcro das águas paralíticas, tudo que aí jaz, parece se acomodar tão lentamente, quanto as palavras impuras contidas na muda história dessa gente. É ingenuidade pensar que não estamos a adulterá-la.
Estamos sim, com palavras e interconectividade. Mesmo que se bastem, essas imagens precisam ser tocadas pelos vastos sentidos. Assim se acomodam e se convertem em palavras sentidas. Mas o tempo vai passando, as águas também, protelando o que na última hora será dito. Desse veio restarão umas poucas palavras poéticas, palavras cheias de perturbadoras imagens, tanto e quanto um entressonho que vai se materializando devagar, devagar, até que um sonho novo venha substituir o velho. Tudo sofre os efeitos da substituição calculada, tudo, inclusive a alacridade do meu riso.
Há poucos instantes e agora novamente indagando-me sobre isto, com a maior serenidade possível, chego à legítima conclusão de que, o caminho adiante não tem atalhos, e a metáfora do sonho pode ser a foz ou o abismo. Pelo abismo passarão só as imagens. Sem palavras todos os olhos são mudos, e as novas águas não se aperceberão na travessia. Onde puseram as palavras proféticas dos Gênios Malditos? O gênio não se expressa pelo olhar. Que o diga, Borges. As imagens ocas morrem cedo porque não se comportam bem no contexto. Mas não convém perder de vista o que vai fluindo no caminho das águas, nem é oportuno reivindicar o retorno ao passado. Sabemos nós que a natureza nem sempre reabilita sistemas extintos. Aqui cabe dizer algo menos restritivo. Para quem das águas retira o sustento, os leitos são caminhos naturais, traçados pelo Empreiteiro de todas as obras. Para quem aí navega sobre toras milenares, são os leitos que potencializam as riquezas nacionais. Para quem precisa desviá-los para gerar estoques de signos monetizados, todos os rios deveriam ser comunicantes com o Jordão. Se este é um geral desejo, os leitos mortos serão meras palavras e tão restritos quanto certos conceitos universais.
O tempo que espere, e só nos resta continuar o percurso. Mas ao invés de reprimido entre as margens estreitas de um rio paralítico, desatento à amplitude infindável da própria subjetividade, e apesar do murmúrio que revela numa curta pausa, as sombras mortas do invisível, e por toda parte há quem diga que sou uma porção dessa invisibilidade espacial, e ao mesmo tempo, parte substancial do vazio temporal que me comporta, melhor é fazer um passeio a pé pelos campos contíguos ao leito do Sono, onde poderei admirar um estranho e muito belo contraste, de um lado, o ocre enegrecido do barro petrificado em robustas colinas, e do outro, o esplendor da soagem, de cuja aparência, como é natural nessa época do ano, tinge as vastas superfícies com um colorido inimitável. Mas com o passar das águas e dos homens, tudo vai ficando banal, repetitivo e um obstáculo intransponível continuará a ser tão avassalador, quanto a fúria vingativa das catástrofes gigantescas. É melhor seguirmos a marcha. Estamos mais interessados nos signos do que nos enunciados. Contudo, não me apraz repetir o trotar barulhento dos idealistas e naturalistas.
Em tudo há incoerência, tanto que, os mais exaltados até já insinuam o extermínio humano para o bem da natureza. E aqui novamente, olhando para essas nuvens ágeis, fingidoras, sinto que é hora de fazer um balanço de consciência, antes que esta reflexão se misture às palavras vãs da lei impura, que como as toras milenares, também apodrecerá nas próximas correntezas. Mas como posso ser coerente com o meu discurso, sendo ao mesmo tempo algoz e vitima da natureza, usuário das benesses do meu tempo, e impávido como o sol outonal que despenca sobre os telhados e vai se deitar e queimar a alma de quem aí estiver, ou frio e insensível como os cavaleiros andantes, que iniciaram a longa marcha pela universalidade do poder? A marcha continua, tão firme quanto a vida frágil de quem todos os dias repete os mesmos trajetos para suster-se. Parece ser esse o destino dos rios e dos homens. Mas para que pressa, se ninguém nos espera em lugar algum? O mundo é grande, o Céu é maior.


  • O romancista, dramaturgo e sociólogo brasileiro Ruy Câmara ao completar 40 anos em 1990 abdicou da sua promissora carreira empresarial, encafuou-se em sua biblioteca e passou a se dedicar exclusivamente ao ofício literário. Após 11 anos de intensa produção, em 2003, ele surpreendeu o cenário intelectual com Cantos de Outono, o romance da vida de Lautréamont, que foi finalista do prêmio Jabuti 2004 e receberá no dia 22/07/2004 o prêmio nacional da Academia Brasileira de Letras na categoria de Melhor Romance de Ficção. O próximo romance, O Alfarrabista, será publicado em 2005.Contatos: ruycamara@uol.com.brSítio Web: www.ruycamara.com.br/novo

Correio Musical

Por AE, Agencia Estado
No Dia da Água, ONU defende urgência de preservação

Hoje, data em que se comemora do Dia Mundial da Água, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um comunicado sobre a qualidade do recurso, vital para a vida na Terra. No documento, a entidade lembra que a qualidade da água em todo o mundo é ameaçada pelo crescimento populacional e pela expansão das atividades industrial e agrícola.

O texto afirma também que as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo global hídrico e que há a necessidade urgente que os setores público e privado de todo o mundo se unam para assumir o desafio de proteger e melhorar a qualidade de rios, lagos e aquíferos. Para tanto, diz o documento, a população deve se comprometer a evitar a poluição futura da água, tratando as já contaminadas, e restaurar a qualidade e saúde de rios, lagos aquíferos e ecossistemas aquáticos.

"A qualidade da água se tornou uma questão global", diz o comunicado, lembrando os milhões de toneladas de esgoto e dejetos industriais e agrícolas que são despejados diariamente nos rios. Em consequência dessa prática, mais pessoas morrem por contato com água contaminada do que a soma de todas as formas de violência, sendo que os mais atingidos são crianças menores de cinco anos.

Além da questão humana, o relatório fala sobre as perdas econômicas decorrentes, lembrando que a falta de água e de instalações sanitárias, apenas na África, são estimadas em US$ 28,4 bilhões, o que significa cerca de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

A boa notícia, lembra a ONU, é que soluções são implementadas em vários lugares. Mas a entidade diz que atitudes corajosas precisam ser tomadas nos âmbitos internacional, nacional e local, já que o assunto precisa ser tratado como prioridade global, pois a vida humana depende de nossas ações tomadas hoje. O documento é encerrado com a frase "água é vida".

O RIO DA MINHA CIDADE

Sobre o chão onde os pajés dançavam , uma vila se formou
Todo dia longe ressoava o machado do lenhador
Ouçam os corações dos guerreiros esperando a noite
Em que os astros vão trazer a volta dos trovões


Foi há muito tempo. Quando as aguas desciam do sopé da Chapada do Araripe desenhando caminhos entre veredas, fazendo riscos cavados no chão, varando cercas e, aos poucos, engolindo outros “caminhos d`àgua”, formando riachos e afunilando um destino único para todas as águas. Onde todos os fios d`água caminhavam juntos, nascia o Rio da minha cidade. A partir daí suas águas pairavam belas, frias, serenas. Corriam calmas, como se quisesse cumprimentar as árvores à sua margem. Como se quisesse ouvir os pássaros, beijar as borboletas que nelas se miravam. Como quem quisesse lambuzar-se nas barreiras lamacentas. Era um Rio lindo.

A música das suas águas batendo nas pedras era como uma cantiga de ninar. Como o velho chchchchiado da chchchchuva chchchovendo de noite, como pingos bantendo nas telhas. Misturava-se aos silvos das cigarras quando a tarde vinha. Nessa hora suas águas ficavam com um tom vermelho amarelado. Imitava o céu onde o sol se punha. O contraste com o verde que o rodeava desenhava uma autentica aquarela. Amanhecia e lá estava êle. Sereno, calmo, dia e noite a deslizar sobre as pedras aquela limpinha e fria água trazendo o cheiro das ribeiras da serra. TCheiro de mato e barro. Tinha a musica dos pássaros e som do vento. Tinha a cor da luz do sol. Era um Rio. O Rio da minha cidade.

Dávamos nomes aos vários locais onde a água diminuía seu ritmo, formando poças onde, aos montes, tomávamos banho. Arriscávamos tudo para estar lá. Encarnávamos o D´zunhurae e simplesmente íamos ao Rio. Também pudera. Queríamos mesmo era mergulhar naquelas águas: Banho da Mata do Seu Lino, Banho do Poço da Pedra do Quebra Cú, Banho da Ponte, Banho da Barreira... eram tantos que nem lembro. Sei bem do paraíso que era para todos nós. Mas... um dia chegaram os homens trazendo a urbanidade e o progresso.

Um tambor amedrontou a mata quando o dia clareou
Na clareira respondeu a flauta um aviso de terror
Um cacique descobriu pegadas de um estranho caçador
Uma tribo foi exterminada onde o rio avermelhou...


Desde lá nosso Rio nunca mais teve paz. Nunca mais foi o mesmo Rio. Nunca mais nossa aquarela. Nunca mais nossos sonhos. Aos poucos a sua cor foi mudando. A sua beleza foi desaparecendo. As suas margens foram sumindo. Nunca mais brincadeiras. Nunca mais banhos. Nunca mais os pássaros o procuraram. Nunca mais as cigarras. Nunca mais as borboletas. Nunca mais nossos sonhos e nossa aquarela.

Antes das chuvas quando um trovão tombou das estrelas
E a selva escura viu brilhar nas mãos de um deus
Armas de estrondo e luz como avisou a lenda

Onça negra caminhou nas cinzas da fogueira que passou
Gavião voando contra a brisa viu a mancha do trator
Aos poucos suas margens foram sendo molduradas por ruas, calçadas, estradas de negro asfalto. Manchas deixadas pelo trator. A “ Onça Negra” do progresso se instalou como previa a lenda. A modernidade havia chegado.

Restou-nos a lembrança. Hoje nosso rio está quase morto. Ainda ensaia alguns suspiros quando as chuvas de inverno trazem água da Chapada do Araripe e conseguem lavar um pouco o seu leito. Depois, com a ida das chuvas ele agoniza de novo. Junto com ele agonizam as nossas lembranças, os nossos sonhos. Foi há muito tempo.

OBS-Poesia incidental “ A VOLTA DOS TROVÕES” de Braulio Tavares e Fuba

Mal de Parkinson por Natália do Vale

Doença neurodegenerativa caracterizada por tremores intensos e rigidez dos membros superiores e inferiores, o Mal de Parkinson atinge, em geral, pessoas com idade acima dos 55 anos e tem como causa principal problemas de origem emocional, como ansiedade e angústia.

O Mal, que acometeu personalidades como o ex-pugilista norte-americano Muhammad Ali e o ator brasileiro Paulo José, não tem cura e requer tratamento multidisciplinar com uso de antidepressivos e terapias alternativas para amenizar os traumas emocionais. São poucos os casos em que a doença atinge adultos jovens, como aconteceu com o ator canadense Michael J.Fox, que assumiu a doença aos 30 anos de idade.

"O Parkinson é a doença dos sofredores crônicos. Não adianta apenas tratar os sintomas com remédios. O ideal é saber a causa do sofrimento e agir sobre ela, só assim os sintomas serão amenizados de maneira satisfatória", explica Cícero Coimbra, neurologista da Unifesp.
Mal de Parkinson
O que é ?

É uma doença neurodegenerativa provocada pela perda de células nervosas presentes na região da substância negra do cérebro. Essa região é responsável pelos estímulos dos movimentos, funcionando como uma espécie de facilitadora dos mecanismos de ação e reação do nosso organismo. Se há uma redução do número de células, há uma alteração desses mecanismos e acontecem os tremores e a rigidez característicos da doença. "A pessoa deixa de responder por seus movimentos, de acordo com o estágio da quadro clínico", explica Cícero Coimbra.
Parkinson
Principais causas

A hereditariedade pode ser uma das causas da doença, porém, a principal causa do Mal de Parkinson encontra respaldo nas alterações emocionais do organismo. "A dor emocional provoca um aumento na produção de salsolinol, substância que mata as células nervosas responsáveis pelo controle dos movimentos. Situações traumáticas, ansiedade, angústia, cobrança excessiva e pessimismo aumentam a produção dessa substância e são grandes indicadores de um possível paciente com Mal de Parkinson", explica o neurologista.

São raros os casos em que a hereditariedade é a responsável pelo problema e, quando isso acontece, geralmente os pacientes são jovens, como é o caso do ator Michael J.Fox. "Quando a causa é genética, o paciente apresenta uma predisposição maior a produção excessiva do salsolinol, por isso a doença se manifesta ainda na juventude", explica Cícero.

A ingestão de aminas heterocíclicas, compostos presentes em carnes vermelhas, também pode promover um aumento na produção do salsolinol, mas não há comprovação científica de que ela seja uma causa considerável da doença.
Sintomas

Os sintomas que caracterizam o Mal de Parkinson são os tremores intensos e a rigidez muscular, porém, a intensidade e a região afetada por eles variam de acordo com o estágio da doença em que o paciente se encontra. São essas:

Fase 1: em sua primeira fase, a doença atinge só um lado do corpo.

Fase 2: atinge os dois lados do corpo, e os sintomas podem aparecer inclusive na região da linha média do corpo (coluna).


Fase 3: aparecem as primeiras alterações no equilíbrio em consequência da rigidez muscular: "o paciente se sente preso em uma armadura dura e pesada. Quando perde o equilíbrio, não tem o apoio dos músculos do corpo, que o evitem de cair. Ele fica preso pela rigidez muscular", explica Cícero.

Fase 4: o paciente passa a necessitar de auxílio para desempenhar atividades simples do dia a dia, como os cuidados pessoais: colocar roupas, pentear os cabelos e tomar banho tornam-se tarefas difíceis.

Fase 5: a intensidade dos tremores e da rigidez muscular impede o paciente de se levantar e até de realizar atividades como comer. Fase 6: nos casos mais graves, pode ocorrer demência.
Tratamento

Para o neurologista Cícero Coimbra, o tratamento do Mal de Parkinson deve ser multidisciplinar, envolvendo o uso de medicamentos antidepressivos e, principalmente, atividades alternativas (terapia, exercícios e socialização) para estimular o paciente a se livrar do sofrimento. "Temos que tratar a causa do sofrimento, escutar o paciente e saber os reais motivos da dor emocional", explica o medico.
Três atitudes que podem auxiliar no tratamento da doença

- Nada de ficar recluso. "Quanto mais tempo o paciente se fecha por vergonha dos sintomas, mais deprimido ele ficará, e isso só piora a doença. Por isso, a melhor solução é aceitar o problema e reagir", recomenda o neurologista. Um exemplo de que esta é a melhor fórmula para conviver bem coma o problema é o ator Paulo José, de 68 anos, que mantém sua rotina de trabalho e não dá chance para a doença avançar. Ele conta que até se mostra mais entusiasmado hoje, depois do diagnóstico: "Na hora de trabalhar, não tenho Parkinson?", diz o ator.

- Família, médicos e amigos devem mostrar ao paciente que é possível conviver com a doença. Fazer com que o paciente se sinta útil e ativo o deixará mais estimulado a reagir à doença. "Deixe-o fazer as coisas, ficar o tempo inteiro em cima faz com que se sinta incapaz", recomenda o neurologista.

- Praticar atividades alternativas, como artesanato e pintura, ajuda a amenizar os sintomas e alivia o estresse emocional. "A área do cérebro responsável pela concentração na hora de executar estas atividades é a mesma que provoca os tremores. Se você usa essa área para executar as atividades, diminui a produção dos tremores", explica Cícero.

* > Fumantes têm menos chances de desenvolver Mal de Parkinson
* > Falta de vitamina D está relacionada a Mal de Parkinson
* > Curry ajuda no combate ao Mal de Parkinson


A Inveja – por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A Inveja é um dos sentimentos mais negativo, feio e triste do ser humano. É uma força que age sobre todos nós, que pode ser orientada para o bem ou para o mal. A maioria das pessoas sente em algumas ocasiões um pouco de inveja, mas ninguém admite ser invejoso. Não precisamos sentir inveja de ninguém, pois Deus dá a cada um de nós muitos dons e nos capacita para usar esses dons exclusivamente para o bem. Entretanto, o homem imperfeito como é, às vezes deixa-se dominar pela inveja, em vez de torcer pelo sucesso do outro que está se destacando com um determinado dom. O tempo que se perde e o desgaste emocional que se tem desejando puxar o tapete do outro, poderia ser empregado usando sua capacidade para também atingir o sucesso. No dicionário de Aurélio, a definição para a palavra inveja é: “Desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio.”

Muitas pessoas se sentem incomodadas com o sucesso do outro. Esse comportamento é com certeza a falta de amor, pois o amor é doação, é querer o bem para o nosso próximo. Diferente de quem tem inveja, que age com egoísmo. Geralmente o invejoso deseja dos outros, tanto bens materiais, quanto alguma de suas qualidades. Quem tem inveja é ambicioso, pois sempre está querendo para si os bens e as qualidades dos outros. Devemos nos afastar cada vez mais da inveja, pois movidos por ela podemos cometer muitas injustiças. É melhor não querer ter esse pecado capital tão indigno que está na raiz de tantos outros males.

Na Bíblia, Caim mata Abel por inveja (Gn,4). Também podemos citar a inveja dos filhos do patriarca Jacó, que venderam o caçula José para mercadores do Egito. (Gn,37). O rei Saul, movido pela inveja queria matar Davi. (1Sm 18, 8; 19,1). O Evangelho nos relata: “Então Pilatos perguntou a multidão: ‘Quem vocês querem que eu solte: Barrabás ou Jesus que chamam de Messias?’ De fato, Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja.” (Mt 27, 18).

Em lugar da inveja, é mais salutar praticar a humildade, pois o humilde reconhece até onde vai sua capacidade. Além do mais, pode aproveitar suas qualidades em benefício do outro. Geralmente quem é humilde é uma pessoa de bem com a vida e se torna muito mais fácil praticar o amor e ajudar a construir um mundo mais humano, livre da inveja.

As pessoas que têm inveja deveriam procurar superar esse defeito. Como? Através do amor. É muito melhor construir amizades do que ficar amargurado pela inveja. Para combater a inveja é necessário saber elogiar com sinceridade àquele de quem se sente inveja. Além da oração, pois a graça de Deus é fundamental para a cura da inveja, é muito importante o nosso empenho para mudança de atitude. O invejoso tem que acreditar em si mesmo e em suas qualidades. Só assim, poderá também atingir sucesso e ficar curado de tão grave problema. Já a pessoa que é invejada deve ficar tranquila e se colocar sob a proteção de Deus, pois nada a abalará. Conforme nos dizia São Paulo: “Se Deus é por nós quem será contra nós?” (Rm 8; 31). Portanto, amparados pela graça de Deus nenhum mal nos atingirá.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Retalhos
- Claude Bloc -
Há dias em que não resisto. Olho para trás e vejo nas coisas, uma história tecida em retalhos. Se há sentido no que vejo não importa, são apenas restos de mil pedacinhos de tecido que passaram a viver juntos montando um enredo interminável.

Hoje choveu. Não sei se foi por isso ou por estar sem nada prá fazer que me pus a brincar com o tempo um bocadinho, tentando preparar essa colcha de retalhos. Seria como se me preparasse para o encontro de mais um pedaço nesse todo.

Não nego, amofinava-me por receio de não ter nada de importante para acrescentar, na hora em que eu olhasse para trás com o intuito de tentar finalmente fazer um balanço de contas que ainda não fiz, por não saber como.

Esbarrei no tempo e nas lembranças. Diante de mim uma confecção absolutamente complexa. Olhei para trás e tentei entender que teia era essa que me envolvia, e o que dizia ela de mim e para mim. Em que espaço de minha colcha estariam meus amigos, como me arrumaria para receber todos os sonhos que se acovardavam no momento de encontrar pessoas importantes para mim? Como poderia recebê-las nessa tessitura que reúnia todos os retalhos de minha vida?

Detive-me em alguns momentos. Com agulha e linha emendei alguns sorrisos aos meus e consegui estender a colcha por sobre um tempo indefinido. Enquanto isso, me alimentei de sonhos. Adormeci meus pensamentos. E sem dar-me conta, me debrucei sobre um diálogo com a memória. Lá os encontrei: todos a quem eu prezo. Todos a quem amo de uma forma ou de outra.

Por isso digo a todos vocês indistintamente: foi sempre assim. E hoje ainda persisto neste caminho, sem me dar por ele, até que olho para trás e penso nele. E não penso bem nem mal dessas passagens. Aceito que assim sejam. Sem rumo certo. Apenas com certo rumo. Como esses retalhos cheios de sentido. Cada retalho envolvendo um momento. Uma teia tecida à mão. A minha mão. Elo entre as partes. Único elemento comum na interseção dos dias e das diversas partes, pois não sei ser diferente.
E se me perguntam se procuro terra firme, respondo:
Não! Procuro um sonho que me assente.
Claude Bloc

ZÉ DO VALE FOI AO CRATO – Por: José Nilton Mariano Saraiva


Reconhecidamente uma das privilegiadas e fulgurantes inteligências nascidas na cidade, Zé do Vale esteve visitando o Crato, sua terra natal. E, na despedida, valendo-se da credibilidade que detém junto aos conterrâneos, fez questão de registrar para a posteridade (via diversos blogs) a sua decepção e desencanto com o que viu, ao chegar à triste conclusão que “a cidade foi adonada por uma volúpia que apenas pode ser controlada por fora, talvez pelo poder público se ele se manifestar. Pois não se manifesta”.

E, embora estupefato, competentemente nos mostrou, em rápidas pinceladas, que um dos nossos mais belos a aprazíveis recantos (e nosso cartão-postal mais difundido), a Praça da Sé, em razão da absoluta ausência do poder público municipal, repentinamente transfigurou-se numa autêntica pocilga a céu aberto, autentica terra de ninguém, com suas dezenas de ambulantes, absolutamente descompromissados com a cidadania, a lhe degradarem e lhe emprestarem um ar promíscuo e marginal, negativando sua própria existência; constatou, também, que a poluição visual, a “esconder” a suntuosidade das nossas belas edificações históricas, se dá em razão da omissão gritante das suas autoridades constituídas, que por elas deveriam zelar e não o fazem e nem providências ultimam; descobriu, ainda, in loco, que o terremoto que se abateu sobre o Chile e Haiti repicou, atingiu ou replicou em pleno coração do Crato, com a derrubada e abandono, por um particular, de toda uma bela e valorizada quadra, obrigando-nos, já há alguns anos, a conviver com aquela visão dantesca e ao mesmo tempo surreal, caracterizando a prevalência de interesses particulares sobre o público, numa inconcebível inversão de valores.

Ainda bem que depois de tanta decepção e desencanto ao longo do dia, “à noite um grupo de pessoas da cidade me deu o sentido de que tudo existe, tudo ainda acontece”.

Só que, aí, numa propriedade particular, longe do poder público, frise-se.

José Nilton Mariano Saraiva

Foto do dia : Três belas mulheres !

Fátima ( mãe), Monalisa (filha) e Maria Alice ( neta).

POEMAS DE FLORBELA ESPANCA

No Brasil não percebemos a mudança das estações, mas podemos conhecê-la por diversas formas. Um jeito muito especial é através da poesia, que nos faz passear por outras paisagens, por estações da natureza e por estações da alma dos poetas. Vejam que beleza se estampa nos sonetos da poeta portuguesa, Florbela Espanca.

OUTONAL

Caem as folhas mortas sobre o lago !
Na penumbra outonal, não sei quem tece
as rendas do silêncio... Olha, anoitece !
- Brumas longínquas do País Vago...

Veludos a ondear...Mistério mago...
Encantamento... A hora que não esquece,
a luz que a pouco e pouco desfalece,
que lança em mim a benção dum afago...

Outono dos crepúsculos doirados,
de púrpuras, damascos e brocados !
- Vestes a Terra inteira de esplendor !

Outono das tardinhas silenciosas,
das magníficas noites voluptuosas
em que soluço a delirar de amor...


PRIMAVERA


É Primavera agora, meu Amor !
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor !

Ah ! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor
Da vida ...não há bem que não nos venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha !
Não há bem que não possa ser melhor !

Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera ...

Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal ! Vem desprendê-los !
Meu Amor, meu Amor, é Primavera ! ...

Sonetos -Florbela Espanca -Ed. Bertrand Brasil,1998

Dia Mundial da água - Viva a água mineral - por Mônica Vitória


Que beber água mineral faz bem, já sabemos há muito. Mas parece que o líquido tem sido cada vez mais valorizado pelos consumidores e pelas empresas - talvez por causa da própria polêmica em torno da possível escassez no mundo, aliada às discussões sobre aquecimento global e à atual preocupação com questões ligadas à alimentação saudável e dietas. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam) informam que os o consumo de água engarrafada no Brasil triplicou nos últimos dez anos.

São cerca de 400 marcas diferentes de água mineral entre nacionais e importadas. Ainda assim, os brasileiros ficam atrás quando comparados aos europeus: enquanto bebemos, em média, 30 litros de água envasada por ano, na Europa, o consumo chega a mais de 120 litros por pessoa.

Segundo o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia, a porcentagem de consumo de água mineral no Brasil cresce dois dígitos a cada 12 meses há mais de cinco anos. "A perspectiva é de que haja ainda um aumento de 15%. Em 2007, foram 6,8 bilhões de litros comercializados aqui. Atualmente, o Brasil é o 10º país na lista de maiores consumidores da bebida", destaca Lancia. "Hoje, temos 400 fontes, e o número só tem aumentado. Cerca de 30% das reservas de águas minerais do mundo estão no território brasileiro", completa.

Quem pensa que água é simplesmente água e ponto final está redondamente enganado. Basicamente, ela pode ser a que sai das torneiras, tratada pela rede pública, a mineral natural, que é envasada direto da fonte, e a que contém adição de sais artificialmente em laboratório. Carlos Alberto Lancia ressalta que a água mineral tem propriedades medicamentosas. "É colocado na garrafa o que veio da natureza. Ela não passa por nenhum tratamento. A água da fonte entrou em contato com rochas, sedimentos, algas e outros elementos naturais que a afetam; por isso, ganham componentes como sódio, cálcio, magnésio", descreve. O tipo de ação no organismo vai depender justamente dos sais minerais e de características físico-químicas, como radioatividade.

Entre as minerais, há diversas variedades disponíveis. Geralmente, são classificadas pelo tipo de fonte de onde vieram e pela composição química: "Há as radioativas, que ajudam a eliminar cálculos renais; as magnesianas, que ajudam a regular o intestino; as alcalino-terrosas, diuréticas, digestivas e com alto poder de hidratação; as alcalino-bicarbonatadas, que têm cálcio e favorecem a digestão, funcionando até como sal de frutas; as ferruginosas, que auxiliam nos casos de anemia; as sulfurosas, boas para quem sofre de sinusite; as gasosas naturais, que são digestivas; as oligominerais, leves, com baixo teor de sais; as fluoretadas", enumera o presidente da Abinam. As variações dos componentes (informações nutricionais) podem ser verificadas no rótulo das garrafas.

"Viver" - Colaboração de Edmar Cordeiro




Colaboração de Edmar Cordeiro

Colaboração de Edmar Cordeiro


Colaboração de Edmar Cordeiro



Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e perguntou também:
- E onde estão os seus...?
- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.
- Mas estou aqui só de passagem!

- Eu também... - concluiu o sábio.

"A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e se esquecem de ser felizes."

"NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS
SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA..."

A Arte de dizer Não Sei - colaboração de Edmar Cordeiro

"O conhecimento próprio leva-nos à humildade." (Josemaría Escrivá)
"Se os homens tivessem dentro da alma a humildade e a gratidão, viveriam em perfeita paz." (Vicente Espinel)
"A vida é uma longa lição de humildade." (Sir James M. Barrie)
"Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza." (Rabindranath Tagore)
"Ser humilde com os superiores é uma obrigação, com os colegas uma cortesia, com os inferiores é uma nobreza" (Benjamin Frannklin)

Ayrton Senna




Ayrton Senna da Silva(São Paulo, 21 de março de 1960 – Bologna, 1 de maio de 1994) foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, três vezes campeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e 1991. Foi também vice-campeão no controverso campeonato de 1989 e em 1993. Morreu em acidente no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino de 1994.

Seu excelente desempenho nas fórmulas anteriores (especialmente na Fórmula 3 inglesa em 1983) o levou a estrear na Fórmula 1 no Grande Prêmio do Brasil de 1984 pela equipe Toleman-Hart. Logo na sua primeira temporada na categoria máxima, Senna demonstrou rapidamente um talento excepcional levando a pequena equipe inglesa à exaustão e a obter resultados jamais alcançados. É considerado um dos maiores nomes do esporte brasileiro e um dos maiores pilotos da história do automobilismo.

Em dezembro de 2009 Ayrton Senna foi eleito, por seus próprios pares, o melhor piloto de Fórmula-1 de todos os tempos . A eleição foi organizada pela revista inglesa Autosport, que consultou 217 pilotos que passaram pela categoria.


Dedicado e competitivo ao extremo, ele afirmava sempre que não se contentava em ser o segundo melhor, mesmo que isso significasse o fim da corrida para ele. O seu companheiro de Williams, Damon Hill, sugeriu que Senna "prefere bater no seu oponente do que ser derrotado". Cruzou algumas vezes a linha do fairplay, sendo a sua mais famosa atitude na penúltima prova de 1990, o GP do Japão. Na pole position, Senna, que ate então liderava o campeonato mundial, deliberadamente não deixou que o rival Alain Prost (então segundo colocado no campeonato) o ultrapassasse na primeira curva da corrida. Ambos os carros se tocaram e saíram rodando para a caixa de brita; a saída de Prost garantia o título a Senna, o que se confirmou em duas ou três voltas após a decisão da direção de prova em não interromper a corrida. Este acidente Japão foi considerada por muitos uma revanche do ano anterior em que Prost, desta vez em primeiro lugar no campeonato, fez a mesma coisa com Senna que precisava vencer a corrida para ter alguma chance no mundial. A colisão tirou Prost da corrida e Senna conseguiu continuar, mas foi desclassificado por cortar caminho numa chicane. Essa manobra deu a Prost o título mundial de 1989. Em 1991 também no Japão Senna conquistou seu terceiro campeonato mundial com o segundo lugar na prova. Na entrevista com os três primeiros colocados declarou que 1990 havia sido uma final triste para o campeonato e que sua decisão de não deixar Prost ultrapassá-lo na primeira curva devia-se ao fato da direção de prova ter se recusado a alterar a pole position do lado de dentro da pista para o lado de fora. Em sua visão a pole position (que havia sido conquistada por ele em 1990 no Japão) possuia uma desvantagem por estar do lado sujo da pista, o que o teria feito perder a primeira posição para Prost logo após a largada.

Senna em sua McLaren.

Foi um GP trágico. Além do acidente de Barrichello e das mortes de Senna e Ratzenberger, o acidente entre J.J. Lehto e Pedro Lamy fez arremessar dois pneus para a arquibancada, ferindo vários torcedores. O italiano Michele Alboreto, da Minardi, perdeu um pneu na entrada dos boxes e se chocou contra os mecânicos da Ferrari, ferindo também um mecânico da Lotus.

No Brasil, ficou muito difundida uma frase dita pelo jornalista Roberto Cabrini ao Plantão da Globo, boletim de notícias extraordinário da Rede Globo. Cabrini disse, por telefone:
“ Morreu Ayrton Senna da Silva..... uma notícia que a gente nunca gostaria de dar ”.


wikipédia

Cidade Maravilhosa - por Norma Hauer

Foi no dia 21 de março de 1906 que ele nasceu, aqui no Rio de Janeiro, recebendo o nome de Antônio André de Sá Filho, mas ficou conhecido nos meios musicais, como ANDRÉ FILHO.

Em sua mocidade, estudou no Colégio Salesiano de Santa Rosa, em Niterói, onde foi colega de Almirante, o então futuro "Maior Patente do Rádio".

André Filho foi cantor, compositor, radialista, homem dos "sete instrumentos" (violão, piano, bandolim, banjo, percussão...) e autor de 'CIDADE MARAVILHOSA", o hino da Cidade do Rio de Janeiro, oficializado por decreto governamental, quando a cidade se confundia com o então novo Estado da Guanabara.

Essa música foi lançada, como marchinha, em uma festa de nome "Festa da Mocidade", em outubro de 1933
. No ano seguinte foi gravada por André Filho e Aurora Miranda para o carnaval, obtendo, no concurso que a Prefeitura lançava anualmente, a segunda colocação. Nesse mesmo ano, André Filho gravou, com Carmen Miranda, outro sucesso :"Alô, Alô", também bastante cantada no carnaval.

Naquela época, César Ladeira lia, diariamente, na Rádio Mayrink Veiga, uma crônica escrita por Genolino Amado, de nome "Cidade Maravilhosa". Discutiu-se muito para saber quem intitulou o Rio de Janeiro de "Cidade Maravilhosa": André Filho ou Genolino Amado?

Nenhum dos dois, foi o escritor Coelho Neto.

ANDRÉ FILHO, como cantor, atuou nas Rádios Tupi, Mayrink Veiga, Philips e Guanabara.

Como compositor, gravou, com Carmen Miranda ("Bambolê"; "Quero Só Ver"; Lua Amiga;"A Lua Vem Surgindo"; "Mulato de Qualidade"...) gravou, ainda, com Aurora Miranda (“Ciganinha de meu Coração”;”Bibelô”), com Mário Reis e alguns outros...

Em 1960, fez um depoimento a Ricardo Cravo Albin, no Museu da Imagem e do Som, onde registrou para a posteridade, fatos de sua vida como cantor e compositor.

ANDRÉ FILHO compunha sozinho, quase não teve parceiros, mas um marcou sua vida com uma música de grande repercussão na época "Filosofia", gravada por Mário Reis.
Quem foi esse parceiro? Nada menos que Noel Rosa.

Em 1974, exatamente no ano da morte de ANDRÉ FILHO, Chico Buarque redescobriu o samba "Filosofia", dando-lhe nova roupagem , repetindo o grande sucesso, que tivera na época de seu lançamento.

Mas muitos o julgam do próprio Chico ou apenas de Noel Rosa.

André Filho, tendo se separado de sua esposa, passou a viver sozinho com suas lembranças e faleceu no dia 2 de julho de 1974, aos 68 anos.

Cuscuz à Paulista



* Ingredientes
* 1/2 xícara (chá) de óleo
* 10 tomates (sendo 8 sem pele e sem sementes picados e 2 em rodelas para decoração)
* 2 pimentões picados em quadrinhos pequenos (verde e vermelho)
* 1 lata de palmito
* 3 ovos cozidos
* 2 latas de filé de sardinha
* 1 lata de ervilha
* 4 colheres (sopa) de salsa picada
* 6 tabletes de caldo de galinha
* 4 xícaras (chá) de farinha de milho
* 2 colheres (sopa) de farinha de mandioca
* 1 pimenta vermelha picada (ou molho de pimenta)

* Modo de Preparo

1. Forre o fundo e as laterais de uma forma para pudim ou bolo, com rodelas (ou tiras) de parte do palmito, rodelas de tomate para decoração, algumas rodelas dos ovos e com alguns filés de sardinha
2. Aqueça o óleo, junte os tomates picados, os pimentões e refogue
3. Junte o restante do palmito picado, dos ovos e dos filés de sardinha, a ervilha escorrida e a salsa
4. Acrescente os tabletes de caldo de galinha, junte quatro xícaras (chá) de água fervente, mexa bem e deixa ferver
5. Misture a farinha de milho e a mandioca e polvilhe sobre o refogado, aos poucos mexendo bem até incorporarem completamente
6. Distribua a massa na forma preparada, apertando ligeiramente
7. Vire o cuscuz sobre um prato e sirva
Mais feliz... ( essa é pra João Nicodemos aprender a tocar )


Adoro Carlinhos Vergueiro ! Essa música "Teimosia"... É demais !

A Volta da Mulher Morena - Vinícius de Moraes



Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo E estão me despertando de noite. Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena Eles são maduros e úmidos e inquietos E sabem tirar a volúpia de todos os frios. Meus amigos, meus irmãos, e vós que amais a poesia da minha alma Cortai os peitos da mulher morena Que os peitos da mulher morena sufocam o meu sono E trazem cores tristes para os meus olhos. Jovem camponesa que me namoras quando eu passo nas tardes Traze-me para o contato casto de tuas vestes Salva-me dos braços da mulher morena Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim São como raízes recendendo resina fresca São como dois silêncios que me paralisam. Aventureira do Rio da Vida, compra o meu corpo da mulher morena Livra-me do seu ventre como a campina matinal Livra-me do seu dorso como a água escorrendo fria. Branca avozinha dos caminhos, reza para ir embora a mulher morena Reza para murcharem as pernas da mulher morena Reza para a velhice roer dentro da mulher morena Que a mulher morena está encurvando os meus ombros E está trazendo tosse má para o meu peito. Meus amigos, meus irmãos, e vós todos que guardais ainda meus últimos cantos Dai morte cruel à mulher morena!

Recebi por e-mail de um anônimo

Não posso ser teu rei
Posso ser teu bobo da corte
que de noite te visita
Posso ser teu arqueiro
que de noite te conta façanhas
Posso ser teu lutador
que de noite te ensina a lutar
Mas teu rei ...
Não quero ser
Todo rei é gordo e pode ser posto !

Pedaços de Canções (3)

Eu, hem Rosa
Apelar pra ignorância
É uma coisa vergonhosa... (Paulo César Pinheio)

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar
E alegrar a cidade ... (Carlos Lyra)


A cerveja dele é sagrada
A vontade dele a mais justa
A minha paixão é piada
A sua risada me assusta ... (Chico Buarque)

Amor...se fazer
é tão prazer
Que é como
se fora brincadeira de roda ... ( Gonzaguinha)

Só um minuto - por Domingos Barroso

Não sabemos em que águas nadaremos
mas nadaremos sempre aproveitando
o vento.

Saiba que choverá
em certas noites
meu bem sentirá medo:
relâmpagos, trovões, blecaute.

Mas em alto mar
mergulharemos.

Dançaremos com os golfinhos
mesmo que os tubarões brancos
ameacem nossos amiguinhos.

Chamaremos a amiguinha de Nemo.
Aquela que não ouve bem.
Atrapalhada, encantadora.

Os tubarões brancos são bons meninos,
credite.

Escovam os dentes.
Não usam palitos.
Apenas fio dental.

Ora, não vem ao caso
a higiene bucal dos caras.

Só quero lhe dizer
que nadaremos.

Nadaremos.
Nadaremos.

Sempre aproveitando o vento.
Seguindo estrelas.

Espera - por Ana Cecília S.Bastos




Há silêncio no Casulo e muita vida por fora.
Porque há o tempo de viver, e o tempo de inventar palavras.
São nuances.


Nuances. Foto de MVítor.

Sentimento de Minas (2) - por Ana Cecília S. Bastos


Estar nas Minas Gerais de João Guimarães Rosa é descortinar “... o irremediável extenso da vida”. É “...sentir no nada”, compreender que o outro "é minha neblina".

“Ah, mas falo falso. O senhor sente? Desmente? Eu desminto. Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas – de fazer balancê, de se remexerem nos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mas teria sido? Agora, acho que não. São tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos. Tudo miúdo recruzado. Se eu fosse filho de mais ação e menos idéias, isso sim, tinha escapulido...” (Grande Sertão: Veredas).

Primeira vez que li Grande Sertão, já adulta e mãe de filhos, encontrei o meu avô.

Vovô Jorge, cuja morte me trouxe a necessidade do poema. Vovô e seus casos contados da janela onde, prisioneiro de suas bengalas, via o mundo. O mundo dos almanaques, janelas abertas para o colorido curioso da vida, lugares apenas imaginados. E as notícias do Crato, entregues a domicílio por Pedro Maia, em hora mais certa do que a dos jornais diários (que lá não existiam naquele tempo).

Sertões afora, e a parecença das coisas, no mais chão.

São as entranhas do Brasil, traduzidas em palavras pela genialidade do escritor. Tornadas sentimento universal do humano.
É por dentro que viajamos, sempre.
Pelas entranhas.

Passagem - por Ana Cecília S.Bastos





Os dias escorrem entre meus dedos,
mas resisto.
Todos os membros fincados
em chão de giz
ou nuvem.

Minha realidade, sim.
E é vibrante,
viva.

Meu Deus.

Tanto a percorrer.
Invento as trilhas e me ergo,
escalo as paredes de cada dia.

Moro na poesia,
sem escolha.
Foto de Mário Vítor.