Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quarta-feira, 14 de julho de 2010

HOMENAGEM - Por Edilma Rocha

Na menina que foi...
Na beleza da mulher...
Na senhora respeitada...
Passaram-se os anos em aniversários repetidos...
Hoje é 14 de Julho,
Uma data recebida com carinho.
FELIZ ANIVERSÁRIO MÃEZINHA!

COMPOSITORES DO BRASIL


“Pobre não é um
Pobre é mais de cem
Muito mais de mil
Mais que um milhão
E vejam só...
E só de vez em quando
Pobre é feliz”
(Cicatrizes, Zé Kéti)

ZÉ KÉTI

Por Zé Nilton

Em dezembro de 1964 o parafuso da ditadura militar implantada no Brasil em 31 de março daquele ano ainda não havia iniciado o aperto ao madeiral das artes e dos artistas no país.
Estamos no momento do grande movimento no teatro brasileiro com repercussão significativa para a Música Popular Brasileira. Dois renomados compositores compunham o elenco do Show Opinião – João do Vale e Zé Kéti. Duas trajetórias de vida com origens de classe e de cor parecidas. Igualmente donos de uma musicalidade a serviço da transformação do homem e do mundo.

O inspirado compositor e poeta José Flores de Jesus – na carteira de identidade do Brasil de baixo - confirmam a tese do eminente crítico Tinhorão. Os compositores cariocas são oriundos das classes subalternas da sociedade, sobrevivendo de pequenos ofícios ou de empregos de baixo status no funcionalismo público. Zé Kéti chegou a largar a vida de artista para trabalhar como soldado de Polícia no Rio nos começos da década de 1940. Assim como Lupicínio Rodrigues e tantos outros, a corporação não segurou a inquietude rolando na cabeça do soldado Flores.

Cantou o mundo em que viveu e por via de conseqüência produziu uma vasta obra de inegável valor para a identidade de nossa musicalidade. O morro, a periferia, os botequins, os lugares dos pobres são espaços marcantes na poética denunciadora deste excelente compositor brasileiro.

Naqueles idos dos anos de chumbo e até recentemente a nossa classe média acalentava o sonho (o discreto charme da burguesia?) de transformação social de realidade teimando buscar nas raízes culturais brasileiras seu suporte teórico para a ação revolucionária. Foi nesta que o Teatro de Arena – lá estão Augusto Boal, Oduvaldo Viana, Armando Costa, Paulo Pontes, Tereza Goulart, CPC da Une – elevou o experiente compositor Zé Kéti à condição de artista cênico.

A peça Opinião foi baseada na sua música. A opinião de um caboclo que reinventa o cotidiano “apesar de você” e dos dissabores da vida de pobreza:

“Daqui do morro eu não saio não
Se não tem água eu furo um poço
Se não tem carne eu compro um osso
E ponho na sopa
E deixa andar”...(
Opinião).

Igualmente, suas músicas são transformadas em trilhas sonoras nas películas de Nelson Ferreira dos Santos, Roberto Santos, Leon Hirszman, Cacá Diegues...
Nossa homenagem ao renovador da Música Popular Brasileira, no programa Compositores do Brasil desta quinta.

De conversa em conversa, apresentaremos um pouco de sua história enquanto ouviremos:

ABERTURA, com Zé Kéti, Nara leão, João do Vale etc.
CICATRIZ, Zé Kéti e Hermínio Belo de Carvalho com Zé Kéti
PEÇO LICENÇA, de Zé Kéti com Zé Kéti
A VOZ DO MORRO, de Zé Kéti com Os Demônios da Garoa
O FAVELADO, de Zé Kéti com João do Vale, Zé Kéti e Nara Leão
MALVADEZA DURÃO, de Zé Kéti com Elizeth Cardoso
PRAÇA 11, BERÇO DO SAMBA, de Zé Kéti com Zé Kéti
VOCÊ NÃO FOI LEGAL, de Zé Kéti e Celso Castro, com Wilson Miranda
DIZ QUE FUI POR AI, de Zé Kéti Hortêncio Rocha, com Zé Kéti
OPINIÃO, de Zé Kéti com Zé Kéti
NEGA DINA, de Zé Kéti com Zé Renato & Alcione
MASCARADA, de Zé Kéti e Elton Medeiros, com Zé Kéti
MÁSCARA NEGRA, de Zé Kéti com Zé Kéti

Quem ouvir verá!

Informações:
Programa Compositores do Brasil
Sempre às quintas-feiras, de 14 horas as 15 h.
Rádio Educadora do Cariri – 1020 kz
Pesquisa,produção e apresentação de Zé Nilton
Retransmitido pela www:cratinho.blogspot.com

Mucuripe



Mucuripe

Entre os barcos e as casas dos pescadores
Há uma mesa com seus bancos fincados no chão,
Alguns copos, um ou dois pratos, talheres
E bocas famintas e olhos arregalados.

Cachorros andam de um lado para o outro
Perseguindo a própria sombra,
Um resto de comida, a vida
Preguiçosa como os gatos pardos,

Que se esparramam por ali,
Na modorra de donos absolutos do lugar.
As árvores projetam a sua sombra verde
Sobre esse chão pobre, cheirando a lixo e dor.

Uma criança chora: é sinal de vida.
Um velho ergue uma garrafa de pinga
Enquanto exibe o peito coberto de tatuagens.
Uma mulher oferece um peixe e grita como louca: Viva a vida!

___________

CLIQUE - Por Edilma Rocha




Cariricaturas em prosa e verso- coletânea de 33 escritores !



01. Ana Cecília Bastos /( Rute Barreto)

02. Armando Lopes Rafael /

03. Assis Lima /
04. Bernardo Melgaço *(Claude Bloc)

05. Carlos Esmeraldo

06. Carlos Rafael

07. Claude Bloc

08. Corujinha Baiana*(Zélia Moreira)

09. Dimas de Castro

10. Domingos Barroso*(Carlos Rafael)

11. Edilma Rocha

12. Edmar Lima Cordeiro

13. Emerson Monteiro

14. Everardo Norões( Almina Arraes)

15. Isabela Pinheiro

16. J. Flávio Vieira*(Luiz Carlos Salatiel)

17. João Marni
18. João Nicodemos

19. Joaquim Pinheiro

20. José do Vale Feitosa*(Maria Benigna)

21. José Newton Alves de Sousa

22. José Nilton Mariano*(Emerson Monteiro)

23. Liduína Vilar
24. Magali Figueirêdo
25. Marcos Barreto

26. Olival Honor

27. Rejane Gonçalves *(Stela Siebra)
28. Roberto Jamacaru
29. Socorro Moreira
30. Stela Siebra Brito

31. Vera Barbosa*(Socorro Moreira)

32. Wilton Dedê
33.Bruno Pedrosa*(Edilma Saraiva)

Capa- fotografia de Pachelly Jamacaru
Editor- Emerson Monteiro
Impressão - Itiberê
Revisora- Claude Bloc
Diagramador - Claúdio
Colaborador especial : Heládio Teles Duarte
*Presenças não confirmadas com respectivos representantes .

Festa de lançamento : 24.07.2010, no Crato Tênis Clube - a partir das 20 h.
Programação:

-cerimonial 
-performances poéticas
-coquetel
-sorteios de brindes
-festa dançante 

Mesas á venda : últimas unidades !
Contato: telefone 35232867 (socorro moreira)
40,00 ( valendo 4 ingressos e um exemplar do livro)

Carmen Monegal

Carmen Monegal (Montevidéu, 19 de Novembro de 1951) é uma atriz uruguaia radicada no Brasil.


Morou dois anos no Rio Grande do Sul. Adulta, morou e trabalhou em São Paulo e no Rio de Janeiro até finalmente se mudar para Nova York, onde mora atualmente.

Participou como atriz em telenovelas da TV Tupi, TV Globo, TVS/Record, TV Bandeirantes, TV Cultura e TV Manchete. No cinema, participou de Beto Rockfeller (1970), O cortiço (1978) e Jeca e Seu Filho Preto (1978, com Mazzaropi).

No teatro, atuou em Os Órfãos de Jânio (de Millôr Fernandes), Além da Vida (de Augusto César Vanucci) e The Pilgrim Gospel Theatre — companhia fundada por Carmen em 1991 —, nos USA e na Europa, para onde foi a convite de famílias nobres para auxiliar na educação religiosa de seus filhos.

Escritora, tem publicados os livros O Beija-flor Amarelo, História Natural e Duração Ordinária da Vida. Nos anos 1970 produziu filmes de curta-metragem com seu então marido Carlos Alberto Riccelli.

Em 1999 o Video Show homenageou seu trabalho no Pilgrim Gospel Theatre[carece de fontes?].
[editar] Falsa morte

Uma notícia de que ela teria morrido na Grécia, publicada pelo jornal O Globo em 2008, foi reproduzida em vários órgãos da imprensa, inclusive pelo jornal O Estado de S.Paulo, que em 23 de novembro de 2009 corrigiu a informação, desculpou-se com a atriz e noticiou a vinda dela ao Brasil.

wikipédia

ExpoCrato 2010- por Heládio Teles Duarte

"Cinderela sem sapatos" - por Socorro Moreira

Ontem rodei o comércio do Crato  pra comprar um sapato novo para o baile do Cariricaturas. Fui parar na "Azteca", sapataria de Seu Modesto, mesma rua, mesmo prédio, mesmo número.
Aí lembrei da minha mãe, tão linda e tão moça, no início da década de 60. Ainda menina-moça, eu queria antes dos 15 anos, uma sapato de broto. Nada de meias curtas, e fivelas no sapato, com formato de boneca.Mas não tinha independência no querer. E a minha mãe comprou o modelo que eu rejeitei. Ela queria segurar a minha meninice, e conseguiu!
No decorrer dos anos, usei  saltos Luiz  XV, sandálias altíssimas, do jeito que eu quis.
Ontem eu podia comprar o que eu gostasse, preto, vermelho dourado...Mas a danada da diabetes, ordenou um sapato confortável.
Só tinha duas opções : ou ficava de saltos, sem circular na  festa , ou comprava um sapato "moleca" pra caminhar pra todos os lados, e quem sabe, até dançar !
E sai com aquele pacote, no braço. Um sapato como usei aos 11 anos de idade, e como podem usar as "velhinhas" ,que precisam manter o caminhar aprumado..
É assim a vida ... Uma escada !
No começo a gente engatinha, depois pula os degraus de dois em dois... Mas,depois, começa a andar devagar, pra não cair , capengar, e ficar paralizada !
Mais tarde,  encontrei os meninos : Nilo, Stela, Vera Lúcia Maia e Ismênia, e contei o sucedido. Eles riram, e ainda sugeriram... Essa você  tem que contar pro  geral! E a ironia maior é que eu  havia insinuado , com respeito aos figurinos do baile . ..É  chique, caprichem , no visual ! 
Depois , podem tirar os sapatos !

A poesia de Assis Lima

(Manuel Bandeira, Estrela da tarde)

Diz a vasta academia
que em tempos áureos,
e cáusticos,
heróicos tempos do aedo,
em Cálcida,
os mais divinos poetas
frente a frente se encontraram
e entre si digladiaram
em decisivo certame.
Homero era inquirido,
melhor dizendo, inquirido,
ou por outra, enchiqueirado,
por Hesíodo, o perguntante.
Foi esta a invectiva:
Filho de Meles, Homero, sábio
dos desígnios divinos,
diz-me primeiro: o que é
o melhor para os mortais?
Homero traz em resposta
a chave do que em criança
foi o enigma maior
que ousei me apor em vida:
Primeiro, não nascer
é o melhor
para os sobre a terra,
mas, nascido,
cruzar o mais rápido
as portas de Hades.
Não se dando por vencido
e nem um pouco satisfeito,
Hesíodo retoma o cetro
da douta competição.
Diz-me ainda isto, Homero,
semelhante aos Deuses:
o que julgas ser o mais belo
no coração dos mortais?
Respondendo em áurea loa
que em memória se gravou
por gerações sucessivas,
Homero louva o momento
em que a palavra, cadente,
qual néctar que se derrama
do cantor sobre os convivas
se faz enfim sacramento:
as libações acontecem,
(as verdadeiras, homéricas),
e se o vinho é ponto grau
o encanto se torna pleno
e no coração, mais belo.
Logo Hesíodo,
acabrunhado,
tergiversa,
ataca com aporias,
e com sentenças ambíguas
é Odisseu alvejado,
pois lhe são propostos cálculos
e os teoremas que havia,
e assim, sendo instigado,
a resolver um a um
os mil dilemas da vida,
Homero responde, invicto,
como quem sabe, e sabia.
Se carta marcada havia
ou mesmo isenção, quem sabe,
decerto, algum critério existia.
Homero, o imbatível
nas rodadas do certame,
foi instado ou coagido
a confrontar seus poemas
com os do competidor.
Que os seus, mais belos não houve,
como os seus, já não se faz,
porém narrando combates,
guerras, mortes e massacres
enquanto os versos de Hesíodo
atinham-se ao tema paz.
Pelo critério do rei,
juiz daquele certame,
o sagaz, divino Hesíodo
em Cálcida foi coroado
com os louros da vitória.
Só, na sequência dos fatos,
ignorou o oráculo
que da morte o prevenia,
e trágico fim o colheu.
Já Homero, atento aos fados,
da própria morte lembrado,
para a lápide derradeira
epigrama escreveu:
Aqui a terra cobre
a sagrada cabeça,
compositor de heróis,
divino Homero.

Calendários- por Assis Lima


Ainda menino, no sítio Altos,
me apaixonava a cada ano pelas lindas,
encantadoras meninas que adornavam os calendários.
Encantos
muito além daquela serra que azulava no horizonte.

Eram aparições.
Não via seus pés, mas deviam tê-los,
delicados como os sapatinhos de Alice,
e se já fossem mulheres e não lindas meninas,
seriam decerto belas como as três mulheres do sabonete Araxá.

Perdido em dobras de antigos calendários,
não te reconheci.
E tu me apareceste.

Uma palavrinha ... - por Socorro Moreira

Naquele dia ,20 de Julho de 2009, Claude estava passeando no Crato. Recebemos inesperada visita de Salatiel e Carlos Rafael. Entre papos, e pensando alto, lhes disse: estamos querendo abrir um blog , mas precisamos de ajuda técnica. O Carlos Rafael , prontamente, respondeu : é pra já ! Sentou-se frente ao computador , e em rápidas tecladas criou o Cariricaturas. O batismo foi instantâneo. Salatiel lembrou um nome :Cariricaturas ... E ficou!
Dia seguinte , enviamos convites  aos colaboradores em potencial. A primeira postagem foi de Bernardo Melgaço ! ( ainda hoje um dos mais assíduos), e , a medida que os convites eram aceitos, íamos nos surpreendendo , alegremente, com as postagens que chegavam , de pontos diversos: ora Carlos, Magali, Zé do Vale, Zé Flávio, Edilma, Corujinha, Sávio, Chagas, Emerson,Liduína, Zélia, Domingos,Everardo, Zé Carlos Brandão, Vera Barbosa, Ana Cecília, João Marni, Dedê, Bisaflor,   e nós todos !
Hoje temos uma lista de 63 colaboradores.Alguns silenciosos,outros menos, outros mais  atuantes ! O blogue é alimentado , e vive uma boa dinâmica literária.
Nos ultimos dias de  Julho/2009, aplicamos o recurso da CONTAGEM. Achei muito rápida, a significação  de acessos. Deu certo , porque existe a colaboração voluntária !
Isso é  resposta coletiva , do coletivo !
Só entendo que,  desde o princípio,  caminhou sozinho.Não foi adonado.Com a convivência e trocas diárias , as pessoas, leitores x colaboradores , foram se reconhecendo, se identificando, e até se reencontrando. Essa mágica deu às caras no real, conseguiu materializar intenções  virtuais. ...Fez um livro !
E esse exemplar , coletãnea de 33 escritores, está saindo do  forno. Emerson , dedicado e competente editor, já nos mostrou a capa: ficou linda !
Perfect, como diria Claude !
A foto do Pachelly foi trabalhada pelo Cláudio, e o resultado superou as nossas expectativas. Vocês também, com certeza, gostarão !
Falta praticamente um semana para que  cópias do original, cheguem as nossas mãos.Uma tiragem de 1000 exemplares, bem ligeiro será distribuída.Isso acontecerá , nas programações festivas do primeiro aniversário do nosso Cariricaturas.

Unidos, fizemos a prosa e o verso,  viajando  nas paralelas,  se encontrarem num livro !

Gostaria de direcionar esse mérito a todos os envolvidos. O Cariricaturas pertence aos 63 colaboradores e aos leitores que passam ,  param e tomam um "café" conosco !

Acho que, nos próximos dias , teremos muita coisa pra trocar...! 
Vamos em frente, sugerindo, comentando, postando e melhorando o nosso blogue,  em todos os sentidos !

* O Cariricaturas é administrado por Claude Bloc, Socorro, Edilma , Carlos Rafael e José do Vale Feitosa.

Saudade


A saudade repousa na trepidação dos versos e se abre como um poema. É a razão mítica que se instaura de forma inexplicável, revelando os paradoxos em beleza e transformando as contradições em poesia.


Claude Bloc