Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 29 de agosto de 2010

Compartilhando ...

"Hoje te mando uma musica diferente. É de um cara chamado Luiz Tatit.
Ele não é assim o que podemos chamar de "cantor". Mas tem umas musicas
com letras inteligentes. É o caso dessa.. presta atenção nela. Ouça a
música e veja a letra:"


Almas Gêmeas (Luiz Tatit)

Se faço uma cara carente.... é melhor me mimar
Se tenho expressão de doente ... é melhor me curar
Se a minha cabeça está quente...”cê” deve assoprar
E mesmo proposta indecente ... convem aceitar
“Cê” tem que cuidar
“Cê” tem que...

“Cê” tem que evitar
Que a esta altura da vida eu despenque
Você me aparece sempre na hora certa
Você é a dependência que me liberta
... e conserta

Se estou com frio
“Cê” sabe o que é bom pra aquecer
Se estou vazio “Cê” vem preencher
Se desconfio “Cê” fala de um jeito ...
Que eu volto a crer
Se me arrepio “Cê” chega a tremer
Quando inicio você lá na frente
Põe fim..conclui
Se sou vadio me substitui
Nunca uma dupla foi tão homogênea
Almas Gêmeas

Se faço uma cara de fome... vem me alimentar
Se vivo morrendo de sede... é melhor me molhar
Se digo sempre a mesma coisa... é bom concordar
Se pensa ir embora pra sempre... é só me levar
Por onde “Cê” for, eu sigo
Não posso viver muito tempo
Sozinho comigo
Você é o chão seguro em que eu piso
Você é o que ainda resta do meu juízo
É isso

 - Não se ama duas vezes a mesma mulher. (Machado de Assis)

- É claro que uma relação platônica é possível; mas só entre marido e mulher. (Anônimo)

- Em dia de tempestades e trovoadas o local mais seguro é perto da sogra, pois não há raio que a parta. (Anônimo)

- O cérebro humano começa a trabalhar no momento em que o sujeito nasce e não pára até o momento em que ele sobe num palanque para fazer um comício. (G. Jessel) 
- Não paramos de nos divertir por ficarmos velhos. Envelhecemos porque paramos de nos divertir. (Anônimo)
- A distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração. (T. Merton) 
  - Rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos estúpidos. (Erasmo de Rotterdam)
- O homem pode adquirir conhecimento ou se tornar um animal, como ele quiser. Deus faz os animais, o homem faz a si próprio. (G. Lichetnbery) 
- Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos, é sonhar mais. (Marcel Proust)

Geraldo Junior - Ridimúim (Jangada Aérea)

Ele voltou ?

"Repouso sobre areia" - Tela de Edilma Saraiva Rocha



Minha ansiedade rasgou a perfeita embalagem, num átimo !
Toquei, apalpei para confirmar se era de verdade. Parecia um sonho, e eu sentia o milagre acontecendo , na minha cara. O processo da metamorfose , configurado !
Lagarta  transformada em borboleta com suas tenras asas...
Uma mulher entre veús, serenado espírito, brincando  com seus delírios: lua, estrelas, pássaros, flores, borboleteando com as palavras, num vínculo onírico.
Olhos cerrados e coração  pulsando  em paz, entretido com lembranças pueris, e brinquedos infantis.
Iemanjá, rainha do mar
Princesa das águas claras, e  Deus Oxalá !
E o mistério nunca esclarecido, fica pendurado, na parede do meu quarto... Dias após dia, será cultuado, como uma oração em paisagem, conecção abreviada, essência natural de poemas que  irão brotar,  em cada noite, na música  divina de um amanhã singular.
Estás lá.
Estou lá.
Estamos todos, na viagem sideral, embarcados pelos anjos.
Terrestres são eles.. .Celestes , no azulsonhado, um dia seremos !

Obrigada , Edilma !
Abraço comovido 

Socorro Moreira

Roberto Campos- por Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes


Mais uma vez, tenho visão oposta a do amigo Armando Rafael no tocante a opinião sobre uma personalidade. Refiro-me ao artigo “Roberto Campos, o incompreendido”, divulgado no Cariricult em 04.01.2009. Com relação ao economista morto, destaco dois aspectos positivos, ambos colhidos em entrevista dada por ele à TV cultura: o “mea culpa” levado ao ar pela citada tv na qual reconheceu que, ao longo da vida pública, só ter dado importância à Macroeconomia, desprezando a microeconomia que se ocupa das pessoas, famílias e pequenas atividades econômicas. A segunda, a confissão de que tinha mudado sua visão sobre a sociedade. Chegou a estas conclusões, segundo ele próprio, após as campanhas eleitorais, quando entrou em contato direto com a população e viu de perto suas dificuldades. Se mudou, é porque estava errado. Com efeito, o Sr. Roberto Campos era homem dos grandes negócios, para não dizer negociatas. A mais visível delas foi o Banco União Comercial, criado, presidido e quebrado por ele em 1974. Causou enorme prejuízo ao Brasil, pois o governo assumiu milhões de dólares contraídos por ele no exterior, o Banco Central ficou com a dívida junto aos credores internos e o Banco Itaú ficou com os ativos cobráveis, tornando-se um dos maiores do país. Funcionários aposentados do BC ainda hoje comentam as pressões, perseguições e ameaças que os componentes das comissões de inquéritos foram vítimas para “aliviarem” a responsabilidade do acionista principal, que recorria a suas ligações com altos mandatários da ditadura. O ex-ministro também teve participação em outros “desastres” financeiros, com a mesma estratégia, deixando o “rombo” com a sociedade, tirando o corpo fora.O Sr. Roberto Campos foi seminarista e saiu não por falta de vocação e sim porque os superiores detectaram ausência de virtudes necessárias a um sacerdote. Deixando o seminário, tentou ingressar no serviço público, mas não obteve aprovação nos três concursos públicos a que se submeteu. Graças ao domínio de idiomas que aprendeu no seminário, ingressou no serviço diplomático, sem concurso, e foi servir em posto nos Estados Unidos, onde tentou o título de Doutor em economia sem conseguir aprovação para sua tese. Por intermédio da amizade com o Sr. Eugênio Gudin, a quem assessorou, foi introduzido no mundo das finanças e chegou ao gabinete do ministro da fazenda, onde de fato ocupou cargos no segundo escalão. Afirmar que foi o criador do BNDES, Banco Central, BNH é exagerado. Participou do grupo de trabalho que criou o BNDES mas não era nem o chefe da equipe. Quanto aos outros dois, como ministro, assinou a Lei que deu vida aos órgãos, como os demais auxiliares de Castelo Branco. O BC se originou de projeto de Lei do Deputado Ulisses Guimarães, apresentado em 1954. O BNH saiu das idéias de Sandra Cavalcante, seu primeiro presidente. O FGTS, por sua vez, saiu também no governo de Castelo Branco, como moeda de troca pelo fim da estabilidade do emprego após 10 anos na empresa e de outros direitos trabalhistas criados por Getúlio Vargas. A propósito, RC foi autor de um dos maiores arrochos que os funcionários e assalariados já sofreram no Brasil, entre os anos de 1964/1966, substituiu a prática de repor as perdas salariais com a inflação por fórmula cruel que levava em conta a inflação futura, projetada por ele sempre abaixo da realidade.O papel de Roberto Campos durante o governo de João Goulart mostra bem o seu caráter. Nomeado embaixador nos Estados Unidos com a missão de renegociar a dívida e conseguir novas linhas de crédito, não cumpriu a atribuição e aderiu à conspiração golpista, permanecendo no cargo, usufruindo-se das vantagens. Outro com dimensão maior, discordando do Presidente, pediria demissão. O que ele fez tem outro nome: traição. Além do mais, existem episódios obscuros que jamais fariam parte da biografia de um cidadão exemplar. Um deles a briga com uma garota de programa enganada por ele, que terminou lhe desferindo facadas. Existe pelo menos mais um caso nesta mesma linha, mas que não consegui confirmação. De resto, o liberalismo que ele pregou durante certo tempo, redundou na crise de 2008, a mais abrangente desde a de 1929. Assim, conhecendo a formação de Armando e sabendo do seu gosto pela história, suponho que, para escrever o artigo, consultou apenas resumos do livro de memórias de Roberto Campos. Afinal, livro de memórias é aquele que a pessoa fala bem dele mesmo.

Rejane, nossa grande escritora !



Pequenas (pequeníssimas) informações sobre a autora:

Esta sou eu
Rejane Gonçalves dos Santos
(alguns anos mais jovem) é bem verdade
como também é verdade que desses dois fatos cruciais
nascer e morrer
eu só passei por um (o primeiro deles)
para ser mais precisa, isso se deu na cidade de
Camocim de São Félix, no ano da graça de 1947
desde então, eu aguardo o segundo fato
enquanto aguardo
vivo.

A casa da filha - por Rejane Gonçalves


Um, mais um, depois outro, se não resolvesse, um outro; devia ser mesmo da inteira responsabilidade do vento e do frio a natureza do pedido. Cobririam, pois, os ombros da mãe e a levariam dali, duplicada pelo suéter, o xale, o casaco da amiga, o paletó do filho mais novo, por último os braços do filho mais velho.
Presa na carapaça, a tartaruga conseguiu erguer a cabeça, virá-la para trás e apertando os olhos procurou um melhor enquadramento da imagem, o lugar mostrou-se nítido, fixou-se como se não quisesse desaparecer nunca, depois o carro foi se afastando e o lugar não quis vir, distanciou-se, corria na direção oposta, numa velocidade bem maior, deveria ter desaparecido ao mesmo tempo em que o carro, desapareceu primeiro, sumiu numa elevação súbita da estrada. Presa nos agasalhos, a mãe desvirou a cabeça, os olhos miúdos da velha tartaruga olharam para frente.
Queria tanto ficar, só por essa noite, se eles permitissem. Lucinda também haveria de querer, quando muito em troca dos favores, a melhor amiga, bem dizer uma irmã, lhe devia favores, favores que dinheiro nenhum pagaria. Lucinda haveria de ficar agradecida, de que outra forma teria condição de pagar a dívida àquela mulher sepultada pelos casacos? Queria tanto não ter ido embora, pedira e fizeram de tudo para não ouvir; pedia insistentemente e ouviu que não seria possível, pediu que deixassem, de qualquer jeito, por mais um tempo, deixassem, era só por aquela noite, se temiam que ela ficasse sozinha, bastava chamar Lucinda que é da inteira confiança de todos, já conversara com ela, não dissera sim, nem se negara, bastaria insistir um pouco e a grande amiga que lhe devia o teto, a acolhida, a sobrevivência e, mais para diante, o pagamento de uma prestação atrasada da escola do neto, a roupa emprestada para a formatura da filha, até mesmo o dinheiro para algumas feiras – haveria de concordar. Nunca foi de fazer cobranças a ninguém, de nada; era de falar mal, zangar-se, sempre fora de falar muito mal dessas pessoas que prestavam favores e na hora da necessidade cobravam, dizia que elas não mereciam perdão.
Lucinda chegara no meio da noite e batera à porta da casa, de sua casa, não desta, daquela que ficava na rua principal, tinha escadaria, azulejos portugueses, quatro janelões que passavam o dia inteiro abertos, as cortinas levantando voo, telhado que se projetava para a calçada, amenizando a chuva e o sol. Todos muito pequenos, não devem mesmo ter guardado o acontecido, ela sim, vez por outra, contava a história da amiga, não para se vangloriar, para que servisse de exemplo; será que eles se esqueceram mesmo, não, tinha certeza, todos ainda jovens, é assim que se fala, a maioria na meia-idade, é certo, hoje em dia também se dizem jovens os de meia-idade, fulaninho morreu tão jovem e quando ela perguntava quantos anos tinha o tal fulaninho, cinquenta, até sessenta já ouvira; então, todos continuam jovens, não seria caso de esquecimento, a memória não está falhando, a dela estava e ela não se esquecia. Há menos de uma semana repetira para uma das netas que reclamava da vida, que nenhuma pessoa da família, nenhum deles, sabia direito o que era dificuldade, Lucinda, sim, esta sabia de sobra, quer maior sofrimento do que bater na porta dos outros de madrugada, com cinco crianças e outra na barriga, fugindo das gentes que dera cabo de seu marido e estava atrás dela, única testemunha, sabe o que é deixar casa, anos de trabalho e economias, fugir só com a roupa do corpo e pedir abrigo na casa da amiga de infância que tivera mais sorte que ela, casara com um homem rico, sim, porque na época teu avô tinha muito dinheiro, depois é que a riqueza foi minguando e quase ficamos tão pobres quanto Lucinda, mas os filhos estudaram, os meus e os dela, a riqueza não voltou, a pobreza também não, vivemos bem, nós, um tanto mais que ela, de que reclamava a neta? Tinha certeza de que Lucinda não se negaria, nem pôde falar com a amiga mais uma vez, não lhe deram tempo.
Teve o cuidado de seguir todos os conselhos que escutava sobre como encorpar uma criança, engordar a cria. Fez com que a filha tomasse o leite mais forte, misturado às massas mais nutritivas, engolisse os chás e provasse o amargor de todas as ervas consideradas milagreiras, só passou a responsabilidade para Deus depois que uma dessas receitas, ouvidas no converseiro das comadres, engordou de tal maneira o rosto de Maria das Graças que ela precisou ser internada às pressas, escapando por pouco de uma asfixia. Era o jeito aceitar a magrém da menina, a única solução, acostumar-se com o fio sem prumo que se metia em todos os esconderijos nas brincadeiras de esconde-esconde; saber que no lugar onde nenhum filho, de quem quer que fosse, caberia, ela, Alinha, como passou a ser chamada, caberia sem nenhum esforço. Talvez a folga fosse mesmo uma redoma a proteger Maria das Graças dos tombos, encontrões, ferimentos; tudo e todos existiam a uma distância respeitosa de sua pequena, feito se tivessem medo de quebrá-la, chegou a pensar nisso, depois viu que não, era a folga, o espaço não preenchido continuava ali, esperando o tempo em que o corpo de Alinha se decidisse.
Soube que viriam os amigos da filha, iam chegar, uma parte já havia chegado, outra estava a caminho, logo todos estariam presentes. Desejou que a outra parte se demorasse, ou se perdesse; enquanto esperam, mais tempo ficaria do lado da filha, cuidando para que não fosse violado o espaço vazio, a folga haveria de ser respeitada. É certo que a caixa de madeira, onde colocaram Maria das Graças, ajustava-se perfeitamente ao corpo da moça, um vestido de corte estreito a contorná-la da cabeça aos pés. Alinha sempre gostara de roupas largas, era um desrespeito.
A boneca com trajes típicos da Holanda, touca de organdi bem armada, tamancos pontudos e coloridos, ao recebê-la, a filha rasgou o papel de presente, colocou a caixa na vertical, depois a emborcou, virava de um lado para o outro, deixando até que ficasse de ponta-cabeça e a boneca de louça mal se mexia, os olhos azuis abriam e fechavam, dependendo da posição da caixa, as tranças louras dobravam-se em arcos sobre a cabeça, ou estiravam-se, ou vagavam para lá e para cá, um papel transparente, envolto na caixa vazada, exibia a boneca ao mundo e alguma presilha a mantinha fixa ao interior da caixa. Pensou que se fizesse o mesmo com Alinha, se ela ficaria presa, imantada ao corpo da caixa, ou cairia no chão, cheia de flores, emaranhada na transparência do tule branco que permitia a todo mundo olhar para Maria das Graças, quantas vezes quisesse; não, a boneca de louça viera numa caixa de papelão dourado, com tampa, fora um presente dado a ela, à mãe, não à filha, foi só retirar a tampa e pegar a boneca nos braços e depois fazê-la adormecer e guardar. Naquela noite, em cima do guarda-roupa onde poderia olhar para a caixa fechada e ver que ela não se movia, igual ainda estivesse na prateleira da loja, fez desse jeito na primeira noite porque tinha certeza de que a boneca precisava que ela a olhasse, vigiasse, estivesse acordada, velando o sono da criatura de louça; não era bom dormir sozinha na casa nova logo numa primeira noite, seria mais confortável para a boneca que dormisse assim, dentro da caixa, mas sabendo que a mãe, do lado de fora, não se descuidaria, pelo menos enquanto fosse nova a casa.
Era de madeira a caixa onde fora guardada a filha. Feita do mesmo material, a tampa permanecia à espera, escorada na parede, pacientemente, perpétua, um objeto deixado por engano no vazio daquelas paredes brancas, mas que de algum modo adequara-se ao ambiente, ficara à vontade, natural, integrado, sem esforço aparente, à decoração. Talvez já estivesse ali há muito tempo, ela e seu Cristo de bronze – crucificado na parte de cima, disposto de maneira a se estender sobre o peito de Maria das Graças – antes mesmo que o branco do quarto existisse. Não uma, nem duas vezes, várias, olhou para a tampa de madeira clara, quase bege e viu a filha como que reclinada, os pés bem apoiados no chão, um pouco afastados da parede, as pernas escondidas pela saia longa, uma mão conduzindo o cigarro à boca, a outra, nervosa, varrendo do corpo as últimas pétalas, livrando-se de vez do tule; não tinha mesmo necessidade, nem gostaria da transparência daquele pano, do acanhamento das florzinhas mal bordadas a enfear o contorno do véu; gostava dos véus baços, a filha, das volutas de fumaça que a encobriam. Esquecera-se, esquecera-se completamente, se a embalagem era tão parecida com a da pequena holandesa, podia retirar da caixa e voltar a colocar Maria das Graças dentro da caixa, sem que ninguém percebesse, igual fazia com a boneca de tranças louras.
O filho veio lhe dizer que teriam de fechar a caixa, a administração do lugar tinha limites, estava escurecendo, não fora possível convencê-los a esperar um pouco mais pelos atrasados, fizera de tudo; ela mesma não via que já escureceu, é de noite? Pegou as mãos dele, embrulhou-as nas suas, beijou-as várias vezes, misturadas às contas do terço que enroscara nos dedos e intercedeu pelos amigos de Alinha, disse que a filha não haveria de gostar que a família não tivesse esperado, e como iriam escapar da raiva daquela amiga, bem dizer uma irmã, a mesma que vez por outra falava umas verdades para Maria das Graças? Essa amiga estava entre os atrasados, além disso, a casa onde a filha passaria a morar, onde dormiria pelo resto da vida, encontrava-se tão perto dali, uns poucos passos e todos já estariam lá, que não se apressasse, por que tanta pressa se era noite de lua? Soltou as mãos do filho, deu-lhe as costas, envergonhada dos próprios pensamentos. Desejou que aqueles amigos não chegassem nunca, se perdessem pelas estradas, errassem a entrada da cidade, se extraviassem de vez por suas ruas e becos. A tampa continuaria encostada na parede e a boneca de rosto fino, pele esverdeada, nariz afilado, cabelos curtos e pretos, olhos cerrados, lábios entreabertos e roxos, continuaria eternamente à mostra.
Dizem que é para ela descansar. Não estava cansada. Dormir. Não tinha sono. Apenas uma grande preocupação. O que seria de Alinha, morando numa casa tão pequena, ela, a quem o espaço sempre reverenciara. Precisava, pelo menos até que a filha se acostumasse, estar plantada na frente daquela casa plana, rente ao chão, cuja porta não era uma porta; aqueles blocos de cimento colados uns nos outros e recobertos por uma camada de pequenas pedras brancas, desoladas, avessas a qualquer esperança de cor, nem de longe se assemelhavam à tampa de papelão dourado. Correra a vista para um lado e outro, paisagem árida, campo descolorido, casas todas iguais. Vê um sorriso chegando, expulsa-o como se esconjurasse uma assombração, dali em diante essas visitas seriam inoportunas, meu Deus, ela indigna-se, pede para que Ele lhe afaste dos pensamentos essa lembrança atrevida, não queria ouvir a voz do filho mais novo de Lucinda, o Senhor haveria de saber de quem se tratava, daquele, do que recebera o nome de José Maria, justo em homenagem a ela mesma e ao marido, pela acolhida na hora da precisão. O rapaz falava de um jeito tão engraçado da vila popular, do conjunto habitacional onde morava, dizia que se o morador da esquina vendesse a carcaça do carro amarelo que desde sempre vivia encostada no muro baixo, na parte de dentro, quase arranhando a frente da casa, ele, Zé Maria, quando saísse para comprar o pão era bem capaz de se perder, nunca mais que iria achar a entrada da rua de sua própria casa. Ela não corre esse risco, a casa da filha tem uma placa com nome e sobrenome, duas datas, com dia, mês e ano; a rua, faltava a rua, talvez devesse ter marcado a rua. As casas existem nas ruas, o afilhado tinha razão.
De madrugada, bateria à porta de Lucinda, diria que era somente pelo resto daquela noite, enquanto Alinha acostumasse os olhos ao escuro e o corpo ao vestido apertado, haveria de concordar que Maria das Graças acostumara-se por demais com a folga, o espaço livre e respeitoso, ao redor. A mãe de Alinha cobraria o favor, não era de seu feitio, mas não via outro jeito, Lucinda era mulher de bom coração, haveria de entender e até ficar feliz em pagar. Esquecera-se, novamente se esquecera, Lucinda é de gestos arrebatados, por natureza barulhenta, Maria das Graças dorme a sono solto pela primeira vez em todos esses dias, melhor deixar para amanhã, melhor recolher-se à carapaça e respeitar a quietude da filha, deixar que durma em paz.
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Luthier do Ceará participa de evento na França para prospectar negócios


O multiinstrumentista cearense Di Freitas pretende vender sua produção para o mercado Europeu

Bárbara Holanda

Terra onde a riqueza da cultura popular é soberana, o Cariri do Ceará, ao sul do Estado, e a sua musicalidade pulsante atraíram o multiinstrumentista fortalezense de formação clássica Francisco Freitas – mais conhecido como Di Freitas – para uma nova vida. Há dez anos, o músico tocava em uma orquestra em Fortaleza e decidiu deixar de lado a música erudita para seguir a sua paixão: a música popular. Ao chegar ao Cariri, Di Freitas passou a dar aulas de música e como não conseguia encontrar instrumentos no local começou então a produzir autodidaticamente instrumentos musicais, como violão caipira, rabecão, marimbau e especialmente rabeca, ou, como diria Mário de Andrade, “o violino dos homens do povo”. Tudo a partir da cabaça, fruto abundante na região, esculpido pela natureza com o formato do instrumento.

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Divulgação

Di Freitas é músico e produz uma diversidade de instrumentos musicais a partir da cabaça



“A cabaça, além de prática e econômica, possui identidade e sonoridade próprias, que tem muito a ver com a região. As rabecas de cabaça, por exemplo, possuem um timbre único, com som claro e nítido, prontas pra tocar”, explica o músico. Di Freitas conta que inicialmente a luthieria, realizada em uma pequena oficina improvisada, era apenas um hobby e os instrumentos confeccionados eram utilizados por ele, por músicos locais e pela primeira orquestra de rabecas de cabaça do Brasil, criada pelo próprio luthier. “Passei a usar as rabecas e os instrumentos que fazia para meus alunos para produzir uma música minha, que mostrassem todas as minhas influências, que misturam o erudito e o popular, e que os instrumentos também tivessem essa identidade. Dessa maneira, venho trabalhando de forma muito intuitiva e prática”, afirma.

Recentemente, Di Freitas começou a enxergar a luthieria como um negócio e passou a levar a confecção de instrumentos mais a sério. “As vendas ainda são poucas, pois é um mercado muito específico. Acredito que o grande mercado consumidor dos meus instrumentos artesanais não esteja no Brasil e sim na Europa, onde esse tipo de instrumento é valorizado por ter sido bastante produzido e utilizado em diversos períodos da história, como a Idade Média, por exemplo”.

Com essa ideia na cabeça, Di Freitas participa de 27 de setembro a 3 de outubro da 19ª edição do Festival Biarritz – Cinemas e Culturas da América Latina, na França. Ele e outro músico, Evânio Soares, do grupo Zabumbeiros Cariris, irão expor seus produtos e prospectar negócios junto ao mercado europeu. Além da França, os músicos percorrem também a Itália e a Hungria mostrando a produção musical caririense, os instrumentos, a cultura e o potencial turístico da região.

O despertar empreendedor de Di Freitas surgiu a partir da participação, a convite do Sebrae Ceará, na Rodada Internacional de Negócios do Cariri, em 2009,no município de Juazeiro do Norte, distante cerca de 500 quilômetros da capital. Di Freitas conta que na ocasião fez contatos com alguns empresários estrangeiros, mas um empresário francês, dono de uma loja de instrumentos, ficou especialmente interessado em seu trabalho. Depois de quase um ano de contatos e negociações, surgiu a oportunidade de participar do festival, que marcará o início de uma parceria comercial entre o músico cearense e o empresário francês.

“A minha expectativa é que essa parceria continue rendendo bons frutos. Pretendo profissionalizar ainda mais o meu trabalho e trazer mais gente para trabalhar junto. Porque além do negócio tem o pano de fundo cultural que essa atividade traz. É o resgate, a valorização da nossa cultura popular, que infelizmente ainda é mais reconhecida fora do país”, declara Di Freitas.

O gestor dos projetos de Cultura e Turismo do Sebrae no Cariri, Édio Callou, conta que Di Freitas e Evânio Soares participam do Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música na Região do Cariri e receberão o apoio do Sebrae e do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult) no custeio de parte das despesas de deslocamento da missão técnica à Europa. “A expectativa é que essa participação abra as portas da Europa para o mercado da música e lutheria do Cariri”, explica.

Economia Criativa
O Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música na região do Cariri começou a ser executado neste ano e representa uma ampliação e aprimoramento do atendimento do Sebrae Ceará aos segmentos empreendedores da Economia Criativa no Cariri. De acordo com Édio, as ações voltadas para o estímulo ao empreendedorismo na Economia Criativa na região tiveram início em 2003, com atividades pontuais de demandas espontâneas estimuladas por meio do Fórum de Turismo e Cultura Regional.

“A partir de 2008, o atendimento ao setor da cultura passou a ser mais sistemático através de um projeto multisetorial, envolvendo também o turismo. Em 2010, com o surgimento de um projeto setorial desenhado especificamente para atender as demandas de capacitação e formação empreendedora da cadeia produtiva da música, o Sebrae Ceará dá um novo passo para o atendimento das necessidades específicas deste complexo e crescente mercado”, afirma o gestor.

O Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música teve início com um seminário em fevereiro deste ano, envolvendo os principais empreendedores do setor para a definição do objetivo geral, focos estratégico, ações e resultados esperados para num horizonte de três anos. Com o objetivo arrojado de ampliar a comercialização, renda e captação de recursos para os projetos e empreendimentos da cadeia produtiva da música na região, o projeto já realizou várias ações que estão contribuindo para a consolidação dos resultado.

Entre as ações estão a realização de um diagnóstico setorial; a realização do Seminário Negócios da Música, com a disseminação de informações sobre exportação de música, associativismo, produção cultural e casos de sucesso empreendedores; a realização de cursos sobre elaboração de projetos e captação de recursos para projetos culturais; um curso sobre como transformar uma banda em uma microempresa; o apoio à realização de eventos regionais, nacionais e internacionais para o fortalecimento do setor; e a realização de missões técnicas para intercâmbios.

Mais informações:
www.festivaldebiarritz.com
http://difreitas.blogspot.com/
www.myspace.com/difreitas
http://www.myspace.com/zabumbeiroscariris
Sebrae Cariri
Crato – (88) 3523-2025
Juazeiro do Norte – (88) 3512-3322

Oswaldo Santiago - por Norma Hauer


Foi no dia 29 de agosto de 1976 que OSWALDO SANTIAGO passou a ser uma grande saudade por tudo que ele deixou como poeta, como compositor e como constante defensor dos direitos autorais, tendo sido um dos fundadores da UBC (União Brasileira de Compositores)
OSWALDO SANTIAGO nasceu em Recife e lá começou sua vida de poeta, lançando, em 1923, seu poema "No Reino Azul das Estrelas" e em 1924 um livro defendendo a Amazônia (já naquele tempo) com o nome de "Gritos do Meu Silêncio".
Em 1923, Vicente Celestino lá se apresentou com a revista "Mademoiselle Cinema", na qual Oswaldo Santiago tomou parte, assim como na revista (impressa) "Lua Nova".

Fez parceria com Nelson Ferreira, um compositor e pianista muito apreciado , em seu Estado. Com Nelson, Oswaldo Santiago escreveu "Melodia do Amor", gravado por Alda Verona.
Mas foi com o "Hino a João Pessoa",em parceria com Eduardo Souto e gravado por Francisco Alves que Oswaldo Santiago ficou conhecido fora de Pernambuco. No mesmo ano dessa gravação (1930) Oswaldo Santiago veio para o Rio, quando aqui desabrochava o período de Getúlio Vargas e a política estava “fervendo”.

O "Hino a João Pessoa" era uma homenagem póstuma que os autores fizeram a João Pessoa, assassinado, por motivos políticos e passionais (mais passional que político) em sua Paraíba, que nessa época não era "muié macho, sim senhô", mas já pesava na balança nacional.

Eis a letra do Hino a João Pessoa:

"Lá no norte um herói altaneiro
Que da Pátria o amor conquistou.
Foi um lindo farol, que ligeiro,
Acendeu e depois se apagou.

João Pessoa, João Pessoa
Bravo filho do sertão.
Toda a Pátria espera ainda
A sua ressurreição.

João Pessoa, João Pessoa
O seu vulto varonil
Vibra ainda, vibra ainda ...
No coração do Brasil.

Paraíba, oh rincão pequenino
Como grande esse homem te fez.
Hoje em ti cabe todo o destino
Todo orgulho da nossa altivez.

Como um cedro que tomba na mata
Por um raio que em cheio o feriu.
Assim ele, ante a fúria insensata,
De um feroz inimigo caiu.

Depois do sucesso do "Hino a João Pessoa", Oswaldo Santiago enturmou-se com os compositores que aqui labutavam nos anos 30.

Com Benedito Lacerda compôs o samba "Querido Adão", sucesso carnavalesco de Carmen Miranda; para as festas juninas, compôs a primeira música que Dalva de Oliveira gravou sem a formação do "Trio de Ouro": "Pedro, Antônio e João";Com Gastão Lamounier criou um "jingle" para um produto para os cabelos, de nome "Juventude Alexandre". Era um "jingle" tão bonito que Sílvio Caldas o gravou comercialmente.
Chamou-se

HÁ UM SEGREDO EM TEUS CABELOS

Em teus cabelos de seda,
Que perfume, que aroma sutil.
No sonho pela alameda,
Bailam flores, num baile gentil.
Há um segredo cantando
Trescalando uma essência de flor.
Onde vibram, ardejos, desejos...
Silenciosos eflúvios de amor.

O locutor entrava, nos anúncios, dizendo, mais ou menos isso"esse perfume, ela conseguiu usando a Juventude Alexandre"...devia "quebrar" o "clima" do ouvinte.

Foi quando se juntou a Paulo Barbosa, que Oswaldo Santiago teve seus maiores sucessos, quase todos na voz belíssima de CARLOS GALHARDO.
O primeiro foi "Cortina de Veludo", que foi também o primeiro sucesso de Galhardo como cantor romântico.

Depois vieram "Viena do Meu Coração";"Madame Pompadour";"Italiana";"Salambô";
"Lenda Árabe";"Tapete Persa" (este Galhardo lançou, mas não gravou);"Canções de Toda Gente";"Rua Escura";"Um Beijo em Cada Dedo"(estas duas últimas foram gravadas inicialmente, por Moacyr Buenno Rocha) "Torre de Marfim"; "Baile de Sombras"....

Oswaldo Santiago compôs, ainda, para Carlos Galhardo, com José Maria de Abreu, "Noite sem Luar"; "Poeira Dourada" e "Junto de Ti Estou no Céu"; com Georges Moran, "Meu Sonho é Só Meu"; "Perfume de Mulher Bonita" e "Linda Butterfly"; com Nelson Ferreira os frevos "Peixe-Boi" e "Sorri, Pierrô"; com Eriberto Muraro
"Roleta da Vida"...
Ainda Oswaldo Santiago fez versões de "Eles se Amaram no Rio" e "Boa Noite".

Oswaldo Santiago foi de grande importância na carreira de Carlos Galhardo.

Carlos Galhardo deve muito do sucesso de sua carreira a Oswaldo Santiago.

Foram tantas as composições de Oswaldo Santiago gravadas por Galhardo, que nem sei como citar as interpretadas por outros cantores, como Dircinha Batista em "Tirolesa"; "Jóia Falsa", com Gastão Formenti; 'Eu Não Posso Ver Mulher", gravação de Francisco Alves;"Lig, Lig, Lé", gravado por Castro Barbosa; "O Caçador de Esmeraldas", gravado por Dalva de Oliveira ou "Tudo Cabe num Beijo", gravado por Manoel Reis.

Oswaldo Santiago deixou de compor no final dos anos 60 para se dedicar à UBC, chegando a ser "mestre" no assunto de direito autoral, sem ser formado em Direito.

E foi assim que faleceu na tarde de 29 de agosto de 1976, aos 74 anos, pois nascera em 26 de maio de 1902.

Norma

Domingo- por Socorro Moreira


Acordei sem lembrar do que sonhei , mas lembrando um passado remoto , e uma das minhas inúmeras mortes.
A vida reflete o sonho Tenho parcos sonhos. Economizo distâncias , dinheiro, paixão , e até saúde. Sou tão injusta...! Só não economizo poesia.Por falta de sonhos ela chega de chinelos franciscanos, perambulando no frio fulgor das auroras.
Tenho tudo e deixo de querer o essencial. Estou presa às quatro paredes, e de janelas e portas abertas para o mundo virtual. Lá também não sonho , nem invento realidades. Não brinco de amar.
Não sou exatamente triste, nem exatamente romântica. Sou quase esquisita... Alegro-me com o brilho no olhar dos meus amigos. Absorvo e rejeito a tristeza. Choro-a em prantos, sem entender o meu luto contínuo.... Coisas perdidas , ganhos em caixas vazias. Quando a morte chegar , de nada me separará, a não ser das manhãs e madrugadas, e dos irrespiráveis ares que insisto em tragar.
Eu resumi a vida , e ela teimosa se estica. Comprimi todas as músicas, no repertório de Nana Caymmi ( nunca vou escrever sem dúvidas , o sobrenome Caymmi...). Não gosto de política, nem de Economia, nem de futebol ...Não gosto do risível , nem do aterrador. Vivo as madrugadas que nascem e morrem em mim, num cotidiano repetitivo, desequilibrado com algumas surpresas.
Um desconto ou troco poético , que me roubam do tédio.
O contato com as palavras é recreativo. Tomo café com vogais, e faço sopas com todas as letras.
Faço turismo nos contos de alguns, catando arrepios e extraindo gotas de emoção para molhar a secura do coração. Não sei os motivos da arte. Ela foge de mim , quando a procuro, e esconde-se nos meus porões.
Mas hoje é domingo. Ganhei o mundo , ainda cedinho.Deixei a porta de casa , a sombra e a água fresca , e me perdi nos caminhos.

Hoje é dia de combate ao fumo . Fiquem atentos !!!
.

Ao remetente - por Ana Cecília S.Bastos

Onde morava a poesia?
Não nesse lugar de direções
Não nessa ausência de vácuo.

Sem abiusmos ou delírio,
Não divago.
Sem o vago, imprecisdo,
Não há nada.

Por Heládio Teles Duarte

Frango Caipira no Molho de Açafrão



Ingredientes

1 frango caipira
1 colher (sopa) açafrão
1 tablete caldo de galinha
1 colher (café) sal
2 dentes de alho amassados
1 cebola pequena picada
1/2 xíc cheiro verde picado
1 pimenta dedo de moça picada
2 colheres (sopa) óleo de soja

Modo de Preparo

Lave e pique o frango em pedaços. Na panela con o óleo acrescente a cebola , o alho e o açafrão. Deixe dourar e acrescente o frango em pedaços. Deixe-o refogar e fritar bem, acrescente os temperos e misture bem. Coloque 1/2 l de água espere ferver e tampe a panela e deixe cozinhar em fogo brando por 30min. Prove o tempero e mecha de vez em quando. Acrescente mais 1 xíc. de água se preferir mais caldeado. O frango estará pronto, quando espetar o garfo em um pedaço e ele estiver macio. Acrescente o cheiro verde e pronto. Sirva com arroz branco e quiabo refogado. É uma delícia.

Viver ou juntar dinheiro ? - Por Max Gehringer


Recebi uma mensagem muito interessante de um ouvinte da CBN e peço licença para lê-la na íntegra, porque ela nem precisa dos meus comentários. Lá vai:
"Prezado Max meu nome é Sérgio, tenho 61 anos, e pertenço a uma geração azarada. Quando eu era jovem as pessoas diziam em escutar os mais velhos, que eram mais sábios agora me dizem que tenho de escutar os jovens porque são mais inteligente.
Na semana passada eu li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa. Aprendi por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante. Impressionado peguei um papel e comecei a fazer contas, e descobri para minha surpresa que hoje eu poderia estar milionário.
Bastava eu não ter tomado as caipirinhas que eu tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que eu comprei, e principalmente não ter desperdiçado meu dinheiro, em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária. É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas se tivesse sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?
Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso acho que me sinto feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer.
E recomendo aos jovens e brilhantes executivos, que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário eles chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro, mas sem ter vivido a vida".
No mínimo, para pensar...


My Special Angel - Gary Lewis & The Playboys


   My Special Angel  

You are my special angel,
Sent from up above..
The Lord smiled down on me..
And sent an angel to love..

You are my special angel..
Right from paradise..
I know that you're an angel
Heaven is in your eyes...

A smile from your lips
Brings the summer sunshine..
The tears from your eyes
Brings the rain..
I feel your touch..
You're warm embrace..
And I'm in heaven again..

You are my special Angel
Through eternity..
I'll have my special angel
Here to watch over me..

You are my special Angel
Through eternity..
I'll have my special angel
Here to watch over me..
Here to watch over me.

angel, angel, angel......

When summer is Gone - Gary Lewis & the Playboys




  When summer is Gone   

I'll see you in September when summer is gone
Have a good time but, remember, I'll be waiting back home
And when you go out dating with some guy all alone
Just remember I'll be waiting when summer is gone [...]

Continua...

The Happenings - "See You in September"




  See You In September 

I'll be alone each and every night
While you're away, don't forget to write

Bye-bye, so long, farewell
Bye-bye, so long

See you in September
See you when the summer's through
Here we are (bye, baby, goodbye)
Saying goodbye at the station
(Bye, baby, goodbye)
Summer vacation (bye, baby, bye, baby)
Is taking you away (bye, baby, goodbye)

Have a good time but remember
There is danger in the summer moon above
Will I see you in September
Or lose you to a summer love
(Counting the days 'til I'll be with you)
(Counting the hours and the minutes, too)

Bye, baby, goodbye
Bye, baby, goodbye
Bye, baby, goodbye
(Bye-bye, so long, farewell)
Bye, baby, goodbye
(Bye-bye, so long)

Have a good time but remember
There is danger in the summer moon above
Will I see you in September
Or lose you to a summer love
(I'll be alone each and every night)
(While you're away, don't forget to write)

See you (bye-bye, so long, farewell)
In September (bye-bye, so long, farewell)
I'm hopin' I'll
See you (bye-bye, so long, farewell)
In September (bye-bye, so long, farewell)
Well, maybe I'll
See you (bye-bye, so long, farewell)
In September (bye-bye, so long, farewell)