Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dia 21 de Dezembro - Aniversário da Fotógrafa Nívia Uchôa.

foto: nívia uchôa

Viajante constante, carrega na mochila sua câmera , e um olhar atento que resplandece luz.
Parabéns, Nívia - Poesia da luz !

Abraços dos amigos cariricaturenses.

Para Stela- Do seu amigo secreto


Mensagem para Stela, a minha amiga secreta.

Que você viva sempre entre os astros mais luminosos. São os votos desse seu amigo, secretíssimo. Feliz Natal, muita paz e saúde para o ano 2011!
Abraços

Para João Marni- Do seu amigo secreto

Para João Marni, meu amigo secreto.

Parabéns pelo seu aniversário! João Marni você é meu amigo há muitos anos. Sempre admirei sua simpatia, alegria e bondade. Aproveito para lhe desejar um Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúde e paz, extensivos a toda sua família.

Um grande abraço.


inspiração
é chumbo

trocado
não dói

Náufrago

Não estou cansado
suporto ainda muito vento
chuva pedaços de unhas
(pelo tapete) e a xícara sobre
meu bermudão de zíper aberto.

Não me vejo morto
barba a ser feita mesmo gripado
(olhos vermelhos, nariz de louco)

e sei lá se passa com este meu coração
que altera de batimento quando lembro

que preciso beijar mais bocas
e amar menos os objetos da casa.

Não choro agora
as lágrimas sentem frio

e sem lágrimas alfinetando faces
(apenas abraçadas à saudade)
o que sou?

Digo-lhe,
um sinal preto
(acima do lábio direito)
feito o farol da tristeza.

Laura





Paco de Lucia




Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gómez (Algeciras, 21 de Dezembro de 1947) é um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente.

Em 2004 foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, como "um músico que transcendeu fronteiras e estilos".

As suas principais influências, para além do seu pai, foram os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e Sabicas.

Laura no Natal - José do Vale Pinheiro Feitosa

Laura nasceu neste domingo do dia 19 de dezembro de 2010, menos dois dias em que, há 62 anos, nascera o avô. Naquele final de década dos anos quarenta, o mundo era só esperança, mesmo com a Bomba Atômica e o veneno da Guerra Fria já sendo inoculado, uma era de progresso humano começava.

Laura sentiu a luz do mundo pela primeira vez vindo das fontes artificiais da maternidade, dos flashes da fotografia digital, foi para uma incubadora que lhe deu calor a partir da eletricidade. Ela está num mundo muito mais complexo, muito mais avançado e que se pergunta todo dia como resolver as dores dos incertos dias.

Laura e o mundo: o quanto Laura é o próprio mundo e ele é o quantum de Laura, não se precisa responder. A resposta já é da natureza mesma do nascer. Não se nasce por acaso, é uma necessidade, um impulso de futuro, uma mutação contínua, com a qual jamais se encontrará um ponto final na sentença do que seja o mundo e Laura.

Para contabilidade dos que já estavam no mundo antes de Laura, resta um haver por multiplicar, como acréscimo do cotidiano. Sempre que imagino o 25 tios que a herança nordestina do avô de Laura lhe deu, não me veio o amor dividido dos pais, mas a imensa capacidade de multiplicar que tem o amor que tantas vezes o tratamos com o meloso banal de algumas frases de algibeira.

Isso posto que Laura, irmã de Sofia, é uma frase que se basta e diz tudo, mas não diz o que comumente pensamos como natural. Não existe uma ordem entre Laura e Sofia, esta primeiro e Laura depois. Não é um ranking de preferências ou particularidades. Em outras palavras a ordem cronológica entre as duas é apenas isso, não leva a maiores diferenciações que não seja apenas que Laura e Sofia, como de restos todos, somos parte únicas do mundo.

Quando se explica o que foi dito no parágrafo anterior, se revela a preocupação da longa tradição ocidental e até mesmo oriental: o primogênito. A ordem de herança e poder não cabe mais no mundo de Laura e Sofia. A primogenitura foi ultrapassada há muito, resta em algumas mentalidades apenas como o comum dos retalhos de arcaísmo que se pregam no corpo do presente.

Laura, neste exato momento que escrevo completa 24 horas no pleno do ambiente, tem uma calma de transição que não parece “chocada” com o salto qualitativo em sua vida. Dorme, muito raro faz um breve choro e ainda não tem a volúpia oral, mas os olhos se abrem e examinam a luz desconhecida por alguns momentos. Um parecer para sua mente universal, uma breve impressão sobre uma nova realidade.

Laura não é uma tela em branco pronta para receber a escrita do mundo. Há muito que ela é algo de existência, de vida, de experiência, uma imensidão de novidades que já havia mesmo antes dos nossos olhares a vista nua. Pois é verdade que já a víramos por ultrassonografia, mas agora tudo parece o primeiro momento. É que ela está, bem ali, com seu breve respirar e ruídos orais que já denotam a voz do infinito mundo.

Ari Monteiro- Por Norma Hauer

No dia 20 de dezembro de 1905, nasceu ARI MONTEIRO, compositor que, dentre outras músicas, lançou algumas enaltecendo São Jorge.

O famoso Dicionário de Ricardo Cravo Alvin relaciona uma série de composições de ARI MONTEIRO e o nome dos diversos cantores que as gravaram, mas não cita nenhuma das muitas que Carlos Galhardo gravou. Aliás, quem mais compôs com Ari Monteiro também não é citado: Roberto Martins.
Carlos Galhardo gravou "apenas" 34 composições de ARI MONTEIRO. Nenhuma foi relacionada por Ricardo Cravo Alvin. Dessas, a maioria tem Roberto Martins como co-autor.
Iniciando uma série de músicas sobre São Jorge, Carlos Galhardo gravou em 1946 "São Jorge; no ano seguinte "Dentro da Lua"; em 1948 "23 de Abril"; e em 1955 "Novamente Abril" , todas de Ari Monteiro (duas com Roberto Martins). Apenas "Meu São Jorge" (1951) não leva o nome de Ari Monteiro.

Para o carnaval, Galhardo gravou "Cadê Zazá?", "Até Moscou";"Dias de Festa";"Neste Mundo e no Outro"; "Canta Vagabundo";"Alegria da Cidade";"Laurindo"...

Também são de Ari Monteiro, "Noites de Junho"; "Pecado Original";"Domingo Feliz";" "Papai do Meu Coração";"Tempos de Criança";"Prece";"Olhos Divinos";"Por
que Cantam os Passarinhos?"...

ARI MONTEIRO fez dupla com outros compositores, como Irani de Oliveira;
Peterpan; Newton Teixeira; Arnaldo Passos, tudo gravado por Carlos Galhardo.

É incrível! Nenhuma delas consta do Dicionário de Ricardo Cravo Alvin!

Completando a falta de informação de Ricardo Cravo Alvin, quero registrar uma bela composição de ARI MONTEIRO e Peterpan, de nome

MISTÉRIOS DA NOITE"
Tarde morre o dia,
Triste como sempre...
Cedo a noite vai chegar.
Maior será então
A minha grande mágoa,
Meus olhos já estão
Ficando rasos dágua.

Pois quando anoitece
Muito mais padece
Quem tiver no coração a sombra da tristeza.
Não sei o mistério que a noite tem,
Que faz crescer no coração da gente
A saudade de alguém.

Essa não foi gravada. Está apenas"gravada em minha memória".

Em que data Ari Monteiro faleceu ?

Norma

Cariricaturas II- Do Blog para o Papel




Dedicatória : individual e facultativa
Prefácio de José Flávio Vieira
Orelha : José do Vale Feitosa
Capa: foto de Pachelly Jamacaru

-Sem ônus para os escritores.
-Número de textos por autor : 2 + release + fotografia
-Reciprocidade : 5 livros para cada autor.

-Fase de revisão : o tempo necessário .
- e-mails para contatos :
stelasiebra@yahoo.com.br e moreirasocorro757@gmail.com

Lista de adesões fechada em 16.12.2010

1.aloísio paulo
2.assis lima
3.domingos barroso
4.pachelly jamacaru
5.edmar cordeiro
6.josé carlos brandão
7.carlos esmeraldo
8.magali figueiredo
9.liduina belchior
10.geraldo urano
11.josé do vale
12.lupeu lacerda
13.socorro moreira
14.joão marni
15.jose nilton mariano
16.marcos barreto
17.marcos leonel
18.rosa guerrera
19.vera barbosa
20.rejane gonçalves
21.pedro esmeraldo
22.ulisses germano
23.stella siebra
24.josé flávio
25.everardo norões
26.abidoral jamacaru
27.joão nicodemos
28.joaquim pinheiro
29.isabella pinheiro
30.edilma rocha
31.luis eduardo
32.wilton dedê
33.chagas
34.emerson monteiro
35.luis carlos salatiel
37.roberto jamacaru
38. sônia lessa
39.bernardo melgaço
40.tetê barreto
41.manoel severo
42.nilo sérgio
43.cristina diogo

Acompanhem as etapas do processo !

Para Aloísio - Doseu amigo secreto


Aloísio,

Que as estrelas todas
se reúnam e façam
uma reverencia especial
a você, meu amigo secreto.

O sol como faz parte também
da galáxia, ilumine seus dias
todos os dias,tornando sua
vida uma verdadeira via láctea.

Paz e alegria neste natal e sempre.

Bilhetinho Para Edilma

Soube agora por minha madre
(assídua seguidora do Cariricaturas)
que tu havias me escrito
não li, gentil senhora
e por isso talvez
não entendia eu
certos comentários teus
reclamando da minha mudez
...

Imensa artista,
escreve-me novamente
mas por favor, nunca duvides
da minha verdadeira amizade
e saibas que a minha casa
(cozinha do cafezinho
e varanda das plantinhas)
sempre será tua casa
sem cerimônia
e nem precisas avisar
da tua doce, jovial e altiva visita
...

(Desculpa-me por não haver lido
mas é que no Cariricaturas
o que se escreve agora em dois minutos
muda-se de página) .

Um beijo carinhoso
do teu poeta e eterno amigo.

Domingos Barroso

(e-mail: lacaiodapoesia@yahoo.com.br)

Decretos de Natal


Frei Betto


1. Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes,
nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos.
Papai Noel será malhado como Judas e,
lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à
chegada salvífica do Menino Jesus.

2. Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias,
fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos:
neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais;
renas e trenós por carroças repletas de alimentos não perecíveis;
e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda e chinelas.
3. Fica decretado que cartas de crianças só as endereçadas ao Menino Jesus,
como a do Lucas, que escreveu convencido de que Caim e Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; propôs ao Criador ninguém mais
nascer nem morrer, e todos nós vivermos para sempre; e, ao ver o presépio,
prometeu enviar seu agasalho ao filho desnudo de Maria e José.

4. Fica decretado que as crianças, em vez de brinquedos e bolas,
pedirão bênçãos e graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o
supérfluo que entulha armários e gavetas. A sobra de um é anecessidade de outro, e quem reparte bens partilha Deus.
5. Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a
nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.
6. Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um
momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor
o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão.
Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso.
7. Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à
escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza.


8. Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seus custos convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve.

9. Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o "Pai Nosso" se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.
10. Fica decretado que toda dieta se reverterá em benefício do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar abraços.

11. Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém.
12. Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.


12. Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.

A JOÃO MARNI


Parabéns João Marni!

O Cariricaturas te abraça

FELICIDADES!

Um jeito de falar esquecido no tempo – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Eu sou de um tempo em que tínhamos mais juízo, pois não víamos televisão, coisa desconhecida por nós cratenses. Falávamos nosso próprio dialeto, hoje substituído pela linguagem padronizada das novelas globais.

Nas tardes de domingo íamos aos programas de auditório das Rádios Educadora do Cariri e Araripe, para vaiar com um sonoro “fiufiu” os calouros que “levavam” “gongo”. E os locutores dessas “estações” de rádio eram chamados de “espiques”.

Que tempos bons aqueles em que nos divertíamos nos dias de feira! As ruas ficavam “apinhadas” de “beradeiros”, que de “boca aberta” “espiavam” “abismados” as janelas do Banco Caixeiral. Mal chegávamos à feira, os “moleques de rua”, “doidinhos” para ganhar alguns “tostões”, iam logo perguntando: “tem carrego”? “Tadinho deles!” Exclamavam algumas “beatas Filhas de Maria”, “compadecidas” daquelas crianças “sem pai nem mãe”. E como era bom ouvir os “chapeados” conduzindo pelas ruas e calçadas “caixões de pinho”, ou grandes “balaios” com as compras e, sufocados pelo peso, gritarem “Óia a mala, óia a mala, óia a mala!...” para pedir passagem no meio da “matutada”.

E quantas vezes eu fiquei na “entradinha” da “Rua da Cruz” esperando a “sopa” para ir ao Juazeiro? Quando as “peruas”, não passavam “entulhadas” de passageiros, eu ia nelas. “Doutras vezes”, algum “chofer” de caminhão “mais camarada" oferecia um “bigu” na “boléia”. Mas para o São José, como “dava só uma légua”, eu ia mesmo era “de pés”. Mas só chegava lá pela “boquinha da noite”, cansado e com “dor desviada”.

Nas seções matinais das séries do Cassino, em dias de domingo, havia uns “cabinhas” “enrolões” que passavam “checho” no porteiro e entravam “de graça”. Era comum a fita “cortar” “parando” o filme. Ouvia-se logo um grito de algum “maloqueiro” exigindo uma “reparação”: “meu dinheiro!” E nós meninos, influenciados por essas séries, quando fazíamos alguma brincadeira mais “arriscada” para “empunhar” os amigos, gritávamos: “thantantan: o perigo da série”!

Perdi a conta de quantas viagens eu fiz no “Misto” do Bodocó que subia a serra pela ladeira da “Matança” e descia na “banda de lá” pela ladeira do “Cancão”, até chegar no “Novo Exu”.

Fui freguês da Casa Abidoral, onde comprava uma porção de “alvaiade” para deixar branquinhos os meus “fanabus” e assim não tirar nota baixa nas aulas de “Educação Física”, que aconteciam às cinco horas da madruga. Quem não fosse com os “fanabus” bem limpinhos levava um grande “carão” do professor, que não tolerava “fanabus emporcalhados”.

Nas noites de domingo as “meninas moças”, usando um “califon” bem maior para os seus tamanhos, “tirado escondido” da mamãe ou das irmãs mais velhas, vestindo “saia godê” sobre “anáguas” com ”bicos” e “bem engomadinhas” e uma blusa “banlon” “arrodeavam” a Praça Siqueira Campos. Perdemos a conta do número de voltas que elas davam em torno da praça. Mas se elas fossem “enfileiradas” na estrada, daria para ir “inté” Fortaleza. Nós, “marmanjos”, ficávamos postados em pé na “beirada” da calçada, vestidos numa calça “faroeste” ou de “tergal” e finíssima camisa “volta ao mundo” para “flertar” com aquelas que nos dirigiam um “encabulado” olhar. E elas comentavam entre si: O meu flerte é um "pão", mas muito "acanhado"! Já faz quatro domingos que ele lança “um olhar pidão” e ainda não teve coragem de “encostar”. E aqueles rapazes mais “atirados” corriam o risco de receber uma “rabissaca” e a qualificação de “bicho veio enxerido”.

De um lado da praça, um grupo de “marmanjos” ficava na calçada da Loja Frigidere para “espiar” as “brechas” dadas pelas “balzaquianas”, quando elas sentavam nos bancos e, provocava os curiosos cruzando as pernas. Em certas ocasiões, as mais “sem cerimônia” recebiam uma “salva de palmas”.

Os “brotinhos” recebiam das mamães a recomendação para voltarem cedo para casa, pois não havia luz elétrica na cidade e, as ruas eram um verdadeiro “breu”. Elas tinham medo dos “rabos de burro”! Então, às nove horas da noite do domingo, a praça ficava um “ôco”. E nós íamos “merendar” na Sorveteria Bantim. Pedíamos uma “bananada”, ou “abacatada”, enquanto alguns comiam um “pão com ovo” acompanhado de “ponche” de maracujá

Quando arranjávamos uma namorada, uns três meses depois, os amigos perguntavam: “Já pegou na mão”? Era a maior ousadia que se permitia e a suspeita de que o namoro “era pra casar”. E quando um casal andava pelas calçadas e o namorado não cedia o lado da parede para a namorada, surgia logo a pergunta: “Tá vendendo?

Todos os dias, “depois” do almoço, “um magote de faladores da vida alheia”, sentava-se no “patamar” da Igreja da Sé para “tirar o couro” de quem passasse “rua abaixo ou rua acima”. Se por acaso um “barbeiro” “guiasse” um velho jipe 52 do pai e “arranhasse” a marcha, vinha logo a exclamação: “Uma abacatada!” E quando se ia contar um boato, perguntava-se antes: vocês me pagam as “alvíssaras”? Se o fato já fosse conhecido, respondiam: “boneco!” Ou substituíam a fala por um gesto equivalente: segurando a ponta da camisa e prendendo-a com os dedos “cata piolho” e o “fura bolo” em forma de circulo.

Naquele tempo, na seleção cratense, o “golquíper” era um Anjo, os “beques”: Silvio e Charuto, os “ralfes”: Peba e Enoque e o “centerfor” era Anduiá. Depois que trocaram os nomes dessas posições, o Crato nunca mais teve futebol que valesse “dois vinténs”.

Se você, amigo leitor, que se “deu ao trabalho” de ler até aqui “essas mal traçadas linhas”, tiver mais de sessenta anos, e não entendeu “patavina”, então é porque você não é “de” Crato! Uma cidade “metida a besta”, que hoje tem costumes globalizados.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

MEU AMIGO OCULTO

Meu amigo,
Celebre com entusiasmo
a vida que floresce
a cada manhã de sol.
Estamos em tempo
de Natal,
e devemos mostrar as nossas
ações que costumam ficar
algumas vezes só em palavras...
O nosso chão não se move.
E para sairmos do lugar,
temos que dar o primeiro passo.
Agora olhe em sua volta
e descubra quem eu sou
e deixe a vida transbordar
em seus olhos
e em seu sorriso.

FELIZ NATAL

Amor teimoso- Por Socorro Moreira





De 1979 a 2010 , vivemos no limiar
entre amigos e amantes
Sempre amigos
De vez em quando amantes
Nos soltamos para outros afetos,
e voltamos
Voltamos felizes
Voltamos vazios
Voltamos mais contritos
do afeto que nos liga
Tudo gravado
e reproduzido
Cada gestual de carinho
Cada sonho adormecido
ilustrado por um arco íris
Nem feliz nem triste ...
( pelo menos ainda)
Um final promissor
Porque o destino disse !
Pagando pra sentir
Um abraço no futuro
que dirá se somos amigos,
ou ...queridos !

Por Eduardo Galeano

“As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.”

Eduardo Galeano

ANIVERSÁRIOU ALGUEM MUITO ESPECIAL

A felicidade pode ser alcançada
por quem sabe lutar
e até softrer por ela,
abraçando a vida
em sua totalidade,
dando ouvidos aos conselhos
do próprio coração.
O tempo passa.
E o verdadeiro rejuvenecimento
ocorre de dentro para fora.
Renove suas idéias.
Enha-se de alegtia.
pese os prós e os contras...
No fundo,
voce sabe o que realmente
é melhor para você.

FELIZ ANIVERSÁRIO

Uma foto de Samuk para iluminar a tela

à minha amiga oculta

Em cada dedo teu
uma unha
(pincel,
esmalte)

para que sejam bem pintadas
as nuvens do crepúsculo
(alaranjadas,
lilases)

Também resinas e suspiros
para que se restaure
a sacra imagem
da chapada
...

Foto do dia -Flora Teles- Beleza criada por Zé Flávio e Fabiana

Um poema !

Tender de Natal


Ingredientes

* 1 tender grande
* 1 abacaxi
* 1 copo de guaraná
* 1 copo de suco de laranja
* cravos da índia

Modo de preparo

Lave o tender e faça cortes rasos com a ponta de uma faquinha sempre cruzando as linhas. O desenho formado deve ser de vários losangos. Em cada ponta desses losangos, espete um cravo. Reserve em uma assadeira ou pirex. Descasque e rale o abaxi em ralo grosso. Misture a essa polpa o guaraná e o suco de laranja. Fica um pure meio mole. Se precisar ponha mais de um copo de guaraná e de suco de laranja. Regue o tender com essa mistura e leve para assar em forno médio. De vez em quando vire e regue o tender com a mistura novamente. Deixe assar até ficar com um dourado averlhado e com a casquinha de fora crocante. Não sobre muito molho na assadeira. Sirva com uma gostosa farofinha de bacon com cebola e ameixas picadas e uma maionese de peito de peru defumado com abacaxi.

Pensamento para o Dia 19/12/2010



“O segredo supremo é que você deve viver, no mundo onde nasceu, como a flor de lótus que, embora nascida na água, flutua sobre ela sem ser afetada ou molhada por ela. Obviamente é bom amar e adorar a Deus a fim de obter alguns frutos valiosos agora ou no futuro. Mas, já que não há fruto ou objeto mais valioso e interessante que Deus, os Vedas nos advertem a amar Deus sem nenhum traço de desejo em nossas mentes. Ame, desde que você ame por causa do amor. Ame a Deus apenas, sem qualquer outro desejo ou pretensão, pois tudo que Ele possa dar nada mais é do que Ele Próprio.”
Sathya Sai Baba

Por Rosa Guerrera


AGRADECIMENTO

A VOCÊS QUE ACOMPANHARAM DURANTE ESTE ANO OS MEUS ESCRITOS .
A VOCÊS QUE DEIXARAM COMENTÁRIOS , QUE APROVARAM MINHAS IDÉIAS, QUE IGNORARAM ALGUMAS MENSAGENS , QUE NÃO CONCORDARAM COM MEUS PENSAMENTOS, QUE ARQUIVARAM COM CARINHO MINHAS PALAVRAS , QUE APLAUDIRAM OU NÃO ACEITARAM OUTRAS ..


A TODOS VOCÊS DO MAIS PROFUNDO DO CORAÇÃO , O MEU AGRADECIMENTO SINCERO PELA PARADA OBRIGATÓRIA OU RÁPIDA POUSADA NAS SENDAS DOS MEUS PENSAMENTOS .
EM ESPECIAL TAMBÉM QUERO AGRADECER A TODOS OS EMAILS E TELEFONEMAS RECEBIDOS COM VOTOS DE FELIZ NATAL.


UM TIM TIM BORBULHANTE DE FELICIDADES , SAÚDE E MUITA PAZ COM VIBRAÇÕES POSITIVAS , HOJE , AMANHÃ E SEMPRE !

rosa guerrera

O Brasil e o “Wikileaks” - José Nilton Mariano Saraiva

"A mentira tem pernas curtas", nos ensina o velho, sambado, mas sempre atual adágio popular. Tanto é que, especificamente em relação à notícia aqui abordada, ele se aplica como uma luva.
Aos fatos.
Embora partidários e o próprio candidato presidencial do PSDB José Serra fugissem dele como o diabo foge da cruz, um tema insistente e recorrentemente trazido a público pelos governistas e sua candidata Dilma Rousseff, durante os debates presidenciais, foi a possível e imediata privatização, POR PARTE DO TUCANOS, da Petrobrás e, extensivamente, das fabulosas reservas petrolíferas do pré-sal, nosso passaporte para o futuro.
À época, questionado a respeito, o candidato José Serra garantiu, via telinha, ao vivo e a cores, de forma contundente e peremptória, que isso jamais ocorreria, que isso não passava de intriga do governo.
Aqui, abrindo um parênteses, convém lembrar, já que muitos desconhecem, que desde 1997 (no governo FHC), quando foi a pique e acabou o monopólio estatal da Petrobras (quiseram até mudar seu nome para Petrobrax, a fim de torná-la mais palátavel à "gringarada"), a exploração de campos petrolíferos em nossas águas territoriais era gerenciada via modelo de “concessão”. Que vem a ser aquele tipo de exploração em que a empresa vencedora da licitação fica dona de todo o petróleo a ser explorado, assumindo a simplória contrapartida de pagar irrisórios “royalties” ao governo.
No entanto, com a descoberta dos fabulosos campos petrolíferos da camada do pré-sal, sábia e preventivamente o governo do presidente Lula da Silva mudou a proposta, adotando o sistema de “partilha”. Que é o modelo em que o vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a União, além de a Petrobras ser a operadora única e exclusiva dos campos, garantindo ainda, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as outras empresas.
Pois bem, hoje, numa prova que os blogs vieram mesmo pra ficar, o site Wikileaks nos disponibiliza um incessante turbilhão de multifacetadas informações (e que parece não ter mais fim), contemplando nações e governos de todo o mundo, onde, dentre outras "bombas", tomamos conhecimento que as petroleiras americanas não queriam de maneira alguma a mudança do marco regulatório de exploração de petróleo no pré-sal brasileiro, que o governo houvera aprovado no Congresso Nacional.
E, por conta disso, peitaram e acossaram o candidato José Serra (à época líder nas pesquisas) em oportunidades diversas, visando obter garantias sobre uma provável mudança que as beneficiasse. E este, covarde e coniventemente, teria prometido a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo, da petroleira norte-americana Chevron, que a regra seria alterada, SIM, caso ele vencesse: "DEIXA ESSES CARAS (DO PT) FAZEREM O QUE ELE QUISEREM. AS RODADAS DE LICITAÇÕES NÃO VÃO ACONTECER, E AÍ NÓS VAMOS MOSTRAR A TODOS QUE O MODELO ANTIGO FUNCIONAVA. E NÓS MUDAREMOS DE VOLTA", garantira Serra.
O relato acima é só para mostrar o perigo que o Brasil correu de “entregar na bandeja” o dadivoso bilhete premiado que a natureza lhe presenteou (as estupendas reservas petrolíferas do pré-sal), caso os brasileiros tivessem tido a imprudência e insensatez de eleger o entreguista José Serra. Um mentiroso recorrente e irresponsável (ou alguém já esqueceu que ele houvera registrado em cartório o compromisso de cumprir seu mandato de prefeito da capital paulista até o final e deixou-o pela metade a fim de tentar materializar seu messiânico sonho de chegar à Presidência da República ???).
Que a lição tenha sido aprendida e absorvida: confiar na tucanalha... “jamé” !!!