Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por Lupeu Lacerda


E que deus me livre dos livros
Que a fascinação não me fascine
Que o belo passe batido
E o comum se dilua
No liquidificador de merda
E ração adocicada.
E que deus me livre da lombra
Da imagem irreal
Do mantra do vento nas árvores

E que deus me livre da preguiça
Do cio e do ócio
Das fotografias de sebastião salgado

E que deus me livre das gargalhadas
Da sensação de chuva no rosto
Da brisa na madrugada

E que deus, em sua suprema bondade
Me livre dos livres
E aumente um elo
Na corrente que prende meu pé.

por lupeu lacerda

Por Hilda Hilst


Dez chamamentos ao amigo


Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.



[Poesia: 1959-1979 - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]

Por Socorro Moreira

Viajo fora de mim

Passeio dentro de ti

Vejo miragens e

vivo realidades

Encontro-me nas esquinas,

nos bares , nos templos,

e em todos os lugares.

Chego onde não sonhei

Vejo o que não pensei

Sinto-me invisível, abstrata ...


E deixo a estrada do fim,

no recomeço.

A Estrela Dalva - por Norma Hauer


Foi na data de hoje, no ano de 1972 que ela partiu e abriu uma grande SAUDADE no coração de seus fãs. Seu nome, Vicentina de Oliveira, nascida em
Rio Claro, São Paulo, no dia 5 de maio de 1917.

Foi como DALVA DE OLIVEIRA que ela ficou conhecida no mundo artístico,. Mas se transformou na Estrela Dalva, ao vencer sozinha em sua carreira.

Tendo feito parte do “Trio de Ouro”, começou solando no Trio, mas não cantando solo.
Depois que se separou de Herivelto Martins e do Trio, mostrou que era muito mais que a componente de um Trio.
Aí vieram sucessos sobre sucessos: “Errei, Sim”; “Segredos”; “Poeira do Chão”; “ a belíssima “Estrela do Mar”...culminando com “Máscara Negra” e Bandeira Branca” .
Partiu há 38 anos, mas continua viva no coração de todos que a admiramos. Descansa no Jardim da Saudade, mas ainda nos “ilumina” com sua voz eternizada em suas gravações.
Obrigada por tudo de bom que você nos deixou, Estrela Dalva.

...O IFOTO é o Instituto da Fotografia no Ceará...

“Postais do Ceará”


‘Postais do Ceará’ é o novo projeto do IFOTO. O conceito proposto é o de mostrar o Ceará com uma visão artística, contemporânea, fugindo do estereótipo dos ângulos mais comuns, numa linguagem atual e diversificada, fora do lugar-comum que tem caracterizado o meio nas últimas décadas
O IFOTO convoca seus associados a produzirem imagens que se constituirão num novo conjunto de cartões-postais do Ceará, de acordo com o regulamento divulgado em anexo

As fotografias inscritas serão examinadas por uma comissão de curadores organizada pelo IFOTO. Serão selecionadas vinte imagens para uma exposição no Espaço Cultural dos Correios, em Fortaleza e para a publicação de uma caixa de postal denominada de “Postais do Ceará’.


A Diretoria

O ser e o tempo são só um - Emerson Monteiro

O homem e a hora são um só
Quando Deus faz a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.


Fernando Pessoa.

Um, o seu outro lado; outro, o inverso de si mesmo. A integração absoluta do objeto no sujeito que perfaz do todo a face única, indivisível. O tudo e o nada numa unidade essencial e pura, uma unidade que mergulha o mistério do ser, reunindo a um só instante o tempo que resta e o bloco das consistências infinitas que um dia principiaram a ser, nas marcas de formas trabalhadas no confronto do dois em só uno e pronto, atritar persistente de esferas a rolar no abismo da eternidade, ao sabor do destino.
Predissessem limites e reflexos vazios contornariam a fronteira das marés, nos continentes dos mares, nos rios, linhas imaginárias de traços inevitáveis, porém vagos e inúteis, meras ficções de lábios rotos e gargantas secas entre terra e água. Pontos soltos a desenhar os céus com traços invisíveis, estridentes sonhos da inexistência, somas vultosas subtraídas e esquecidas em porões escuros de naus malassombradas, desaparecidas na bruma dos segredos.
Isso de perguntar da filosofia, nas questões reflexivas de alta profundidade, quer-se crer adiamento dos encontros definitivos com a sorte das estradas desertas, nas cinzentas, frias e ausentes madrugadas de prenhes de respostas contundentes, pois estas foram ali postas, dadas em graves acentos de bocas escancaradas e momentos de furor.
Ninguém alegue, pois, desconhecimento da lei depois das pistas avermelhadas de fogo e sangue prescritas nas alvoradas, tramas do reluzir das pedras. À ponta da língua do pensamento vêm e vão golfadas de sinais da solução do enigma, nas perguntas da vida. Desconfiados de que sabem a derradeira expressão da história futura, bichos arrastam os ossos ressequidos em caudas poeirentas pelo do deserto da existência, reluzentes lagartos de vaidade agressivas preocupações, quais teimosos animais de carga feridos nas vistas diante das claridades da luz.
Alimárias encandeadas, percorrem as trilhas toscas, aprofundadas no pisar das gerações, e andam aos tombos, formigas cambaleantes soltas no vento feitas folhas de árvores fantasmagóricas, sacrossantas miragens da adoração das tribos impacientes de antigamente. Pavios acesos e olhos apagados, o tropel das massas invade o território santo em blocos repetitivos, ao som dos trovões monumentais que quase ecoam sem final, às paredes metálicas de cordilheiras de fumaça.
Nas tripas enoveladas das entranhas, assim, dos tenebrosos monstros entontecidos ao zumbir do enxame feroz de insetos arcaicos atiçados de propósito pelas presas nas teias do pensamento, a dúvida de dentro seriam as dúvidas de fora, valor exclusivo das espécies individuais. Embaixo e no alto. Fora e dentro. Túnica sem costura. Essência de coisa em si e sujeito próprio de todos criador. Pomo particular e pronto.
Sentimento leve
- Claude Bloc -



Minha alma é pura alegria
Meu tempo, sorriso.
E nessa interminável afinidade
Disperso meus momentos
Quando minhas noites são silêncio
E meus dias apenas poemas
Que saciam sonhos viajantes
Plenos e redondos
Independentes
Livres
Borbulhantes
Sigo em todas as direções
Pois minha alma é sentimento leve
E tem a cor da amizade sincera.
Alma de poeta, sempre apaixonada
Pela vida
Pelos quereres.

Claude Bloc

Regulamentada para Psicólogos a Escuta de Crianças e Adolescentes.



Nos seis primeiros meses de 2010, o Conselho Federal de Psicologia aprovou 15 novas resoluções, uma a cada 12 dias, em média, que devem ser adotadas pelos psicólogos em todo o Brasil.Entre elas, algumas se destacam pelo impacto sobre a atividade do psicólogo ao orientar a atuação profissional nos diversos campos de trabalho e sobre questões de maior relevância para a sociedade, como a Resolução Número 10/2010, que regulamenta a escuta de crianças e adolescentes em situação de violência.
Com a resolução, os psicólogos passam a ter referências que subsidiam a escuta que
"deve ser-em qualquer contexto - fundamentada no princípio da proteção integral, na legislação específica da profissão e nos marcos teóricos, técnicos e metodológicos da Psicologia como ciência e profissão". A regulamentação delimita a atividade exercida pelos psicólogos, diferenciando-a de procedimentos como inquirição judicial, diálogo informal ou investigação policial,utilizados para atender a demanda de outras áreas de trabalho.
A resolução vem atender a uma necessidade cada vez maior dos psicólogos que lidam ou venham a se deparar com casos de meninos e meninas vítimas , autoras ou testemunhas de violência. A regulamentação está em sintonia com um debate que tem se ampliado principalmente nos últimos 20 anos, a partir da vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a respeito da postura dos profissionais de diferentes áreas, como Psicologia, Serviço Social, Direito e Pedagogia, perante crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e dos desdobramentos do atendimento realizado por eles.
Resguardar a privacidade das pessoas atendidas; respeitar o desejo de livre manifestação, inclusive o silêncio e expressões não verbais; evitar a revitimação: atuar em equipe multiprofissional, mas preservando especificidades e limites de intervenção, sem subordinação técnica a profissionais de outras áreas; e não exercer o papel de inquiridor são questões explicitadas pela resolução.
A regulamentação foi antecipada por discurssões e encaminhamentos no âmbito dos conselhos federal e regionais que incluiu a criação de grupo de trabalho, oficina, seminário e publicação sobre o assunto. Por mais de uma vez, o Sistema Conselhos se posicionou contra o projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional baseado em experiência na Justiça do Rio Grande do Sul, que trata do "depoimento sem dano" ou Serviço Social. O depoimento é gravado e anexado aos autos do processo, pois visa à produção antecipada de prova.

Fonte: Jornal do Conselho Regional de Psicologia. Liduina Vilar.

Francis Hime

Francis Victor Walter Hime (Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1939) é um compositor, arranjador, pianista e cantor brasileiro. Possui formação em composição, regência, harmonia e arranjo.

Francis Hime iniciou seus estudos de piano aos 6 anos. Em 1955, se mudou para a cidade de Lausanne, na Suíça, onde permaneceu até 1959, dedicando-se à música. De volta ao Brasil, Francis passou a desenvolver uma amizade com alguns dos artistas que faziam parte do já consolidado movimento da bossa nova, tais como Vinícius de Moraes, Carlos Lyra, Baden Powell, Edu Lobo, Dori Caymmi, Wanda Sá e Marcos Valle. É dessa época sua primeira parceria com Vinícius, "Sem mais adeus", gravada na época por Wanda Sá e posteriormente por vários outros intérpretes.

Em 1969, formou-se em engenharia e casou-se com a cantora e letrista Olívia Hime, com quem viria a ter três filhas: Maria, Joana e Luiza. No mesmo ano, Francis mudou-se para os Estados Unidos, onde deu continuidade a seus estudos musicais. Lá permaneceu por 4 anos.

Francis Hime possui mais de quinze discos e dvds lançados. É parceiro de grandes nome da música brasileira, como Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Dias Gomes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Ruy Guerra, Paulo César Pinheiro, Ivan Lins, Victor Martins, Cacaso, Capinan e outros. Entre suas composições, destacam-se aquelas feitas em parceria com Chico Buarque, tais como: "Vai passar", "Atrás da porta", "Luíza", "Trocando em miúdos".

Segundo o musicólogo Ricardo Cravo Albin, "Francis Hime pertence à realeza musical do Brasil, sendo da mesma linhagem de Tom Jobim, Carlos Lyra, Cartola, Chico Buarque e alguns poucos".



996 Vagas de Emprego


Seleção Pública para o Hospital Regional do Cariri



O Instituto Cidades divulga Edital do Processo Seletivo do Hospital Regional do Cariri.
Até o dia 05 de outubro estão abertas as inscrições para o processo Seletivo do Hospital Regional do Cariri. Serão ofertadas 996 vagas para vários cargos e níveis de escolaridade. A seleção será utilizada para contratação imediata e também formação de cadastro de reserva que multiplica em muito a relação de vagas. O processo ocorrerá com aplicação de prova prática e prova de títulos mediante as estipulações do edital, sob regime da Consolidação das Leis Trabalhistas. Oportunidade para centenas de pessoas que estão buscando trabalho...

Primeiras Chuvas - Por José Nerwton Alves de Sousa

Mimimundo sedento é o vale.
Mananciais pauperaram e, aqui e allhures recontidos, na fluência por entre calhaus, retiveram-nos terras adustas, absorveram-nos glebas ansiadas.
As lonjuras além os reclamam, acenando dos leitos e brejos, vocativos de dor e, vigília.
O Grangeiro finou-se entre canas, e sua alma de luz que fluía, entre areias e pedras jaz morta.
Esperança dos olhos no azul.
Qualquer nuvem mais chumbo é promessa.
E a foice e a enxada eis um dia, mal o sol clareou no levante, deixam o canto, onde a sombra as velava, para a faina de toda a esperança.
Pôs o duro lidar das jornadas, uma tarde a fogueira cresceu. Eram rubra estrelas da terra incensando as estrelas do céu.
Houve estrondo entre nuvens  de breu e clarões entre céus lacerados.
E na dança das gotas sagradas, bebe a terra os alento9s da vida, e a alegria é a prece dos olhos.

Reapresentação do Livro "Cariricaturas em Prosa e Verso "

Convocamos os escritores  presentes  e demais colaboradores e leitores, para o  relançamento do livro "Cariricaturas em prosa e verso", amanhã, dia 1.09.2010, na sede do Sesc de Juazeiro do Norte, às 18 h, atendendo gentil convite do Sr. Paulo Damasceno.
Atenção especial para  os amigos : Roberto Jamacaru, José Flávio, João Marni, Edilma Rocha, Emerson Monteiro, Pachelly Jamacaru, Olival Honor, Dimas de Castro, Liduína Vilar, Armando Rafael, Carlos Rafael,  considerando que eles  estão residentes no circuito Crato X Juazeiro.

Por favor divulguem este convite !

Circuito de Leitura do Sesc Juazeiro do Norte- ATT de Isabella Pinheriro

Sob a direção de Paulo Damasceno e coordenação de Deusimária, começou hoje o circuito de leitura do Sesc de Juazeiro do Norte. Por motivos superiores não pude participar como uma das oficineiras, mas fui bem substituída pela professora Inês Cabral, que montou a sua participação, escolhendo um dos textos do livro "Cariricaturas em prosa e verso".
E adivinhem  qual foi o autor contemplado ?

- A nossa  Isabella Pineiro !
"Menina Diferente"  será alvo de leitura  coletiva, e exploração da mensagem, no texto contida. Linguagem pura, simples, de um  amadurecimento precoce, intelectual e moral, da nossa pequena/grande escritora.
Parabéns, Belinha, e que  seus primeiros escritos  sejam sementes de grandes trabalhos futuros.
Menção honrosa pelo exemplo vivo, que já está sendo divulgado, numa seara de alunos , que despertam para o prazer da leitura e da escrita.

Nosso abraço !

São Raimundo Nonato


São Raimundo Nonato
31 de Agosto
Hoje, celebramos a vida do santo que se tornou modelo para todo vocacionado à santidade e ao resgate das almas. Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa "não nascido" porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta). São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo. Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.

Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado.

Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha. São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro.

O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CONVITE

A Academia Lavrense de Letras - ALL convida V. Sa. e família para a palestra a ser proferida pelo acadêmico, poeta, escritor DIMAS MACEDO: Literatura Lavrense - Notas para sua história.
Na ocasião será comemorado o aniversário do palestrante Dimas Macedo.

Local: Livraria Acadêmica - Rua Costa Barros nº. 901 - Aldeota - FORTALEZA CE.
Data: 18 de setembro de 2010 (sábado)
Horário: 9h30min.

Feira do Crato, Por Pachelly Jamacaru

Para ver este ensaio completo, visite o www.zoomcariri.com, ficaremos agradecidos por sua visita! Veja também. o regulamento do Concurso "MÃOS" e, participem!



Muita Atenção,
Não permitido replicar
em outros blogs.

Tom Jobim & Frank Sinatra - por causa de voce (don't ever go away)

Um primor de interpretação...

Boa música no Salviano Arraes - Emerson Monteiro

Na noite deste domingo (29 de agosto), os cratenses foram brindados com a apresentação musical dos cantores e compositores cearenses Marcos Lessa e Aparecida Silvino, que moram em Fortaleza. No auditório Salviano Arraes, acompanhados por Ibertson Nobre, Lifanco, Francisco Silvino e Célio Lessa, em ocasião das mais inspiradas, os músicos ofereceram ao bom público que compareceu ao espetáculo um repertório primoroso, com a influência da melhor MPB.
Numa alternativa de qualidade pelo bom gosto da arte oferecida, momentos assim propiciam o encontro dos aficcionados por estilo musical refinado que, de certeza, tem admiradores em toda a Região.
A música oferecida pelos dois compositores e o modo informal com que se desenvolveu o show puseram em dia o bom gosto do Cariri, nesta fase da história artística brasileira que deixa um tanto a dever em relação aos tempos áureos de nossa música.
Os espectadores que se deslocaram ao Cine Teatro Moderno, cheios de satisfação, aplaudiram de pé o raro momento propiciado nessa noite de final de semana em Crato, numa produção que teve o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura.

Dicas de Português...

Muita gente não gosta de estudar a Língua Portuguesa (ou outra qualquer). Talvez porque nunca se apaixonou por ela. Ou ainda porque se esqueceu que é este o instrumento através do qual nos permitimos expressar nossos sentimentos, nossa percepção sobre o mundo, nossas vivências, nossas opiniões, nossos sonhos, nossos planos...

Talvez também, tenhamos simplesmente estancado. Ou ainda, pode ser que tenhamos estacionado num tempo em que íamos à escola e nos "empurravam" conceitos "goela a baixo" compulsoriamente, sem que isto nos fizesse vislumbrar a real importância de termos um bom domínio da Língua. Desta forma, nos mantivemos arraigados a uma ideia pré-concebida de que usar bem o Português é coisa para intelectual.

O estudo de uma Língua, deve ser, no entanto, algo que nos acompanhe no nosso dia a dia. Estudá-la não significa especificamente nos sentarmos, abrirmos um livro e simplemente mergulhar nele, mas analisarmos dioturnamente o que falamos e o que escrevemos em busca de um aperfeiçoamento. Bem naturalmente, mas criticamente. Agindo desta forma, não nos sentiremos cansados, mas sim, estimulados e aos poucos, mais confiantes.
Claude Bloc

Eis umas informações interessantes a serem relembradas:


...Teoria da comunicação...

***
DÍLSON CATARINO
especial para o Fovest Online


O homem, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. A palavra falada, a palavra escrita, os desenhos, os sinais de trânsito são alguns exemplos de comunicação, em que alguém transmite uma mensagem a outra pessoa. Há, então, um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras, gestos, desenhos, sinais de trânsito...). Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação e refere-se a um contexto, a uma situação.

São, então, os seguintes elementos da comunicação:

Emissor: o que emite a mensagem;

Receptor: o que recebe a mensagem;

Mensagem: o conjunto de informações transmitidas;

Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem;

Canal de Comunicação: por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar...;

Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente;

Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode estar atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, significa "ocorrência incerta, sem solidez".

Temos, portanto, o seguinte:

Denotação: É o uso do signo em seu sentido real.

Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.

Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a "abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween.

Temos, portanto, o seguinte:

Signo = significante + significado.

Significado = idéia ou conceito (inteligível)

http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/teoria_comunicacao.shtml

Jackson do Pandeiro



Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919 – Brasília, 10 de julho de 1982), foi um cantor e compositor de forró e samba, assim como de seus diversos subgêneros, a citar: baião, xote, xaxado, coco, arrasta-pé, quadrilho, marcha, frevo, dentre outros. Também era chamado de O Rei do Ritmo.

Canção de Meninar - De Ulisses Germano e João Nicodemos

Dos Bastidores - Por ARMANDO RAFAEL


Joaquim Arraes de Alencar Pinheiro Bezerra de Menezes -- ou simplesmente Joaquim Pinheiro -- é uma pessoa educada, um bom caráter, lhano no trato (é filho do casal César Pinheiro este descendente direto do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e de dona Almina Arraes Alencar, irmã do grande político Dr. Miguel Arraes).
Ou seja, Joaquim tem "pedigree".
Ele é um vitorioso profissional no ramo financeiro, hoje aposentado (após brilhante carreira) no BNB e no Banco Central do Brasil.
Tenho-o em alta estima e dele sempre recebi manifestações de respeito.
Tudo isto não impede termos pontos divergentes, o que não diminui nosso bom relacionamento.

Há um ano escrevi o articuleto abaixo. Joaquim contra-argumentou. Li e respeite sua opinião e se reproduzo abaixo meu escrito daquela época é unicamente para que os leitores do conceituado Blog Cariricatura vejam os dois lados.
Grande abraço a todos,
Armando

Roberto Campos, o incompreendido - por Armando Lopes Rafael

“A idéia de “esquerda” e “direita” desgastou-se a tal ponto que hoje só serve para fins obrigatórios, isto é, para acusar de “politicamente incorretos” aqueles que são a favor do que julgamos ‘correto’.”
Roberto Campos.

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Há nove anos – no dia 9 de outubro de 2001 – morria Roberto Campos. Diplomata (foi embaixador do Brasil em Washington e Londres) economista, político (foi senador, deputado, ministro) e um dos homens mais inteligentes entre os nascidos neste Brasil.

Menino pobre nascido em Mato Grosso, Roberto Campos foi seminarista, diplomou-se em Filosofia e Teologia, mas, vendo que não tinha vocação religiosa deixou o Seminário. Fez mestrado em Economia na Universidade George Washington e estudos complementares na Universidade de Columbia, em New York. Ingressou em 1938, no Itamaraty onde foi brilhante diplomata de carreira.

A maioria dos jovens brasileiros não o conhece. Nunca ouviu falar nele. Mesmo os mais maduros – incluindo aí os têm formação universitária – desconhecem que foi Roberto Campos quem criou o Banco Central, o BNDES, o FGTS e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Como escritor – pertencia à Academia Brasileira de Letras – ele deixou, dentre outras, uma obra, “Lanterna na Popa”, com 1.415 páginas.

Mas, uma virtude nele me chamava a atenção: a de visionário. Anos antes da falência do socialismo na União Soviética e nos regimes da Cortina de Ferro, Roberto Campos já previa o fracasso da economia estatizada e defendia para o Brasil a abertura do mercado, a privatização de muitas estatais deficitárias e superadas em relação às concorrentes da iniciativa privada.

A queda do Muro de Berlim provou – anos mais tarde – que ele tinha razão. Mas, naqueles anos, o “Patrulhamento ideológico”, no Brasil, era ainda mais forte do que hoje. (Patrulhamento Ideológico é o policiamento feito nas redações de jornais, revistas, emissoras de televisão, sites da Internet e universidades públicas contra matérias que venha contestar as idéias da velha esquerda. Esse patrulhamento existia – e ainda existe – em órgãos onde predomina uma maioria que não se conforma com a liberdade de expressão (garantida na nossa Constituição) e assim boicotam matérias de outras pessoas que pensam diferente de idéias preconcebidas e superadas no tempo e no espaço).

Nas décadas 60, 70 – em face do “Patrulhamento Ideológico” – Roberto Campos tornou-se a “opção preferencial” das esquerdas que só o chamavam de “Bob Fields”. Sobre isso ele costumava dizer: "São três as raízes da nossa cultura: a cultura ibérica, que é a cultura do privilégio; a cultura africana, que é a cultura da magia; e a cultura indígena, que é a cultura da indolência. Com esses ingredientes, o desenvolvimento econômico é uma parada..."


Mesmo assim, arrostando incompreensões, Roberto Campos tornou-se o principal ideólogo neoliberal do Brasil.Sua última aparição pública foi na votação do impeachment do Presidente Collor. Roberto Campos chegou, numa maca de hospital, pois já estava bastante debilitado, atendendo ao pedido do seu amigo pessoal Ulysses Guimarães, que afirmou:

– “seu voto será um voto moral. Muitos o acompanharão em respeito a sua coerência”.

Roberto Campos depois diria:
-- “Quando cheguei ao Congresso, queria fazer o bem. Hoje acho que o que dá para fazer é evitar o mal."

Pertinho da morte, Roberto Campos escreveu:
“O imbecil é aquele que nunca muda. Mudei e aprendi. Muitos dos meus críticos nem mudaram nem aprenderam".

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Acima o meu articuleto que teve uma elegante discordância do amigo Joaquim Pinheiro.

Armando

30 de agosto de 2010 12:07

Dalva de Oliveira

Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, (Rio Claro, 5 de maio de 1917 — Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1972[1]) foi uma cantora brasileira.

Para Maria Edite



John Royce "Johnny" Mathis é cantor popular americano de herança multirracial.


Nascido em Gilmer, Texas, no dia 30 de Setembro de 1935. Viveu boa parte da sua infância em São Francisco, Califórnia. Mathis começou a cantar publicamente na escola e em eventos da igreja, o pai rapidamente comprovou o talento do filho e providenciou escolas de canto. O pai de Mathis contratou um professor de voz quando ele tinha aproximadamente treze anos. Ele permanece um dos poucos cantores populares que receberam ajuda profissional para cantar e o treino incluiu ópera. Ele também era um talentoso atleta, ganhou quatro cartas atléticas na escola secundária e uma bolsa de estudos para atletas na Faculdade Estadual de São Francisco. Mathis também permaneceu boa parte da sua vida esportiva em São Francisco. Na própria faculdade ele quebrou o recorde mundial de salto alto do basquetebol (o registro mais alto foi de Bill Russell, saltando 1,96 metros). Na ocasião só quatro atletas Olímpicos tinham conseguido alcançar esta altura. Enquanto treinava para se tornar um professor, ele estava mostrando o seu talento a um concerto e assinou através dos Registros de Columbia.

A decisão mais difícil dele estava decidindo se ir para as provas Olímpicas para as quais ele tinha sido convidado, ou manter um compromisso para fazer as primeiras gravações dele que foram definidas em 1956. Enquanto Mathis optou para uma carreira artística, ele nunca perdeu completamente o entusiasmo dele por jogos esportivos. Um golfista ávido que completou num mínimo de cinco buracos em uma chance também foi anfitrião de vários torneios em nome dele nos EUA e no Reino Unido.

Embora freqüentemente descreva-se como um cantor romântico, a Discografia dele inclui um vasto número de estilos: jazz, estouro tradicional, brasileiro e música espanhola, soul/R&B, soft rock, e Broadway/Tin e outros padrões. Ele desfrutou um pouco de visibilidade cinemática cedo quando ele cantou um dos primeiros sucessos dele, "Não é para eu dizer", no filme, Lizzie no qual ele também teve um papel suplente pequeno. Mathis também permanece altamente sinônimo com música de feriado, depois de ter registrado seis álbuns de Natal. Ele registrou mais de 130 álbuns e vendeu mais de 200 milhões de álbuns e participou de jogos em todo o mundo. Ele tem a distinção de ter a permanência mais longa de qualquer artista de gravação no Registro de Columbia, depois de ter estado com o rótulo de 1956 a 1963 e de 1968 para o presente. Ele é um de só alguns artista de gravação cuja carreira atravessou seis décadas.

Algumas das canções de grande sucesso incluem "Evie", "My love for you","Mariah"(trilha sonora de West side story),"Chances are", "It´s not for me to say", "Wonderful! Wonderful!", "The twelfth of never", "Wild is the wind", "Mundo "Divino", "Misty", "Pequeno", "A certain smile, "Gina", "O que vai minha Mary Say", "Em um Dia Claro (Você Sempre pode Ver)", "Eu estou na Casa ao Lado", "Quando uma Criança Nasce, "Ido, Ido, Ido", "Muito, muito Pequeno, muito Tarde" (com Deniece Williams), "A Última Vez eu Sentia Assim" (com Jane Olivor), e "Amigos apaixonado" (com Dionne Warwick).

Mathis teve muito mais sucesso como um artista de álbuns. Os álbuns dele alcançaram sucesso em parte devido à reputação dele como um acompanhamento para sexo. Alguns dos álbuns célebres dele incluem "Divino", "Fielmente", "Fogo Aberto", "Dois Violões", "Esquenta", "Balance Suavemente", o "Humor de Johnny", e "Eu lhe Comprarei uma Estrela."

Mathis continua executando e registrando regularmente os seus álbuns e o mais recente álbum dele é o "Isto não é Romântico": o Álbum de Padrões, foi recebido entusiasticamente por críticos.

Bievenido Granda



Bienvenido Rosendo Granda Aguillera (Havana, 30 de agosto de 1915 - Cidade do México, 9 de julho de 1983) foi um cantor cubano de boleros, tangos e ritmos cubanos.

Por portar um grande bigode, era alcunhado de El bigote que canta (O bigode que canta).

Para Edilma


Olhos de lonjuras
- Claude Bloc

A minha mana Edilma, minha amiga de sempre.

Era uma menina apenas. Trazia nos olhos os silêncios de sua geração. Olhos de lonjuras, destes que assumem devidamente uma personalidade marcante. Tipo esguio era daquelas que tinha a ciência no seu modo de pensar.

O tempo passou. A vida nos fez esperar silenciosamente essa passagem. Esperar. Até desassombrar as angústias que nos sobrevieram. Até calar instantes.

Quando nos revimos, há alguns anos, um brilho antigo se instalou nos nossos olhos. Um brilho fraterno, amigo, que arrumava os horizontes perdidos por tanto tempo. A ocasião era o momento da perda de minha mãe o que naquele dia me fizera perder a voz. Mas o tempo se encarregou de renovar pouco a pouco os sorrisos, as brincadeiras, as fraternas lembranças dos dias em que a nossa vida foi partilhada por entre os nossos: nossos pais, amigos, irmãos...

O tempo voou por sobre o desenrolar de nossa história durante muitas luas, até que um dia o sol tomou a aurora pelo bico e a trouxe de volta. Falamos muito. De nossas vidas. De nossas superações. Ela me disse tudo o que sentiu, enquanto voava por aí, quando as franjas de todos esses anos estavam carregadas de tristezas e levezas diversas. Diversas.

Hoje, como uma andorinha voei de volta e senti no bico muitas dessas tristezas e também de levezas. Diversas. Algumas delas ficaram. Outras partiram. Mas nossa amizade sempre tão fraterna permaneceu inteira. Completa.

Claude Bloc

domingo, 29 de agosto de 2010

Compartilhando ...

"Hoje te mando uma musica diferente. É de um cara chamado Luiz Tatit.
Ele não é assim o que podemos chamar de "cantor". Mas tem umas musicas
com letras inteligentes. É o caso dessa.. presta atenção nela. Ouça a
música e veja a letra:"


Almas Gêmeas (Luiz Tatit)

Se faço uma cara carente.... é melhor me mimar
Se tenho expressão de doente ... é melhor me curar
Se a minha cabeça está quente...”cê” deve assoprar
E mesmo proposta indecente ... convem aceitar
“Cê” tem que cuidar
“Cê” tem que...

“Cê” tem que evitar
Que a esta altura da vida eu despenque
Você me aparece sempre na hora certa
Você é a dependência que me liberta
... e conserta

Se estou com frio
“Cê” sabe o que é bom pra aquecer
Se estou vazio “Cê” vem preencher
Se desconfio “Cê” fala de um jeito ...
Que eu volto a crer
Se me arrepio “Cê” chega a tremer
Quando inicio você lá na frente
Põe fim..conclui
Se sou vadio me substitui
Nunca uma dupla foi tão homogênea
Almas Gêmeas

Se faço uma cara de fome... vem me alimentar
Se vivo morrendo de sede... é melhor me molhar
Se digo sempre a mesma coisa... é bom concordar
Se pensa ir embora pra sempre... é só me levar
Por onde “Cê” for, eu sigo
Não posso viver muito tempo
Sozinho comigo
Você é o chão seguro em que eu piso
Você é o que ainda resta do meu juízo
É isso

 - Não se ama duas vezes a mesma mulher. (Machado de Assis)

- É claro que uma relação platônica é possível; mas só entre marido e mulher. (Anônimo)

- Em dia de tempestades e trovoadas o local mais seguro é perto da sogra, pois não há raio que a parta. (Anônimo)

- O cérebro humano começa a trabalhar no momento em que o sujeito nasce e não pára até o momento em que ele sobe num palanque para fazer um comício. (G. Jessel) 
- Não paramos de nos divertir por ficarmos velhos. Envelhecemos porque paramos de nos divertir. (Anônimo)
- A distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração. (T. Merton) 
  - Rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos estúpidos. (Erasmo de Rotterdam)
- O homem pode adquirir conhecimento ou se tornar um animal, como ele quiser. Deus faz os animais, o homem faz a si próprio. (G. Lichetnbery) 
- Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos, é sonhar mais. (Marcel Proust)

Geraldo Junior - Ridimúim (Jangada Aérea)

Ele voltou ?

"Repouso sobre areia" - Tela de Edilma Saraiva Rocha



Minha ansiedade rasgou a perfeita embalagem, num átimo !
Toquei, apalpei para confirmar se era de verdade. Parecia um sonho, e eu sentia o milagre acontecendo , na minha cara. O processo da metamorfose , configurado !
Lagarta  transformada em borboleta com suas tenras asas...
Uma mulher entre veús, serenado espírito, brincando  com seus delírios: lua, estrelas, pássaros, flores, borboleteando com as palavras, num vínculo onírico.
Olhos cerrados e coração  pulsando  em paz, entretido com lembranças pueris, e brinquedos infantis.
Iemanjá, rainha do mar
Princesa das águas claras, e  Deus Oxalá !
E o mistério nunca esclarecido, fica pendurado, na parede do meu quarto... Dias após dia, será cultuado, como uma oração em paisagem, conecção abreviada, essência natural de poemas que  irão brotar,  em cada noite, na música  divina de um amanhã singular.
Estás lá.
Estou lá.
Estamos todos, na viagem sideral, embarcados pelos anjos.
Terrestres são eles.. .Celestes , no azulsonhado, um dia seremos !

Obrigada , Edilma !
Abraço comovido 

Socorro Moreira

Roberto Campos- por Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes


Mais uma vez, tenho visão oposta a do amigo Armando Rafael no tocante a opinião sobre uma personalidade. Refiro-me ao artigo “Roberto Campos, o incompreendido”, divulgado no Cariricult em 04.01.2009. Com relação ao economista morto, destaco dois aspectos positivos, ambos colhidos em entrevista dada por ele à TV cultura: o “mea culpa” levado ao ar pela citada tv na qual reconheceu que, ao longo da vida pública, só ter dado importância à Macroeconomia, desprezando a microeconomia que se ocupa das pessoas, famílias e pequenas atividades econômicas. A segunda, a confissão de que tinha mudado sua visão sobre a sociedade. Chegou a estas conclusões, segundo ele próprio, após as campanhas eleitorais, quando entrou em contato direto com a população e viu de perto suas dificuldades. Se mudou, é porque estava errado. Com efeito, o Sr. Roberto Campos era homem dos grandes negócios, para não dizer negociatas. A mais visível delas foi o Banco União Comercial, criado, presidido e quebrado por ele em 1974. Causou enorme prejuízo ao Brasil, pois o governo assumiu milhões de dólares contraídos por ele no exterior, o Banco Central ficou com a dívida junto aos credores internos e o Banco Itaú ficou com os ativos cobráveis, tornando-se um dos maiores do país. Funcionários aposentados do BC ainda hoje comentam as pressões, perseguições e ameaças que os componentes das comissões de inquéritos foram vítimas para “aliviarem” a responsabilidade do acionista principal, que recorria a suas ligações com altos mandatários da ditadura. O ex-ministro também teve participação em outros “desastres” financeiros, com a mesma estratégia, deixando o “rombo” com a sociedade, tirando o corpo fora.O Sr. Roberto Campos foi seminarista e saiu não por falta de vocação e sim porque os superiores detectaram ausência de virtudes necessárias a um sacerdote. Deixando o seminário, tentou ingressar no serviço público, mas não obteve aprovação nos três concursos públicos a que se submeteu. Graças ao domínio de idiomas que aprendeu no seminário, ingressou no serviço diplomático, sem concurso, e foi servir em posto nos Estados Unidos, onde tentou o título de Doutor em economia sem conseguir aprovação para sua tese. Por intermédio da amizade com o Sr. Eugênio Gudin, a quem assessorou, foi introduzido no mundo das finanças e chegou ao gabinete do ministro da fazenda, onde de fato ocupou cargos no segundo escalão. Afirmar que foi o criador do BNDES, Banco Central, BNH é exagerado. Participou do grupo de trabalho que criou o BNDES mas não era nem o chefe da equipe. Quanto aos outros dois, como ministro, assinou a Lei que deu vida aos órgãos, como os demais auxiliares de Castelo Branco. O BC se originou de projeto de Lei do Deputado Ulisses Guimarães, apresentado em 1954. O BNH saiu das idéias de Sandra Cavalcante, seu primeiro presidente. O FGTS, por sua vez, saiu também no governo de Castelo Branco, como moeda de troca pelo fim da estabilidade do emprego após 10 anos na empresa e de outros direitos trabalhistas criados por Getúlio Vargas. A propósito, RC foi autor de um dos maiores arrochos que os funcionários e assalariados já sofreram no Brasil, entre os anos de 1964/1966, substituiu a prática de repor as perdas salariais com a inflação por fórmula cruel que levava em conta a inflação futura, projetada por ele sempre abaixo da realidade.O papel de Roberto Campos durante o governo de João Goulart mostra bem o seu caráter. Nomeado embaixador nos Estados Unidos com a missão de renegociar a dívida e conseguir novas linhas de crédito, não cumpriu a atribuição e aderiu à conspiração golpista, permanecendo no cargo, usufruindo-se das vantagens. Outro com dimensão maior, discordando do Presidente, pediria demissão. O que ele fez tem outro nome: traição. Além do mais, existem episódios obscuros que jamais fariam parte da biografia de um cidadão exemplar. Um deles a briga com uma garota de programa enganada por ele, que terminou lhe desferindo facadas. Existe pelo menos mais um caso nesta mesma linha, mas que não consegui confirmação. De resto, o liberalismo que ele pregou durante certo tempo, redundou na crise de 2008, a mais abrangente desde a de 1929. Assim, conhecendo a formação de Armando e sabendo do seu gosto pela história, suponho que, para escrever o artigo, consultou apenas resumos do livro de memórias de Roberto Campos. Afinal, livro de memórias é aquele que a pessoa fala bem dele mesmo.

Rejane, nossa grande escritora !



Pequenas (pequeníssimas) informações sobre a autora:

Esta sou eu
Rejane Gonçalves dos Santos
(alguns anos mais jovem) é bem verdade
como também é verdade que desses dois fatos cruciais
nascer e morrer
eu só passei por um (o primeiro deles)
para ser mais precisa, isso se deu na cidade de
Camocim de São Félix, no ano da graça de 1947
desde então, eu aguardo o segundo fato
enquanto aguardo
vivo.

A casa da filha - por Rejane Gonçalves


Um, mais um, depois outro, se não resolvesse, um outro; devia ser mesmo da inteira responsabilidade do vento e do frio a natureza do pedido. Cobririam, pois, os ombros da mãe e a levariam dali, duplicada pelo suéter, o xale, o casaco da amiga, o paletó do filho mais novo, por último os braços do filho mais velho.
Presa na carapaça, a tartaruga conseguiu erguer a cabeça, virá-la para trás e apertando os olhos procurou um melhor enquadramento da imagem, o lugar mostrou-se nítido, fixou-se como se não quisesse desaparecer nunca, depois o carro foi se afastando e o lugar não quis vir, distanciou-se, corria na direção oposta, numa velocidade bem maior, deveria ter desaparecido ao mesmo tempo em que o carro, desapareceu primeiro, sumiu numa elevação súbita da estrada. Presa nos agasalhos, a mãe desvirou a cabeça, os olhos miúdos da velha tartaruga olharam para frente.
Queria tanto ficar, só por essa noite, se eles permitissem. Lucinda também haveria de querer, quando muito em troca dos favores, a melhor amiga, bem dizer uma irmã, lhe devia favores, favores que dinheiro nenhum pagaria. Lucinda haveria de ficar agradecida, de que outra forma teria condição de pagar a dívida àquela mulher sepultada pelos casacos? Queria tanto não ter ido embora, pedira e fizeram de tudo para não ouvir; pedia insistentemente e ouviu que não seria possível, pediu que deixassem, de qualquer jeito, por mais um tempo, deixassem, era só por aquela noite, se temiam que ela ficasse sozinha, bastava chamar Lucinda que é da inteira confiança de todos, já conversara com ela, não dissera sim, nem se negara, bastaria insistir um pouco e a grande amiga que lhe devia o teto, a acolhida, a sobrevivência e, mais para diante, o pagamento de uma prestação atrasada da escola do neto, a roupa emprestada para a formatura da filha, até mesmo o dinheiro para algumas feiras – haveria de concordar. Nunca foi de fazer cobranças a ninguém, de nada; era de falar mal, zangar-se, sempre fora de falar muito mal dessas pessoas que prestavam favores e na hora da necessidade cobravam, dizia que elas não mereciam perdão.
Lucinda chegara no meio da noite e batera à porta da casa, de sua casa, não desta, daquela que ficava na rua principal, tinha escadaria, azulejos portugueses, quatro janelões que passavam o dia inteiro abertos, as cortinas levantando voo, telhado que se projetava para a calçada, amenizando a chuva e o sol. Todos muito pequenos, não devem mesmo ter guardado o acontecido, ela sim, vez por outra, contava a história da amiga, não para se vangloriar, para que servisse de exemplo; será que eles se esqueceram mesmo, não, tinha certeza, todos ainda jovens, é assim que se fala, a maioria na meia-idade, é certo, hoje em dia também se dizem jovens os de meia-idade, fulaninho morreu tão jovem e quando ela perguntava quantos anos tinha o tal fulaninho, cinquenta, até sessenta já ouvira; então, todos continuam jovens, não seria caso de esquecimento, a memória não está falhando, a dela estava e ela não se esquecia. Há menos de uma semana repetira para uma das netas que reclamava da vida, que nenhuma pessoa da família, nenhum deles, sabia direito o que era dificuldade, Lucinda, sim, esta sabia de sobra, quer maior sofrimento do que bater na porta dos outros de madrugada, com cinco crianças e outra na barriga, fugindo das gentes que dera cabo de seu marido e estava atrás dela, única testemunha, sabe o que é deixar casa, anos de trabalho e economias, fugir só com a roupa do corpo e pedir abrigo na casa da amiga de infância que tivera mais sorte que ela, casara com um homem rico, sim, porque na época teu avô tinha muito dinheiro, depois é que a riqueza foi minguando e quase ficamos tão pobres quanto Lucinda, mas os filhos estudaram, os meus e os dela, a riqueza não voltou, a pobreza também não, vivemos bem, nós, um tanto mais que ela, de que reclamava a neta? Tinha certeza de que Lucinda não se negaria, nem pôde falar com a amiga mais uma vez, não lhe deram tempo.
Teve o cuidado de seguir todos os conselhos que escutava sobre como encorpar uma criança, engordar a cria. Fez com que a filha tomasse o leite mais forte, misturado às massas mais nutritivas, engolisse os chás e provasse o amargor de todas as ervas consideradas milagreiras, só passou a responsabilidade para Deus depois que uma dessas receitas, ouvidas no converseiro das comadres, engordou de tal maneira o rosto de Maria das Graças que ela precisou ser internada às pressas, escapando por pouco de uma asfixia. Era o jeito aceitar a magrém da menina, a única solução, acostumar-se com o fio sem prumo que se metia em todos os esconderijos nas brincadeiras de esconde-esconde; saber que no lugar onde nenhum filho, de quem quer que fosse, caberia, ela, Alinha, como passou a ser chamada, caberia sem nenhum esforço. Talvez a folga fosse mesmo uma redoma a proteger Maria das Graças dos tombos, encontrões, ferimentos; tudo e todos existiam a uma distância respeitosa de sua pequena, feito se tivessem medo de quebrá-la, chegou a pensar nisso, depois viu que não, era a folga, o espaço não preenchido continuava ali, esperando o tempo em que o corpo de Alinha se decidisse.
Soube que viriam os amigos da filha, iam chegar, uma parte já havia chegado, outra estava a caminho, logo todos estariam presentes. Desejou que a outra parte se demorasse, ou se perdesse; enquanto esperam, mais tempo ficaria do lado da filha, cuidando para que não fosse violado o espaço vazio, a folga haveria de ser respeitada. É certo que a caixa de madeira, onde colocaram Maria das Graças, ajustava-se perfeitamente ao corpo da moça, um vestido de corte estreito a contorná-la da cabeça aos pés. Alinha sempre gostara de roupas largas, era um desrespeito.
A boneca com trajes típicos da Holanda, touca de organdi bem armada, tamancos pontudos e coloridos, ao recebê-la, a filha rasgou o papel de presente, colocou a caixa na vertical, depois a emborcou, virava de um lado para o outro, deixando até que ficasse de ponta-cabeça e a boneca de louça mal se mexia, os olhos azuis abriam e fechavam, dependendo da posição da caixa, as tranças louras dobravam-se em arcos sobre a cabeça, ou estiravam-se, ou vagavam para lá e para cá, um papel transparente, envolto na caixa vazada, exibia a boneca ao mundo e alguma presilha a mantinha fixa ao interior da caixa. Pensou que se fizesse o mesmo com Alinha, se ela ficaria presa, imantada ao corpo da caixa, ou cairia no chão, cheia de flores, emaranhada na transparência do tule branco que permitia a todo mundo olhar para Maria das Graças, quantas vezes quisesse; não, a boneca de louça viera numa caixa de papelão dourado, com tampa, fora um presente dado a ela, à mãe, não à filha, foi só retirar a tampa e pegar a boneca nos braços e depois fazê-la adormecer e guardar. Naquela noite, em cima do guarda-roupa onde poderia olhar para a caixa fechada e ver que ela não se movia, igual ainda estivesse na prateleira da loja, fez desse jeito na primeira noite porque tinha certeza de que a boneca precisava que ela a olhasse, vigiasse, estivesse acordada, velando o sono da criatura de louça; não era bom dormir sozinha na casa nova logo numa primeira noite, seria mais confortável para a boneca que dormisse assim, dentro da caixa, mas sabendo que a mãe, do lado de fora, não se descuidaria, pelo menos enquanto fosse nova a casa.
Era de madeira a caixa onde fora guardada a filha. Feita do mesmo material, a tampa permanecia à espera, escorada na parede, pacientemente, perpétua, um objeto deixado por engano no vazio daquelas paredes brancas, mas que de algum modo adequara-se ao ambiente, ficara à vontade, natural, integrado, sem esforço aparente, à decoração. Talvez já estivesse ali há muito tempo, ela e seu Cristo de bronze – crucificado na parte de cima, disposto de maneira a se estender sobre o peito de Maria das Graças – antes mesmo que o branco do quarto existisse. Não uma, nem duas vezes, várias, olhou para a tampa de madeira clara, quase bege e viu a filha como que reclinada, os pés bem apoiados no chão, um pouco afastados da parede, as pernas escondidas pela saia longa, uma mão conduzindo o cigarro à boca, a outra, nervosa, varrendo do corpo as últimas pétalas, livrando-se de vez do tule; não tinha mesmo necessidade, nem gostaria da transparência daquele pano, do acanhamento das florzinhas mal bordadas a enfear o contorno do véu; gostava dos véus baços, a filha, das volutas de fumaça que a encobriam. Esquecera-se, esquecera-se completamente, se a embalagem era tão parecida com a da pequena holandesa, podia retirar da caixa e voltar a colocar Maria das Graças dentro da caixa, sem que ninguém percebesse, igual fazia com a boneca de tranças louras.
O filho veio lhe dizer que teriam de fechar a caixa, a administração do lugar tinha limites, estava escurecendo, não fora possível convencê-los a esperar um pouco mais pelos atrasados, fizera de tudo; ela mesma não via que já escureceu, é de noite? Pegou as mãos dele, embrulhou-as nas suas, beijou-as várias vezes, misturadas às contas do terço que enroscara nos dedos e intercedeu pelos amigos de Alinha, disse que a filha não haveria de gostar que a família não tivesse esperado, e como iriam escapar da raiva daquela amiga, bem dizer uma irmã, a mesma que vez por outra falava umas verdades para Maria das Graças? Essa amiga estava entre os atrasados, além disso, a casa onde a filha passaria a morar, onde dormiria pelo resto da vida, encontrava-se tão perto dali, uns poucos passos e todos já estariam lá, que não se apressasse, por que tanta pressa se era noite de lua? Soltou as mãos do filho, deu-lhe as costas, envergonhada dos próprios pensamentos. Desejou que aqueles amigos não chegassem nunca, se perdessem pelas estradas, errassem a entrada da cidade, se extraviassem de vez por suas ruas e becos. A tampa continuaria encostada na parede e a boneca de rosto fino, pele esverdeada, nariz afilado, cabelos curtos e pretos, olhos cerrados, lábios entreabertos e roxos, continuaria eternamente à mostra.
Dizem que é para ela descansar. Não estava cansada. Dormir. Não tinha sono. Apenas uma grande preocupação. O que seria de Alinha, morando numa casa tão pequena, ela, a quem o espaço sempre reverenciara. Precisava, pelo menos até que a filha se acostumasse, estar plantada na frente daquela casa plana, rente ao chão, cuja porta não era uma porta; aqueles blocos de cimento colados uns nos outros e recobertos por uma camada de pequenas pedras brancas, desoladas, avessas a qualquer esperança de cor, nem de longe se assemelhavam à tampa de papelão dourado. Correra a vista para um lado e outro, paisagem árida, campo descolorido, casas todas iguais. Vê um sorriso chegando, expulsa-o como se esconjurasse uma assombração, dali em diante essas visitas seriam inoportunas, meu Deus, ela indigna-se, pede para que Ele lhe afaste dos pensamentos essa lembrança atrevida, não queria ouvir a voz do filho mais novo de Lucinda, o Senhor haveria de saber de quem se tratava, daquele, do que recebera o nome de José Maria, justo em homenagem a ela mesma e ao marido, pela acolhida na hora da precisão. O rapaz falava de um jeito tão engraçado da vila popular, do conjunto habitacional onde morava, dizia que se o morador da esquina vendesse a carcaça do carro amarelo que desde sempre vivia encostada no muro baixo, na parte de dentro, quase arranhando a frente da casa, ele, Zé Maria, quando saísse para comprar o pão era bem capaz de se perder, nunca mais que iria achar a entrada da rua de sua própria casa. Ela não corre esse risco, a casa da filha tem uma placa com nome e sobrenome, duas datas, com dia, mês e ano; a rua, faltava a rua, talvez devesse ter marcado a rua. As casas existem nas ruas, o afilhado tinha razão.
De madrugada, bateria à porta de Lucinda, diria que era somente pelo resto daquela noite, enquanto Alinha acostumasse os olhos ao escuro e o corpo ao vestido apertado, haveria de concordar que Maria das Graças acostumara-se por demais com a folga, o espaço livre e respeitoso, ao redor. A mãe de Alinha cobraria o favor, não era de seu feitio, mas não via outro jeito, Lucinda era mulher de bom coração, haveria de entender e até ficar feliz em pagar. Esquecera-se, novamente se esquecera, Lucinda é de gestos arrebatados, por natureza barulhenta, Maria das Graças dorme a sono solto pela primeira vez em todos esses dias, melhor deixar para amanhã, melhor recolher-se à carapaça e respeitar a quietude da filha, deixar que durma em paz.
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Luthier do Ceará participa de evento na França para prospectar negócios


O multiinstrumentista cearense Di Freitas pretende vender sua produção para o mercado Europeu

Bárbara Holanda

Terra onde a riqueza da cultura popular é soberana, o Cariri do Ceará, ao sul do Estado, e a sua musicalidade pulsante atraíram o multiinstrumentista fortalezense de formação clássica Francisco Freitas – mais conhecido como Di Freitas – para uma nova vida. Há dez anos, o músico tocava em uma orquestra em Fortaleza e decidiu deixar de lado a música erudita para seguir a sua paixão: a música popular. Ao chegar ao Cariri, Di Freitas passou a dar aulas de música e como não conseguia encontrar instrumentos no local começou então a produzir autodidaticamente instrumentos musicais, como violão caipira, rabecão, marimbau e especialmente rabeca, ou, como diria Mário de Andrade, “o violino dos homens do povo”. Tudo a partir da cabaça, fruto abundante na região, esculpido pela natureza com o formato do instrumento.

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Divulgação

Di Freitas é músico e produz uma diversidade de instrumentos musicais a partir da cabaça



“A cabaça, além de prática e econômica, possui identidade e sonoridade próprias, que tem muito a ver com a região. As rabecas de cabaça, por exemplo, possuem um timbre único, com som claro e nítido, prontas pra tocar”, explica o músico. Di Freitas conta que inicialmente a luthieria, realizada em uma pequena oficina improvisada, era apenas um hobby e os instrumentos confeccionados eram utilizados por ele, por músicos locais e pela primeira orquestra de rabecas de cabaça do Brasil, criada pelo próprio luthier. “Passei a usar as rabecas e os instrumentos que fazia para meus alunos para produzir uma música minha, que mostrassem todas as minhas influências, que misturam o erudito e o popular, e que os instrumentos também tivessem essa identidade. Dessa maneira, venho trabalhando de forma muito intuitiva e prática”, afirma.

Recentemente, Di Freitas começou a enxergar a luthieria como um negócio e passou a levar a confecção de instrumentos mais a sério. “As vendas ainda são poucas, pois é um mercado muito específico. Acredito que o grande mercado consumidor dos meus instrumentos artesanais não esteja no Brasil e sim na Europa, onde esse tipo de instrumento é valorizado por ter sido bastante produzido e utilizado em diversos períodos da história, como a Idade Média, por exemplo”.

Com essa ideia na cabeça, Di Freitas participa de 27 de setembro a 3 de outubro da 19ª edição do Festival Biarritz – Cinemas e Culturas da América Latina, na França. Ele e outro músico, Evânio Soares, do grupo Zabumbeiros Cariris, irão expor seus produtos e prospectar negócios junto ao mercado europeu. Além da França, os músicos percorrem também a Itália e a Hungria mostrando a produção musical caririense, os instrumentos, a cultura e o potencial turístico da região.

O despertar empreendedor de Di Freitas surgiu a partir da participação, a convite do Sebrae Ceará, na Rodada Internacional de Negócios do Cariri, em 2009,no município de Juazeiro do Norte, distante cerca de 500 quilômetros da capital. Di Freitas conta que na ocasião fez contatos com alguns empresários estrangeiros, mas um empresário francês, dono de uma loja de instrumentos, ficou especialmente interessado em seu trabalho. Depois de quase um ano de contatos e negociações, surgiu a oportunidade de participar do festival, que marcará o início de uma parceria comercial entre o músico cearense e o empresário francês.

“A minha expectativa é que essa parceria continue rendendo bons frutos. Pretendo profissionalizar ainda mais o meu trabalho e trazer mais gente para trabalhar junto. Porque além do negócio tem o pano de fundo cultural que essa atividade traz. É o resgate, a valorização da nossa cultura popular, que infelizmente ainda é mais reconhecida fora do país”, declara Di Freitas.

O gestor dos projetos de Cultura e Turismo do Sebrae no Cariri, Édio Callou, conta que Di Freitas e Evânio Soares participam do Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música na Região do Cariri e receberão o apoio do Sebrae e do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult) no custeio de parte das despesas de deslocamento da missão técnica à Europa. “A expectativa é que essa participação abra as portas da Europa para o mercado da música e lutheria do Cariri”, explica.

Economia Criativa
O Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música na região do Cariri começou a ser executado neste ano e representa uma ampliação e aprimoramento do atendimento do Sebrae Ceará aos segmentos empreendedores da Economia Criativa no Cariri. De acordo com Édio, as ações voltadas para o estímulo ao empreendedorismo na Economia Criativa na região tiveram início em 2003, com atividades pontuais de demandas espontâneas estimuladas por meio do Fórum de Turismo e Cultura Regional.

“A partir de 2008, o atendimento ao setor da cultura passou a ser mais sistemático através de um projeto multisetorial, envolvendo também o turismo. Em 2010, com o surgimento de um projeto setorial desenhado especificamente para atender as demandas de capacitação e formação empreendedora da cadeia produtiva da música, o Sebrae Ceará dá um novo passo para o atendimento das necessidades específicas deste complexo e crescente mercado”, afirma o gestor.

O Projeto de Desenvolvimento da Economia Criativa da Música teve início com um seminário em fevereiro deste ano, envolvendo os principais empreendedores do setor para a definição do objetivo geral, focos estratégico, ações e resultados esperados para num horizonte de três anos. Com o objetivo arrojado de ampliar a comercialização, renda e captação de recursos para os projetos e empreendimentos da cadeia produtiva da música na região, o projeto já realizou várias ações que estão contribuindo para a consolidação dos resultado.

Entre as ações estão a realização de um diagnóstico setorial; a realização do Seminário Negócios da Música, com a disseminação de informações sobre exportação de música, associativismo, produção cultural e casos de sucesso empreendedores; a realização de cursos sobre elaboração de projetos e captação de recursos para projetos culturais; um curso sobre como transformar uma banda em uma microempresa; o apoio à realização de eventos regionais, nacionais e internacionais para o fortalecimento do setor; e a realização de missões técnicas para intercâmbios.

Mais informações:
www.festivaldebiarritz.com
http://difreitas.blogspot.com/
www.myspace.com/difreitas
http://www.myspace.com/zabumbeiroscariris
Sebrae Cariri
Crato – (88) 3523-2025
Juazeiro do Norte – (88) 3512-3322

Oswaldo Santiago - por Norma Hauer


Foi no dia 29 de agosto de 1976 que OSWALDO SANTIAGO passou a ser uma grande saudade por tudo que ele deixou como poeta, como compositor e como constante defensor dos direitos autorais, tendo sido um dos fundadores da UBC (União Brasileira de Compositores)
OSWALDO SANTIAGO nasceu em Recife e lá começou sua vida de poeta, lançando, em 1923, seu poema "No Reino Azul das Estrelas" e em 1924 um livro defendendo a Amazônia (já naquele tempo) com o nome de "Gritos do Meu Silêncio".
Em 1923, Vicente Celestino lá se apresentou com a revista "Mademoiselle Cinema", na qual Oswaldo Santiago tomou parte, assim como na revista (impressa) "Lua Nova".

Fez parceria com Nelson Ferreira, um compositor e pianista muito apreciado , em seu Estado. Com Nelson, Oswaldo Santiago escreveu "Melodia do Amor", gravado por Alda Verona.
Mas foi com o "Hino a João Pessoa",em parceria com Eduardo Souto e gravado por Francisco Alves que Oswaldo Santiago ficou conhecido fora de Pernambuco. No mesmo ano dessa gravação (1930) Oswaldo Santiago veio para o Rio, quando aqui desabrochava o período de Getúlio Vargas e a política estava “fervendo”.

O "Hino a João Pessoa" era uma homenagem póstuma que os autores fizeram a João Pessoa, assassinado, por motivos políticos e passionais (mais passional que político) em sua Paraíba, que nessa época não era "muié macho, sim senhô", mas já pesava na balança nacional.

Eis a letra do Hino a João Pessoa:

"Lá no norte um herói altaneiro
Que da Pátria o amor conquistou.
Foi um lindo farol, que ligeiro,
Acendeu e depois se apagou.

João Pessoa, João Pessoa
Bravo filho do sertão.
Toda a Pátria espera ainda
A sua ressurreição.

João Pessoa, João Pessoa
O seu vulto varonil
Vibra ainda, vibra ainda ...
No coração do Brasil.

Paraíba, oh rincão pequenino
Como grande esse homem te fez.
Hoje em ti cabe todo o destino
Todo orgulho da nossa altivez.

Como um cedro que tomba na mata
Por um raio que em cheio o feriu.
Assim ele, ante a fúria insensata,
De um feroz inimigo caiu.

Depois do sucesso do "Hino a João Pessoa", Oswaldo Santiago enturmou-se com os compositores que aqui labutavam nos anos 30.

Com Benedito Lacerda compôs o samba "Querido Adão", sucesso carnavalesco de Carmen Miranda; para as festas juninas, compôs a primeira música que Dalva de Oliveira gravou sem a formação do "Trio de Ouro": "Pedro, Antônio e João";Com Gastão Lamounier criou um "jingle" para um produto para os cabelos, de nome "Juventude Alexandre". Era um "jingle" tão bonito que Sílvio Caldas o gravou comercialmente.
Chamou-se

HÁ UM SEGREDO EM TEUS CABELOS

Em teus cabelos de seda,
Que perfume, que aroma sutil.
No sonho pela alameda,
Bailam flores, num baile gentil.
Há um segredo cantando
Trescalando uma essência de flor.
Onde vibram, ardejos, desejos...
Silenciosos eflúvios de amor.

O locutor entrava, nos anúncios, dizendo, mais ou menos isso"esse perfume, ela conseguiu usando a Juventude Alexandre"...devia "quebrar" o "clima" do ouvinte.

Foi quando se juntou a Paulo Barbosa, que Oswaldo Santiago teve seus maiores sucessos, quase todos na voz belíssima de CARLOS GALHARDO.
O primeiro foi "Cortina de Veludo", que foi também o primeiro sucesso de Galhardo como cantor romântico.

Depois vieram "Viena do Meu Coração";"Madame Pompadour";"Italiana";"Salambô";
"Lenda Árabe";"Tapete Persa" (este Galhardo lançou, mas não gravou);"Canções de Toda Gente";"Rua Escura";"Um Beijo em Cada Dedo"(estas duas últimas foram gravadas inicialmente, por Moacyr Buenno Rocha) "Torre de Marfim"; "Baile de Sombras"....

Oswaldo Santiago compôs, ainda, para Carlos Galhardo, com José Maria de Abreu, "Noite sem Luar"; "Poeira Dourada" e "Junto de Ti Estou no Céu"; com Georges Moran, "Meu Sonho é Só Meu"; "Perfume de Mulher Bonita" e "Linda Butterfly"; com Nelson Ferreira os frevos "Peixe-Boi" e "Sorri, Pierrô"; com Eriberto Muraro
"Roleta da Vida"...
Ainda Oswaldo Santiago fez versões de "Eles se Amaram no Rio" e "Boa Noite".

Oswaldo Santiago foi de grande importância na carreira de Carlos Galhardo.

Carlos Galhardo deve muito do sucesso de sua carreira a Oswaldo Santiago.

Foram tantas as composições de Oswaldo Santiago gravadas por Galhardo, que nem sei como citar as interpretadas por outros cantores, como Dircinha Batista em "Tirolesa"; "Jóia Falsa", com Gastão Formenti; 'Eu Não Posso Ver Mulher", gravação de Francisco Alves;"Lig, Lig, Lé", gravado por Castro Barbosa; "O Caçador de Esmeraldas", gravado por Dalva de Oliveira ou "Tudo Cabe num Beijo", gravado por Manoel Reis.

Oswaldo Santiago deixou de compor no final dos anos 60 para se dedicar à UBC, chegando a ser "mestre" no assunto de direito autoral, sem ser formado em Direito.

E foi assim que faleceu na tarde de 29 de agosto de 1976, aos 74 anos, pois nascera em 26 de maio de 1902.

Norma