Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Leveza

Quando o barco balançar já afundando
vale a pena recorrer aos antigos mestres

vale muito a pena procurar aquela bala soft
escondida na gavetinha da geladeira.

Mas como o barco não afunda mesmo
veja lá no alto que lua -
fina aliança de prata.

(Falta o dedo mindinho da noiva)

Eu poeta

BIENAL EM VENEZA _ Por Edilma Rocha




A Piazza San Marco, num final de tarde torna-se barulhenta e povoada pelos artistas, marchands, jornalistas, curadores e turistas que se aproximam da entrada do Museu Correr. O que se vê no meio ao frio da Europa é um espetáculo presente no desfile dos casacos, chapéus, penteados, gravatas, botas e perfumes misturados a roupas surradas, e sapatos velhos dos apreciadores de Arte do mundo inteiro.
Na entrada um vai e vem de pessoas que mais parece um bando de formigas em busca do alimento da alma. A Arte Mundial. Tudo fica apertado e quase não há espaço suficiente para uma melhor observação, mas não importa. Todos conhecem bem a bôa parte dos artistas que estão expondo depois do estudo detalhado do catálogo. O mundo das Artes ocorre ritualmente em Veneza a cada Bienal. É a minha terceira visita no decorrer dos anos. Esta é uma perigrinação obrigatória para mais uma amostra em Veneza nesta passagem pela Europa. Deixar de visitar seria imperdoável. Tudo está bem alí atraindo um número de visitantes ao lado da Catedral de San Marco, plantada, em sua secular imponência. Veneza está acostumada a peregrinos. Sua exuberância, hipinotiza visitantes de tôdo o mundo. Mas, nas Bienais, um outro tipo de pessoas circulam pelo pátio, mas não são os costumeiros alimentadores de pombos e apreciadores de passeios de Gôndolas. Gente como eu, a espera de mais uma oportunidade ùnica naquele evento Internacional.

Os artistas não são dfíceis de serem identificados, trafegam em grupos, cumprindo todo o circuito dos pavilhões. Se vê de tudo. As obras do alemão Anselm Keifer, do tcheca Ivan Kafta e dos brasileiros Waldetário Caldas e Jac leirner. O Brasil é um tradicional participante e um velho conhecido dos venezianos. Marchands vendem, artistas procuram novidades, colecionadores são paparicados e os diretores de museus, cortejados. Trocamos sorrisos e cartões com e-mails a cada dez metros, entre frases que chegam até comentários casuais. Tudo pode ser dito, sem ferir a verdade sôbre a exposição, que um aspecto temático e amplo, caiba.

Veneza! É ela mesma moldada em Arte. Labirinto infindável do engenho humano. Grandes e pequenos canais com cristais resulentes nos espelhos dágua. Ali, mostras de Arte, por mais perfeitas que sejam, estão sempre condenadas a coadjuvantes de uma cidade única, monumental, que resiste altivamente aos intempérieis do tempo.


Edilma Rocha



SEMINÁRIO CARIRI CANGAÇO 2009

Bando de Canceiristas invade o Cariri.

Manhã de 22 de setembro de 2009. A vida na cidade do Crato seguia o seu rumo tranqüilo. Nas praças, as pessoas contemplavam o dia. Nas ruas, pessoas caminhavam a resolver as suas vidas. De um lugar e de outro começam a surgir novas caras. Eles chegaram. Aos poucos, e com o correr do dia, outros se aproximam. Discretamente. São eles.
À tardinha todos eles já haviam entrado na cidade.
Eram os cangaceiristas. Um bando formado por professores universitários, doutorandos, mestrandos, historiadores, sociólogos, etc, e residem espalhados em quase todos os estados do país. Eles formam um bando de 74 dos maiores pesquisadores do Brasil.
Naquela manhã, eles aqui aportaram para, durante seis dias, trocarem informações sobre as suas ultimas pesquisas, suas ultimas descobertas sobre o evento "Cangaço", vieram para lançar livros, apresentarem Monografias, Dissertações e Teses.
À noite, no Centro Cultural do Araripe, foi lançado o SEMINÁRIO CARIRI CANGAÇO 2009.
Presentes ao evento estavam além dos pesquisadores; uma casta de acadêmicos, de curiosos, de professores e políticos da região, e todos, que ali se encontravam, procuravam se inteirar, saber mais sobre um fato que teima em rechear, a cada ano, a historia do Nordeste com novas informações e novas descobertas.
Durante os seis dias tivemos palestras, debates, discussões, lançamento de livros, entrega de títulos, exibição de filmes e visitas aos locais turísticos da região, além de visitas àqueles lugares que tinham, direta ou indiretamente, um histórico ou uma relação com o Cangaço no Cariri.
Foram feitas visitas à Fazenda Piçarra em Porteiras-Ce, à Fazenda Padre Cícero e Fundição Linard, em Missão Velha-Ce, Serra do Horto e Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, Centro histórico de Barbalha, Caldeirão da Santa cruz, em Crato-Ce,
Houve exibição de filmes e exposições sobre Cangaço, na URCA, em Crato-CE, Memorial Padre Cícero, em juazeiro do norte e, Cineteatro Neroly Sampaio, em Barbalha, entre outros mini eventos, como por exemplo um concurso de redação com participação de alunos de quase todos os municipios da Região do Cariri.
Durante as seis noites do evento, o Cangaço, foi abordado sob a ótica: “Verdades e Mentiras”. Essa foi a tônica das discussões.
Enfim, foi um evento que não abordou apenas a figura de Virgulino Ferreira – O Lampião – como se fora ele a figura ou evento único quando o assunto é Cangaço no Nordeste. Não, definitivamente não. O Cangaço foi abordado em toda a sua extensão. Falou-se sobre um século de cangaço.
O tema foi tratado com a responsabilidade peculiar de quem tem por principio a seriedade nas suas pesquisas. As verdades vieram à tona; as inverdades também.
Que venha o CARIRI CANGAÇO 2010. O Seminário de 2009 foi o pontapé inicial. O tema é muito rico e não vai se esgotar com facilidade.
Aos que viram, parabéns. Aos que não viram, fica o convite para o próximo ano.
À equipe organizadora, os meus parabéns. Foi tudo perfeito.
Me aguardem em 2010.

WILTON DEDÊ

Homenagem ao Bombeiro - Por Rosa Guerrera

HOJE, 122 ANOS DOS BOMEIROS DE PE


No mostruário ambulante de centenas de rostos que cruzam conosco nas ruas, praças e avenidas, “ele” é apenas um homem comum como outros tantos desconhecidos. Sua presença faz parte de um contexto, de um minuto ou um segundo no vai-vem de vários destinos... Apenas uma farda e um cinturão vermelho o difere dos demais! É um bombeiro... praticante assíduo de uma profissão árdua, cuja missão solidária é o seu lema de vida. Nada o impede na luta de salvar vidas, nada o faz recuar no instante em que alguém pede a sua presença, nada é capaz de detê-­lo em plantar novas esperanças no momento da dor, da lágrima e do perigo. Sem ostentar louros ou vaidades, o Bombeiro dificilmente sabe enumerar as vidas que salvou... No instante do sinistro ou da desgraça, a sua presença é como um bálsamo a aliviar o desespero e a agonia daqueles que necessitam de ajuda, mesmo que muitas vezes esse socorro venha lhe custar a própria vida. Quantas outras vezes, também, a sua possível “demora” em chegar ao local onde foi solicitada a sua presença é criticada, sem que seja, no entanto, analisada a distância entre o sinistro e o seu reduto de trabalho... Mas, nada disso importa ao Bombeiro! O importante é que ele não falha, não foge ao grito de apelo, não ignora jamais o seu aprendizado disciplinar, cuja missão o enobrece perante os valores da vida. E quando debeladas as agonias e renascidas outras esperanças, ele, o Bombeiro, volta ao seu grupamento no quartel. Sua farda e o seu cinturão vermelho trazem o pó, o resíduo ou a água do trabalho realizado e da missão cumprida. E o que impressiona nesse Homem Herói é a sua humildade que nem sequer lhe faz pensar numa medalha ou num voto de agradecimento. Afinal, ele sabe muito bem que lá do alto uma voz lhe fala ao coração dizendo carinhosamente: “OBRIGADO FILHO , por ter salvo outro filho meu”.


por rosa guerrera

Normose - por Martha Medeiros- Colaboração de Fátima Figueirêdo


Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de "normose", a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não-enquadramento.

A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas? Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" por intermédio de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, sejam lá quem forem todos.

Melhor se preocupar em ser você mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer a quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta.

Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.

Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam se quisessem ser bem mais autênticos e felizes.

Jornalista Martha Medeiros

Instantes - Por Claude Bloc


Viajo nos instantes
Nessas dobras da alma
Que se arqueiam em delírio
Na estrada onde vou

Sou a consciência
.................. Do todo
............................. De tudo
....................................... Do nada
.................................................. Sou linha transparente
....................................... Nesse céu que se apaga.

........................... Sou vereda aberta
........................... Sou sertão e sou mar
........................... Sou a verdade e o desvio
........................... O precioso detalhe

......... Sou a inconsciência
......... No amanhã
......... No depois
........... E nesse paradoxo
......... Sou o sorriso óbvio
........... Nesse ritmo perfeito
......... Onde sonho e me deito

E eu faço e refaço
Infinitos caminhos
E eu coso e descoso
Meu secreto pudor.

Texto e foto por Claude Bloc

Garimpando versos, no dia do poeta - Foto Desafio; por Claude Bloc

Observe a foto, inspire-se e diga o que sente ao vê-la...
Participe!
Vamos!

A poesia de Marcos Leonel, no dia do poeta

A dama de ferro

Só minhas
De fato abortaria eu
As muralhas da China
Se outrora apetecido estivesse
De tê-las parido em paralelo

E cagaria velhas fotografias
Enredadas de novos conflitos
Se houvera um dia ter saboreado
A docilidade calculista da vitória

Mas não estão os mortos
Aqui em suas contraproducências
Amplamente duvidadas
Como dívidas indevidas

Ao longo dos meus fatos
Pontiagudos em amarguras
Corre um rio fantasma
Ausente de si e de ser e estar

São nessas águas
Molhadas pelo aparente vazio
Que se banha o meu deus falido
Livre das torturas que agora são
Só minhas
.
por Marcos Vinícius Leonel

Psicologia e Controle Social.



"No Brasil, a informação sempre foi tratada
como ítem de consumo não essencial.E essa
visão equivocada fez que o acesso à comuni-
cação fosse visto como algo individual: os inte-
ressados deveriam assumir a responsabilidade
pelo acesso, a responsabilidade por "avaliar"o
produto que recebem em suas casas e, indivi-
dualmente, decidir se querem ou não mudar o
canal, desligar a TV, o rádio.
A comunicação fica, assim, com viés pu-
ramente comercial.Falácia. Comunicação é
uma necessidade.
A necessidade de acesso à informação
correta, dígna, a manifestações culturais, plu-
rais, éticas, qualificadas, tem mais semelhan-
ça com a necessidade de acesso à saúde e à
educação do que com uma ótica comercial.
A comunicação precisa ser percebida como
uma necessidade, na formação dos cida-
dãos.Algo tão sério passa, necessariamente,
pelo controle social.
E controle social, ao contrário do que ten-
tam vender por ai, não é censura, mas parti-
cipação social.
A idéia de controle social, no Brasil, ga-
nhou força desde a redemocratização do país
na década de 80.Um dos campos que exem-
plificam isso é a área da saúde, cujo Sistema
Único de Saúde(SUS), um modelo internacio-
nal de política pública, tem o controle social
em diversas instâncias de sua gestão.
Controle social é prever que a sociedade
brasileira possa efetivamente participar da
concepção, gestão e fiscalização da comuni-
dade social no país, a partir de marco legal
(leis, regras claras, instâncias responsáveis),
coerente e construído de forma transparen-
te e democrática.
O desafio é fazer que a mídia realmente
esteja a serviço da construção do Brasil, que
precisa enxergar-se efetivamente refletido
naquilo que é transmitido.
Não há problema em que os tocadores
de pífano de Caruaru, Pernambuco, conhe-
çãm os surfistas do Arpoador, na capital do
Rio de Janeiro. O problema é se os surfistas
também não tiverem a oportunidade de ou-
vir os músicos do Nordeste."

Fonte: Jornal do Conselho Federal de Psicologia.
Setembro/2009.

Renovação - a poesia de Domingos Barroso, no dia do poeta

Não sou de rastejar por muito tempo
cheirando mofo de sofá antigo.

Diga adeus ao monge de olhar lacrimejante.
O riso agora é de mulato -
largo e cortante.

O céu azul do último dia de junho
os andaimes levitando.

Solto a pipa do meu peito
sempre guardada com o rabo florido
para instantes de ventania e renascimento.

Diga adeus ao barroco rabugento -
o silêncio agora é de leveza
e contentamento.

Já comprei a cama box solteiro
pouco a pouco conquisto as paredes.

As formigas ainda se resguardam
do meu perfume desconhecido.

Não demora muito,
uma migalha de bolacha -
zapt!

.
por Domingos Barroso

A poesia de Lupeu, no dia do poeta



Noite quente de poucas luzes
No céu turvo
Meia dúzia de nuvens de um tom mais escuro
Algumas estrelas
Um garçom entediado
Um cantor de bar que acrescenta letra a letra da música
Noite quente
Uma pontada no peito. Infarto?
Gazes, talvez
Fecho os olhos por um instante
Não é esse bar
Não é esse o dia
Não é essa a cidade onde perdi meus sapatos
Onde a dengue me derrubou uma semana entre a vida e o tédio
Noite quente
Amanhã o relógio vai me acordar
E o por do sol vai estar passando em slow motion na retina do tempo
Tempo nenhum
Mais uma cerveja
Um gole a mais sem gosto
O cantor recria mais uma canção de ninar vampiros
A mágica da noite não amadurece as frutas compradas sem cheiro
Em prateleiras coloridas de supermercado
A fome
A noite é pura fome
E a fome vomita ânsia
Que come a noite
O garçom
E o cantor compositor de um dia que não virá.

.
por lupeu lacerda

Carlos Lyra e Vinícius - "Meu poeta hoje estou contente ...".

A poesia de Geraldo Urano, no dia do poeta

hoje o dia amanheceu diferente
senti ao dar o primeiro passo
um hálito de garotas no ar
não se pode ser inimigo da felicidade
quando as políticas
irão saber se é assim?
eu ouço os pássaros da janela
ainda que a floresta não esteja aqui
ah o meu amigo
tem que devolver o meu óculos
baleias estão namorando
é assim que deve ser
no atlântico sul
ora vejam aquela menina
o vento sopra os seus cabelos
ela parece consciente de si mesma
é acho que estou mesmo certo
um poema de nuvens vagueia no azul

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a lua cheia
pede passagem nas passarelas de vidro
mergulho no azul da piscina
durmo na sua barriga
seu país é a minha casa
suas pernas o meu desejo
você é a deusa da noite
e eu medito dentro de você
você é o futuro
e eu vou pra onde você for

Um poema de Everardo Norões, no dia do poeta



JOHN O INGLÊS DISSE

John o inglês disse
gosto da palavra bruma
turner turva bruma
o acento amargo sob
o chicote de sol desse verão
no alto mundo das taquaras
som carmesim de uma estação
de trem ou trovão
contido num som de órgão
de Bach
gosto da palavra bruma
núcleo obscuro da saudade
I like it
álacre é o aberto
bruma o fechado
o roxo de um deus crucificado
nas santas semanas da paixão
bronze zen a retinir
sozinho


Em: http://retabulodejeronimobosch.blogspot.com

A ilustração é colagem de um quadro do pintor inglês William Turner e fotografia dos altos de Taquaritinga (também por Everardo).

Burt Lancaster

Burton Stephen Lancaster, conhecido como Burt Lancaster (Nova Iorque, 2 de Novembro de 1913 – Los Angeles, 20 de Outubro de 1994) foi um ator e produtor de cinema dos Estados Unidos.

Viveu a sua infância no Spanish Harlem, um bairro pobre da cidade de Nova York e os seus pais eram descendentes de protestantes Irlandeses.

Na juventude foi um craque no basquete e tinha um físico musculoso e 1m88 de altura. Começou no picadeiro como acrobata e durante dez anos se apresentou em feiras, circos e em shows de variedades com o Ringling Brothers.

Começou no cinema em 1946, trabalhando com o diretor Robert Siodmak, com quem faria ao todo três filmes. Atuando em filmes de acção, thrillers e westerns, movendo-se gradualmente para papéis mais exigentes e sérios e para o cinema europeu, à medida que ia ganhando prestígio. Participou em dezenas de filmes dos anos 1940 aos anos 1980 e seu talento foi reconhecido quando ganhou o Oscar de melhor ator em 1960 pela interpretação de um caixeiro-viajante e ex-estudante de Teologia no filme Entre Deus e o Pecado. Nesse mesmo ano, trabalhou com John Huston em O Passado não Perdoa.

Foi nos anos 1950 que alcançaria a maior popularidade, tendo sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, de 1953, pela atuação no filme "A Um Passo da Eternidade". Receberia mais três indicações: em 1960 pelo já citado Entre Deus e o Pecado; em 1962 por O Homem de Alcatraz e em 1980 por Atlantic City. Além das interpretações dramáticas, Lancaster brilhou em filmes nos quais podia exibir sua excelente forma atlética, como no drama Trapézio (1956).

Além da reputação de um ator sempre eficiente, Lancaster foi também um empresário ambicioso e bem sucedido e realizou várias produções independentes com sucesso.O filme Marty, ganhador do Oscar de 1955, foi produzido pela companhia de Harold Hecht e Burt Lancaster; foi produzido com um pequeno orçamento, pois precisavam de um filme que "perdesse dinheiro", devido aos impostos. Mediante, porém, o sucesso de crítica, investiram mais na promoção e na publicidade, e o filme foi um sucesso no Oscar e em Cannes.

Em 1962 ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Veneza pela sua atuação em O Homem de Alcatraz.

Além de ator e produtor, Burt Lancaster era também um empenhado ativista liberal, falando várias vezes em nome das minorias. Em 1963 ele participou de uma marcha organizada por Martin Luther King e foi sempre um defensor das causas indígenas.

Ele também dirigiu dois filmes: Homem Até o Fim em 1955 e O Homem da Meia-Noite em 1974.

Protagonizou uma das cenas mais lembradas do cinema até hoje: o ardente beijo no mar com a atriz Deborah Kerr em A Um Passo da Eternidade, um dos seus maiores sucessos no cinema.

Trabalhou com alguns dos maiores cineastas de seu tempo: Bernardo Bertolucci, Luchino Visconti, Louis Malle, John Frankenheimer, Stanley Kramer e John Huston. Construiu assim uma carreira sólida e é reconhecido como um dos maiores atores de sua geração.

Acredita-se que era Bissexual, e teria tido relações com outros atores famosos como Cary Grant, Rock Hudson e Marlon Brando.

Depois de uma operação de urgência no coração, teve uma trombose cerebral em 1990, que o deixou numa cadeira de rodas. Morreu em Los Angeles em 1994, de ataque cardíaco. Ele possui uma estrela na Calçada da Fama.


Wikipédia

Poema de Rimbaud


Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.

Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...

— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.

Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.

Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.

Arthur Rimbaud

Rimbaud - (Eclipse de uma Paixão)

Jean Arthur Rimbaud nasceu em Charlesville, França, em 1854. Poeta francês da escola simbolista, começou a escrever versos aos 10 anos. A sua obra foi profundamente influenciada por Baudelair. Paul Verlaine, impressionado pela sua poesia, convenceu o jovem poeta a mudar-se para París. Entre os dois, surgiu uma amizade profunda posteriormente transformada numa relação instável e atormentada que durou 11 anos (1872 a 1873). Viajaram juntos por Inglaterra e pela Bélgica. Neste último país, Verlaine tentou matar Rimbaud duas vezes por ciúme. Na segunda tentiva, Rimbaud ficou bastante ferido e Verlaine foi preso. Rimbaud escreveu uma alegoria sobre este asunto, Une saison en efer (1873). Quando saíu do hospital viajou pela Europa, dedicou-se ao comércio no Norte de África e viveu em Harar e Shoa, na Abisinia central. Verlaine, convencido de que Rimbaud estava morto, publicou alguns dos seus poemas em Les Illuminations (1886). En 1891 Rimbaud regressou a França com um tumor no joelho, acabando por morrer no hospital de Marsella en Novembro desse mesmo ano.


*Um buraco na sombra


O pau de Santo Antonio - Por Mundim do Vale

Francisca Farias Mota ( Chica do Rato ) No dia que estava mais ajuizada corria pelada em Várzea Alegre. Certa vez eu estava lendo a revista Cruzeiro no oitão da igreja, quando Chica chegou e sentou-se ao meu lado. Em seguida colocou uma trouxa no chão e começou a tirar coisa de dentro. Só parou quando encontrou um almanaque Capivarol, onde tinha uma página com a foto de Santo António. Eu simulei que estava envolvido com a leitura para observar o comportamento dela.
Chica aproximou bem a foto do rosto e começou a falar numa mistura de oração com revolta; Meu Santim Santo Ontõe! Já faz muito tempo qui eu sou devota do sinhor. Mais eu tou disconfiada qui o sinhor num vai arranjar um casamento pra eu não. Ói aquele Reginaldo da costeleta de sapato premeteu qui ia casar cum eu, mais aquela assanhada fia de Seu Chico Francisco deu inriba dele e eu fiquei no caritó.
Eu dei muita irmola pru Sinhor naquela capela da praça, mais quem se casou premêro foi Zabé Andrade e eu fiquei só. Inté Ana Alves já se casou será se ela é mio do qui eu? Oberto Siebra tombem premeteu se casar cum eu mais peidou no rabicho, adispois qui cunheceu aquela moça das Brava. É todo mundo arranjando casamento e eu nada. Se o Sinhor num dá de conta do sirviço, diga logo qui eu vou precurar um santo mais trabaiador, pruque quem num pode cum o pote num pega na rudia.
Se lembra daquela vez qui eu fui cum Dona Armicinda pra sua festa im Barbáia? Se lembra né? Apois naquele dia eu agarrei no seu pau e ainda tirei uma casquinha prumode ficar fazendo chá. Mais de nada adiantou, ninguém quer casar cum eu.
Agora eu vou é rasgar seu retrato, pruque de Santo preguiçoso eu já tou é cheia. Eu vou é me amancebar cum Brandão e ficar sendo devota de São Binidito, pruque aquele é um criolim qui gosta de trabaiar”.
Postado por A. Morais

Tela de Daniel Boris - (Jacques)

Daniel Boris é pintor e artista plástico (em Crato)